UFR celebra Dia dos Povos Indígenas

Por Thiago Cardassi Publicado em: 19/04/2024 13:04 |

Nesta sexta-feira (19), a Universidade Federal de Rondonópolis (UFR) celebra o Dia dos Povos Indígenas. A data é um marco na luta pelo respeito e valorização da herança dos povos originários, na promoção da cultura da paz, e no reconhecimento de suas existências como fundamentais para a diversidade e riqueza cultural da humanidade.

O Dia dos Povos Indígenas foi criado pela Lei 14.402/22 em julho de 2022 e substituiu o antigo Dia do Índio, termo considerado problemático por ser genérico e preconceituoso, além de não levar em consideração a diversidade das etnias. Apesar disso, atualmente prefere-se utilizar a nomenclatura povos originários para se referir aos grupos que habitavam o território nacional antes da chegada dos primeiros colonizadores. Essas pessoas já exerciam suas próprias tradições, cultura, língua, formas de organização social e um profundo conhecimento do meio ambiente e esse fato deve ser reconhecido e valorizado.

O Estado de Mato Grosso abriga em seu território um grupo bastante representativo da diversidade sociocultural de povos originários, com mais de 58 mil pessoas autodeclaradas indígenas em cerca de 45 etnias localizadas em 78 Terras Indígenas em diferentes fases de demarcação e reconhecimento. O Censo 2022 ainda verificou a existência de 575 agrupamentos indígenas no estado, além de 154 localidades indígenas em cerca de 90 municípios.

A UFR reconhece a diversidade cultural e étnica dessas comunidades, compostas por grupos bastante distintos e com particularidades que devem ser respeitadas. Neste sentido, a educação ética e cidadã é de fundamental importância no combate dos estereótipos perpetuados e também no reconhecimento e inserção destes grupos diante da dívida histórica erigida ao longo da história do país.

Iniciativas construídas juntamente a estas comunidades têm sido desenvolvidas na instituição com o objetivo de atender às especificidades etnográficas das comunidades do entorno, como por exemplo, o curso de Licenciatura Intercultural Indígena, desenvolvido no âmbito do Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor).

A professora Talitta Freitas, coordenadora institucional do Parfor, explica que a proposta de formação em Licenciatura Intercultural para professores indígenas foi uma demanda apresentada pelas próprias comunidades locais e construída junto à Universidade Federal de Rondonópolis. A professora explica que um grupo de pessoas da instituição foi até terras indígenas e participou de uma série de encontros com suas lideranças para delimitar as reais necessidades destas comunidades. Além disso, pessoas indígenas farão parte integrante do quadro de educadores formadores na condição de pessoas de notório saber e conhecimento da realidade social que os cerca. “Não fomos nós que decidimos o que eles precisavam, foi uma iniciativa e uma decisão que partiu deles. […] Não é só a UFR levando, foi algo construído coletivamente, junto às comunidades”, relatou a professora.