Institucional

UFR celebra Dia do Historiador

Por Thiago Cardassi Publicado em: 21/08/2023 15:08 |

Na última sexta-feira, 19 de agosto, foi celebrado o Dia Nacional do Historiador. A data é um marco no reconhecimento dos(as) profissionais da história na análise do passado, no diagnóstico do presente e na construção de um projeto de sociedade futura, mais justa e igualitária.

A data foi incluída no calendário nacional de comemorações a partir da lei nº 12.130, de 17 de dezembro de 2009 com o objetivo de celebrar as importantes contribuições destes pesquisadores e pesquisadoras para o conhecimento, para a cultura e educação do país.

O ofício do historiador é amplo e complexo. São arqueólogos(as) da informação que trabalham a partir das mais variadas fontes: documentos, registros escritos e orais, artefatos e testemunhos para erigir um mosaico de diferentes peças. Para isso, ele não somente junta partes como também reconstrói um percurso, muitas vezes silencioso, que liga uma parte a outra. E, assim, a pesquisa histórica é capaz de desvelar que acontecimentos aparentemente desconexos no espaço e tempo, podem ter contribuído para certos desdobramentos na história da humanidade.

O(a) historiador(a) também é um(a) crítico(a) social. Ele(a) traz à tona aquilo que preferíamos esquecer, analisa a reprodução das narrativas e das formas de agir e pensar no registro do coletivo, identifica padrões, estratégias de enfrentamento, conecta pontas soltas e produz uma cartografia dos acontecimentos, dos corpos e afetos distribuídos ao longo do tempo. Sobretudo, este(a) profissional analisa os processos de desenvolvimento de forças produtivas e as relações de produção de mercadorias e subjetividades, revelando os vínculos que se traçam de maneira invisível entre um e outro.

Por essa razão, ele(a) não é somente um(a) pesquisador(a) científico(a), mas também um(a) artista que dá algum tipo de forma para uma massa desorganizada de acontecimentos que ainda reverberam no corpo social. Pois um acontecimento que foi dissolvido em puro fenômeno do conhecimento está morto para aqueles que só o veem como saber. Mas o(a) historiador(a) trabalha com a vida. Com a vida das grandes personalidades e, principalmente, com a vida de mulheres comuns e homens infames, cuja existência despercebida é o mais importante motor das transformações.

O(a) historiador(a) é, portanto, aquele(a) que volta o ferrão do saber contra si mesmo e, conforme assinalava Nietzsche, é aquele(a) que atua na história de maneira intempestiva para que seja capaz de agir sobre o tempo, contra o tempo, e em favor de um tempo que virá.