Universidade Federal de Rondonópolis

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Turma 2018

AS CONSTITUIÇÕES ESTADUAIS E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: IMPLICAÇÕES PARA AS POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS

Autor: ADELINA NERES DE SOUSA CAMPOS

Resumo: O processo de consolidação da educação ambiental, no Brasil, enquanto importante campo social, vem se demonstrando mais intenso nos últimos anos, enfatizando a necessidade de cingir o ensinamento sobre diferentes temas, como é o caso da educação ambiental. Assim, o objetivo geral deste estudo foi analisar a concepção de meio ambiente expressa nas constituições estaduais e suas implicações para a formulação de políticas públicas educacionais. Como metodologia foi realizada uma pesquisa bibliográfica e análise documental de cunho qualitativo, fundamentada nos pressupostos teóricos-metodológicos do método dialético, trazendo a realidade nas constituições estaduais acerca da educação ambiental. Este estudo revela que a educação ambiental é tratada na Constituição Federal de 1988 somente uma vez, no capítulo específico sobre o meio ambiente, o que aponta para o fato de que não ocorreu destaque pelo Legislador Pátrio para esse importante tema. As constituições estaduais, em todas as regiões brasileiras, também tratam a educação ambiental com superficialidade, sendo que os estados do Tocantins e Sergipe sequer abordam o tema educação ambiental. Ao tratar especificamente das leis da educação que tratam sobre a educação ambiental, o presente estudo buscou trazer o que se encontra nos PCNs, DCNs, DCNEA e BNCC, considerando os avanços e estagnação da lei da educação que embora seja a base da construção de uma sociedade capaz de preservar o meio ambiente, ainda tem ações tímidas nessa seara. Por fim, considerou-se que a BNCC tratou a educação ambiental de forma reducionista não gerando avanços significativos, que possibilitasse uma educação mais ampla e efetiva com a superação de suas demandas. Concluiu-se por fim, que a educação ambiental é tratada como tema transversal nas escolas brasileiras, não ganhando a importância que necessita posto que o meio ambiente contempla a existência do próprio homem. Nesse sentido, deve ser tratado com relevância e especificidades, de forma que seja possível despertar nos cidadãos a consciência de que é preciso proteger o meio ambiente e, para isso é preciso que o cidadão tenha conhecimento de sua efetiva relação com a natureza e, nessa seara, que as políticas públicas tratem o tema educação ambiental com a proeminência que a matéria exige. Desse modo, não pode existir a superficialidade nas políticas públicas educativas em relação à temática ambiental.

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INSERÇÃO E INDUÇÃO À DOCÊNCIA NO MATO GROSSO: PERCEPÇÕES DE PROFESSORES INICIANTES EM NARRATIVAS

Autor: ADRIANA DOS REIS CLEMENTE

Resumo: Esta pesquisa está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu), na linha de pesquisa intitulada Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais, da Universidade Federal de Mato Grosso (MT), Câmpus de Rondonópolis. Teve-se como propósito o aprofundamento do conhecimento sobre o tema “O início da docência”, sendo sua delimitação “Os caminhos percorridos pelo professor iniciante nas escolas públicas de Rondonópolis/MT”, em especial, suas vivências em práticas de indução, ofertadas pelas redes públicas de ensino (municipal e estadual), no município de Rondonópolis. Para tanto, foi levantada a seguinte questão: como se dá o processo de indução profissional do professor da rede pública (Estadual e Municipal) de Rondonópolis/MT, na busca de conhecer os caminhos percorridos na inserção profissional dos professores iniciantes? Diante do esboço de pesquisa e problema apresentado, o objetivo geral foi compreender o processo de indução à docência, proveniente de iniciativas das redes de ensino (Estadual e Municipal), em atendimento as reais necessidades do professor iniciante, em sua inserção profissional e os desdobramentos dessas ações formativas. Neste processo, algumas questões guiaram a pesquisa: Como se dão as ações de acolhimento e indução das redes de ensino (Estadual e Municipal) na perspectiva dos professores iniciantes? As propostas das redes de ensino (Estadual e Municipal), para os professores iniciantes, têm colaborado para o desenvolvimento profissional dos participantes? Como se dá a inserção destes profissionais na carreira docente? Há troca de informações e experiências entre o professor iniciante e seus pares? A pesquisa dedicou-se ao conhecimento da entrada do professor iniciante no contexto escolar, isto é, no acolhimento; nas orientações administrativas, pedagógicas e nas relações estabelecidas com os pares, no que diz respeito às informações, a troca dos saberes, enfim as experiências vivenciadas no ambiente escolar e nas experiências que envolvem a indução docente de profissionais nos anos iniciais da Educação Básica, especialmente, nos caminhos percorridos pelos docentes, no desenvolvimento profissional que se inicia e seus desdobramentos. Os participantes deste trabalho científico têm até cinco anos de experiência. Como caminho metodológico foi adotado a Pesquisa (auto) biográfica, privilegiando a abordagem qualitativa, tendo as narrativas autobiográficas e entrevistas autobiográficas como instrumentos de coleta de dados. No resultado da análise dos dados, evidenciou-se dilemas, expectativas e desafios do início da carreira docente, tais como lidar com lançamento de dados no sistema, administrar o tempo das atividades, entre outros, bem como a importância do acompanhamento pela equipe gestora e/ou professor experiente ao professor iniciante nos primeiros contatos com a realidade escolar, o que aproxima essa pesquisa a outras tantas que focam a inserção profissional. Os dados da pesquisa revelam, também, que as ações de indução à docência realizadas pela Secretaria Municipal de Educação (SEMED) e Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer de Mato Grosso (SEDUC) em Rondonópolis/MT, são tímidas. A SEMED desenvolve ações mais pontuais para a indução do professor iniciante e a SEDUC elaborou a matriz de formação do iniciante e está desenvolvendo a política de formação. Ainda não há uma política de indução à docência, embora aja um esforço para que as ações se transformem em política pública. Os resultados indicam a necessidade de implantação de uma política de indução à docência, que atenda às necessidades formativas dos professores iniciantes como auxílio no enfrentamento dos desafios do início da carreira docente.

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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GÊNERO E DIVERSIDADE NA ESCOLA (GDE): UMA PERSPECTIVA EMANCIPADORA PELA IGUALDADE DE DIFERENÇAS

Autor: AMANDA DE OLIVEIRA SANTANA

Resumo: Este estudo tem como objetivo principal compreender os impactos da formação continuada de egressos do curso de especialização em Gênero e Diversidade na Escola (GDE), que atuam agora como docentes na rede pública e privada de ensino básico no interior do estado de Mato Grosso. O diálogo em formato de entrevista em profundidade ocorreu a partir das diretrizes teórico-metodológicas da investigação comunicativa e fundamenta-se a partir da Teoria da Ação Comunicativa, de Habermas, e do conceito de Dialogicidade, de Freire. Nelas, encontram-se elementos essenciais para o entendimento de fenômenos sociais partindo da interação horizontal e do diálogo igualitário entre os sujeitos. As entrevistas foram realizadas com dois participantes, um homem cis e uma mulher cis, ambos professores da rede pública de ensino, e aconteceram em três fases: encontro inicial para apresentação e vínculo, segundo encontro para aprofundamento das questões chaves e último para leitura da síntese. Nesta perspectiva metodológica, a síntese das informações levantadas é feita pela pesquisadora, porém, após análise as informações interpretadas, devem voltar à pessoa participante. Tal devolutiva é importante para garantir que a linguagem seja voltada para o entendimento, estabelecendo uma maior compreensão do que foi dito pelo participante. Esse processo é importante para a construção do diálogo igualitário, rompendo com a hierarquia entre pesquisador e participante. Nesse sentido, o conceito central adotado é a unidade na diversidade, versado na perspectiva freireana do termo, compreendendo que todas as pessoas possuem o direito de ter uma educação igualitária, através da diversidade, numa perspectiva de igualdade – a igualdade de diferenças. No que tange à análise dos dados, tal organização é realizada por meio duas dimensões: exclusoras e transformadoras.

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INTERCRUZANDO SABERES NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA)

Autor: ANA IARA DALLA ROSA

Resumo: Este estudo tem como temática a alfabetização e o letramento na Educação de Jovens e Adultos (EJA) e está vinculado ao Grupo de Pesquisa Alfabetização e Letramento Escolar (ALFALE), do Programa de Pós-Graduação do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Mato Grosso, linha de pesquisa “Linguagens, cultura e construção do conhecimento: perspectivas histórica e contemporânea”. Sendo assim, parte das constantes indagações sobre os desafios nos processos de aprendizagem, principalmente no que tange à alfabetização na EJA, modalidade que possui suas especificidades e desafios, comportando tanto alunos não alfabetizados como aqueles com baixo nível de escolaridade. Nesse sentido, nos é pertinente o seguinte questionamento: a história de vida do sujeito interfere na apropriação da leitura e da escrita? E ainda: Ser capaz de ler e escrever com autonomia modifica e ressignifica a pessoa? Pode parecer muito subjetivo responder a essas questões, especialmente se tratando de uma pesquisa que visa discutir temáticas atinentes à linguagem, mas o ser humano se constitui pela linguagem e, portanto, estas perguntas se somam a esta perspectiva. Assim, a presente pesquisa, realizada com uma turma de EJA pertencente à Rede Municipal de Ensino de Rondonópolis/MT, tem como objetivo geral identificar os processos de apropriação da leitura e da escrita dos alunos EJA, considerando as narrativas de vida como elementos que ressignificam essa apropriação e pretende, com os objetivos específicos, compreender quais são os elementos que impactaram numa alfabetização tardia; identificar possíveis relações entre os fatos da vida e a construção do conhecimento linguístico; e, por fim, pontuar elementos no processo de aprendizagem da própria língua que contribuam para a permanência desses alunos na EJA. É importante refletir sobre a alfabetização e o letramento desses adultos a partir de uma perspectiva sociocultural, sem preterir aspectos pessoais, pois eles podem interferir no processo de apropriação do Sistema de Escrita Alfabética (SEA), sendo determinantes na permanência ou na evasão escolar. Assim, para embasar essa discussão nos apoiamos em Freire (2016; 2018a; 2018b) e Arroyo (1991; 2011; 2017) para discutir EJA e Soares (2017a; 2017b; 2018) para falar sobre alfabetização e letramento. Inserida na abordagem qualitativa, trata-se de uma pesquisa participante. Para a coleta de dados foi utilizada a entrevista semiestruturada realizada com quatro alunos, as quais foram gravadas com o auxílio de um smartphone, cadernos individuais contendo as atividades do primeiro e do segundo semestre de 2019 e o caderno de campo da pesquisadora. Para a análise dos dados, levamos em consideração as variáveis idade e histórias de vida relatadas pelos participantes durante as entrevistas. Os resultados desta pesquisa, pautados nos itens anteriormente descritos e acrescidos das observações, dos estudos teóricos, atividades desenvolvidas pelos alunos, da escuta dos relatos de vida desse grupo e da interpretação dos fatos, por parte da pesquisadora, constituíram essa dissertação que, além de propiciar um olhar atento à EJA, possibilita ampliar as reflexões e os diálogos políticos e pedagógicos para este segmento educacional ainda tão negligenciado pelas políticas públicas educacionais.

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SENTIDOS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA ANÁLISE DA POLÍTICA A PARTIR DOS CONTEXTOS DA INFLUÊNCIA, DA PRODUÇÃO DE TEXTO E DA PRÁTICA NO ÂMBITO DO ENSINO MÉDIO INOVADOR EM RONDONÓPOLIS – MT

Autor: ANABEL BEATRIZ DE COL

Resumo: Esta pesquisa se insere no grupo de pesquisa Políticas Educacionais, que integra a linha de pesquisa Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais, do Mestrado em Educação/Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade Federal de Mato Grosso – Câmpus Universitário de Rondonópolis, e tem como objeto de estudo a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA). Seu objetivo é analisar sentidos de Educação Ambiental que circulam na Política Nacional de Educação Ambiental, a partir dos contextos da influência, da produção de texto e da prática, no âmbito do Ensino Médio Inovador no município de Rondonópolis, Mato Grosso. A opção metodológica foi pela utilização da pesquisa qualitativa com a abordagem do ciclo de políticas, proposto por Stephen J. Ball e Richard Bowe (1992). O pensamento foucaultiano foi utilizado como ferramenta analítica dos discursos dos sujeitos da pesquisa. A recolha dos dados foi realizada por meio de análise documental, de textos clássicos e artigos científicos que tratam da Educação Ambiental e sua política, além de entrevistas semiestruturadas com coordenadoras pedagógicas. A partir do material empírico observou-se que o texto da Política Nacional de Educação Ambiental é resultado de todo o percurso de constituição histórica da área de Educação Ambiental, tendo recebido influência direta das discussões da Conferência de Estocolmo, da Carta de Belgrado e da Declaração de Tbilisi, além de sua elaboração ter sido motivada pela comoção decorrente dos debates realizados durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio 92). A análise dos discursos de coordenadoras pedagógicas do Ensino Médio Inovador permitiu identificar três sentidos de Educação Ambiental em sua práxis: Educação Ambiental conservacionista/recursista, Educação Ambiental humanista e Educação Ambiental crítica (com menos ênfase). Pela voz das coordenadoras pedagógicas, constatou-se que a escola ainda reproduz as práticas educativas difundidas por ocasião da instauração e disseminação da PNEA, o que certamente impede a recriação das concepções do trabalho pedagógico e da política em si, no contexto da prática.

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PROFESSORES INICIANTES NO EXERCÍCIO DA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA EM MATO GROSSO: POR ENTRE NÓS E LAÇOS

Autor: ANDREIA CRISTIANE DE OLIVEIRA

Resumo: A presente pesquisa está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Mato Grosso – Câmpus Universitário de Rondonópolis (PPGEdu/UFMT/CUR), na linha de pesquisa Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais. Está inserida no grupo de pesquisa InvestigAção, ao qual o Observatório da Educação (OBEDUC) estava vinculado até 2017, permanecendo, no entanto, suas ações de formação até os dias de hoje, em que participam professoras iniciantes e experientes da rede pública, graduandas de Pedagogia e alunos do Mestrado em Educação PPGEdu/UFMT. Tem como objetivo investigar o professor iniciante na função de coordenador pedagógico nas redes públicas de ensino na cidade de Rondonópolis. Para tanto, apresentam-se as seguintes indagações: Que formação subsidia o professor iniciante no enfrentamento aos dilemas, desafios e expectativas que emergem da sua atuação enquanto coordenador pedagógico? Que perfil devem apresentar os coordenadores atuantes nas redes de ensino de forma a atender os desafios da função? A pesquisa está ancorada na abordagem qualitativa, e foram selecionados como participantes cinco coordenadores pedagógicos que se encontram na condição de professores iniciantes, considerando-se os primeiros cinco anos da docência, e que atuam na Educação Básica das redes municipal e estadual de Rondonópolis, município do interior do Mato Grosso. Como procedimentos e instrumentos para coleta de dados, foram adotadas a análise documental, as entrevistas narrativas e a observação dos momentos formativos dos quais participaram os coordenadores pedagógicos selecionados para a pesquisa. Como resultados, evidencia-se que o maior desafio enfrentado pelos professores iniciantes que atuam na coordenação pedagógica consiste na operacionalização das demandas institucionais oriundas das redes de ensino às quais estão vinculados, a burocratização que envolve a sua função, bem como a organização da coletividade, fundada nos aspectos relacionais. Além disso, a pesquisa demonstrou que a formação ofertada pelas redes públicas de ensino a estes coordenadores não atende suas necessidades formativas, fator evidenciado pelo distanciamento entre o diagnóstico realizado e os conteúdos da formação.

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COMUNIDADE DE PRÁTICA: NARRATIVAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DO PROFESSOR INICIANTE DOS ANOS INICIAIS NA ÁREA DE MATEMÁTICA

Autor: ANDREIA CRISTINA SANTIAGO CARVALHO

Resumo: Esta pesquisa vincula-se ao Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu), na linha de pesquisa intitulada Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais da Universidade Federal de Mato Grosso, Câmpus Rondonópolis. O objetivo geral deste estudo consiste em compreender o desenvolvimento profissional do professor iniciante dos anos iniciais formado em Licenciatura Plena em Pedagogia e que participou do curso de formação sobre o ensino de matemática ofertado pela Secretaria Municipal de Educação (SEMED), por meio do Departamento de Formação Profissional. Esta formação foi pensada em forma de Comunidade de Prática (FIORENTINI, 2013), em que os participantes assumem posturas colaborativas com o intuito de estudar e sistematizar caminhos de ensinar e aprender matemática. Desse modo, os espaços formativos são constituídos por intercâmbios de saberes, num movimento formativo em que as vozes dos professores estão presentes no diálogo e nas trocas entre os pares, de forma a estreitar os vínculos e ampliar as possibilidades das práticas pedagógicas. Dentro desta perspectiva, a pesquisa pauta-se na abordagem qualitativa, tendo como foco o processo inicial de desenvolvimento profissional de professores iniciantes que participaram da formação ofertada pela SEMED, no período de maio a julho de 2019. No primeiro semestre de 2019, a pesquisadora, que faz parte da equipe formativa do Departamento de Formação Profissional, ofertou uma formação com os professores iniciantes dos anos iniciais de 1º a 3º ano do Ensino Fundamental (com até 5 anos de docência), totalizando 30 vagas, com encontros semanais e uma carga horária de 50 horas, a fim de desenvolver uma Comunidade de Prática, mobilizando estudos e constituindo sistematizações sobre os modos de ensinar e aprender matemática. Assim, os dados foram sendo levantados nos momentos vivenciados nos encontros formativos e nos desdobramentos destes no espaço escolar por meio de narrativas autobiográficas e, sempre que possível e necessário, foram realizadas entrevistas para a complementação e o entendimento de questões que ficaram em aberto, as quais foram coletadas junto aos participantes desse processo formativo. A análise dos dados buscou identificar e expor, a partir das experiências vividas tanto no contexto escolar quanto no formativo, como o professor iniciante se constitui professor no ensino da Matemática e verificar, a partir de diferentes narrativas, como a participação na formação ofertada pela SEMED aos professores iniciantes que ensinam Matemática contribui/contribuiu para o seu desenvolvimento profissional. Entende-se que os espaços de formação propiciaram aos professores participação, reflexão e construção de conhecimentos por meio da prática da pesquisa, entendendo que ensinar e aprender são processos que ocorrem significativamente quando decorrem de uma postura investigativa do trabalho realizado em sala de aula, envolvendo um processo contínuo de problematização e deliberação no cotidiano escolar. Os dados apontam que os professores iniciantes, ao participarem da Formação Comunidade de Prática, demonstraram ter compreendido a necessidade de uma postura docente mais ativa de responsabilização por sua formação ao permitir que partilhassem experiências, repertórios e conhecimentos. De certa forma, observa-se que o sujeito vai se constituindo professor no dia a dia da sala de aula, com as expectativas e surpresas que lhe são apresentadas no decorrer do seu trabalho com os alunos.

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“É ONDE VIVEM OS BRINQUEDOS”: CONTRIBUIÇÕES DE UMA BRINQUEDOTECA UNIVERSITÁRIA DE RONDONÓPOLIS PARA A FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Autor: ANGELA LIMA BITTENCOURT

Resumo: A presente pesquisa qualitativa apresenta um estudo de caso e está vinculada ao Grupo de Pesquisa Infância, Juventude e Cultura Contemporânea (GEIJC), da linha de pesquisa Infância, Juventude e Cultura Contemporânea: direitos, políticas e diversidade, pertencente ao Programa de Pós-graduação em Educação (PPGEdu), da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), do Câmpus Universitário de Rondonópolis (CUR), Mato Grosso (MT). Tem como principal objetivo compreender como a brinquedoteca da UFMT/CUR (Laboratório Especial de Ludicidade/Brinquedoteca Profa. Dra. Soraiha Miranda de Lima) contribui para o processo de formação docente dos acadêmicos de Pedagogia. O brincar é, para as crianças, o vínculo primordial que estabelecem entre seu mundo interior e o mundo exterior. É a maneira que elas têm de experimentar, interpretar e expressar, em um movimento de fora para dentro, os significados do mundo, criando seu próprio mundo, seu próprio ser. Mesmo com estudos que apontam a importância do brincar e seu papel formador, são raros os espaços práticos dentro das universidades de ensino superior no Brasil voltados para essa prática pedagógica. Por isso justifica-se o estudo sobre uma brinquedoteca universitária na UFMT de Rondonópolis. Metodologicamente, utilizou-se três instrumentos de coleta de dados: 1) Análise dos diários de campo do Projeto Laboratório Especial de Ludicidade/Brinquedoteca Profa. Dra. Soraiha Miranda de Lima dos anos de 2016, 2017 e 2018; 2) Entrevista semiestruturada com dois professores fundadores da Brinquedoteca e cinco estudantes e/ou egressos do curso de Pedagogia e que participaram ou participam da Brinquedoteca; 3) Observação participante da própria pesquisadora. Paralelamente a esses procedimentos metodológicos, fez-se um estudo bibliográfico sobre os fundamentos da educação, buscando: as contribuições dos estudos antropológicos sobre cultura de Cohn (2000, 2013), Friedmann (1992, 2014, 2015), Willms (2013); as reflexões filosóficas e epistemológicas de Walter Benjamin (1997, 2002) sobre uma infância emancipatória; o olhar da abordagem Histórico Cultural em Vigotski (2001), sobre interação social, regras, linguagem; e os estudos da Sociologia da Infância de Corsaro (2011) e Sarmento (1997) sobre agência, cultura de pares, autonomia e criança como produtora e transformadora de cultura. Como esses aspectos se ancoraram sobre educação, a Pedagogia e a formação de professores fundamentam-se em Contreras (2016), Flores (2015), Gusdorf (2003) e Larrossa (2014). Este estudo afirma a presença da brinquedoteca na universidade como uma iniciativa vinculada ao direito de brincar e ao comprometimento com a formação docente voltada à cultura lúdica e apoiada pelo tripé ensino, pesquisa e extensão, também possibilita uma experiência que levará o acadêmicos para um processo de significação e produção de sentido.

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FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES PARA AS PRÁTICAS DE LÍNGUA INGLESA: UMA PROPOSTA ITINERANTE

Autor: ANTONIO MARCOS DA CRUZ LIMA

Resumo: A presente pesquisa faz parte do Programa de Pós-Graduação em Educação do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Mato Grosso – Câmpus Universitário de Rondonópolis (PPGEdu/ICHS/UFMT/CUR), na linha de pesquisa Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais, e integra-se ao Grupo de Pesquisa InvestigAção, ao qual o Observatório da Educação (OBEDUC) esteve vinculado até 2017, permanecendo, assim, suas ações formativas, nas quais participam professoras iniciantes e experientes da rede pública, graduandas de Pedagogia e alunos do Mestrado em Educação PPGEdu/UFMT. O presente estudo investiga a respeito da inserção da Língua Inglesa (LI) para crianças nos anos iniciais do Ensino Fundamental, especificamente, no segundo ciclo (4º e 5º anos). A inquietação se instaura no que tange ao conhecimento do professor que leciona esse conteúdo nas escolas municipais de Rondonópolis/MT, visto que é o professor unidocente que ensina esta disciplina sem, contudo, receber a formação do referido idioma enquanto graduando de Pedagogia. Assim, ter como atribuição da docência a prática da língua inglesa para crianças consiste, para ele, em um grande desafio, gerando ansiedade e apreensão. A presente investigação origina-se de uma pesquisa recente, concluída e socializada no ano de 2018, no entanto, diferencia-se daquela em seu formato. Nesse sentido, o objetivo desta pesquisa é investigar se a itinerância na oferta da LI, propiciada aos professores no próprio ambiente de ensino, favorece, além de uma aprendizagem significativa, a permanência ao longo do referido minicurso. A metodologia é qualitativa e insere-se no tipo de pesquisa-formação. Para a coleta de dados, utilizou-se a entrevista semiestruturada e os relatos do diário de campo das professoras participantes e do pesquisador. Também se fez uso de análise documental de documentos oficiais referentes à inclusão da LI no currículo nos anos iniciais do Ensino Fundamental, bem como a formação de professores do referido idioma em Rondonópolis. Os resultados apontam que ao ofertar o curso na escola onde as participantes exercem sua profissionalidade, faz com que o engajamento e a aprendizagem sejam mais eficazes, pois todas estão no mesmo nível linguístico e compartilham dos mesmos desafios e sentimentos ao lidar com a LI.

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PSICOLOGIA PRETA E AFETOS: EDUCAÇÃO E INFÂNCIA EM AFROPERSPECTIVA

Autor: ARIANE DA SILVA

Resumo: A problemática do racismo na sociedade brasileira se desvela como um problema estrutural que acomete todos os setores sociais, inclusive, o sistema educacional. A população estudantil que enfrenta os maiores índices de evasão e de baixo rendimento escolar é composta majoritariamente por afrodescendentes. Práticas de supressão dos povos oprimidos, negros e indígenas, no período colonial são heranças que culminam no cenário de desigualdades educacionais e sociais da atualidade, pois além da evasão escolar, os números de letalidade entre jovens negros apresentam números alarmantes. A promulgação da Lei nº 10.639/2003, que versa sobre as diretrizes curriculares para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana, e da Lei 11.645/2008, que altera as Diretrizes e Bases da Educação Nacional para a inclusão da obrigatoriedade da temática “História e cultura afro-brasileira e indígena” no currículo oficial da rede de ensino, são expressões de uma política que visa reduzir a desigualdade racial pela transformação do ensino em suas bases curriculares. A partir dessas evidências, questiono se as relações afetivas interpessoais interferem na manutenção do racismo escolar entre e contra crianças negras. Para tanto, a metodologia abordada nesta dissertação perpassa a Narrativa Afrocêntrica que visa compreender a ontologia do negro no território brasileiro desde sua ancestralidade africana pré-colonial até a atualidade, através de uma análise bibliográfica que passa pela tríade: psicologia, educação e racismo. As análises indicam que as crianças negras podem ser tratadas a partir de sua cosmogonia, que é também da ordem da sensibilidade e não apenas da racionalização. A dimensão da cura contra o auto-ódio está na dimensão das relações humanas. Esta dissertação sustenta a proposição de que o afeto em afroperspectiva é um caminho da pedagogia do sensível, tendo como horizonte ético a Mapenzi Huponya, que visa pensar a restauração comunitária do povo negro pela restauração do amor.

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ENTRE LIVROS, LEITURA E BIBLIOTECA: A INTER-RELAÇÃO COM O PLANEJAMENTO INSTITUCIONAL

Autor: AURA SANTANA CAMPOS SILVA

Resumo: A Biblioteca Universitária é um espaço essencial no processo de formação acadêmica, contribuindo para o crescimento pessoal e profissional dos alunos e inserindo-os no universo do ensino e da pesquisa. Assim, partindo do princípio de que a leitura é fundamental para a formação acadêmica, e a biblioteca se constitui por excelência como um espaço propício a essa prática, pretende-se com esta pesquisa contribuir para o debate acerca do planejamento utilizado na definição de recursos públicos investidos na aquisição do acervo bibliográfico. Esta pesquisa está vinculada ao Grupo de Pesquisa Alfabetização e Letramento Escolar (ALFALE), do Programa de Pós-Graduação em Educação, do Instituto de Ciências Humanas e Sociais, da Universidade Federal de Mato Grosso – Câmpus Universitário de Rondonópolis (PPGEdu/CUR/UFMT), na linha de pesquisa Linguagens, Cultura e Construção de Conhecimento: perspectivas histórica e contemporânea. Para delinear esta pesquisa, formulou-se a seguinte questão: Há uma relação entre as demandas dos cursos do Câmpus Universitário de Rondonópolis (CUR) na aquisição de obras para compor o acervo da Biblioteca Regional e o correspondente uso por parte dos acadêmicos? O objetivo principal foi analisar a relação entre demanda, aquisição e empréstimo das obras que compõem o acervo da Biblioteca Regional do Câmpus Universitário de Rondonópolis. Para tanto, foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos: 1) verificar os critérios para aquisição e atualização do acervo, considerando as políticas adotadas, o orçamento, o planejamento para aquisição e manutenção de obras para a Biblioteca Regional do Câmpus Universitário de Rondonópolis; 2) relacionar o quantitativo e o custo do acervo adquirido no período de 2014 a 2018; 3) verificar o fluxo de empréstimo dos títulos adquiridos no período de 2014 a 2018. Diante dos objetivos propostos, optou-se por utilizar as abordagens qualitativa e quantitativa, integrando-as no momento da interpretação dos dados, além disso, foi empregada a pesquisa do tipo analítico-descritiva. Trata-se de um estudo de caso, com foco na Biblioteca Regional do Câmpus Universitário de Rondonópolis, realizado a partir da análise dos relatórios fornecidos pela Biblioteca Regional (BR) e por meio de entrevista com a supervisora da biblioteca. Os dados revelaram que no período analisado o investimento na BR ultrapassou o valor de um milhão de reais. No entanto, apesar de ter à disposição um acervo bibliográfico considerável, a média de empréstimos é pouco expressiva. Sendo assim, fica evidente a necessidade de adotar estratégias para que a BR desempenhe com eficiência o seu papel no suporte aos usuários. Nessa perspectiva, o planejamento se torna uma ferramenta indispensável para que os gestores identifiquem os pontos fracos e fortes da instituição e, a partir desse diagnóstico, tracem metas, redefinam estratégias e desenvolvam ações, visando o constante aperfeiçoamento na gestão dos recursos recebidos, de forma que sejam contempladas as necessidades básicas das atividades de ensino, pesquisa e extensão.

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EDUCAÇÃO E REPRESENTAÇÃO NA SITCOM EVERYBODY HATES CRHIS (2005 – 2009)

Autor: BRUNA LORENY DE OLIVEIRA

Resumo: A presente pesquisa tem o objetivo de analisar as representações femininas com foco na mulher negra e nas relações de gênero, na sitcom (situation comedy) Everybody Hates Chris (Todo Mundo Odeia o Chris). Para tal análise, partiremos do campo teórico dos Estudos Culturais com Douglas Kellner (2001) e das pedagogias culturais, um campo importante da educação, problematizadas por Henry Giroux (1995) e César Larcen (2013). Segundo esses autores, os produtos midiáticos são “pedagogizantes” e possuem um papel importante na conjuntura social, dando-nos material que ajuda a forjar nossas identidades enquanto gênero, sexo, classe, raça e etc. Muitas vezes trazem discursos conservadores, usando a comédia que, como qualquer outro discurso, não está livre dos discursos vigentes na sociedade, por isso, pensaremos a respeito do termo “politicamente correto” e do limite do humor como reprodutor de discursos. Para tal análise, discutiremos com Minois (2003) e Berman (1992). Ainda para a análise, estabeleceremos uma discussão com Angela Davis (2013) e Mall Neto (2010) que pontuam importantes dados sobre o contexto histórico, social e cultural das mulheres negras nos Estados Unidos, para que possamos discutir sobre as representações que recebem. Além disso, usamos como metodologia a linguagem cinematográfica e a estrutura de sitcom, de Ferreira (2018), Sedita (2006), Sander (2005) e Turner (1997). Temos como hipótese a ideia de que o humor, assim como qualquer outra mídia, pode contribuir com a quebra de estereótipos construídos por questões histórico-sociais, como, também, reforçá-las.

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JUVENTUDE, TEATRO E EDUCAÇÃO: UM OLHAR A PARTIR DA AFROPERSPECTIVA

Autor: CAMILA MARIA SANTOS DE PINHO

Resumo: A presente pesquisa trata do desenvolvimento e formação de jovens negros e tem como foco os desdobramentos de sua construção identitária na atual sociedade. O objetivo geral é compreender os processos autoformativos de jovens negros que estão engajados com o teatro, atuando, ministrando cursos e mediando outros espaços de formação como processo de educação. A justificativa deste trabalho parte da emergência em compreender contribuições das narrativas de jovens atores negros e como seu trabalho contribui para a discussão da relação entre educação e o debate racial. Investigam-se os entrelaçamentos entre arte, juventude, identidade e educação, e também a projeção de si por meio da materialidade estética como um conjunto de afirmações que possibilita outras alternativas aos jovens na construção de suas subjetividades e, por conseguinte, de sua politização. O referencial teórico da pesquisa pauta-se na afroperspectiva de Renato Noguera (2010, 2012, 2014 e 2019), que sustenta o conceito de educação pluriversal, orientando a busca por outras epistemologias que contemplem a formação desses jovens. Para compreender as defasagens que as populações negras enfrentam na sua autoformação, dialoga-se com Aparecida Carneiro (2005) sobre o conceito de epistemicídio. Também as reflexões de Abdias do Nascimento (1961, 2004 e 2017) colabora para a compreensão desse cenário de genocídio brasileiro, e assim nos ajuda a sustentar a argumentação da urgência em trazer o conhecimento africano e indígena para a sala de aula e para os campos de construção coletiva. Expoentes dos estudos africanos como Marimba Ani (1994) e Wade Nobles (2009) contribuem aqui para discutirmos o conceito de descarrilamento psicológico nesse cenário de maafa e genocídio, tensionando o debate a respeito da concepção de desenvolvimento e juventude empregada na educação. Trata-se de uma pesquisa do tipo qualitativa em que foi utilizada a entrevista pessoal como instrumento da coleta de dados, tendo sido entrevistados dois jovens negros, atores e estudantes da Escola de Teatro Municipal da cidade de Primavera do Leste – MT. Por fim, constatou-se que, no ambiente escolar, a ausência de referências negras positivas, de figuras de sucesso e de afirmação africana, constrói um cenário, tanto na escola como em outros espaços coletivos, que afeta a constituição dos jovens enquanto sujeitos. Em consequência disso, mobiliza um silêncio que propaga violências subjetivas, físicas e psicológicas. E a partir das entrevistas concluiu-se que esses jovens encontram em espaços como o teatro, a possibilidade de potencializar uma subjetivação que quebra com o ciclo de auto-ódio e de não reconhecimento de si. Apesar de o teatro ainda ser um espaço que está dentro desse ciclo de epistemicídio, a prerrogativa de poder construir uma outra relação com o corpo, de dialogar com o diferente e poder se autoafirmar enquanto homem negro e ter uma perspectiva positiva a respeito de si, é um avanço em contraposição a outros locais – como a escola – que ignora o racismo enquanto violência e, por sua vez, silencia esses corpos, contribuindo para elevar o índice de evasão escolar dos mesmos.

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A PRÁTICA PEDAGÓGICA DO/A PROFESSOR/A DE MATEMÁTICA: AS CONCEPÇÕES DOS/AS PROFESSORES/AS DO NONO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DA REDE PÚBLICA ESTADUAL NA CIDADE DE PRIMAVERA DO LESTE-MT

Autor: CASSIO JOAO LOURENCO DOS REIS

Resumo: A presente pesquisa encontra-se vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação, (PPGEdu/CUR/UFMT), na linha de Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais e possui como objeto de estudo a prática pedagógica do Professor de Matemática no 9º ano do Ensino Fundamental público em Primavera do Leste – MT. A relevância principal desta investigação está no fato dela contribuir para os estudos inerentes ao fazer docente dos professores e professoras da área de Matemática. Sendo assim, o problema norteador desta investigação é: qual a concepção que o Professor de Matemática possui em relação a sua prática pedagógica no espaço de sala de aula? O objetivo geral da pesquisa consiste em compreender as concepções dos professores e professoras de Matemática em relação a sua prática pedagógica no espaço da sala de aula. Com base no objetivo geral, têm-se os seguintes objetivos específicos: investigar como o professor avalia a sua prática pedagógica no espaço escolar; verificar como o professor desenvolve sua prática pedagógica; analisar a concepção de Matemática que orienta a prática pedagógica do professor em sala de aula e; refletir sobre os desafios do professor para ensinar Matemática no 9º ano do Ensino Fundamental. A pesquisa é delineada pela abordagem qualitativa, alicerçada na perspectiva dialética à teoria educacional de Paulo Freire. Para o levantamento de dados, foram utilizadas a análise documental, a entrevista semiestruturada e a observação in loco da aula. O principal referencial teórico e metodológico utilizado foi Freire (2019; 2019a; 2018; 2009; 2008; 1995; 1991; 1979 1979a); além de outros autores que coadunam com Freire, tais como Carvalho (2019; 2012; 2010; 2005) Franco (2016; 2012; 2008); Gadotti (1997; 2001); Imbernón (2010; 2009); Paro (2008), dentre outros; além de autores que trazem a perspectiva do ensino da Matemática, neste viés, como: Bitencourt (2017); Diniz (2001); D’Ambrósio (2010; 2005; 2002); e Fiorentini (2003; 1995). O desenvolvimento da pesquisa se constituiu em compreender qual a concepção de prática pedagógica que os professores possuem, além dos desafios e possibilidades para o ensino de Matemática com viés emancipador do sujeito. O delineamento da pesquisa inicialmente se estruturou em organizá-la teórica e metodologicamente, posteriormente foi realizada a coleta de dados em três eixos estruturantes, sendo eles: análise documental, entrevista semiestruturada e observação da aula dos professores. A principal dificuldade no processo de sistematização teórica dos dados coletados se deu por conta da pouca compreensão ou equívocos teóricos da função da instituição de ensino, muito disso deve-se as condições de trabalho impostas aos docentes da Educação Básica nos dias de hoje. Outros fatores que devem serem notados diz respeito a devida importância atribuída aos conceitos ligados a pedagogia, como elementos importantes no ensino de Matemática, sobretudo no aspecto da ausência destes conceitos na formação inicial dos professores de Matemática. Os resultados desta pesquisa apontaram para a necessidade de melhor compreender a intencionalidade da escola pública que por conta das condições de trabalho dos docentes, os mesmos acabam preocupando com elementos burocratizantes do ensino do que com sua prática pedagógica.

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AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: SIGNIFICADOS PROPOSTOS EM POLÍTICAS EDUCACIONAIS E SUAS INTERPRETAÇÕES NO CONTEXTO DA PRÁTICA

Autor: DINEUZA CONCEICAO DE SOUZA SILVA

Resumo: Esta dissertação de mestrado é resultado de pesquisa vinculada à linha de pesquisa Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais, do Programa de Pós-Graduação em Educação do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Mato Grosso (PPGEdu/ICHS/UFMT). O objetivo geral da pesquisa é analisar os significados da avaliação na Educação Infantil propostos em documentos nacionais e municipal, e as suas (re)interpretações nos discursos de profissionais docentes em dois Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI) de Rondonópolis, Mato Grosso. A empiria foi composta por documentos federais assinados pelo Ministério da Educação (MEC), Conselho Nacional de Educação (CNE) e, no âmbito municipal, pela Secretaria Municipal de Educação (SEMED), e, ainda, por entrevistas com 05 (cinco) professoras que atuam em dois CMEI em Rondonópolis-MT. Para nortear os procedimentos da pesquisa, a opção foi pela abordagem qualitativa, com base metodológica no Ciclo de Políticas, proposto por Stephen Ball e Richard Bowe (1992). O levantamento de dados incluiu a análise documental e entrevistas semiestruturadas. As análises dos discursos foram realizadas com base nos estudos de Michel Foucault. Nos contextos da influência e produção de texto as análises demonstraram que as políticas educacionais foram elaboradas em um cenário de avanços do neoliberalismo, sendo marcadas por influências internacionais, movimentos privatistas e também pela luta de organizações sociais representadas por famílias e profissionais da educação. Observou-se que os significados e sentidos de avaliação na Educação Infantil propostos nos documentos analisados dialogam com os estudos teóricos da avaliação na visão construtivista/interacionista, ou construtiva respondente, que concebe a avaliação como processo contínuo, participativo e democrático. Nas reinterpretações das docentes, no contexto da prática, as análises permitiram constatar que, de modo predominante, a avaliação é significada como observação do desenvolvimento da criança e reflexão sobre a prática pedagógica. Os discursos revelam que as principais dificuldades encontradas no processo de avaliação estão relacionadas aos registros, sendo a escrita de relatórios apontada pela maioria das docentes como o maior desafio. As falas das entrevistadas apontam a necessidade de mais estudos e debates coletivos sobre a avaliação nos espaços de formação continuada.

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PRODUÇÃO TEXTUAL DE CRIANÇAS DO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL A PARTIR DO TRABALHO COM GÊNEROS TEXTUAIS

Autor: ELAINE BORGES RODRIGUES

Resumo: Este estudo está vinculado ao Grupo de Pesquisa Alfabetização e Letramento Escolar (ALFALE), do Programa de Pós-Graduação em Educação, do Instituto de Ciências Humanas e Sociais, da Universidade Federal de Mato Grosso, Câmpus Universitário de Rondonópolis, (PPGEdu/ICHS/UFMT/CUR), na linha de pesquisa: Linguagens, Cultura e Construção de Conhecimento: perspectiva histórica e contemporânea. O tema em discussão se volta às questões do trabalho com os gêneros textuais carta, fábula e poema como proposta didático-pedagógica para o domínio da escrita. Essa investigação foi desenvolvida numa sala de 3º ano do 1º ciclo do Ensino Fundamental, com 18 crianças, na faixa etária dos 8 anos de idade, na Escola Municipal Dulce Meiry Silva Sabini, localizada na zona periférica da cidade de Pedra Preta – MT, e consiste numa pesquisa do tipo qualitativa. A coleta de dados se deu pela observação participante, que nos permitiu desenvolver atividades guiadas por um planejamento e, assim, obter material para a análise documental. Considerando que as crianças aprendem a ler e a escrever por meio de práticas que envolvem a leitura e a escrita, propriamente, propomos um trabalho com gêneros textuais que, além de permitir o conhecimento de seus elementos essenciais, possibilite a produção de textos compreensíveis ao interlocutor. As questões que nortearam esta pesquisa foram: É possível identificar evoluções na produção textual dos alunos por meio do trabalho com os gêneros textuais carta pessoal, fábula e poema? As produções demonstram apreensão dos elementos essenciais do gênero? O ensino de gêneros textuais possibilita a produção textual? Os alunos conseguem produzir escritas coerentes que possuam sentido para o leitor? A partir disso, nosso objetivo consistiu em analisar quais são as implicações do trabalho com os gêneros textuais carta pessoal, fábula e poema como estratégia à produção textual de crianças do 3º ano do Ensino Fundamental. Os objetivos específicos visaram a: 1. Analisar, pela apresentação e pela organização textual das produções iniciais e finais das crianças se houve apreensão dos elementos essenciais dos gêneros estudados; e 2. Perceber a presença de coerência nas produções dos gêneros textuais, considerando a importância de uma escrita que permita ao leitor inferir sentido ao texto. É importante ressaltar que os gêneros textuais selecionados para o desenvolvimento da proposta foram escolhidos a partir daqueles disponíveis do livro didático Ápis de Língua Portuguesa (2017/2019), utilizado na unidade escolar que se constituiu lócus desta pesquisa. O percurso do trabalho com gêneros textuais nas salas de alfabetização tem nos revelado a possibilidade de ampliar o olhar das crianças para esses textos, de modo a contribuir na sua compreensão quanto à forma e à estrutura, bem como facilitar a produção de enunciados compreensíveis e que sugerem uma interlocução. Nesse sentido, os aportes teóricos que constituem esta discussão estão apoiados na concepção de texto como uma unidade de sentido, que é produzida por um interlocutor quando pretende estabelecer uma comunicação, como postulam os autores Marcuschi (2008), Kleiman (1996, 2016), Rojo (2009). Amparamo-nos também nas discussões do percursor Bakhtin (2011) sobre o enunciado como uma unidade real de comunicação, que se manifesta por meio dos gêneros do discurso. Partindo desses pressupostos, compreendemos que o ensino da língua nos anos iniciais deve considerar o trabalho com a produção de textos a partir dos gêneros textuais, de forma a permitir que as crianças desenvolvam atividades comunicativas por meio da língua escrita.

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SENTIDOS DE EDUCAÇÃO E EDUCAÇÃO MATEMÁTICA EM DISPUTA NA POLÍTICA CURRICULAR EM MATO GROSSO: OS PROFESSORES DE MATEMÁTICA E SEUS DISCURSOS

Autor: EUDES ARRAIS GOIS

Resumo: Esta pesquisa tem como tema a política curricular para a matemática e parte da problematização da racionalidade prescritiva em curso no cenário educacional, especificamente na rede estadual de educação de Mato Grosso. O contexto de interesse da pesquisa tem sua constituição histórica marcada pelo reformismo que assiste o Brasil na década de 90. Dado ao crescente controle curricular da escola via tentativa de uniformização do conhecimento a ser ensinado-aprendido, uma série de questões se tornam importantes: como são significados termos centrais da política para o ensino da matemática nas escolas? Como a centralização curricular é interpretada pelos professores? Como se dá a produção curricular em Matemática, minha área de atuação como professor do ensino fundamental na rede estadual de educação? Que sentidos de educação e de currículo são produzidos no espaço escolar neste processo? De tal forma, esta pesquisa se orienta pela seguinte questão: como tem se dado a produção curricular em um contexto de amplificação da prescrição curricular? Ante o exposto, o objetivo deste estudo é entender como tem se dado a produção curricular em matemática nos anos finais do ensino fundamental em um contexto de amplificação da prescrição. Para a sua realização, dispus dos seguintes objetivos específicos: 1. Investigar sentidos de currículo entre os professores de Matemática que atuam em escolas da rede estadual de ensino; 2. Caracterizar dimensões do trabalho educativo de professores de matemática não considerados pela política oficial; 3. Discutir as implicações de se produzir política curricular em matemática na escola num contexto de prescrição. A metodologia da pesquisa está ancorada na autobiografia, considerando a perspectiva do sujeito como relacional (MILLER; MACEDO, 2018) bem como uma teorização pautada na compreensão do currículo como uma prática cultural. Assim, a pesquisa assume a perspectiva pós-estrutural de currículo, ancorada em pesquisadoras como Elizabeth Macedo e Alice Casimiro Lopes, que discutem currículo como prática discursiva, apoiadas em Ernesto Laclau e Chantal Mouffe. Para a discussão sobre a Educação Matemática, trago como base teórica D’Ambrósio, Fiorentini e Lorenzato, Ortigão, Bicudo e Borba, David e Moreira, Valente, autores reconhecidos na produção na área. Em relação à empiria, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 04 (quatro) professores que atuam em diferentes escolas da rede estadual de educação de Rondonópolis (MT), tendo como instrumento um questionário semiestruturado; a pesquisa também se ampara na análise documental de textos curriculares produzidos no estado de Mato Grosso. Com relação às análises, a empiria da pesquisa, considero importante destacar que a prescrição curricular desconsidera a escola como lugar do político e da política e, por isso, a centralização curricular não é interessante do ponto de vista da melhoria da qualidade da educação na escola, como tem sido comumente defendido pelos reformadores educacionais. Ao pôr em tensão tais discussões no campo curricular, assumo o currículo como um texto, uma prática de significação, que o currículo é parte integrante da vida escolar, mas também é produzido por uma série de intervenientes externos.

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A PEDAGOGIA CULTURAL NA OBRA DE AS BAHIAS E A COZINHA MINEIRA: MÚSICA E TRANSEXUALIDADE CONSTRUINDO NOVAS VISÕES DE MUNDO.

Autor: EZEQUIEL DA CRUZ MACHADO

Resumo: A educação na perspectiva de Carlos Rodrigues Brandão (2007) extrapola o espaço escolar e se estende para outras dimensões da vida, como as formas de ser e viver. Para ele existe a “educação de cada categoria de sujeitos de um povo; ela existe em cada povo, ou entre povos que se encontram” (BRANDÃO, 2007, p. 12). É nessa perspectiva que objetivamos nessa pesquisa refletir sobre o papel ocupado pelas artistas transexuais Raquel Virgínia e Assucena Assucena, vocalistas da banda As Bahias e a Cozinha Mineira, com vistas a compreender como algumas de suas músicas possibilitam perceber uma Pedagogia Cultural a partir da obra de arte. O conhecimento pedagógico cultural está intrinsicamente ligado ao cotidiano das informações instantâneas que as tecnologias nos proporcionam na contemporaneidade. A Pedagogia Cultural nas mídias gera aprendizados, transforma identidades e subjetividades. Nesse processo as mídias exercem grande importância e influência, se tornando meio de conhecimento e aprendizagem entre as mais diversas faixas etárias, com maior incidência na infância e na juventude. Alguns embates gerados na sociedade e nas mídias são referentes às questões de gênero e sexualidade. Acerca destes temas surge nas diversas plataformas midiáticas e com mais ênfase nas redes sociais e plataformas audiovisuais uma nova geração de artistas dispostos e empenhados na luta pela equidade de gênero. É possível notar uma grande repercussão desses novos artistas nas mídias, debatendo e elucidando assuntos referentes às performances de gênero e dando visibilidade à personagens antes ocultadas nas sombras da sociedade. Metodologicamente, o trabalho se baseia no campo dos estudos culturais, principalmente nas mídias e suas relações com as identidades sociais, subjetividades e relações de poder na perspectiva da diferença. Assim, o método adotado é a busca do significado “produzido na linguagem, na narrativa ou em outros tipos de sistema de significação” (JOHNSON, 2006. p. 42). Partindo dos estudos culturais privilegiaremos a análise da letra de quatro canções inseridas no repertório de As Bahias e a Cozinha Mineira, além de uma reflexão sobre a maneira como as artistas se colocam publicamente enquanto mulheres transexuais. Nosso diálogo mais próximo se dá com os Estudos Culturais, na busca por compreender e refletir sobre a obra de arte como possibilidade de produção de sentidos que influenciam a vida e produz impactos no processo educacional.

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A DISCIPLINA DE HISTÓRIA NO ÂMBITO DO PROGRAMA ENSINO MÉDIO INOVADOR: SIGNIFICADOS, CONTEXTOS DA INFLUÊNCIA, DA PRODUÇÃO DE TEXTO E DA PRÁTICA

Autor: FABIANA RODRIGUES NEVES DE SOUZA

Resumo: Esta pesquisa vincula-se ao Grupo de Pesquisa Políticas Públicas Educacionais, do Programa de Pós-Graduação em Educação, do Instituto de Ciências Humanas e Sociais, da Universidade Federal de Rondonópolis, na linha de pesquisa “Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais”. O tema central do presente estudo é a disciplina de História no âmbito do Programa Ensino Médio Inovador (ProEMI), tendo como objetivo geral analisar a interpretação e o significado da disciplina de História que compõe a política do ProEMI nos contextos da influência, da produção e da prática. Assim, pensar em políticas educacionais para o Ensino Médio a partir das contribuições de Ball (2014); Ball, Maguire e Braun (2016); Mainardes (2006); Kuenzer (1988) e Silva (2016), mostrou-se uma possibilidade interessante para o trabalho com este nível de ensino. A presente pesquisa contou, ao todo, com a participação de cinco sujeitos, sendo quatro docentes de História da Escola Estadual Major Otávio Pitaluga (EEMOP) e um membro da equipe gestora da escola, localizada na região central de Rondonópolis, Mato Grosso. O processo de investigação orientou-se por uma perspectiva metodológica qualitativa, fundamentada no método ciclo de políticas de Stephen Ball e Richard Bowe, e utilizou como instrumentos a coleta de dados por meio de entrevistas, análise documental e bibliográfica. A pesquisa mostrou-se importante, pois possibilitou a compreensão acerca das influências e tendências presentes na política do ProEMI, bem como, permitiu analisar como esta política foi interpretada e significada no âmbito da prática. Assim sendo, ressalta-se que, embora tal política, ao ser estabelecida na EEMOP, tenha se constituído como instrumento para planejamento das ações docentes, deixou de fora a disciplina de História, considerada fundamental para a formação integral dos alunos. Entretanto, as entrevistas demonstraram, sob a ótica desta pesquisadora que, os docentes desta disciplina, a partir de suas subjetividades, fizeram uma releitura e deram nova interpretação à política do ProEMI, de modo que conseguiram inserir a História nas propostas pedagógicas a serem desenvolvidas na escola.

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NEGRO DRAMA: REFLEXÕES SOBRE O IMPACTO DO RACISMO AMBIENTAL NO GENOCÍDIO DE JOVENS NEGROS EM RONDONÓPOLIS-MT

Autor: FELIPE BARBOSA TEIXEIRA

Resumo: O trabalho apresenta uma discussão sobre o racismo ambiental e seu impacto sobre a juventude negra de Rondonópolis-MT por meio de revisões bibliográficas de obras acerca do racismo no Brasil, de documentação pública on-line e de arquivos físicos municipais sobre as políticas dispensadas à população negra em Rondonópolis-MT. A pesquisa que sustenta esta dissertação partiu de um diálogo com autores sobre a temática em questão, da observação e análise dados estatísticos, documentos de domínio público, que se ocupam de pensar, entre outras coisas, a temática do racismo ambiental. A Branquitude tem como principal estratégia a culpabilização do negro por sua própria situação, uma vez que sendo o branco privilegiado, por não carregar o estigma da cor e nem o fardo da desestruturação social, o mesmo se isenta da responsabilidade sobre os problemas raciais. Em Rondonópolis-MT, dados estatísticos demonstram que, estudantes negros, apresentam uma taxa de evasão escolar duas vezes e meia maior que os jovens brancos, sendo ainda o principal grupo a sofrer com as altas taxas de desemprego e desocupação da cidade. Dialogando com as obras de Abdias do Nascimento, Sueli Carneiro, Gevanilda Santos, Achille Mbembe entre outros autores, ficou evidenciado que o genocídio de jovens negros não é uma realidade apenas local, mas sim uma política contínua, em andamento. Por outro lado, constatamos que há uma relação evidente entre a desescolarização dos jovens negros, o desemprego estrutural e a depauperação por hiperespecialização da mão de obra, resultante da alocação de pessoas negras em periferias desestruturadas, não preparadas para o recebimento e acomodação de pessoas. Ficou evidenciado que não há tratativas interessadas em solucionar o problema do negro, em combater situações características do racismo ambiental em Rondonópolis-MT, ficando demarcado que as relações de poder tolhem o negro de seus direitos mais básicos, criminalizando-o pela situação de pobreza em que vive, ainda que a mesma tenha sido planejada por um Estado e de elite branca que insiste em não reconhecer seus privilégios.

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O IMPACTO DAS OFICINAS DE ESTRATÉGIAS DE LEITURA NA MOTIVAÇÃO PARA O EMPRÉSTIMO DE OBRAS DA BIBLIOTECA REGIONAL DA UFMT

Autor: GEISIANE DIAS DE SANTANA

Resumo: A presente pesquisa vincula-se à linha “Linguagens, cultura e construção de conhecimento: perspectivas histórica e contemporânea” e ao grupo de pesquisa “Alfabetização e Letramento Escolar (ALFALE)”, do Programa de Pós-Graduação em Educação do Câmpus Universitário de Rondonópolis, Universidade Federal de Mato Grosso (PPGEdu/CUR/UFMT). O tema desta pesquisa são os atos de leitura dos acadêmicos da Universidade Federal de Mato Grosso, com ênfase nas frequências de empréstimos de obras na Biblioteca Regional do Câmpus. No decorrer do curso escolhido, o acadêmico por meio dos recursos oferecidos pela instituição, precisa buscar alternativas que possam auxiliar na melhor compreensão dos textos técnicos da graduação, afinal, eles exigem um nível mais elevado de proficiência leitora. Diante do exposto, a questão norteadora desta investigação foi: Quais os impactos das Oficinas de Estratégias de Leitura na motivação para o empréstimo de obras da Biblioteca Regional do Câmpus Universitário de Rondonópolis? O estudo tem como objetivo compreender o impacto das Oficinas de Estratégias de Leitura na motivação para o empréstimo de obras da Biblioteca Regional do Câmpus Universitário de Rondonópolis. Visando alcançar o objetivo principal, se fez necessário: a) Identificar o perfil de leitura e escrita dos usuários da Biblioteca; b) Mapear os hábitos de empréstimo e consulta do acervo dos colaboradores da pesquisa. Por meio dos objetivos, definiu-se a natureza desta pesquisa como sendo explicativa, de caráter experimental, com delineamento de levantamento e o tratamento de dados, por meio da abordagem qualitativa. Para tal, foram realizadas atividades de estudos organizadas e denominadas por “Oficinas de Estratégias de Leitura para Estudantes do Ensino Superior”. O público foi composto por 25 acadêmicos, sendo 11 estudantes de Letras-Português e 14 de Pedagogia. Dentre eles, foram selecionados oito participantes, considerando que responderam afirmativamente às duas questões voltadas a mensurar o impacto das oficinas na motivação de empréstimo de obras da Biblioteca Regional da UFMT. De modo geral, os dados indicaram que ações que extrapolam o âmbito da própria Biblioteca são importantes para despertar o acadêmico para o uso desse espaço de leitura, mas não bastam, visto que ações conjuntas devem ser propostas, entre os cursos e a Biblioteca, de modo a propiciar o diálogo entre ambos, enriquecendo-os mutuamente.

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PLANO DE AÇÕES ARTICULADAS (PAR) DO MUNICÍPIO DE CHAPADA DOS GUIMARÃES 2007-2017

Autor: GILBERTO GOMES DOS SANTOS

Resumo: Este estudo teve por objetivo analisar as influências do Plano de Ações Articuladas (PAR) para o planejamento e implementação da política da educação básica do município de Chapada dos Guimarães no período de 2007-2017. O Plano de Ações Articuladas é uma política de educação que visa a viabilizar o planejamento e a implementação de políticas públicas voltadas à melhoria da qualidade da educação básica. Os programas integrados ao PAR, contemplam as seguintes dimensões da política educacional: gestão educacional; formação de professores e de profissionais de serviço e apoio escolar; práticas pedagógicas e avaliação e infraestrutura física e recursos pedagógicos. Trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo, fundamentada nos pressupostos teórico-metodológicos do materialismo dialético, desenvolvida por meio da análise documental e entrevista semiestruturada. Os resultados da pesquisa indicam que a descentralização via municipalização não tem obtido o êxito esperado quanto à autonomia dada aos municípios na gestão educacional local, devido à forte centralização exercida pela União na implementação das políticas educacionais. Constatou-se que, apesar de o município elaborar o planejamento por meio do PAR, os recursos enviados pelo Ministério da Educação (MEC) para os programas educacionais são uma forma pela qual o município dá continuidade às políticas formuladas pelo governo federal por não possuir autossuficiência administrativa e financeira para implementar suas próprias políticas. Evidencia-se a dificuldade de autonomia institucional na implementação e monitoramento do PAR como patrimônio na gestão local, bem como as limitações e o pouco conhecimento dos gestores educacionais sobre o PAR e o Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle (Simec); a falta de flexibilidade desse sistema em atender às especificidades do município. A partir do exposto, compreende-se que, para o município atender aos objetivos do Plano de Metas pela melhoria da qualidade educacional por meio do PAR, faz-se necessário um alinhamento entre o planejamento municipal e o apoio técnico e financeiro do MEC em atendimento às suas demandas específicas, alinhamento este que se concretiza a partir de maior formação para os gestores educacionais em planejamento; flexibilização e aperfeiçoamento do Simec e, principalmente, a efetivação do regime de colaboração e reciprocidade entre União, Estado, Município, que possibilite condições financeiras para o município ter autonomia para planejar e implementar suas próprias políticas educacionais com respeito às diversidades locais.

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PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E SABERES DOCENTES: O QUE PENSAM PROFESSORAS E PROFESSORES DA ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS DO ENSINO FUNDAMENTAL ll

Autor: GIZELI DA COSTA LEAO MENDES

Resumo: A presente pesquisa vincula-se ao Programa de Pós-graduação em Educação (PPGEdu) UFMT – Câmpus de Rondonópolis – MT, sob orientação do professor Drº Ademar de Lima Carvalho. Tem como temática as práticas pedagógicas e os saberes docentes: o que pensam professoras e professores do ensino fundamental II, nas escolas públicas da rede estadual, no município de Primavera do Leste/MT. Quanto ao objetivo geral da pesquisa foi: analisar a compreensão que as professoras e professores têm da pedagogia como fundamento necessário à prática docente. Consideram-se como objetivos específicos: a) refletir o que compreendem por saberes pedagógicos; b) compreender como professoras e professores aprendem a relevância da Pedagogia em seu desenvolvimento pessoal e profissional; c) investigar quais autores as professoras e os professores estudam para fundamentar sua prática. d) averiguar se há uma relação dos estudos na sala de formação que contribuem para ampliar a prática pedagógica. A pesquisa foi realizada com abordagem qualitativa e o método dialético na perspectiva do pensamento Freireano. Está alicerçada teoricamente à pedagogia crítica, e ao ato educativo de Paulo Freire. Em se tratando da Pedagogia como ciência é um problema que esta deverá resolver, ou seja, estruturar-se como ciência da prática e para a prática. Isto tem se mostrado uma tarefa difícil, mas há caminhos possíveis, além de critério de validade da ciência, no qual expressa pela prática social intencionada, fruto do engajamento do homem em seu processo produtivo. As teorias só se transformam em conhecimento pedagógico quando se tornam expressões dos sentidos esclarecidos no exercício da práxis. Para a coleta de dados, foram utilizados documentos oficiais e entrevistas semiestruturadas. A análise dos dados compilados aponta que a prática pedagógica dos professores de ciências humanas do ensino fundamental ll acontece por meio das condições objetivas do trabalho e o conhecimento que o docente possui. Evidenciou também a relação com a formação centrada na escola, os saberes pedagógicos e a importância da pedagogia como ciência da educação. O resultado demonstrou que, para transformar sua prática em instrumento de análise, reflexão e compreensão, ajustado a um referencial teórico, requer a tomada de consciência dos sujeitos pesquisados.

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O JOGO JOGADO NO CAMPO ACADÊMICO-UNIVERSITÁRIO BRASILEIRO: UMA ANÁLISE BOURDIEUSIANA DE UM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO

Autor: Karine Porto Lopes Ono

Resumo: Esta pesquisa baseou-se na Teoria da Ação de Pierre Bourdieu, valendo-se dos conceitos de habitus, capital e campo para compreender a dinâmica de adoção de estratégias por um programa de pós-graduação de um câmpus interiorano de uma universidade federal do Centro-Oeste brasileiro e por seus professores, com vistas à acumulação de capitais valorizados no campo acadêmico-universitário e a um melhor posicionamento. Foram estabelecidos como objetivos específicos: a) identificar os capitais valorizados no campo da pós-graduação brasileira; b)caracterizar os capitais valorizados no programa estudado enquanto microcosmo do campo científico, identificando o peso de cada espécie de capital; e c) analisar como as condições objetivas de atuação, ou seja, as estruturas acadêmico-administrativas da pós-graduação brasileira, da instituição e do programa de pós-graduação estudado influenciam nas decisões dos docentes quanto às diversas atividades acadêmicas e no desempenho do programa. A coleta de dados foi delimitada aos anos de 2017 e 2018 e se deu a partir dos registros dos professores na Plataforma Lattes, dos documentos institucionais referentes às suas atividades acadêmicas e de entrevistas realizadas com cinco deles, incluindo a coordenadora do programa. A partir de levantamento histórico da constituição do campo acadêmico-universitário brasileiro, ressaltamos que ele tem sido historicamente permeado por disputas que vão além daquelas que lhe são específicas, com a intromissão de capitais e regras exógenas. Assim, confirmou-se o apontado por pesquisadores da educação superior brasileira em relação à crescente redução da autonomia do campo e à tendência de uma postura pouco reativa por parte das universidades, o que, no âmbito da pós-graduação, está fortemente ligado ao sistema de avaliação, que submete os programas a uma lógica tecnicista e mercadológica e vincula o financiamento à nota obtida. Decorre desta realidade uma ambiguidade nas posturas dos agentes, que, por um lado, condenam a lógica imposta, mas, por outro, submetem se a ela para garantir a manutenção do espaço social, o que se explica pela incorporação da illusio do campo. No nível macro do campo, a pesquisa verificou o peso dos capitais: econômico, traduzido em recursos para a garantia do funcionamento do sistema e em financiamentos de pesquisas; político, fortemente ligado à ocupação de cargos; e o científico “puro”, relacionado, principalmente, aos títulos e às publicações em revistas científicas de prestígio. Além desses capitais, cujo valor se reflete localmente no programa estudado, a pesquisa indicou uma relação de favorecimento no que tange ao posicionamento dos professores quanto maior o seu tempo de atuação na pós-graduação e o volume acumulado de capital social, enquanto espécie de capital político. Os resultados apontaram, ainda, uma tendência de favorecimento interno, em termos de conferência de autoridade científica e legitimação pelos pares, aos docentes com formação específica ou proximidade mais estrita na carreira com a educação como área disciplinar. O estudo verificou os esforços do programa e seus docentes, destituídos de força no campo do poder, tanto em nível local quanto nacional, para atender aos critérios mínimos de funcionamento. Entre os entraves identificados como parte do seu contexto objetivo de ação, destacam-se a intensificação do trabalho e um desproporcional arrocho de prazos, agravados por uma infraestrutura deficitária, e, por fim, a localização geográfica, como fator obstaculizante à consolidação de redes de colaboração e à visibilidade no campo.

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ONGS BRASILEIRAS: PRÁTICAS ASSISTENCIALISTAS OU DE DEFESA DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS?

Autor: KARLA KATHERINE ARISMENDI OLIVA

Resumo: Este estudo tem como temática central as práticas assistenciais da organização não governamental sócio-educativa “Associação Amor e Vida”, a fim de compreender as metodologias utilizadas para as crianças e jovens que frequentam o projeto. Trata-se de um estudo de caso, com abordagem qualitativa, sob uma observação participante. Pelo qual se tem como objetivo a análise da visão/missão do projeto em contraposição das necessidades das crianças e jovens frequentadores do centro, assim examinar as dinâmicas e / ou valores que os jovens e crianças que frequentam a ONG destacam como fundamentais, pretendendo-se também analisar a eficácia das práticas metodológicas, a partir da missão – visão da ONG, compreendendo a influência que os educadores sob a visão que as crianças têm de si mesmo e de seu entorno. Neste sentido, visa atingir práticas novas, advindas tanto da sociedade civil como da sociedade política. Para atingir os objetivos, foram realizadas entrevistas individuais semiestruturadas para cinco crianças e cinco funcionários do projeto. A pesquisa foi executada com base na concepção de educação popular de Paulo Freire, a partir da proposta que a educação tem que ser com o educando e não para eles, que é o eixo central do projeto trabalhado. Por se tratar de uma ONG sócioeducativa que atende crianças e adolescentes, no decorrer da investigação, foram abordados temas como infância, criança e juventude e as mudanças que tiveram ao longo dos anos em relação a direitos, cuidados e políticas estaduais, transferência de responsabilidades do Estado e seu impacto na terceirização da sociedade e como este último tem um papel de liderança na criação de ONGs, como é o estudo de caso apresentado. Os resultados obtidos tiveram ênfase a conferir respostas à questão norteadora desta pesquisa e foram organizadas a partir de considerações finais as quais são argumentadas a partir dos testemunhos coletados, nesse sentido pese à proposta original e missionária religiosa da ONG que preconiza uma formação educacional cidadã, trata-se de medidas socioeducativas assistencialistas.

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A INTERDISCIPLINARIDADE E O ENSINO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA NA PERSPECTIVA DA FORMAÇÃO HUMANA: UMA ANÁLISE DA POLÍTICA EDUCACIONAL DE MATO GROSSO (2012-2018)

Autor: LAUDILEIRE CRISTALDO CHAVES

Resumo: A presente pesquisa está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação do Instituto de Ciências Humanas e Sociais – ICHS – da Universidade Federal de Mato Grosso – Câmpus de Rondonópolis na linha de pesquisa de Formação de Professores e Políticas Públicas e ao Grupo de Estudos e Pesquisa Política e Educação. O estudo vem oportunizar uma reflexão acerca de um ensino de Ciências da Natureza pautado no princípio da formação de sujeitos em sua totalidade. Para isso, faz-se necessário compreender a dualidade presente na educação, que se dá pelo fato de a escola ser um produto e parte de um sistema social. Sendo assim, é preciso ter clareza de que nem sempre se pode confiar a ela o papel revolucionário, no entanto, não devemos eliminá-la como instrumento capaz de assim fazer. Portanto, o conhecimento do caráter político da escola permite compreender as contradições que permeiam as relações sociais que se estabelecem dentro e fora dela. Assim, torna-se relevante discutir a interdisciplinaridade como uma possibilidade que vem marcando o rompimento de uma prática sistematizada e mecânica de mundo e de educação. Diante desse panorama, também há a necessidade de compreender como o ensino de Ciências da Natureza pode promover uma formação humana omnilateral por meio da articulação do trabalho interdisciplinar com os elementos basilares desse ensino: a alfabetização e o letramento científicos. Como caminho para a pesquisa, fundamentamo-nos nos pressupostos teóricos–metodológicos do materialismo histórico dialético por entender que este permite ao pesquisador reconhecer as dificuldades presentes na realidade e sua objetividade. Isso possibilita ter uma noção de totalidade, como também possibilita compreender as mudanças que a natureza e a sociedade sofrem constantemente e que estas são quantitativas e qualitativas, bem como as contradições advindas de conflitos que geram novas realidades. O estudo será pautado na discussão e na reflexão acerca da concepção de educação trazida nas Orientações Curriculares do estado de Mato Grosso, documento que norteou as práticas pedagógicas da rede básica de ensino até o ano de 2018 e como a interdisciplinaridade se configura nessa política educacional, em especial no que tange ao ensino de Ciências da Natureza e seus pressupostos teóricos metodológicos. A presente pesquisa está norteada pelo questionamento: Qual a concepção de educação e de interdisciplinaridade permeia a política educacional do Estado e o ensino de Ciências da Natureza e como a questão da formação humana omnilateral se faz presente nestas concepções? Propusemos esta investigação com o objetivo de analisar as concepções de educação e de interdisciplinaridade subjacentes na política educacional de Mato Grosso de 2012 a 2018 e suas implicações para o ensino de Ciências da Natureza. Isso posto, a discussão contemplou como objetivos específicos a discussão da concepção de educação na perspectiva da formação humana onmilateral e a interdisciplinaridade no contexto dessa formação; a identificação dos fundamentos teóricos-metodológicos do ensino de Ciências presentes na política educacional do Estado no período em análise e o levantamento junto a professores de Ciências sobre seus conhecimentos acerca dessa política, de modo a analisar suas concepções de educação e de interdisciplinaridade. Para tanto, foram realizadas pesquisa de campo em quatro escolas da rede estadual no município de Rondonópolis, onde ocorreram as entrevistas com seis professores. Os resultados apontam que, apesar de Mato Grosso ser um estado movido sob a lógica da expansão capitalista, o sistema de ensino oferecido por ele possibilita uma formação humana omnilateral e que o ensino de Ciências da Natureza se torna ferramenta capaz de efetivar essa proposta por meio da aprendizagem significativa crítica e da educação científica como pressuposto de um trabalho interdisciplinar.

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A POLÍTICA CURRICULAR DOS MULTILETRAMENTOS PARA O ENSINO MÉDIO: DISPUTAS EM TORNO DA FORMAÇÃO (1990 – 2019)

Autor: LAURINA TAVARES DE FARIAS LIMA

Resumo: As políticas educacionais brasileiras, desde a década de 1990 até a contemporaneidade, são marcadas por influências do Neoliberalismo, em especial no que tange ao currículo. O Ensino Médio, historicamente e em específico nas últimas quatro décadas, tem sofrido com constantes reformas e contrarreformas. As suas concepções curriculares são marcadas pelo dualismo que perpassa a formação geral e profissional. Com a inovação das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDICs), os currículos foram direcionados a atender as políticas de ideais mercadológicos, de forma que os multiletramentos tornaram-se centrais nos estudos sobre a construção e uso social da linguagem e da escrita para avanço cognitivo dos estudantes do Ensino Médio para lidar com as novas formas de trabalho. Deste modo, a pesquisa ora desenvolvida, que se insere no Programa de Pós-graduação em Educação (PPGedu) UFMT – Câmpus de Rondonópolis-MT, a partir da temática das políticas curriculares de multiletramentos para o ensino médio, nos leva às seguintes questões de pesquisa: de que modo as demandas socioeconômicas influenciam a centralidade dos multiletramentos no currículo do ensino médio e impactam a formação dos estudantes dependentes da educação pública? Quais são as percepções dos agentes nesse/desse processo? Considerando tais questionamentos, o objetivo geral desta pesquisa é investigar e analisar as percepções dos professores a respeito das implicações políticas e formativas da centralidade curricular dos multiletramentos para os estudantes do ensino médio. Para tanto, foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos: a) analisar a centralização dos multiletramentos na política curricular do ensino médio a partir dos sentidos hegemonizados de multiletramentos desde a década de 1990 e b) investigar e analisar as demandas curriculares que impelem as relações entre as necessidades do setor produtivo e o caráter contingente e precário dos multiletramentos na formação dos estudantes. A base que orienta a pesquisa é composta pelos estudos bibliográficos, documentais e pesquisa de campo em uma escola pública da rede estadual, no município de Primavera do Leste/MT. O método teórico utilizado na pesquisa foi o Ciclo de Políticas e a História oral temática, inseridos na abordagem qualitativa. Os resultados obtidos apresentam: as implicações das concepções e reformas no ensino médio para o atendimento das demandas da sociedade (neo)liberal, com o dualismo educacional presente nas concepções formativas, numa perspectiva histórica; a relação entre trabalho e educação, dentro da ótica mercantil; política curricular que vem passando por reformas e contrarreformas com a correspondência da busca da racionalidade instrumental, da eficácia e da eficiência. Em meio às lutas e disputas de sentido, os multiletramentos críticos são excluídos do currículo, e substituídos pelo saber-fazer com habilidades e competências voltadas ao conhecimento de cunho positivista e condutivista. As percepções dos professores sobre esse processo apresentaram-se incipientes, ambíguas, fragilizadas por um processo de negociação de sentidos que vem oprimindo a prática docente, por meio da avaliação, responsabilização, precarização, performatividade, resultando em práticas voltadas à conformação do projeto em curso para os estudantes. Todavia, compreendemos que a recontextualização das políticas tem movimentado o processo de resistência e busca de emancipação para professores e estudantes.

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EDUCAÇÃO E DIREITOS HUMANOS: AS REPRESENTAÇÕES DAS DIFERENÇAS DE GÊNERO NA ESCOLA

Autor: LUCIEL FURTADO DE AMORIM

Resumo: Atualmente as discussões em torno da temática de gênero não têm se restringido somente ao ambiente acadêmico, mas à educação básica como um todo. Assim, questionamos se a escola tem ou não papel fundamental na reprodução das relações de poder, discursos e práticas generificadas no cotidiano escolar ou se, por outro lado, promove a igualdade de gênero a partir da problematização, da desconstrução do sexismo, da heteronormatividade e de outros tipos de preconceitos que começam fora da escola e que podem ser reforçados dentro dela. Portanto, a presente pesquisa busca compreender como os profissionais da Rede Pública de Educação Básica de Sonora-MS lidam com a produção das diferenças, com a sexualidade e com a performatividade dos gêneros no ambiente escolar. Para tanto, além da análise documental, serão feitas também entrevistas semiestruturadas com professores da rede, que após a transcrição, as informações obtidas serão confrontadas com documentos oficiais pertinentes à organização e sistematização das escolas, tais como Projeto Político Pedagógico, Regimento Interno, Referencial Curricular, Planos de Aulas, objetivando analisar como se dá a abordagem desse tema dentro desses documentos oficiais, bem como nas práticas diárias dos professores. Espera-se que as reflexões suscitadas com a presente pesquisa, a qual busca amparo teórico em Butler, Foucault e Louro, entre outros, tragam contribuições para o diálogo em torno das questões de gênero e sexualidade na educação básica.

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REFLEXÕES SOBRE O CONCEITO DE PRÁXIS NO FAZER PEDAGÓGICO DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Autor: LUIZ HENRIQUE RANGEL MAGALHAES

Resumo: O instrumento que pode transpor o obstáculo da “ação antidialógica” na educação é a ação pedagógica em promover transformações e liberdade em nós e nos outros. Nesta perspectiva de ação, há a necessidade de se refletir sobre a realidade social complexa dos discentes dos anos iniciais do ensino Fundamental, na qual agem e se encontram inseridos, para que a escola não produza um ensino desvinculado da realidade, sem criticidade. Diante disso, este estudo é uma atividade investigativa, de caráter qualitativo, que busca analisar qual é o pensamento pedagógico de professores de Educação Física, por meio da metodologia de investigação comunicativa, no intuito de compreender a práxis voltada para as relações sociais, ético-política, entendido como transformação da realidade. A questão da pesquisa apresenta-se da seguinte maneira: “Qual o conceito de “práxis” no fazer pedagógico de professores de Educação Física nos anos iniciais do ensino fundamental de Rondonópolis/MT’? E, partindo desta questão, compreender a concepção de “práxis” presente no cotidiano do professor e da professora de Educação Física dos anos iniciais do ensino Fundamental de Rondonópolis-MT. Nesta direção, a temática em estudo foi sinalizada em três eixos, destacados nos seguintes objetivos específicos: 1) descrever a concepção de práxis de professores de Educação Física em relação ao seu fazer pedagógico; 2) compreender a relação do professor e da professora de Educação Física no contexto do trabalho pedagógico da escola; 3) analisar qual o pensamento pedagógico desses professores e professoras acerca da Educação Física. A fundamentação teórico-metodológica escolhida diz respeito ao conceito do sociólogo alemão e filósofo Jürgen Habermas por meio da Teoria da Ação Comunicativa e na teoria da Ação Dialógica do educador brasileiro Paulo Freire. Todo levantamento informacional foi realizado conforme os postulados da metodologia de investigação comunicativa que, estabelece uma comunicação crítica, entre pesquisador e participantes, voltada para o entendimento. Os procedimentos metodológicos foram realizados de forma que permitiram a observação comunicativa e entrevistas em profundidade, subsidiados por estes teóricos escolhidos, que contribuíram para com as análises do conceito de práxis no fazer pedagógico de professores através das informações obtidas; possibilitando identificar as concepções e as futuras práticas pedagógicas dos professores e das professoras de Educação Física dos anos iniciais do ensino Fundamental de Rondonópolis/MT, ou seja, de como estes professores e professoras entendem o processo pedagógico no âmbito da Educação Física. Nesse ínterim, este trabalho empenha-se em esclarecer a importância da prática pedagógica no processo de aprendizagem dos educandos e das educandas, dos anos iniciais do ensino Fundamental e propõe a formação permanente para uma reflexão teórica que contribua para a práxis (Freire) na perspectiva da racionalidade comunicativa entre professores e professoras (Habermas). Procuramos registrar num arranjo de seis capítulos, buscando correlacionar às pronuncias de Habermas e Freire. Sob o mesmo ponto de vista, deve-se vislumbrar um novo olhar sobre a questão da práxis do fazer pedagógico levando em conta as faixas etárias e o desenvolvimento do organismo e da personalidade do educando e da educanda para que se justifique a presença da Educação Física na escola como componente integrado e contextualizado à proposta curricular das unidades escolares. Portanto, esse estudo cumpre com o debate científico uma vez que se propõe discutir o pensamento pedagógico na construção de ações dialógico-comunicativas para a promoção de todo trabalho docente, bem como do processo educativo.

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REPRESENTAÇÕES DE JUVENTUDE E EDUCAÇÃO EM CRÔNICAS DE EDUCAÇÃO, DE CECÍLIA MEIRELES (1930-1933)

Autora: MARIANA MATTOS PEREIRA

Resumo: Há diversos textos que se colocam como construtores de visões acerca do mundo. Entre eles, pode-se destacar o papel das crônicas jornalísticas, que por meio de um olhar particular representa questões relacionadas ao cotidiano de uma determinada sociedade. Diante disso, este estudo se propõe analisar umas das facetas da produção de Cecília Meireles, seus escritos literários a partir dos quais produziu reflexões acerca das juventudes e da educação brasileira dos anos 30. Sua atuação profissional como professora legou-lhe uma preocupação central por toda carreira com a reflexão sobre a educação, tendo militado pela renovação da educação e ampliação da escola pública nos anos 1930. Enquanto responsável pela Página da Educação, no jornal Diário de Notícias, do Rio de Janeiro, de 1930 a 1933, produziu em sua coluna Comentários, várias crônicas. O objetivo central desta pesquisa é analisar, na perspectiva dos Estudos Culturais, quais representações de juventude e de educação estão presentes nas crônicas produzidas por Cecília Meireles. Para isso, parte-se do contexto histórico e social posto na sociedade brasileira dos anos 1930 no que se refere às questões políticas, econômicas e educacionais como forma de tensionar as representações presentes em seus escritos. No Capítulo 1, “Juventude: O Tempo de Educar”, apresentamos um breve percurso conceitual enfatizando a necessidade de não uniformizar este momento do viver, pensado na perspectiva de “juventudes”. A seguir, em “Cecília Meireles: Respeito Pela Mocidade”, abordamos a atuação de nossa personagem na defesa de uma educação que reconhecesse a importância de receitos democráticos e que não tratasse crianças e adolescentes como “adultos em miniatura”. “Educar em Vez de Moldar: Cecília Meireles em Defesa da “Primavera da Vida”, nosso terceiro capítulo, focamos nas quinze crônicas selecionadas para melhor destacar as representações de infância e adolescência de nossa poeta-educadora. Como resultado da pesquisa, pôde-se perceber que Cecília Meireles estava convicta que juventude bem educada escolarmente faria do Brasil um país melhor. Considerando a infância e adolescência como a “Primavera da Vida”, Meireles argumentou em seus escritos em favor de concepções educacionais que fossem laicas e não reproduzissem práticas que remetiam aos métodos de pedagogias religiosas amplamente em uso nas escolas de então. Além de signatária do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (1932), dialogou com referências brasileiras da época (Fernando de Azevedo e Anísio Teixeira, dentre outros nomes) e estrangeiras como John Dewey e Eduard Spranger.

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ALGUNS APONTAMENTOS SOBRE A INCLUSÃO DE ESTUDANTE COM AUTISMO EM ESCOLA DE ENSINO REGULAR DE RONDONÓPOLIS

Autor: NAIARA DE OLIVEIRA BASILIO LOPES

Resumo: A inclusão do estudante com autismo na rede regular de ensino é um assunto bastante atual e traz consigo muitos desafios e lutas para sua efetivação. O principal objetivo deste estudo é analisar que tipo de inclusão é oferecida na escola municipal de Rondonópolis. Para isso foi utilizada, inicialmente, a pesquisa bibliográfica, no intuito de buscar referências sobre o autismo, bem como sobre situações de inclusão e de segregação que o estudante com autismo sofre na escola. Além disso, foram realizadas observações em salas de aula (regular e de recursos) e entrevistas com três professoras, sendo duas da sala regular e uma da sala de recursos, bem como com uma coordenadora pedagógica de uma escola do município de Rondonópolis, MT, almejando entender como o estudante com autismo é atendido na instituição em questão, tanto na sala de recursos, quanto na sala de aula regular. Os principais resultados demonstraram que, apesar de a escola possuir uma sala com recursos didáticos bem vasta e diversificada, ainda restam lacunas a serem preenchidas, principalmente no quesito formação docente. Verificou-se também que apesar de os professores receberem formação continuada, não há, ainda, uma formação abrangente sobre a inclusão do estudante com autismo, o que dificulta essa ação, principalmente no que tange à sala de aula regular, indo de encontro com o que preconiza a Lei nº 13.146/2015 – Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência e também a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008). Assim, foram feitos alguns apontamentos para contribuir no debate sobre a inclusão do estudante com autismo no ensino regular. A pesquisa também evidenciou, através do debate e da contribuição das professoras e da coordenadora, a necessidade de maior investimento em políticas públicas de qualidade que tenham o enfoque voltado para a inclusão do estudante com autismo, bem como que propiciem maior apoio para o corpo docente. Também ficou manifesto por meio da fala das professoras que somente por meio de ações e engajamento da comunidade escolar que poderá haver a inclusão e a permanência do estudante com espectro autista em sala de aula regular, proporcionado a ele o direito de receber um ensino de qualidade que servirá para que ele seja incluído na sociedade em geral.

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PSICANÁLISE E EDUCAÇÃO: ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE A REPRESSÃO NO PROCESSO EDUCATIVO E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA O MAL-ESTAR NA ATUALIDADE

Autor: RAFAELA ALVES SCARAMAL

Resumo: Neste trabalho, pretendeu-se estudar o olhar da psicanálise sobre a educação, tendo como foco a questão da repressão no processo educativo e suas consequências para o mal-estar na atualidade. O objetivo foi destacar as principais passagens que tangenciam, direta ou indiretamente, o tema da educação nos escritos de Freud, além de refletir sobre elas com base em autores pós-freudianos que se preocuparam com os fenômenos educativos. Também foram discutidas as consequências do excesso de repressões nos processos educativos formativos, analisando propostas educativas já praticadas e propostas que estão em discussão, inclusive no contexto brasileiro, a exemplo do homeschooling e da educação militarizada. Por fim, buscou-se investigar os processos educativos familiares, escolares e sociais, sob a ótica da psicanálise, tendo em vista uma educação que propicie a formação de cidadãos capazes de lidar com as angústias e frustrações da sociedade atual. A psicanálise considera que as experiências vivenciadas na infância são de influência significativa para o percurso da vida adulta. É exatamente pelo peso significativo da infância na constituição da subjetividade que se pode atribuir o consequente peso da educação, que tem caráter desafiador. Para tanto, foram selecionados três escritos de Freud, elegidos pelas suas respectivas contribuições à educação, com o intuito de analisar sua proposta a respeito da formação da subjetividade, da vida em sociedade e do constante conflito que o ser humano atravessa na tentativa de atender às demandas individuais e coletivas, que muitas vezes são contraditórias e que surgem no processo educativo, seja ele familiar, escolar, cultural ou social. Estudou-se a perspectiva freudiana sobre a sexualidade infantil, a luta entre a imposição da cultura e a satisfação pulsional, bem como a dificuldade do homem em conciliar suas pulsões com as demandas da cultura. Desse modo, concluiu-se que o convívio social na cultura ocidental tende a produzir mal-estar nos seres humanos, além disso, a repressão pode contribuir para gerar neuroses, trazendo à tona desconfortos em meio ao convívio social. Em contrapartida, não se adequar a esse convívio pode trazer limitações socioculturais. Diante de tais insurgências, paira a expectativa de que a educação, em especial a educação infantil, seja um instrumento de formação de cidadãos capazes de lidar com os desejos (e conquistá-los) e suas frustrações. Destarte, faz-se importante explorar os caminhos mais adequados pelos quais o processo educativo deve percorrer, com ênfase à dinamicidade presente neste percurso. Por fim, pretendeu-se pensar a educação de modo que seja suficientemente boa para formar seres humanos psiquicamente saudáveis e minimamente preparados para o convívio social.

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MEMÓRIAS DE ESCOLA: OLHARES DOS SURDOS SOBRE A EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Autor: SHIRLEY LOPES MAIDANA DE OLIVEIRA

Resumo: Este trabalho trata da educação inclusiva ofertada aos surdos no município de Rondonópolis e seus olhares sobre ela. A defesa da inclusão justifica-se pelo fracasso do modelo segregacionista da Educação Especial e pela importância da convivência com a diferença para a formação humana. Contudo, os Estudos Surdos, advindos de doutores surdos e ouvintes, apontam questionamentos sobre a forma como a inclusão vem sendo efetivada. O objetivo da pesquisa é compreender quais ideias e valores estão presentes nas narrativas de memórias dos surdos sobre a educação inclusiva a eles ofertada, de maneira a compreender seus limites e possibilidades de emancipação, além de revelar a educação que almejam. Para tanto, buscou-se compreender o contexto educacional dos surdos no município de Rondonópolis e analisar suas narrativas de memórias, suas percepções e os valores ideológicos sobre a educação inclusiva e problematizá-los à luz das percepções dos doutores surdos do Brasil, por meio da Carta Aberta dos Doutores Surdos ao Ministro Mercadante, a fim de entender os limites e potenciais de emancipação da educação inclusiva. O caminho teórico-metodológico usado para a análise das memórias baseia-se no de Ecléa Bosi, Walter Benjamin, Halbwachs e Eagleton, para entender as ideias, valores sociais e culturais, que são também analisados com base na Teoria do Discurso de Bakhtin, com seus conceitos de ideologia, dialogia e polifonia, que relacionam a materialidade da linguagem e as condições sociais de sua produção. A concepção de educação que esta pesquisa defende se baseia nos autores da Teoria Crítica, principalmente Adorno, para pensar um modelo educacional emancipatório e de formação humana. A metodologia utilizada compreende pesquisas documentais para compreender o contexto educacional e entrevistas semiestruturadas para recolher as narrativas. Em uma análise da Carta Aberta percebeu-se um movimento contra a forma como o modelo educacional inclusivo está constituído, em escolas regulares de maioria ouvinte, e uma defesa da educação inclusiva de surdos em escolas bilíngues ou classes bilíngues. Um mapeamento realizado no município constatou que a educação dos surdos se dá em escolas regulares inclusivas, com falta de profissionais intérpretes e poucos surdos incluídos em relação ao censo demográfico. As narrativas dos surdos sobre seu período educacional inclusivo revelam o desejo de estarem junto aos ouvintes, mas suas experiências são marcadas por preconceitos, limitações educacionais e subjetivas, de forma que os surdos não se veem de fato incluídos. Vê-se que as possibilidades de uma educação inclusiva que realmente emancipe estão mais alinhadas à defesa dos doutores surdos pelas escolas ou classes bilíngues. Conclui-se que a educação inclusiva, como está posta, mais exclui do que inclui os surdos, e que a inclusão deve ser pensada (e sempre defendida) a partir também dos olhares dos surdos, de forma a considerar suas necessidades e efetivamente incluir para humanizar e emancipar.

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SUMARIZAÇÃO E SÍNTESE: UMA EXPERIÊNCIA COM ESTRATÉGIAS DE LEITURA ENVOLVENDO GRADUANDOS DOS CURSOS DE LETRAS E PEDAGOGIA

Autor: SIMONY CANDIDA DOS SANTOS

Resumo: Esta dissertação apresenta os resultados da pesquisa “Sumarização e síntese: uma experiência com estratégias de leitura envolvendo graduandos dos cursos de Letras e Pedagogia”, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Câmpus Universitário de Rondonópolis, e inscrita na linha de pesquisa Linguagens, Cultura e Construção do Conhecimento: perspectivas histórica e contemporânea, cujas discussões se articulam junto ao grupo de pesquisa Alfabetização e Letramento Escolar (ALFALE). Tal investigação objetivou analisar se a aprendizagem e a utilização das estratégias de sumarização e síntese, especificamente, configuram-se como ferramentas que podem auxiliar os graduandos dos cursos Letras e Pedagogia a alcançar melhor desempenho e maior autonomia diante das atividades de leitura. Para tanto, contemplou a participação de estudantes dos referidos cursos em um projeto de Oficinas de Leitura e Produção textual que contabilizou 30 horas. Durante os encontros de estudo, foram abordados os conceitos de estratégias de leitura e, nos exercícios de aprendizagem, foram trabalhadas as estratégias de sumarização e síntese pautadas nas proposições de estudiosas do tema como Harvey e Goudvis (2017) e Girotto e Souza (2010). Além disso, as atividades tiveram como material de apoio obras que compõem o acervo da Biblioteca da UFMT, imagens, gráficos organizadores e textos retirados da internet. Sob o contexto investigativo, o processo de geração e produção de dados foi subsidiado pelas perspectivas da abordagem qualitativa e do estudo de caso. A questão que norteou a pesquisa foi: as estratégias de leitura, especificamente as de síntese e de sumarização, são procedimentos que podem auxiliar graduandos a alcançar melhor desempenho e maior autonomia diante das atividades de leitura? Face ao que foi analisado, percebemos que, embora a maioria dos acadêmicos tenha afirmado praticar a ação de ler semanalmente, parte deles não sabe se tem um bom aproveitamento nas leituras que costuma fazer. Esse aspecto, relacionado à compreensão leitora, está interligado a diversos fatores destacados pelos próprios acadêmicos, dentre eles não ter concentração suficiente para ler, não ter paciência para ler e, ainda, não compreender a maior parte do que lê. Ademais, o resultado da pesquisa mostrou a importância de ser explorada a temática das estratégias de leitura no Ensino Superior, pois, conforme relatado pelos participantes, as oficinas possibilitaram que eles atenuassem dificuldades relacionadas à prática de leitura e proporcionou-lhes um novo comportamento leitor, incentivando-os a ler outros tipos de textos que não apenas os acadêmicos. Nesse sentido, conclui-se que atividades como as oficinas ou outras que estimulem a leitura entre graduandos, a utilização de bibliotecas, a produção escrita, entre outras, pode formar um conjunto de ações que apontem novos caminhos para que esse público leitor, de fato, consiga interagir com diversos tipos de texto de forma crítica e autônoma durante e após a formação universitária.

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MEMÓRIAS DE INFÂNCIA, RELAÇÕES DE GÊNERO, EDUCAÇÃO E VIOLÊNCIAS: ENTRE VIDAS E LINHAS DE OUTRAS MARIAS

Autor: TATIANE COELHO ANTUNES

Resumo: Numa perspectiva histórica, deparamo-nos com o fato de, desde a tenra idade, várias instituições, como a família, a escola, a mídia e os diferentes artefatos culturais participarem da produção das relações e experiências de gênero das crianças. Os discursos que dão materialidade a esses dispositivos tendem a convergir no sentido de preservar um ideal conservador de sociedade, dentro de uma perspectiva normativa, regulatória e compulsória. A presente pesquisa tem como objetivo analisar os sentidos sobre as relações de gênero, na família e na escola, que mulheres em situação de Medidas de Proteção da Lei Maria da Penha produzem em suas memórias de infância e como estes reverberam nos modos como elas significam as experiências de violências vividas no presente. As narrativas são analisadas a partir dos seguintes eixos: a infância; a relação com a escola; a relação com a família; as relações de gênero; a violência e a Lei Maria da Penha; e a ressignificação das memórias no presente. As participantes da pesquisa são cinco mulheres, com idades entre 25 e 50 anos, detentoras de Medidas de Proteção junto à Lei Maria da Penha, na Vara Única do Fórum da Comarca do município de Pedra Preta, Mato Grosso, durante o ano de 2017. Como referencial teórico-metodológico, a pesquisa conta com os aportes principais de: Judith Butler e Guacira Louro, para as análises das relações de gênero; Walter Benjamin e Jeanne Marie Gagnebin, para a compreensão da memória como experiência; e Michel Foucault, para a análise dos discursos produzidos nas memórias de infância. Ainda como abordagem metodológica, adotou-se a interseccionalidade como forma de evitar as generalizações e introduzir os marcadores sociais como entrecruzamentos que afetam os modos como vários fenômenos podem ser agravados e vivenciados, tendo como referências teóricas Kimberlé Crenshaw, Gayatri Spivak, Djamila Ribeiro, Carla Akotirene e Helena Hirata. Nas análises, nota-se que as participantes da pesquisa possuem experiências com o masculino marcadas pela dor, opressão e pela violação de seus corpos desde a infância, revelando a omissão da suposta “proteção” dentro de um discurso moralizante e implicando nos modos como vivenciam a sexualidade no presente. A família e a escola aparecem nas narrativas como instituições disciplinares, atravessadas por normas de gênero, imersas em um regime de verdade que visa legitimar uma “criança ideal-típica” e inteligível dentro do sistema cisheteronormativo. Aliadas a essas questões, estão as relações de poder nas interações familiares ao instituírem a criança como propriedade das pessoas adultas. A violência, além de interseccionada com vários marcadores sociais, aparece intimamente relacionada à constituição de gênero, com base em princípios de uma educação a partir do que se convencionou ser ideal para homens e mulheres, implicando para elas, desde a infância, a educação do feminino para a culpa. O discurso religioso, nessas narrativas de infância, tem como efeito manter as mulheres subservientes ao imprimir o verbo suportar em seus comportamentos e justificar a violência por vias essencialistas. Verifica-se, ademais, que o comportamento do agressor dentro do ciclo de violência doméstica é reiterativo, assumindo um caráter performativo, produtor da naturalização dessa violência. Espera-se que a presente pesquisa contribua para a análise de novas formas de ser e de viver as relações sociais ao lançar mão das resistências às normatividades por meio da potencialidade dos discursos e dos atos. Assim, é possível pôr em xeque os sistemas de opressão, em especial o patriarcado, com vistas a construir uma educação emancipadora, no que tange às relações de gênero.

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A EDUCAÇÃO LIBERTADORA NO CONTEXTO DE HOJE: ENTRE EXIGÊNCIA E ESPERANÇA PARA A EMANCIPAÇÃO HUMANA

Autor: TIAGO ALBERIONE DA SILVA BOTELHO

Resumo: Esta investigação vincula-se ao Programa de Pós-Graduação em Educação, na linha de pesquisa Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Rondonópolis. Seu objetivo é aprofundar e analisar os pensamentos e conceitos de Paulo Freire, que são: educação libertadora, emancipação, esperança, diálogo e conscientização. Tais conceitos nos fazem questionar por que a educação libertadora ajuda o sujeito a ser emancipado, livre e reflexivo nos tempos de hoje. A educação libertadora ajuda o ser humano “a ser mais” e a ser um humano melhor. Nesse contexto, surgem os questionamentos: qual é a importância da educação libertadora aos dias atuais? Por que a esperança e a emancipação dão grande possibilidade ao ser humano para ser mais reflexivo, livre e autônomo? Qual a importância deste estudo sociopolítico na atualidade? A metodologia utilizada é de cunho qualitativo, de caráter bibliográfico. Esta dissertação está fundamentada no pensamento de educação libertadora concebida por Freire, Gadotti e outros autores que dialogam com o pensamento Freiriano em torno da educação brasileira na atualidade. A educação libertadora tem a finalidade de contribuir com a formação do pensamento reflexivo-crítico do sujeito, para que ele possa analisar a sociedade e tomar decisão frente ao mundo em que está inserido. Assim, o ser emancipado tem como a intencionalidade política que possa assumir um futuro e a transformação social. Ser emancipado é ter a conscientização de conseguir encontrar a liberdade, a felicidade e também a democracia. Para reflexão sobre a temática da educação libertadora na atualidade, este estudo limitou-se à análise das categorias conscientização, diálogo, esperança, autonomia e liberdade como fundamento do pensamento educativo de Freire para superação da condição de oprimido e para que se possa assumir o protagonismo de sujeito histórico, agente da transformação social. A investigação sobre a educação libertadora possibilitou evidenciar ao sujeito o conhecimento, a dinamização e a aplicação do método de Freire no sujeito que deseja ser livre. Diante disso, o sujeito se reconhece e conhece também o outro, assim pode se desenvolver, melhorar a sua vida e reintegrar a sociedade. A esperança no contexto de Freire é almejar, sonhar, agir e buscar uma vida mais digna e solidária. Quanto à libertação, ela é um instrumento com o qual, a partir da reflexão obtida do seu conhecimento, o sujeito coloca em prática e se liberta de si e do outro. Portanto, a sociedade desejada por Freire, democrática, aberta, livre, tem como exigência a luta esperançosa da emancipação humana. A educação libertadora no contexto de hoje desafia a toda sociedade, sobretudo, os educadores como agentes políticos a resgatarem a esperança, o sonho e a luta por um mundo melhor, justo e fraterno. Ter esperança na atualidade significa resistência e coragem para lançar a luta para a construção de um projeto de civilidade que garanta as condições de vida digna para cada ser humano.

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JUVENTUDE NEGRA, APRISIONAMENTO E MORTE: UM OLHAR SOBRE O CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO DE RONDONÓPOLIS

Autor: UENDEL RODRIGO FIGUEREDO DA SILVA

Resumo: Esta pesquisa objetiva apresentar uma reflexão sobre o encarceramento de adolescentes e jovens negros no Centro de Atendimento Socioeducativo de Rondonópolis-MT na atualidade. Dialogando com a perspectiva decolonial, apontamos como os variados processos de exclusão promovidos pelo sistema colonial trouxeram consequências para a situação atual. Os conceitos de necropolítica e necropoder foram fundamentais para explicitar como corpos negros são tidos como vidas menos importantes pelo Estado e Sociedade – dada a ausência de políticas públicas, que culmina no genocídio desse grupo, pois, segundo o IBGE, 53% da população brasileira é negra, podendo ser maior que 64% entre a crescente população carcerária. A reflexão sobre os conflitos internos que permeiam as rotinas do Centro de Atendimento Socioeducativo de Rondonópolis-MT, seu espaço, práticas de desumanização e nivelamento do  comportamento pela instituição, assim como as táticas de resistência dos prisioneiros, é fundamental para que este espaço, em geral, invisibilizado, contribua para o conhecimento e compreensão sobre o funcionamento das prisões e seu papel como potencializador do racismo, através do exercício da violência.

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O PROGRAMA NACIONAL DE INTEGRAÇÃO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL COM A EDUCAÇÃO BÁSICA NA MODALIDADE DE JOVENS E ADULTOS (PROEJA) NA PERSPECTIVA DE ESTUDANTES DO IFMT

Autor: VIVIANE CRISTINA DE OLIVEIRA DUARTE

Resumo: Considerando os desafios e as especificidades que o Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (Proeja) apresenta para a comunidade escolar, tais como os baixos índices de ingresso e a alta taxa de evasão e partindo-se do pressuposto de que os atores sociais implicados e sujeitos dos processos educacionais podem fornecer dados que nos auxiliem na compreensão desse cenário, a presente pesquisa teve como objetivo compreender, por meio de narrativas e da pesquisa biográfica simplificada, como os estudantes do curso Técnico em Administração – Proeja do Instituto Federal de Mato Grosso Câmpus Rondonópolis se percebem no processo educacional em que estão inseridos. Busca-se apreender suas percepções sobre o contexto escolar e as relações assimétricas de poder na sociedade (classe, raça/cor, gênero, idade) que atravessam suas trajetórias escolares e de vida. O locus para a realização da pesquisa de campo foi o Instituto Federal de Mato Grosso Câmpus Rondonópolis e os participantes foram os estudantes do Curso Técnico em Administração – Proeja. Como literatura especializada, nos apoiamos nos estudos de Paulo Freire e Miguel Arroyo sobre a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e o Proeja. Nos apoiamos, ainda, como aporte, no referencial teórico-metodológico de John B. Thompson, sobre a concepção estrutural de cultura e na metodologia da Hermenêutica de Profundidade (HP). A partir da análise das narrativas dos estudantes, coletadas por meio de rodas de conversa, e dos dados do questionário biográfico simplificado, pudemos apreender que assimetrias de gênero, classe e raça/cor contribuíram significativamente para a exclusão dos participantes da pesquisa do ensino regular e que o retorno aos estudos é marcado pela necessidade de inserção social, pela busca de ensino de qualidade e possibilidade de conseguirem ingressar em uma universidade pública. Portanto, a educação tecnológica e profissional não constitui a motivação central para esse público. Pudemos apreender, ainda, que as singularidades do público do Proeja não têm sido consideradas nos currículos, nos regulamentos e políticas de assistência estudantil do IFMT. Tratam-se de trabalhadores, mães, pais, provedores de famílias, que precisam encontrar nesse retorno à escola tempos, currículos e espaços acolhedores, que considerem a diversidade dos itinerários individuais e coletivos desses estudantes.

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