Curso de História recebe conceito máximo em avaliação do MEC
O curso de Licenciatura em História da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR) obteve conceito 5 (em escala que possui 5 como nota máxima) na avaliação de renovação de reconhecimento do Ministério da Educação (MEC). O curso passou por análise no período de 25 a 27 de setembro e o resultado foi divulgado na última quinta-feira (3).
O processo de renovação de curso é uma avaliação periódica prevista no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) que analisa as condições de funcionamento do curso e autoriza (ou não) sua continuidade. Durante a avaliação são verificados três eixos: Organização Didático-pedagógica, corpo docente e tutorial e Infraestrutura. Os resultados são divulgados na forma de conceito, o qual será somado a outras avaliações e à nota do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade).
A coordenadora de curso, professora Elenita Malta Pereira, celebrou o resultado, afirmando que a nota representa uma conquista importante para o curso, para os estudantes e para a universidade como um todo. Ela contextualiza a questão ao explicar que a maior parte dos estudantes do curso é da classe trabalhadora e que fazem muito esforço para frequentar as aulas. Para ela, esta é uma nota que prova que o curso de História tem relevância e destaque dentro da UFR e que contribui para que a universidade cumpra algumas de suas funções sociais e regionais, como formar trabalhadores e professores.
“É uma satisfação muito grande que um curso que forma trabalhadores tenha atingido essa nota de excelência. […] A História e as Ciências Humanas vêm passando por muitos ataques, por exemplo, a diminuição das horas-aula de História no Novo Ensino Médio, no uso de métodos ultrapassados de ensino, como preenchimento de apostilas e exercícios obrigatórios nas escolas do Estado, por exemplo. Mas essa nota 5 nos dá forças para resistir e continuar o trabalho de excelência que estamos fazendo, formando professores de História que atuam na região sul de Mato Grosso.
A estudante do curso, Bruna Farias Bellafronte, conta que o resultado foi recebido com felicidade por todos. Para ela, a nota máxima representa que o curso de História da UFR se torna um ponto de referência de qualidade de ensino. A acadêmica pontua que a nota 5 não significa que o curso tenha tudo o que necessita para operar em sua máxima potencialidade, mas que o curso oferece o melhor que pode com aquilo que tem. “Isso deve ser visto, deve ser lembrado, deve ser dito e disseminada essa informação entre a população. […] E a gente aguarda aí o reconhecimento, né? Não é todo dia que um curso é avaliado com excelência”, afirma a estudante.
A avaliação do MEC é um procedimento que dura três dias nos quais são realizadas diversas reuniões com a coordenação, professores do curso, membros do Núcleo Docente estruturante (NDE), Comissão Própria de Avaliação (CPA) e discentes. Toda a documentação comprobatória é analisada e uma visita guiada é feita de forma virtual, apresentando salas de aula, a biblioteca da universidade, o Laboratório de Práticas (LAPRAS) do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS), salas de informática, sala de permanência dos professores, coordenação e outras instalações onde o curso está inserido. Também são analisados os equipamentos e as condições de acessibilidade no campus, como disposição dos banheiros para pessoas com deficiência, rampas de acesso e piso táctil.
A professora Elenita Malta Pereira explica que, apesar da visita da comissão levar alguns dias, todo o levantamento de informações, documentações e preenchimento de formulários foi um processo bastante trabalhoso que levou mais de um ano de preparação. Ela conta que a banca foi muito rigorosa durante a avaliação e pediu mais documentos do que o habitual, mas que o curso estava preparado para responder ao que era solicitado.
Elenita destaca a preparação e desempenho de docentes e discentes como pontos fortes para chegar à nota 5. O corpo docente do curso é totalmente formado de doutores, que trabalham em regime integral de dedicação exclusiva. Além disso, todos coordenam projetos de pesquisa e/ou extensão e possuem produção científica relevante. A professora também parabeniza o corpo estudantil, que foi muito elogiado pelas avaliadoras na reunião final.
A construção de saberes e práticas mútuas, participativas e efetivas é uma característica do curso que a discente Bruna Bellafronte acredita ter sido fundamental para a boa avaliação. Ela também considera que o engajamento dos estudantes foi determinante para o olhar da banca examinadora. Atualmente, História é o único curso da UFR que tem representação estudantil de todos os semestres no colegiado. “Hoje a gente tem quatro representantes discentes. Isso aí mostra como a gente vê a importância da participação também dos discentes”, afirma a estudante.
Apesar da conquista recente, a coordenadora de curso chama atenção de que o resultado obtido é fruto de um trabalho construído ao longo de décadas por professores e estudantes que já passaram pelo curso. Em 2024, a Licenciatura em História da UFR completa 39, “então já é um presente que a gente ganha de aniversário. É bem importante para continuar o nosso trabalho, para completar esses 40 anos, sempre lembrar daqueles que vieram antes de nós. […] Então, nunca podemos esquecer que não é só o resultado do presente que essa nota representa, mas o resultado de muitos anos de esforços de muita gente”, conclui a professora.