Saúde

Novembro Azul promove conscientização sobre saúde do homem

Por Thiago Cardassi Publicado em: 08/11/2024 18:11 | Última atualização: 08/11/2024 18:11

A campanha Novembro Azul é um momento de mobilização social para reforçar a conscientização sobre os cuidados abrangentes com a saúde da população masculina. Considerando os fatores socioculturais relacionados às masculinidades, torna-se necessário a construção de espaços de diálogos e divulgação de informações a respeito do autocuidado, saúde mental, prevenção e detecção precoce de doenças específicas dos homens.

O movimento teve início em 2003, na Austrália, e chegou ao Brasil em 2011. Na época, a campanha era direcionada para o rompimento de estereótipos e do preconceito masculino em realizar o exame de toque, uma das formas de prevenção do câncer de próstata.

Atualmente, o Novembro Azul baseia-se na promoção, proteção e prevenção da saúde integral da população masculina. A campanha chama a atenção dos homens para a importância de se manter o corpo e mente saudáveis por meio da prática de exercícios, do cuidado com a saúde mental e de uma alimentação equilibrada, evitando o fumo, a ingestão excessiva de álcool, e comportamentos sexuais de risco.

O que é o câncer de próstata?

O câncer de próstata continua sendo a principal discussão levantada durante o novembro azul, isso porque ele é o segundo tipo de câncer que mais mata homens no mundo (atrás apenas do câncer de pele). De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima-se que 239 mil homens poderão ter câncer a cada ano no período de 2023 a 2025.

A idade é o principal fator de risco para o câncer de próstata, sendo mais incidente em homens a partir dos 60 anos. Ele é provocado pelo crescimento descontrolado de células, formando tumores que podem ser benignos ou não. Para investigar o câncer de próstata, os dois primeiros exames a serem realizados são o exame de toque e o PSA (Antígeno Prostático Específico).

O exame de toque retal possui a finalidade de avaliar alterações no tamanho, volume, textura e formato da próstata. Já o PSA é capaz de medir no sangue o antígeno prostático específico, que é uma proteína produzida pela próstata e está disponível na corrente sanguínea e no sêmen. Níveis alterados dessa proteína podem indicar alterações na próstata. Entretanto, para confirmar o diagnóstico é necessário realizar uma biópsia, por meio da qual são retirados pedaços muito pequenos da próstata para serem analisados no laboratório. A biópsia é indicada caso seja encontrada alguma alteração no exame de PSA ou no toque retal. 

Na fase inicial, o câncer de próstata pode não apresentar sintomas, mas os homens devem ficar atentos quando eles se manifestam. O médico e professor da UFR, Eduardo Maciel Narvaes, explica que os sintomas característicos são todos aqueles obstrutivos da urina, tais como dificuldade de urinar; demora em começar e terminar de urinar; sangue na urina ou na ejaculação; necessidade de urinar muitas vezes durante ao longo do dia ou  noite. O professor alerta que esses sintomas não são exclusivos do câncer e também podem se manifestar relacionados a outras doenças da próstata, como infecções, por exemplo. De qualquer forma, são sempre sinais de alerta de que algo não está bem. Nesses casos, a orientação é procurar um urologista.

O professor esclarece que, na ausência de sintomas, os homens devem fazer o exame preventivo a partir dos 50, com exceção daqueles que apresentam fatores de risco, que devem iniciar a partir dos 45 anos. Entre estes fatores estão os homens obesos, negros e aqueles que possuem histórico de câncer de próstata ou câncer de mama em parentes de primeiro grau.

O diagnóstico precoce é a principal ferramenta na identificação da doença. Quando detectado previamente, a chance de cura é maior que 90% desde que, os exames sejam feitos de forma correta, feito de uma abordagem cirúrgica adequada, com um profissional experiente, desde que tenha um estadiamento adequado, comenta o professor Eduardo Narvaes.Para mais orientações sobre a doença, confira logo abaixo a cartilha “Câncer de próstata: vamos falar sobre isso?”, do Instituto Nacional de Câncer (INCA):