Estudantes da UFR convidam empreendedores para a sala de aula
Estudantes da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR) tiveram a oportunidade de conhecer de perto histórias reais de profissionais empreendedores em suas áreas de atuação. A experiência fez parte das aulas de empreendedorismo ministradas na universidade. Ao longo do semestre, os acadêmicos desenvolveram múltiplas competências em inovação e oportunidades de negócios que envolviam práticas de empreendedorismo. Estes temas não se limitam ao campo de estudos da administração, surgindo de forma transversal em todos os cursos de graduação que lidam com pesquisa aplicada e desenvolvimento de produtos.
No curso de Sistemas de Informação, por exemplo, a disciplina Empreendedorismo e redes de cooperação funciona como porta de entrada do estudante de tecnologia da informação ao mundo dos negócios. Durante as aulas, são apresentados conceitos de ações empreendedoras, planos de negócios e desenvolvimento de projetos na área de tecnologia da informação. Já no curso de Administração, a disciplina Administração empreendedora aprofunda conteúdos elaborados ao longo da jornada acadêmica, na tentativa de apontar maneiras viáveis para se transformar ideias em negócios. Em comum, ambas as disciplinas abordam a identificação do perfil empreendedor, de modo a estimular nos estudantes o desenvolvimento de suas próprias competências no campo do empreendedorismo.
Considerando as competências demandadas dos trabalhadores na contemporaneidade, a professora Roseli Aparecida dos Reis, do curso de Administração da Universidade Federal de Rondonópolis, realizou um exercício para promover as condições necessárias para aproximar os estudantes e as histórias de vida de empreendedores no município de Rondonópolis-MT em suas respectivas áreas de negócios. Neste exercício, os próprios estudantes convidaram profissionais do mercado de trabalho rondonopolitano para que apresentassem sua área de atuação, reconstituindo os passos que os levaram até a posição que hoje ocupam. Objetivo da atividade foi permitir que os estudantes identificassem características empreendedoras nas falas e ações destes profissionais.
A professora Roseli explica que, normalmente, quando as pessoas pensam em práticas empreendedoras, acabam circunscritas ao nível da empresa. Entretanto, o empreendedorismo extrapola estes limites: “Não temos apenas o empreendedorismo empresarial, temos também o empreendedorismo-perfil. E são esses profissionais que fazem diferença onde eles estão!”. A análise de perfil dos convidados serviu como base metodológica da disciplina, validando os conceitos que foram discutidos previamente em sala de aula. Nesta dinâmica, “[…] a teoria nada mais é do que a descrição da prática, só que comprovada cientificamente. Você tem o conteúdo teórico e você traz pessoas para validarem que aquele conteúdo teórico é exatamente aplicado”, explicou a professora.
A união entre teoria e prática agradou a estudante do curso de administração, Alessandra Bessa Wutke, para quem a experiência vivida em sala de aula “tornou o empreendedorismo mais palpável, nos levando a pensar fora da caixinha”. Alessandra já é empreendedora, mas considera que o exercício aproximou os alunos da realidade ao convidar profissionais para compartilhar suas histórias com a turma. Ela avaliou como positiva a metodologia adotada e pontuou a importância do trabalho final, no qual os estudantes deveriam elaborar um plano de viabilidade de negócio. “Fiquei encantada com todas as histórias que ouvi. […] Tenho certeza, que sairão alguns projetos dali e que instigou muitos a se tornarem futuros empresários!”, comentou.
Para Victória Haubricht, do curso de Sistemas de Informação, “o contato com estes profissionais possibilitou aos alunos identificar quais atributos empreendedores são mais evidentes em seus perfis e quais necessitam ser aprimorados”. A estudante ponderou que, diante do atual cenário do mercado de trabalho, no qual “habilidades interpessoais e raciocínio lógico são algumas das competências que caracterizam um bom profissional, a disciplina […] proporcionou aos discentes uma ampla visão acerca de gestão de recursos, inovação e planejamento”. Victória analisou que os convidados, apesar de apresentarem perfis distintos, detinham características em comum que revelavam traços de sua iniciativa empreendedora, tal como a predisposição a riscos, capacidade de trabalhar em equipe, persuasão e determinação.
Lucas Delguingaro Gomes cursa Zootecnia na UFR e se inscreveu na disciplina em razão de sua afinidade com a área de negócios. O estudante considerou esta uma oportunidade para aprender conceitos e conhecer pessoas que acreditaram em seu potencial e não desistiram diante das adversidades. “A disciplina […] me abriu os olhos para aquilo que eu posso ser. Eles mostraram para nós que tudo é possível. E que a gente tem que observar os gargalos, onde a gente pode entrar….”. Lucas explica que existem muitos nichos que não foram o suficientemente aproveitados e outros que as pessoas não enxergam, mas que estes profissionais foram capazes de perceber.
A Universidade Federal de Rondonópolis apoia iniciativas empreendedoras e possui uma unidade administrativa responsável em auxiliar a comunidade acadêmica no desenvolvimento de projetos e ações desta natureza. Com o objetivo de impulsionar a inovação tecnológica e empresarial no âmbito da universidade, a Secretaria de Inovação e Empreendedorismo (SIE) incentiva a produção intelectual com foco na formação de empreendedores preparados para atuarem em um mercado de trabalho competitivo. Desta forma, a gerente de Mobilização e Capacitação da SIE, Lisie Souza Castro, encoraja os estudantes a procurarem a SIE para conhecer os trabalhos desenvolvidos e que possam ajudá-los em sua formação. Recentemente, a Diretoria de Empreendedorismo e Desenvolvimento Tecnológico formalizou a criação da primeira Empresa Júnior do campus universitário, ampliando as possibilidades dos estudantes de exercitar suas competências na área de inovação e empreendedorismo com o apoio da UFR.
