UFR celebra Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra
Celebrado no dia 20 de novembro, o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra é um marco histórico da luta pela igualdade no Brasil. A data foi instituída oficialmente nos calendários escolares em 2003, tornando-se uma comemoração de abrangência nacional em 2011 com o objetivo de promover a valorização da cultura afro-brasileira e reforçar a luta contra o racismo, a discriminação e a desigualdade social.
O 20 de novembro foi proposto ainda na década de 1970 pelo Grupo Palmares, em referência ao dia atribuído à morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. Zumbi foi o último líder do Quilombo dos Palmares, um dos maiores focos de resistência à escravidão no Brasil. Por este motivo, tornou-se um símbolo da luta pela liberdade e pela valorização das raízes ancestrais dos povos africanos.
A data é um símbolo para a conscientização e ressignificação dos papéis sociais atribuídos historicamente de maneira arbitrária às populações afro-brasileiras e à sua cultura, ciência, arte e matrizes religiosas. Ao longo da história do Brasil, a população negra enfrentou todo tipo de discriminação e exclusão de oportunidades nos processos de ascensão econômica e social. Por esses motivos, a luta por direitos e reconhecimento tem sido uma constante, e o Dia da Consciência Negra tornou-se um marco no reconhecimento da contribuição africana para a formação do Brasil.
Enfrentamento ao racismo de todos os dias
O racismo é uma prática estrutural que atravessa as esferas da sociedade, desde o mercado de trabalho até o sistema educacional e o de saúde. Para a filósofa Djamila Ribeiro, o silêncio em torno dessas práticas torna os indivíduos ética e politicamente responsáveis pela sua manutenção. Desta forma, saber reconhecer as estruturas e comportamentos racistas são as melhores formas de combatê-lo.
De acordo com a quinta edição do boletim Pele Alvo: Mortes Que Revelam Um Padrão, realizado pela Rede de Observatórios da Segurança, em 2023, todos os dias, pelo menos sete pessoas negras foram mortas em ações policiais. Os dados revelam que, do total de vítimas, 87% eram pessoas negras, o que aponta para uma relação direta entre a letalidade dessas ações e a cor da pele. Desde a primeira edição do boletim, em 2020, o padrão tem se mantido, com a população jovem negra sendo a principal vítima desse ciclo de violência.
Neste sentido, o Dia da Consciência Negra serve à desconstrução da ideia de subalternidade atribuída ao povo negro, ideia diretamente associada a um imaginário segregador cultivado durante a história do país. Conscientizar-se sobre o assunto não se resume a uma celebração, mas constitui-se em uma verdadeira afirmação das identidades afro-brasileiras e um chamado ao combate à violência racial.
UFR celebra data e defende luta antirracista
A Universidade Federal de Rondonópolis reafirma seu trabalho em promover ações comprometidas com a promoção da equidade e que possam servir para a diminuição das diferenças sociais. Deste modo, a instituição se compromete com o combate ao racismo estruturado socialmente e com a promoção da inclusão de pessoas negras nas salas de aula e no corpo pedagógico e administrativo da universidade.
Durante a Semana da Consciência Negra, dois eventos acontecem na Universidade Federal de Rondonópolis (UFR) como forma de promover a discussão sobre direitos e ações afirmativas no combate ao racismo cotidiano: o colóquio internacional: Racismo ambiental, ecologia, educação e interculturalidade, e um curso para atuação em bancas de heteroidentificação, procedimento que consiste na percepção social de outras pessoas sobre a auto identificação étnico-racial de processos seletivos.