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UFR celebra Dia Internacional das Mulheres

Elemento decorativo
Elemento decorativo Por Thiago Cardassi Publicado em: 07/03/2025 15:03 | Última atualização: 07/03/2025 15:03

A Universidade Federal de Rondonópolis (UFR) celebra o Dia Internacional das Mulheres, um símbolo da luta histórica por direitos, equidade e respeito. Ao longo do mês, convidamos a comunidade acadêmica a refletir sobre as conquistas e as dificuldades que o estereótipo de gênero ainda imprime na vida de tantas mulheres brasileiras.

O Dia das Mulheres é uma data celebrada internacionalmente e possui suas raízes fundadas junto dos movimentos trabalhistas e feministas do final do século XIX, quando mulheres começaram a se mobilizar para reivindicar melhores condições de trabalho, direito ao voto e igualdade de oportunidades.

A data foi oficialmente reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, declarado o Ano Internacional da Mulher. Desde então, o dia 8 de março passou a ser uma referência global para a reflexão sobre os direitos das mulheres, celebrando conquistas e reforçando a luta por igualdade de gênero.

Mulheres na educação

Historicamente, as mulheres enfrentaram maiores barreiras para ter acesso à educação formal e ao espaço acadêmico. A exclusão delas nas universidades foi uma realidade até o século passado em muitos países, incluindo o Brasil. Contudo, as últimas décadas têm testemunhado um avanço significativo, com um número crescente de mulheres ingressando em cursos de graduação e pós-graduação, conquistando, assim, espaços de liderança em diversas áreas do saber.

De acordo com o informativo Estatísticas de Gênero, produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres brasileiras são, em média, mais instruídas que os homens. Em 2022, cerca de 60,3% das pessoas que concluíram cursos de graduação presencial no Brasil eram mulheres. Já a proporção de pessoas com nível superior completo foi de 16,8% entre os homens e 21,3% entre as mulheres.

No cenário educacional brasileiro, o protagonismo feminino é evidente, sendo esse o maior percentual alcançado em análise dos últimos 10 anos. No entanto, a inserção de mulheres nas áreas de ciências, exatas e tecnologia ainda se mostra um desafio, aponta o relatório do IBGE.

A participação delas no ambiente acadêmico não se limita às salas de aula. A contribuição das pesquisadoras tem sido crucial para o avanço da ciência e da tecnologia, além de trazer perspectivas inovadoras, humanizadas e diversificadas para a produção de conhecimento. Hoje, elas são responsáveis por importantes descobertas e estudos em todas as áreas do saber.

Além disso, a presença de mulheres em posições de destaque nas universidades também tem contribuído para a transformação das metodologias de ensino e pesquisa. As mulheres têm desafiado as abordagens tradicionais, trazendo novas formas de pensar e aplicar a ciência, com ênfase na ética, na inclusão e na diversidade.

Violência ainda é uma realidade

No entanto, é preciso destacar que, apesar dos progressos na área da educação, no mundo do trabalho as mulheres ainda enfrentam desafios significativos e o reconhecimento equitativo de rendimento salarial tem sido um obstáculo. Segundo o Relatório Nacional de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios, produzido em conjunto pelos ministérios do Trabalho e Emprego (MTE) e das Mulheres, elas ganham 19,4% a menos que os homens no Brasil. Em cargos de dirigentes e gerentes a diferença de remuneração chega a 25,2%.

Esses desafios se refletem na campanha internacional do dia das mulheres produzida anualmente pela Organização das Nações Unidas (ONU). Em 2025, o tema da campanha será: “Para TODAS as mulheres e meninas: Direitos. Igualdade. Empoderamento.” A discussão representa um chamado para ações que possam ampliar a igualdade de direitos, poder e oportunidades para todas as mulheres. Segundo a organização, “o empoderamento da próxima geração é central para essa ideia — a juventude, especialmente as jovens mulheres e meninas, será protagonista de mudanças duradouras”.

Apesar de ser um momento de celebração, o 8 de março é, sobretudo, um dia de luta. Luta por igualdade salarial, inclusão no mercado de trabalho, representação em cargos de liderança, e pela vida. Os últimos dados publicados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), mostram que, no ano de 2023, cerca de 1.463 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil, o maior número já registrado desde a tipificação da lei de combate ao feminicídio.  O estado com as maiores taxas foi Mato Grosso, com 2,5 mulheres mortas a cada 100 mil pessoas.

Mulheres na UFR

A Universidade Federal de Rondonópolis (UFR) se posiciona em combate a todo o tipo de violência e descriminação, produzindo ferramentas práticas e estudos de enfrentamento das desigualdades e injustiças sociais. A instituição acredita que a educação tem importante papel a cumprir nesta luta e que a defesa pela ampliação do acesso ao Ensino Superior público, gratuito e socialmente referendado é também um investimento pela emancipação profissional, ascensão social e garantia de respeito das mulheres brasileiras.

De acordo com um levantamento, realizado em 2023, a maior parte da força de trabalho da universidade é composta por mulheres professoras, técnicas, pesquisadoras, diretoras, gerentes e líderes nas mais variadas áreas de conhecimento. Naquele ano, cerca de 50% dos projetos de pesquisa eram liderados por mulheres, 52% dos artigos publicados em periódicos e 56% dos livros e capítulos de livros também eram de autoria delas. Os números revelam que a universidade se constitui como um espaço de transformação social, onde é possível minimizar as desigualdades e promover políticas que promovam a igualdade de gênero e o respeito à diversidade.

Cada membro da comunidade acadêmica da Universidade Federal de Rondonópolis, estudantes e servidores, têm sua parcela de responsabilidade na promoção de uma comunidade mais justa, dentro e fora da instituição, em casa, na sociedade, no trabalho, na política. O comprometimento coletivo e a formação de redes de apoio e solidariedade entre mulheres é um exercício necessário para a promoção de um futuro mais igualitário.

O Dia Internacional da Mulher é um momento para reconhecer as conquistas, mas principalmente para reafirmar esse compromisso com a igualdade de gênero. A luta das mulheres no mundo acadêmico e do trabalho é parte de um movimento mais amplo por justiça social e de um esforço contínuo para garantir que todas as pessoas tenham as mesmas oportunidades de contribuir e prosperar.

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