Universidade Federal de Rondonópolis

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Turma 2017

A POLÍTICA CURRICULAR PARA O ENSINO DE HISTÓRIA EM ESCOLAS PÚBLICAS DA REDE ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE MT: A VOZ DOS PROFESSORES.

Autor: ADRIADNA LISPECTOR RODRIGUES PEREIRA DE ANDRADE

Resumo:  Esta pesquisa está inserida na Linha de Pesquisa Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Rondonópolis. Tem como objeto de estudo as implicações das políticas educacionais para o ensino de história, no ensino médio regular, na rede pública do estado de Mato Grosso, na cidade de Rondonópolis. Dessa forma, nosso objetivo geral é investigar de que maneira as políticas educacionais interferem no ensino de história e na atuação dos professores de história. A pesquisa justifica-se pela necessidade de compreender em que medida se sustentam os discursos de autonomia docente frente às prescrições da política curricular, dentro do contexto educacional: piso salarial, condições de trabalho, material e recursos didáticos pedagógicos, entre outros, que perfazem o cotidiano dos professores que ensinam história na educação básica. Buscamos problematizar de que maneira a política curricular interfere no ato de ensinar, ou seja, de que maneira as definições de currículo de história imputam ao docente determinadas concepções, conteúdos e metodologias que limitam a autonomia docente. Utilizamos o método da história oral, por meio de entrevistas, bem como um questionário com questões acerca do perfil dos professores. O público participante são quatro professores de história da rede pública estadual do Mato Grosso, no município de Rondonópolis, além de uma professora pedagoga que colaborou com uma entrevista exploratória realizada anteriormente às entrevistas. Após a realização das entrevistas e suas transcrições, foram feitas as análises das mesmas a partir de cinco temáticas: formação, planejamento, aprendizagem, políticas públicas e ensino de história. A partir das entrevistas, como conclusões a esta investigação, pode-se perceber algumas das implicações que acometem o ensino de história de professores de algumas escolas da cidade de Rondonópolis. Ainda que os professores entrevistados não conheçam de forma aprofundada os textos das políticas educacionais, é possível notar em suas falas como essas políticas refletem em seu ensino em sala de aula. Falta espaço para debates acerca das políticas educacionais e para conhecê-las. Falta espaço para estudos e pesquisas mais aprofundadas por parte dos professores. Falta uma formação que seja mais consistente e colabore ainda mais para questões voltadas à figura do professor de história e não apenas ao historiador. Falta liberdade para que outros métodos possam ser trabalhados em sala, que não apenas o método tradicional. Falta estrutura. Em contrapartida, sobram burocracias, avaliações, cobranças, números.

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VIDAS QUE MERECEM SER PROTEGIDAS: VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA MENINAS, GÊNERO E EDUCAÇÃO

Autor: ANA LETÍCIA BONFANTI

Resumo: A pesquisa versa sobre o fenômeno da violência sexual cometida contra meninas compreendida a partir das hierarquizações de gênero e subalternização dos sujeitos. Esta forma de violência é legitimada em uma lógica patriarcal e excludente que mantem o poder do homem adulto sobre os demais sujeitos. O que propus como estratégia para compreender a violência sexual contra meninas foi investigar quais são as concepções de gênero e de infância que colocam em funcionamento o dispositivo da sexualidade e norteiam tais atos de subalternização, violência e violação. Para isso, recorro aos campos teóricos-metodológicos da Epistemologia Feminista, a partir das contribuições das teóricas de gênero: Judith Butler, Heleieth Saffioti, Donna Haraway e Guacira Lopes Louro, e da Micro-História, especificamente na análise dos processos-crime. Esta metodologia é uma forma de investigação que utiliza os processos ou inquéritos como fonte de análises dos estereótipos, valores, crenças, e repetições encontradas nos depoimentos. Nesta pesquisa, analiso inquéritos policiais instaurados na Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Criança, Adolescente e Idoso de Rondonópolis. Foram localizados 358 inquéritos policiais de crimes de estupros cometidos por homens contra crianças e adolescentes no período compreendido entre 2010 e 2017, posteriormente, foram selecionados 20 inquéritos policiais de violência sexual cometida contra meninas para a realização da pesquisa. A partir do corpus documental analisado, denuncio que a maioria dos agressores são homens heterossexuais casados e que mantem vínculos afetivos-familiares com as vítimas e que por outro lado, a violência sexual atinge majoritariamente as meninas ainda na infância, dentre 8 e 11 anos de idade. Através das análises dos depoimentos das meninas-vítimas, de seus familiares e de seus agressores sexuais, evidencio as relações de poder estabelecidas, as hierarquizações de gênero, o processo de objetificação e abjetificação dos corpos dessas meninas, a subalternização da infância e a lógica do adultocentrismo e a culpabilização das vítimas. Os depoimentos dos agressores, ao darem corpo a um discurso de culpabilização das meninas, buscam afirmar que, a despeito da idade que elas tenham, elas não são mais meninas e que não são vítimas legítimas que mereçam ser protegidas. Foi possível concluir que essas violências ocorrem em função de um dispositivo de gênero estruturado a partir do patriarcado arraigado na sociedade brasileira. Por fim, demonstro que a própria forma como se organiza a democracia brasileira, como uma “machocracia”, contribui e legitima os discursos dos agressores sexuais e que há uma seletividade que determina quem são as crianças e as vidas que devem ser protegidas em uma sociedade “machocrata”. As vidas dessas meninas são violentadas também através de práticas institucionalizadas que legitimam o ideário patriarcal no âmbito da Educação e do sistema de justiça. Enquanto há um levante conservador de movimentos que querem coibir e proibir qualquer debate sobre gênero e sexualidade nas escolas, os corpos das mulheres, das crianças e dos adolescentes e da população LGBTQI+ continuam a ser intensamente violados, violentados e exterminados. É urgente, fundamental e incontestável a necessidade de que construamos uma educação libertária e da diferença que não mais reproduza as hierarquizações de gênero e etárias que tradicionalmente têm se construído. Para isso, é crucial que a formação dos professores e educadores contemple as discussões sobre gênero, sexualidade e violências que têm atingido as crianças e adolescentes brasileiras.

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EXTERMÍNIO DE JOVENS NEGROS EGRESSOS DO SOCIOEDUCATIVO EM RONDONÓPOLIS: PARA ALÉM DOS DISCURSOS DE CADAFALSO

Autor: ARI MADEIRA COSTA

Resumo:Escrever sobre o extermínio de jovens negros, com ênfase para aqueles que tiveram o infortúnio de cumprir medida socioeducativa de internação no Centro Socioeducativo da cidade de Rondonópolis, é o principal objetivo deste trabalho, de modo a expor e criticar, em tal cenário, com uma visão problematizadora da realidade,os principais problemas que afligem essa importante parcela da juventude brasileira.De modo geral, a juventude negra em conflito com a lei aparece nos documentos oficiais e na mídia apenas como estatísticas ou sujeitos com estereótipo de vocacionados à prática de delitos. Neste trabalho, a fim de se espreitar acontecimentos “lá onde menos se os esperava e naquilo que é tido como não possuindo história” (FOUCAULT, 1979, p. 12), procuro identificar e interrogar as forças presentes nos discursos que recobrem os dramas desses jovens, a partir da interrogação dos arquivos de saber-poder constituídos nos diversos espaços institucionais do sistema de proteção da infância e da juventude (relatórios, livros oficiais, estudos psicossociais, processos judiciais etc.), afim de “ouvir” as forças que deles se apropriaram e que sentido lhes deram. Alcanço, assim, entendimento de queos assassinatos reiterados de adolescentes negros em Rondonópolis não são obra da casualidade, assim como não é obra do acaso a omissão das autoridades públicas e sociedade civil organizada na abordagem e enfrentamento dessa realidade histórica, cujo desvelar é mais do que urgente.

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“AQUELE PRÉDIO BRANCO”: INFLUÊNCIAS, INTERPRETAÇÕES E TRADUÇÕES NA ATUAÇÃO DA POLÍTICA DE GESTÃO DO IFMT NO CAMPUS RONDONÓPOLIS (2014-2018)

Autor: CHRISTIANE CAMILO PIRES

Resumo:  Este trabalho dissertativo resulta de uma pesquisa inscrita na Linha de Pesquisa Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais, do Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade Federal de Mato Grosso, Câmpus Universitário de Rondonópolis (PPGEdu/UFMT/CUR), tendo como tema a Política de Gestão do IFMT. Tem como objetivo geral compreender qual a interpretação e tradução que os sujeitos da prática, ou seja, os profissionais que a atuam no Campus Rondonópolis, apresentam acerca da política de gestão institucional presente no PDI do IFMT. Estruturada como pesquisa qualitativa, foi utilizada a abordagem do Ciclo de Políticas, desenvolvido inicialmente por Stephen Ball e Richard Bowe, como referencial de análise. Esta abordagem propõe uma análise crítica, não linear, multidisciplinar e global da trajetória de políticas educacionais, organizando-se em três contextos inter-relacionais: contexto da influência, contexto da produção de texto e contexto da prática, cada qual apresentando arenas, lugares e grupos de interesse, envolvendo embates e negociações. O estudo foi realizado considerando que as políticas não são implementadas, são encenadas, colocadas em cena, em ação, interpretadas e traduzidas, materializadas de diferentes e variadas formas, por isso, os profissionais não são meros implementadores, os atores envolvidos têm controle sobre o processo. Nesta perspectiva, para direcionar e atender ao objetivo geral desta pesquisa, formulou-se três objetivos específicos. Em relação ao primeiro, investigar quais as circunstâncias e possíveis influências e tendências que dão base para a política de gestão do IFMT, buscou-se situar em um contexto histórico, levando em conta determinações e contradições, o surgimento do IFMT, através de uma breve discussão a respeito da história da Rede Federal. No que tange ao segundo, discutir os significados apresentados na política de gestão do IFMT, tendo como base o documento do PDI 2014-2018, abordou-se a partir do modelo organizacional dos Institutos Federais a gestão no IFMT, em especial, no Campus Rondonópolis. Quanto ao terceiro, verificar quais as interpretações/traduções dos sujeitos participantes da pesquisa acerca da política de gestão do IFMT, voltou-se para a atuação dessa política, tomando como base o documento do seu PDI 2014-2018, realizando entrevistas semi estruturadas com 6 servidores do IFMT/Rondonópolis que, em maior ou menor medida, atuaram na elaboração do documento e, também, em funções de gestão durante o período de vigência do mesmo. Foi possível observar que o PDI se caracteriza como uma representação da política no qual se congrega as interpretações dos sujeitos da prática na formulação de estratégias institucionais como norteador de suas ações, sendo estas traduzidas para uma linguagem “mais didática” através da formulação de diversas táticas, no intuito de garantir o atendimento às expectativas das estratégias institucionais; e, que os entrevistados apresentam diferentes leituras da realidade, de acordo com o papel que cada ator desempenha no enredo institucional e a diversidade de situações que tiveram que lidar para colocar a política em cena, lidando com interpretações e traduções essencialmente contraditórias ora democráticas ora gerenciais.

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ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL, DOMESTICAÇÃO E LIBERTAÇÃO EM DEBATE: O CONTEXTO DA UFMS, CAMPUS DE COXIM

Autor: DÁRIO VANELI JUNIOR

Resumo: Esta dissertação é resultado de uma pesquisa vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso, Câmpus Universitário de Rondonópolis (PPGEdu/UFMT/CUR). Tem como objeto de estudo a política de assistência estudantil, materializada pelo Programa Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes), com o objetivo de analisá-la, a partir do discurso dos beneficiários, considerando a totalidade dos sujeitos a ela ligados (professores e técnico responsável na unidade). Apresenta como recorte o campus de Coxim da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (CPCX/UFMS), ressaltando que essa é uma política voltada às Instituições Federais de Ensino Superior (IFES). Tem como questionamento central entender se ela serve à domesticação ou à libertação dos assistidos, tomando como suporte teórico algumas obras de Paulo Freire e de outros autores, que contribuem na elucidação do contexto da educação e do mundo atual. O método de pesquisa segue uma perspectiva dialética, ou seja, utiliza apenas alguns conceitos deste método, a partir de Karl Marx e de autores que fazem uma releitura dessa abordagem, que lê os fenômenos de forma concreta e histórica, na busca da leitura da essência do fenômeno. A escolha do tema justifica-se pela atuação profissional do autor como Técnico Administrativo no CPCX, pois, a partir dessa vivência, acabou por perceber lacunas e limitações na elaboração, gestão, operacionalização e avaliação da política, principalmente em relação aos campi das cidades do interior do Estado, pois cada um tem sua realidade e sujeitos com necessidades particulares. Nessa perspectiva, denomina-se a pesquisa como do tipo qualitativa, partindo de uma revisão bibliográfica e da legislação pertinente sobre o tema. Como principal técnica na coleta de dados, dispõe-se da entrevista semiestruturada com os acadêmicos beneficiários das duas principais ações de assistência estudantil existentes no CPCX: o Auxílio Permanência e o Auxílio Alimentação. O referencial teórico visa uma educação como prática da liberdade, um Estado voltado ao atendimento das necessidades da maioria, com uma universidade popular e dialética, para a formação de um ser humano dialógico, centrado na resolução dos problemas de seu tempo, que cuida de si, do outro e do planeta em que vive. A partir da voz dos acadêmicos beneficiários, sujeitos desta pesquisa, em diálogo com as bibliografias e a legislação, evidencia-se, de início, a ausência da participação destes, bem como dos professores, na elaboração, gestão e avaliação da política na instituição, o que a torna burocrática, verticalizada e em uma perspectiva de doação. Por outro lado, constatam-se momentos de conscientização e participação estanques, o que indica a necessidade de torná-la mais flexível e democrática, evitando que favoreça a cultura do individualismo, falta de reflexão e competitividade exacerbadas, ou, ainda, a possibilidade de agradecimento ingênuo e não reflexivo. A assistência estudantil é uma conquista recente das camadas populares (dez anos). Para fortalecer o acesso e a permanência na universidade, aprimorá-la na instituição, a fim de que alcance os objetivos propostos na legislação, ou, se necessário ressignificá-los, visando uma universidade que seja popular e dialética, com políticas democráticas de construção participativa, fundadas no diálogo, colaborando na libertação dos que a elas têm acesso, apresenta-se como desafio.

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A FORMAÇÃO ITINERANTE: EXPERIÊNCIAS E PERCEPÇÕES DE PROFESSORES INICIANTES DO OBEDUC/UFMT

Autor: DULCINETE RODRIGUES DOS SANTOS ALVES DE SOUZA

Resumo: O presente estudo aborda a formação de professores iniciantes das redes públicas do município de Rondonópolis-MT desenvolvida pelo grupo de pesquisa InvestigAção, em projeto colaborativo Universidade/UFMT-Escola, que investe na itinerância nas/pelas escolas envolvidas investigando os dilemas, desafios e potencialidades dos professores nos primeiros anos do exercício docente. Nesse cenário, objetivou-se investigar que dificuldades, dilemas e necessidades formativas evidenciam os professores iniciantes e que potencialidades apresentam para superarem esse quadro a partir de uma formação e prática compartilhadas com seus pares, em um espaço propício de alteridade na itinerância das escolas envolvidas.. Analisou-se ainda, como os professores compreendem e se apropriam dessa formação para diminuírem seus impasses, frente às práticas que desenvolvem no ensino de Ciências e acompanhar as peculiaridades apresentadas em cada locus, a partir das vivências com o outro. A itinerância possibilitou aos professores iniciantes partilharem conhecimentos, metodologias, práticas, saberes e fazeres dessa fase da docência, em diferentes realidades, uma vez que cada formação ocorreu em uma escola. Por meio da abordagem qualitativa e da pesquisa formação, buscamos responder às seguintes questões: Quais são os dilemas e potencialidades dos professores iniciantes? O processo de vivenciar a itinerância contribui ou não para compreender esses dilemas, reduzir as aflições e desenvolver suas potencialidades? O que manifestam os professores de ciências sobre as possibilidades de ressignificar seus conhecimentos e práticas a partir da formação oferecida? A produção de dados deu-se a partir da análise documental e das narrativas de diferentes instrumentos, obtidos em ambientes físicos ou online. Os resultados demonstraram que a formação continuada oferecida pelo projeto OBEDUC/UFMT é considerada pelos professores como ponto de reflexão sobre suas práticas e sobre a carreira docente, favorecendo o seu desenvolvimento profissional. A itinerância sugerida na formação, constituiu-se, na percepção dos professores, em uma possibilidade de revisitar a prática do outro e resultou em um instrumento para aprimorar e possivelmente promover alteridade, contribuindo para diminuir dificuldades e preencher lacunas de sua formação inicial.

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PRÁTICAS AVALIATIVAS, FORMAÇÃO E CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO – CAMINHOS PERCORRIDOS NA ESCOLA

Autor: EDNA DE OLIVEIRA SOUZA SILVA

Resumo: O presente estudo é resultado da pesquisa sobre práticas avaliativas, formação e concepção de avaliação, desenvolvido no âmbito do Mestrado, no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu) da UFMT/Rondonópolis-MT, na linha de pesquisa “Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais”, vinculada ao grupo de pesquisa Organização do Trabalho Pedagógico e a Formação Centrada na Escola. O objetivo desta pesquisa foi investigar as práticas avaliativas nos anos iniciais do Ensino Fundamental I, a fim de analisar a mediação entre a formação do professor/a e a concepção de avaliação no fazer pedagógico de duas educadoras atuantes em uma escola da Rede Estadual do Município de Rondonópolis-MT. Como objetivos específicos, buscamos, evidenciar que concepção de avaliação orienta a política da escola, analisar se as temáticas estudadas na formação docente contemplam as práticas avaliativas da escola e analisar qual concepção de avaliação orienta a prática pedagógica da professora. Esta investigação se desenvolve em um contexto cujas políticas públicas se servem, ao menos teoricamente, das avaliações educacionais de larga escala para iniciativas de reforma e as tomam como medidas de qualidade educacional no país. A investigação nasceu da seguinte questão: Como o professor concebe as práticas avaliativas e de que maneira as ações de formação continuada desenvolvidas na escola influenciam a prática pedagógica? A Pesquisa relatada nesta dissertação foi estruturada na abordagem qualitativa, por meio de um estudo de caso, direcionado pelo método dialético-fenomenológico, na perspectiva freiriana e nas concepções de avaliação de aprendizagem de Luckesi, por apontar uma atitude dialógica e humanizada na ação educativa. As participantes foram duas professoras, uma do 4º e a outra do 5º ano do Ensino Fundamental I, uma vez que essas turmas se encontram em um momento do percurso formativo de intensa pressão avaliativa externa devido à Prova do SAEB e à transição do Ensino Fundamental I para o Fundamental II no decurso do ano de 2019. Os dados foram coletados por meio de entrevistas, de memorial, de observação dos encontros formativos e da sala de aula, registrada em diário de campo e de análise de documentos para triangular os dados. A análise dos dados foi realizada com base nos eixos práticas avaliativas, formação e concepção de avaliação. Os resultados da investigação evidenciaram que a formação continuada é espaço de relevância à medida que possibilita ao docente refletir sobre a ação pedagógica, bem como discutir sobre as políticas públicas; no entanto, infelizmente, nem sempre a escola pode cumprir com os temas levantados a partir do diagnóstico escolar, devido às demandas externas advindas da política de Educação do Estado. Os dados revelaram ainda que, apesar dos avanços nas práticas avaliativas na perspectiva de formação humana, há a necessidade de melhorar a compreensão do trabalho educativo para concepções emancipatórias. A pesquisa destacou a importância da autoavaliação, assim como evidenciou que práticas antidemocráticas não contribuem para uma perspectiva de educação libertadora na ação educativa

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A POLÍTICA CURRICULAR PARA O ENSINO DE GEOGRAFIA NO ESTADO DE MATO GROSSO (2015 – 2018)

Autor: EDUARDO DE LIMA CUNHA

Resumo: Esta pesquisa foca a reconfiguração da política curricular para o Ensino Fundamental, em especial para a disciplina de Geografia, na rede estadual de educação de Mato Grosso, no governo de Pedro Taques (2015-2018). Está sendo desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu), na Linha de Pesquisa Políticas Públicas Educacionais e Práticas Pedagógicas e traz como problemática a seguinte indagação: que sentidos de educação e de ensino de currículo são homogeneizados na política produzida no governo Taques para a Geografia, no ensino fundamental em Mato Grosso? De modo geral, a pesquisa tem como objetivo analisar os sentidos de currículo, de educação e de ensino hegemonizados na política curricular para a Geografia no ensino fundamental em Mato Grosso, no período de 2015 a 2018, uma vez que sua organização por meio de objetivos de aprendizagem foi proposta como medida de melhoria de qualidade da educação no estado. São objetivos específicos da investigação: 1. caracterizar principais aspectos da política curricular de Mato Grosso; 2. discutir e problematizar os sentidos que dão corpo à política curricular para o ensino da Geografia. A abordagem teórico-metodológica da pesquisa está baseada no Ciclo de Políticas de Stephen Ball, Richard Bowe e Annie Gold, que evidencia certa descentralização dos poderes que configuram as políticas públicas. As questões relativas ao currículo são pontuadas a partir dos estudos pós-estruturais de Alice Casimiro Lopes e Elizabeth Macedo, que entendem currículo como prática de significação. A análise relativa à política curricular de Mato Grosso apresenta traços de uma tendência educacional pautada no ensino de conteúdos, configurados a partir de Objetivos de Aprendizagem que se constituem como elementos determinantes de uma política de resultados. Nesse sentido, a empiria da pesquisa é composta por documentos curriculares como: Orientativo Pedagógico de 2016, por ser um marco de transição nas políticas educacionais no estado; o Manual de Lançamento da Avaliação por Objetivos de Aprendizagem para as turmas de Ensino Fundamental Ciclo de Formação Humana – Escolas Urbanas; a Matriz Curricular de Objetivos de Aprendizagem para as Escolas de Ensino Fundamental Urbanas/2017 e 2018. As perspectivas teóricas que fundamentam o ensino de Geografia também interessam a esta pesquisa. Não as dissociando da teorização curricular, pretendo, nesta produção, analisar as tendências de ensino da disciplina, baseadas nos conceitos desta ciência e buscar de maneira análoga uma conexão do histórico da disciplina com as diferentes perspectivas da teorização curricular.

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A FORMAÇÃO DO PROFESSOR EXPERIENTE NO PROJETO OBEDUC E OS REFLEXOS EM SUAS PRÁTICAS A PARTIR DAS PERCEPÇÕES DOS PROFESSORES INICIANTES

Autor: ELIZABETE GASPAR DE OLIVEIRA

Resumo: Esta pesquisa se insere no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu) da Universidade Federal de Mato Grosso, Câmpus Universitário de Rondonópolis (UFMT/CUR), na linha de pesquisa Formação de professores e políticas públicas educacionais.O estudo visa analisar como as professoras experientes e iniciantes ressignificam suas compreensões acerca do acompanhamento ao professor iniciante a partir da participação na formação continuada em grupo colaborativo universidade/escola do projeto OBEDUC/UFMT/CUR. A inserção na docência do iniciante é marcada por dúvidas, angústias e medos, ajustamentos, interações e tomada de decisões em relação à carreira docente.Sentimentos que podem ser mais bem compreendidos quando o iniciante conta com o apoio do experiente, o coordenador pedagógico. As questões orientadoras da investigação foram: como o professor iniciante concebe o trabalho do professor experiente no acompanhamento da sua prática, após ter se inserido no projeto OBEDUC/UFMT/CUR? De que forma o professor experiente se percebe neste processo de acompanhar o professor iniciante a partir da participação na formação oferecida pelo projeto OBEDUC/UFMT/CUR? A abordagem da pesquisa foi qualitativa e a captação dos dados se deu por meio de entrevista narrativa com duas professoras iniciantes e duas professoras experientes que participaram das formações ofertadas pelo projeto. Os dados foram analisados a partir do eixo: Percepção do professor iniciante e experiente sobre o acompanhamento na prática pedagógica. Os dados revelam que os professores experientes, apesar de terem tempo de profissão, apresentam dificuldades para o atendimento às demandas dos iniciantes. Outro ponto relevante que os resultados evidenciaram foi a solicitação de formação dos experientes para orientarem, subsidiarem e realizarem o acompanhamento aos iniciantes, o que foi atendido pelo OBEDUC, com saldos positivos.

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POLÍTICA DE AVALIAÇÃO: O SISTEMA DE AVALIAÇÃO DO ENSINO MUNICIPAL DE RONDONÓPOLIS-MT

Autor: ERLIETE DA SILVA SANTOS

Resumo: Essa nossa pesquisa se insere no campo de estudos sobre as políticas públicas educacionais, especificamente as que versam sobre a questão da avaliação da educação básica e suas relações em um contexto de reformas e de redefinição do papel do Estado brasileiro mediante o cenário marcado pelo ideário neoliberal. Neste estudo, nos propusemos a analisar o Sistema de Avaliação do Ensino Municipal de Rondonópolis – SAEM, a partir do contexto das reformas educacionais da década de 1990, buscando compreender a concepção de avaliação e os pressupostos teórico-metodológicos que o fundamenta. Neste sentido, partimos da seguinte indagação: Qual é a lógica de avaliação subjacente ao SAEM, para analisar a política de avaliação da educação do município de Rondonópolis, desenvolvida pelo SAEM? Para tanto, estabelecemos como objetivos específicos: I) identificar os sentidos atribuídos à avaliação pelo SAEM; II) analisar a concepção de avaliação subjacente ao SAEM; e III) discutir o uso dos resultados da avaliação por parte da Secretaria Municipal de Educação de Rondonópolis-MT, a SEMED. O estudo, de cunho qualitativo foi fundamentado nos pressupostos teórico-metodológicos do materialismo histórico dialético. A pesquisa apontou que a política do SAEM se propõe a superar a concepção de avaliação baseada em mecanismos de controle e mensuração de resultados por parte do Estado avaliador, mas que necessita avançar, pois que esta política carrega consigo resquícios de uma avaliação marcada pela lógica neoliberal. Lógica esta, focada na mercantilização da educação, cujos objetivos são para atender o mercado de trabalho, baseada em padrões e processos lacunares, fazendo com que os sujeitos locais – “professores e alunos”, sejam responsabilizados pelo seu [in]sucesso, desconcentrando as responsabilidades do Estado e nesse caso, do sistema. Isto foge à regra de uma política que vem propondo uma educação humanística e emancipatória e que tem a avaliação como subsídio para orientar todo o processo educativo, desde os fatores externos até as aprendizagens dos estudantes. O estudo nos permitiu observar que uma política focada para a lógica do mercado, cujos resultados servem de orientativos para o desenvolvimento econômico de determinada sociedade, contraria as funções básicas da educação preconizadas na Constituição Federal/88 que são sintetizadas na formação plena do sujeito, a formação para a cidadania e a formação para o mercado de trabalho. Tais pressupostos revelam que a política do SAEM necessita avançar expressivamente para romper com essa lógica classificatória e excludente, por meio de uma concepção emancipatória na qual todos os sujeitos e demais determinantes sejam avaliados, visando buscar resposta aos problemas apresentados. Para tanto, a pesquisa mostrou que, uma reflexão cuidadosa e muitos estudos acerca da temática irão proporcionar a “desconstrução” dessa concepção neoliberal de educação e avaliação, permitindo-nos compreender o processo educativo como forma de emancipação humana e de transformação da realidade.

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CICLOS DE FORMAÇÃO: DESAFIOS, LIMITES E POSSIBILIDADES NA SUPERAÇÃO DO FRACASSO ESCOLAR

Autor: FLÁVIA BENTO FARIAS

Resumo: Esta pesquisa buscou compreender de que maneira a política educacional e escolar dos ciclos de formação, conforme foi teorizada e construída, está se efetivando na prática, de modo a investigar seus desafios, seus limites e suas possibilidades, e como ela contribui para a superação do fracasso escolar na escola pública de Rondonópolis/MT. De forma mais específica, a pesquisa pretendeu conhecer a política educacional de ciclos por meio de observações e entrevistas com professores e objetivou refletir sobre ela. A partir disso, buscou analisar a eficácia dos instrumentos e dos recursos disponibilizados nas legislações vigentes para o acompanhamento pedagógico e a sua aplicabilidade no dia a dia da escola. E, por fim, almejou refletir, à luz da teoria crítica, as implicações dos ciclos de formação na superação do fracasso escolar e as possibilidades de uma educação contra a barbárie. Quanto ao método, trata-se de uma pesquisa de estratégia qualitativa, que utilizou a entrevista semidirigida como instrumento de coleta de dados. Este estudo foi realizado na escola Municipal José Antônio da Silva em Rondonópolis/MT. Os dados coletados foram analisados tendo como referência a teoria crítica de Theodor W. Adorno. Os estudos sobre o fracasso escolar e sobre os ciclos de formação estão amparados nas obras de autores da Educação e da Psicologia Escolar. Quanto aos resultados obtidos, percebem-se várias contradições na compreensão em torno da política de ciclos, bem como sua finalidade e foi possível entender sua potencialidade na construção de uma escola pública democrática disposta a enfrentar o fracasso escolar apesar de suas limitações. Ficou evidente que muitos ainda são os obstáculos para o seu sucesso e eles se situam para além dos muros da escola. Espera-se, a partir dos elementos analisados, que esta pesquisa contribua para a reflexão a respeito da política educacional adotada no município de Rondonópolis.

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PRÁTICAS PEDAGÓGICAS QUE ENVOLVEM A LINGUAGEM ESCRITA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UM ESTUDO DE CASO NO MUNICÍPIO DE PRIMAVERA DO LESTE

Autor: GILVANE REINKE

Resumo: A presente pesquisa está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação do Câmpus Universitário de Rondonópolis, Universidade Federal de Mato Grosso (PPGEdu/CUR/UFMT), linha de pesquisa Linguagens, Cultura e Construção do Conhecimento: perspectivas histórica e contemporânea, bem como ao Grupo de Pesquisa Alfabetização e Letramento Escolar – ALFALE. Trata-se de uma reflexão sobre práticas pedagógicas relativas à apropriação de linguagem escrita no contexto da Educação Infantil, em Primavera do Leste, MT. Em termos metodológicos, a dissertação se caracteriza como estudo de caso, pautado nos seguintes procedimentos: levantamentos estatísticos acerca da adoção de apostilas pelas prefeituras do estado de Mato Grosso, no contexto da EI; análise de atividades propostas pelo Sistema Maxi de Ensino: Coleção Iluminuras, material apostilado adquirido pelo município de Primavera do Leste, durante os anos de 2007 a 2012, destinado à faixa etária de 5 anos; entrevistas semiestruturadas gravadas em áudio e posteriormente transcritas, em que se buscou descrever opiniões docentes sobre as rotinas com e sem a utilização daquele sistema apostilado; observação – gravações em áudio, registro fotográfico e diário de campo – das práticas contemporâneas de uma instituição de EI de Primavera do Leste. Como participantes da pesquisa, figuraram 5 turmas, com 63 crianças de 5 anos e respectivas professoras, um coordenador pedagógico e uma diretora. O percurso do trabalho procurou trazer respostas para a seguinte questão: Qual é o papel da EI nos processos de apropriação da linguagem escrita? Dessa indagação, originaram-se mais duas: Como são as práticas pedagógicas na EI, contexto municipal de Primavera do Leste? Em que medida elas perpetuam saberes didáticos tradicionais, adultocentrados, transmissivistas, ou avançam em direção a um protagonismo das crianças, inerente a uma perspectiva enunciativa, dialógica e mais democrática? O objetivo geral, desse modo, consiste em refletir sobre as práticas educativas voltadas para a apropriação da linguagem escrita, considerando o percurso da Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Santa Úrsula Ledóchowska, de Primavera do Leste, cujos educadores em sua maioria utilizaram um sistema apostilado (2007 a 2012), construindo outras rotinas, após o abandono do material, por ocasião da mudança de governo; como objetivos específicos, enumeram-se: apresentar dados estatísticos do estado do Mato Grosso, com relação à aquisição pelas prefeituras de apostilas e percepção atualizada dos docentes mato-grossenses sobre tal aquisições municipais; analisar atividades propostas pela apostila Sistema Maxi de Ensino; descrever percepções de docentes que puderam utilizar este material didático; refletir sobre as práticas atuais no contexto da referida EMEI de Primavera do Leste, Pré II, faixa etária de 5 anos. Duas perspectivas teóricas em especial orientam o percurso do trabalho: os processos de letramento, sobre o que destacamos as contribuições de Soares (2012), Kleiman (2008), Brandão e Leal (2011), dentre outros autores; e a teoria do enunciado, com Bakhtin (2018), Rojo (2005) e mais alguns. Alinhando-se a tal arranjo, nomes como Ostetto (2012), Baptista (2010) e Goulart (2014) também apresentam valiosas contribuições. Ao término da investigação, obtiveram-se algumas inferências relevantes sobre as rotinas relativas à aprendizagem da linguagem escrita no contexto da EI, tais como a natureza abstrata e distante da infância concernente às atividades propostas pelo material apostilado, a repetição de exercícios visomotores e fônicos, acentuando-se a dependência das crianças em relação ao papel do adulto; o fato de que, embora os educadores de Primavera do Leste atuantes na instituição pesquisada, em sua maioria, não aprovem a adoção da apostila, apresentam rotinas que também revelam marcas de dependência infantil, repetição, intensiva memorização, cópia e ênfase aos conteúdos escolares. Há que se destacarem avanços, como a atenção docente em relação ao interesse, o prazer, a disposição das crianças em realizar as propostas, o caráter lúdico sempre presente, a experimentação de múltiplas linguagens, maior liberdade para se movimentarem, dentre outros aspectos positivos observados nos encontros. A complexidade do contexto educativo analisado, portanto, indica a importância de se aprofundarem os estudos sobre o papel da EI na apropriação de linguagem escrita, de modo a se considerar plenamente o protagonismo infantil em tal processo.

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NEGRA LÉSBICA: NA GINGA DE UMA IDENTIDADE

Autor: GRAZIELY DOS REIS LEMES

Resumo: Neste texto, que compõe minha pesquisa de Mestrado em Educação, reflito sobre minhas próprias experiências enquanto mulher negra e lésbica, não sob uma ótica umbiguista, nem como um outro, marginalizado, cuspido e esfolado, mas sim em diálogo com autores e autoras tais como Audre Lorde, bell hooks, Ângela Davis, Glória Anzaldúa e Frantz Fanon, assim como com trabalhos de Djamila Ribeiro, Lélia Gonzales, Carolina Maria de Jesus e Neusa Santos. Eu não sou um outro, mas entender isso é um processo diário aqui compartilhado, no limite das contingências de tempo, no intuito de tomar consciência dos processos de formação de identidade enquanto mulher negra, lésbica e pesquisadora, afetada pela colonização, em um contexto em que o meu corpo-outro é analisado, no máximo, como objeto e raramente como sujeito. Permito-me então questionar: de onde partem os discursos que se levantam sobre o meu corpo? O que eles pretendem? A quem eles servem? Como o meu corpo é atravessado por esses discursos? Onde ele se insere na escala de poder? A busca por tais respostas e a constatação da posição de subalternidade desencadearam muitas outras questões e muitas outras angústias. Esta dissertação debruça-se sobre algumas delas na tentativa de desmistificar os corpos considerados humanos e os corpos considerados “de raça” inferiores. A metodologia adotada se revela em caminhos de investigação que se abrem pelas matas da teoria interseccional. Para tal, o recurso do qual lanço mão como ferramenta de análise é a reflexividade que se sustenta nas epistemologias dos saberes subalternos e na autoetnografia.

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PROFISSIONALIZAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE: O NOVO PLANO DE CARGOS, CARREIRA E VENCIMENTOS DA EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO DE RONDONÓPOLIS-MT

Autor: ISABEL CAVALCANTE FERREIRA

Resumo: A presente dissertação trata das transformações profundas ocorridas no mundo do trabalho contemporâneo, a partir da reestruturação produtiva sob a lógica do neoliberalismo, globalização e da acumulação flexível do capital, das mudanças tecnológicas, culturais, sociais, políticas e econômicas que têm afetado a vida profissional e pessoal do trabalhador docente. Essas mudanças dadas por elementos gerencialistas como: flexibilização e desregulamentação das leis, precarização e proletarização do trabalho no sistema neoliberal, exige e impõe novas performances ao trabalhador/trabalhador docente, requerendo destes a busca desenfreada pela qualificação e requalificação profissional, como condição de melhorar a remuneração, permanência e competição no mercado de trabalho. O que, de certo modo, explicita as reformas das políticas que estão sendo implementadas no Brasil para a profissionalização do trabalho docente, pois, redimensionam e alteram os objetivos, funcionamentos e organização no campo da educação e, consequentemente, no campo da regulamentação da profissão e carreira docente. Neste estudo, partimos da questão norteadora: Quais contribuições e implicações do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos para profissionalização do trabalho docente da rede municipal de ensino de Rondonópolis-MT? Questão posta porque a profissionalização do trabalho docente é uma intenção da sociedade global capitalista; apresenta-se, em discussão constante nas políticas públicas e econômicas da América latina por intermédio dos organismos internacionais [OIT, UNESCO]. A ideia de carreira como indicador de profissionalização para valorização profissional, atratividade e profissionalismo do trabalhador docente, no atual contexto do mundo do trabalho contemporâneo está ligado aos fatores formação inicial na academia, cursos profissionalizantes para conquista de uma profissão e posição ocupacional no mercado de trabalho. Dessa forma, este estudo utiliza-se da pesquisa de cunho qualitativo fundamentada nos pressupostos metodológicos do materialismo histórico dialético. Pois, o todo dialético esclarece ser o trabalho docente na sua constituição um trabalho vivo, cheio de subjetividade, amplamente social. O objetivo desta pesquisa é discutir o processo de regulamentação do trabalho do professor da Rede Municipal de Ensino a partir da Análise do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos da Educação do Município de Rondonópolis-MT – PCCV – Lei 228 de 28 de março de 2016 e as implicações da profissionalização do trabalho docente na teia das relações de classes, de reprodução, das relações sociais e reinvenção do capitalismo nos seus períodos de crises. Nesse sentido, observamos a partir da análise das entrevistas semiestruturadas as resistências e contestações, dominação e opressão no processo de disputa para reestruturação do anterior Plano de Cargos, Carreiras e Salários da Educação – PCCS – Lei 003/2000. Análises indicaram que a profissão docente no PCCV, comparece nas formações acadêmicas exigidas para ingresso na carreira docente, nas formações permanentes e pós-graduações no intuito de profissionalização.

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OS ENFOQUES DADOS AO TRABALHO COM GÊNEROS TEXTUAIS NOS LIVROS DIDÁTICOS DOS ANOS INICIAIS: UM OLHAR PARA A LINGUAGEM

Autor: LUCILENE ROSA DOS SANTOS DIAS

Resumo: O tema da presente investigação está relacionado às propostas que os livros didáticos destinados aos anos iniciais apresentam em relação aos gêneros textuais enquanto objeto de ensino e de aprendizagem da linguagem. Esta pesquisa está ligada ao Grupo de Pesquisa Alfabetização e Letramento Escolar (ALFALE), do Programa de Pós-Graduação em Educação, do Instituto de Ciências Humanas e Sociais, da Universidade Federal de Mato Grosso – Câmpus Universitário de Rondonópolis (PPGEdu/CUR/UFMT), na linha de pesquisa: “Linguagens, Cultura e Construção de Conhecimento: perspectivas histórica e contemporânea”, e se fundamenta na abordagem sócio interacionista da linguagem que propõe os gêneros textuais como objeto de ensino de Língua Portuguesa e, por meio deles, contemplar os eixos leitura, escrita, oralidade e conhecimentos linguísticos. Consideramos ainda, que a grande maioria dos professores alfabetizadores atuantes em salas de aula utiliza o livro didático como material de apoio no processo de ensino e de aprendizagem, portanto, nosso objetivo é investigar de que forma se realiza o trabalho com os gêneros textuais nas atividades propostas nos livros didáticos, tendo nas teorias do letramento subsídios para essas análises. Os livros analisados são materiais enviados pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e serviram como objeto de análise os três volumes da mesma coleção, 1º, 2º e 3º anos de alfabetização, os quais foram usados pelas redes de ensino municipal e estadual, em Rondonópolis, para os anos letivos de 2016, 2017 e 2018. A análise se deu por meio da descrição de como apareceram e o tratamento dado aos gêneros na composição dos volumes escolhidos. A pesquisa se estendeu para uma análise comparativa entre esses volumes, observando se os mesmos propõem a apropriação e domínio da língua escrita em seus usos sociais. A investigação esteve dirigida com base nos pressupostos teórico-metodológicos da pesquisa qualitativa documental, adotando os métodos e procedimentos da pesquisa descritiva. Apoiamo-nos em teóricos que discutem a linguagem sob a perspectiva sócio-histórica e dialógica, como Bakhtin (2006); sócio interacionista e discursiva voltada à didática e ao ensino da língua materna, como Vigotsky (1998), Dolz e Schneuwly (2004) que reconhecem a língua como fenômeno social e elegem o gêneros textuais como objeto de ensino e a sequência didática como metodologia para esse ensino. Também nos respaldamos em autores que escrevem sobre as teorias de alfabetização e letramento, como Soares (2017) e outros. A pesquisa já foi concluída e entendemos que o trabalho com os gêneros textuais nos livros didáticos está aquém do imprescindível para a apropriação do conhecimento. É preciso propiciar o contato dos alunos com gêneros que fazem parte da cultura social dos mesmos; leituras de textos das mais diversas esferas sociais e propor atividades que instiguem e possibilitem o desenvolvimento integral da criança em relação à linguagem.

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POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO: A FORMAÇÃO DO ENFERMEIRO CONTRIBUI PARA A PRÁXIS EM SAÚDE?

Autor: LUDMILA MORAIS CALIXTO

Resumo: Este estudo de caso foi desenvolvido pelo Programa de Pós-graduação em Educação (PPGEdu) do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus de Rondonópolis-MT, e tem como objetivo principal, portanto, em investigar como coordenadores, docentes e discentes compreendem a PNH no curso de graduação em enfermagem. Sendo assim, a proposta reflexiva desta pesquisa consiste em responder à seguinte questão: como coordenadores, docentes e discentes no curso de graduação em enfermagem compreendem a Política Nacional de Humanização? Trata-se de um estudo de caso, com abordagem qualitativa, abrangendo simultaneamente duas Instituições de Ensino Superior (privada e pública) e dois coordenadores, cinco professores e quatro discentes do curso de Enfermagem. Nesta ocasião, estruturaram-se os seguintes temas: o percurso e a caracterização dos documentos-base da PNH, a educação em Enfermagem e a Humanização. Com relação às análises dos dados, foram realizadas com base em entrevistas semiestruturadas direcionadas aos participantes, sendo estas gravadas, transcritas e sintetizadas. Os resultados obtidos tiveram ênfase a conferir respostas à questão norteadora desta pesquisa e foram assim categorizados: compreensão sobre a educação em Enfermagem; concepções sobre a Política Nacional de Humanização; concepção sobre humanização; e contradições nos processos de atuação profissional. As análises permitiram vislumbrar que os professores e coordenadores compreendem o ensino em Enfermagem com propósitos destinados à formação generalista e com o cerne no mercado de trabalho, caracterizando minimamente o diálogo sobre a política de humanização nos processos de ensino e aprendizagem, mesmo diante de tantas evidências da necessidade de efetivação da mesma. A educação superior é um momento ímpar na construção de uma profissão e necessita de processos dialógicos e de ensino que busquem constantemente mudanças de contextos desgastados e fragilizados por práticas assistenciais e educacionais que não frutificam para as transformações no âmbito da Enfermagem. A Enfermagem, concebida como uma das principais profissões em saúde em todo o mundo, deve pautar considerações profundas sobre os processos de ensino e aprendizagem, principalmente a compreensão da dimensão que a humanização precisa ser imbuída na essência da profissão.

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ALFABETIZAÇÃO A PARTIR DO TRABALHO COM SEQUÊNCIA DIDÁTICA: REFLEXÕES SOBRE O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE LEITURA E ESCRITA.

Autor: MARCILENE MUNIZ MONTEIRO CONCEIÇÃO

Resumo: Este estudo tem como temática central a alfabetização e o uso de sequências didáticas como metodologia de trabalho. O estudo se vincula ao Grupo de Pesquisa Alfabetização e Letramento Escolar (ALFALE), do Programa de Pós-Graduação em Educação, do Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Campus Universitário de Rondonópolis, da Universidade Federal de Mato Grosso (PPGEdu/ICHS/CUR/UFMT), na linha de pesquisa “Linguagens, Cultura e Construção de Conhecimento: perspectivas histórica e contemporânea”. A discussão aqui proposta tem como problemática se o uso de sequência didática constitui recurso metodológico eficaz para apoiar a aprendizagem de alunos que se encontram em situação de defasagem em relação às habilidades de escrita para o período escolar. Nesse sentido, este trabalho é uma pesquisa com abordagem qualitativa, e recorre ao estudo de caso por permitir investigar um acontecimento em profundidade, como os quatro casos apresentados neste trabalho. O objetivo principal foi analisar se o uso de sequência didática – opção metodológica adotada por esta pesquisadora –, constitui recurso metodológico eficiente para que os alunos sejam alfabetizados, contribuindo, assim, para que possam desenvolver as habilidades de escrita. O aporte teórico ancora-se na obra de Zabala (1998) para embasar as discussões e proposições sobre sequência didática; sobre alfabetização e apropriação do sistema de escrita alfabética apoia-se principalmente em Gontijo (2002), Morais (2012) e Ferreiro e Teberosky (1999). A pesquisa foi realizada com quatro alunos do 2º ano do Ensino Fundamental que participaram do Projeto Acreditar, proposto como apoio à aprendizagem daqueles que apresentam defasagem de conhecimento em relação ao conteúdo trabalhado em sala. Assim, foram selecionadas as produções desses quatro alunos, para a análise desenvolvida nesta dissertação. Por se tratar de uma pesquisa com recorte longitudinal, a coleta de dados iniciou com os alunos do 2º ano, em 2017, e teve continuidade no primeiro semestre de 2018, acompanhando o mesmo grupo, já no 3º ano, o que corresponde ao ciclo de alfabetização. Sobretudo, considero importante que outros professores se pautem na sequência didática proposta por Zabala (1998) para realizar o seu planejamento semanal, tendo em visto que, para mim, foi frutífero o trabalho e tal metodologia se demonstrou profícua, como pode ser visto no gráfico com a evolução das hipóteses de escrita dos alunos. Diante do que foi exposto neste trabalho, pretendo contribuir para as discussões sobre a metodologia das sequências didáticas, principalmente na concepção de Zabala (1998), com base na qual desenvolvi meu planejamento, uma vez que ela tem demonstrado ser uma metodologia que proporciona uma aprendizagem significativa para os alunos.

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O PROCESSO DE FORMAÇÃO CENTRADO NA ESCOLA: O CONTEXTO DE UMA UNIDADE EDUCATIVA DE SINOP-MT

Autor: MARIA ALBANISA DE OLIVEIRA CARLUCCI

Resumo: A presente produção versa sobre uma pesquisa que resultou de diálogo e estudo no âmbito do mestrado em Educação, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Mato Grosso, Câmpus Universitário de Rondonópolis (PPGEdu/ICHS/UFMT/CUR). A questão central que envolve a problemática da pesquisa foi: “Como a formação pela escola é concebida e qual a contribuição dessa formação na ressignificação da prática pedagógica do professor em sala de aula?”. Como objetivo geral, a pesquisa pretende investigar se a formação centrada na escola privilegia a análise e a reflexão por parte dos professores e a contribuição na ressignificação da prática pedagógica no contexto escolar. Este trabalho investigativo foi desenvolvido em uma escola pública da Rede Municipal de Ensino de Sinop, Mato Grosso, tendo como sujeitos participantes cinco professores do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental, sendo um de cada turma, já que o quarto e o quinto ano desenvolvem as atividades com mais de um professor. Para a análise dos dados, a pesquisa apresenta uma abordagem qualitativa numa perspectiva dialética, fundamentada em autores como Konder (2008), Bogdan e Biklen (1994), Oliveira (2016), Rodriguez (2014), tendo como possibilidade a compreensão dos fenômenos sociais, num movimento capaz de possibilitar e atingir o cerne da pesquisa. Os instrumentos utilizados para a efetivação deste estudo, no intuito de apreender o movimento do objeto de estudo, foram a entrevista semiestruturada, a análise documental, a observação direta em sala de aula e dos momentos de formação que acontecem na escola. A educação é aqui estudada numa visão libertadora, progressista, crítica/consciente numa direção da práxis. Diante dessas concepções, apresento autores que contribuíram com o diálogo para compreender educação, formação e prática pedagógica: Franco (2012), Freitas (2004), Paro (2008), Godoy (2009), Carvalho (2005; 2017), Veiga (2009), Brandão (1982), Imbernón (2009; 2016), Freire (1977; 1996; 2001), entre outros, que defendem uma formação no próprio contexto de atuação, num processo reflexivo a partir da realidade para a práxis humana. A escola que sediou a pesquisa tem um projeto de formação no qual os estudos têm a colaboração de professores da Faculdade de Educação e Linguagem (FAEL) da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT). Os dados apontaram que os professores são conscientes do quanto a formação na escola é importante, por subsidiar a reflexão da prática pedagógica. Dessa forma, mesmo admitindo a existência de lacunas, atribuem as mudanças em suas práticas à formação centrada na escola, a qual possibilita reflexão, avaliação e organização do trabalho pedagógico a partir de sua realidade concreta. Porém, a demanda de documentos enviados pela Secretaria subtrai o tempo de estudos e discussões, e pouco resta para o aprofundamento do que diz respeito às práticas pedagógicas. Nesse sentido, há necessidade de uma reestruturação capaz de favorecer uma configuração de formação centrada na escola numa perspectiva permanente e que possa propiciar a autoformação dos sujeitos.

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PROFESSORAS ALFABETIZADORAS BEM-SUCEDIDAS: NARRATIVAS AUTOBIOGRÁFICAS DO DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DOCENTE

Autor: MARLY SOUZA BRITO FARIAS

Resumo: A formação de professores tem sido um tema muito estudado e discutido nas últimas décadas, devido a sua relevância no processo ensino aprendizagem, especificamente na ação docente, no contexto da sala de aula. Assim sendo, o presente trabalho, intitulado “Professoras alfabetizadoras bem-sucedidas: narrativas autobiográficas do desenvolvimento profissional docente” foi realizado em duas escolas públicas da Rede Municipal de Ensino de Rondonópolis, tendo como foco a formação docente, e três professoras alfabetizadoras como sujeitos, com larga experiência na docência, consideradas bem-sucedidas pelos seus pares, gestores e comunidade escolar. O objetivo desta pesquisa consistiu em compreender como as alfabetizadoras experientes, bem-sucedidas da Rede Municipal de Ensino de Rondonópolis, têm se constituído professoras ao longo da sua história de escolarização e desenvolvimento profissional, por meio da observância dos registros em narrativas autobiográficas. A partir das experiências das professoras, foram feitos os seguintes questionamentos: A formação inicial das alfabetizadoras investigadas contribuiu para sua trajetória profissional? O que narram as professoras sobre a relação de sua formação inicial com a trajetória profissional? O percurso profissional tem conseguido ajudar as professoras na superação das dificuldades encontradas em sala de aula? Ao longo da carreira docente, foi possível perceber que aspectos vivenciados nos anos iniciais da docência são determinantes para permanecerem na profissão, enquanto alfabetizadoras? Para o desenvolvimento da pesquisa adotou-se a pesquisa (auto)biográfica de natureza qualitativa, tendo como instrumento de coleta de dados as narrativas autobiográficas. Na análise de dados, buscou-se conhecer os percursos formativos percorridos pelas professoras alfabetizadoras, incluindo a sua escolarização, a formação inicial e o desenvolvimento profissional. A análise dos dados evidenciou que as experiências e os conhecimentos adquiridos durante a trajetória de vida e formação das professoras colaboraram para a superação das dificuldades encontradas na sala de aula, os sucessos alcançados pelas professoras foram considerados também os advindos das histórias vividas no contexto família, nas experiências adquiridas no início da carreira docente, nas vivências entre amigos no período de estudante, e na relação com os colegas professores no espaço escolar, enquanto docente. As narrativas das professoras permitiram ainda visualizar os sucessos, fracassos, avanços, dificuldades, dilemas, impasses, motivações, frustrações, desafios e necessidades enfrentadas durante o desenvolvimento profissional das professoras. Ficou evidente, nas reflexões das referidas professoras, a necessidade de aperfeiçoar cada vez mais o fazer pedagógico no contexto da sala de aula, a fim de melhorar a prática docente e favorecer a aprendizagem de seus alunos. Os dados apontaram ainda que, durante a trajetória docente, as professoras buscaram o desenvolvimento profissional nas formações centradas nas escolas, na Secretaria Municipal de Educação (SEMED) e em outros espaços, incluindo os acadêmicos.

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USO DE ESTRATÉGIAS DE LEITURA ALIADAS À SEQUÊNCIA DIDÁTICA NO TRABALHO COM GÊNERO CONTO DE ENIGMA

Autor: MICHELLE PAULINO MARTINE

Resumo: Esta investigação vincula-se ao Grupo de Pesquisa Alfabetização e Letramento Escolar (ALFALE), do Programa de Pós-Graduação em Educação, do Instituto de Ciências Humanas e Sociais, da Universidade Federal de Mato Grosso – Câmpus Universitário de Rondonópolis, (PPGEdu/ICHS/UFMT/CUR), na linha de pesquisa: Linguagens, Cultura e Construção de Conhecimento: perspectivas histórica e contemporânea e apresenta resultados da pesquisa que tem como título Uso de Estratégias de Leitura aliadas à Sequência Didática no trabalho com o gênero conto de enigma. Ao falarmos em estratégias, seguimos a proposta de Kleiman (1992), segundo a qual estamos tratando de operações regulares, sistemáticas para se realizar a abordagem do texto e nos aliamos, ainda, às propostas de Solé (1998) de que se trabalhe o antes, o durante e o depois da leitura. No Brasil, a discussão sobre o tema está ancorada, sobretudo, nos trabalhos de Girotto e Souza (2010), pautadas em Harvey e Goudvis (2017), a quem o presente trabalho igualmente se filia. No que diz respeito à Sequência Didática, optamos pelos conceitos apontados por Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004), por se tratar de uma pesquisa destinada ao trabalho com o gênero conto de enigma. Nessa perspectiva, este estudo analisou se e como o trabalho com as sete Estratégias de Leitura (ativação dos conhecimentos prévios, inferências, questões ao texto, conexões, visualização, sumarização e síntese), aliado à utilização da Sequência Didática, constitui-se como recurso didático profícuo para a formação de leitores juvenis competentes e autônomos. Além disso, buscamos trabalhar sistematicamente cada uma das sete Estratégias de Leitura, de modo a explorar suas particularidades e seus empregos no estudo do conto de enigma no cotidiano escolar. No mesmo sentido, objetivamos abordar, a partir do trabalho com Sequência Didática, as características e a estrutura do gênero conto de enigma e desenvolver atividades práticas de leitura e de escrita a partir desse gênero. A fim de alcançar tais objetivos, empregamos o método de Pesquisa-ação, uma vez que tínhamos como intuito alterar, a partir do trabalho realizado na pesquisa, uma realidade dotada de alguns entraves relativos à leitura e à escrita, como era o caso dos 55 alunos envolvidos neste estudo. A pesquisa se desenvolveu nas aulas de Língua Portuguesa de duas salas de 9º ano de Ensino Fundamental, da Escola Estadual Sagrado Coração de Jesus, localizada em Rondonópolis/MT, em um período de aproximadamente quatro meses, no ano de 2018. Propusemos essas sistematização da abordagem para verificar se e como ela possibilitaria maior interação entre leitores e textos, de modo a auxiliá-los a serem leitores autônomos, ativos, proficientes e críticos. Após aproximadamente 50 horas de trabalho com os estudantes e depois de exploradas as sete Estratégias de Leitura, constatamos que essas operações regulares (mas não engessadas) possibilitaram a construção de conhecimentos significativos aos estudantes, tanto no que concerne ao gênero conto quanto no que diz respeito ao uso de cada uma dessas estratégias. Dessa forma, podemos afirmar que a combinação aqui proposta se mostrou como ferramenta profícua na formação de adolescentes leitores que, de fato, envolvem-se com os textos e, a partir deles, podem interagir com os clássicos do gênero de modo produtivo e significativo.

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PROGRAMA DE APOIO AOS DIRIGENTES MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO: ARTICULAÇÕES E INTERPRETAÇÕES

Autor: PAMELA JORDANA DE MENEZES

Resumo: Este trabalho dissertativo resulta de uma investigação que está inscrita na Linha de Pesquisa políticas públicas educacionais do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso, Câmpus de Rondonópolis, tendo como tema o Programa de apoio aos Dirigentes Municipais de Educação (PRADIME). Seu objetivo foi analisar os significados atribuídos à política de gestão, configurada como Programa de Apoio aos Dirigentes Municipais de Educação com base nos textos políticos que a materializam e, ainda, sua relação com os significados construídos nos textos da política de formação dos dirigentes municipais, instituída pela UFMT, nos moldes de especialização Lato Sensu. Para o alcance do objetivo proposto, optou-se pelo método denominado abordagem do ciclo de políticas, desenvolvido por Stephen J. Ball e seus colaboradores. Tal método propõe uma análise de todo percurso de formação de uma política pública, estabelecendo três contextos de análises: influência, produção de texto e da prática. O estudo foi realizado considerando que os citados contextos são inter-relacionados e não se constituem em etapas lineares, apresentando cada um, arenas, grupos de interesses e embates. Pode-se ressaltar, por fim, que o principal objetivo proposto na política do PRADIME é aprimorar a formação dos dirigentes municipais e equipe técnica do quadro das Secretarias Municipais de Educação, para atuarem nas áreas de gestão educacional e escolar dos sistemas de ensino, de forma a contribuir para o fortalecimento e o alcance da excelência na qualidade, segundo os princípios da gestão democrática, bem como para que esses atores municipais exerçam seu papel estratégico na articulação de políticas educacionais nos respectivos logradouros, o que está em consonância com os objetivos propostos pela política de formação, em nível de especialização, instituída pela UFMT, apesar de apresentar pontos de contradição no que diz respeito a inclusão de algumas práticas advindas de um modelo de gestão calcado em princípios gerencialistas.

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INFÂNCIA, GÊNERO, RELIGIÃO E EDUCAÇÃO: ENTRE AS MEMÓRIAS DA MENINA E AS CONCEPÇÕES DA MULHER EDUCADORA.

Autor: PATRÍCIA ALVES SANTOS OLIVEIRA

Resumo: Tendo em vista o papel relevante que instituições sociais, como escola, família e religião, têm na produção das subjetividades, sobretudo na infância, e como estas participam ativamente da construção da heteronormatividade, o escopo desta pesquisa é compreender o discurso religioso como dispositivo de poder que gesta as categorias de infância, gênero e sexualidade dentro de um modelo unívoco e binário. Essa problematização ganha ainda mais relevância com os estudos de Michel Foucault ao analisar que o discurso oculta o que ele deseja produzir e naturaliza práticas que são socialmente construídas, de modo a ressaltar não apenas a instituição da norma, mas, sobretudo, seus efeitos produtivos. A presente pesquisa, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu/CUR/UFMT), à linha de pesquisa “Infância, Juventude e Cultura Contemporânea: direitos, políticas e diversidade” e pertencente ao grupo de pesquisa “Infância, Juventude e Cultura Contemporânea” (GEIJC), tem como objetivo principal compreender, nas memórias das estudantes de Pedagogia, os sentidos que produzem sobre suas experiências de infância, que remetem a questões de gênero e religião. Mais especificamente, levanto as seguintes questões: (1) Que sentidos são produzidos na relação entre infância, gênero, religião e educação nas narrativas dessas mulheres? (2) Que marcadores sociais, como sexualidade, raça e classe social, se destacam, nessas narrativas, no que tange à relação entre infância, gênero, religião e educação? (3) Que tensões há entre as memórias da menina educada do passado e os discursos da mulher educadora do presente? (4) Que possibilidades de ressignificação da infância e de sua educação, por meio dos diálogos estabelecidos com as estudantes de Pedagogia, se fazem presentes no processo de pesquisa? Como base teórica, parto: dos estudos da infância aqui entendida como categoria social e histórica; da abordagem teórica dos estudos feministas de Judith Butler e Ivone Gebara; e das análises de Michel Foucault acerca da sexualidade como dispositivo de poder. Como referencial teórico-metodológico, adoto a análise de discurso de Mikhail Bakhtin, pautada na perspectiva do dialogismo e da alteridade, bem como as perspectivas de narrativa, memória e experiência de Walter Benjamin. A presente pesquisa tem como estratégia metodológica entrevistas semiestruturadas, com foco nas memórias de infância de quatro estudantes do curso de Pedagogia, do polo de extensão do Instituto Superior Albert Einstein (ISALBE), localizado no município de Rondonópolis, em Mato Grosso. Essas entrevistas foram registradas por meio de gravador de áudio digital e, posteriormente, transcritas para as análises. Durante o processo de análise, o gênero, a religião e a sexualidade têm se mostrado como interrogantes do modelo único de infância estruturado em uma matriz heteropatriarcal e heteronormativa. A pesquisa tem trazido reflexões acerca da nossa responsabilidade como educadoras diante da tentativa de cerceamento das múltiplas expressões de gênero e sexualidade na infância. Posto isto, o discurso religioso aparece como elemento central nesta investigação, pois mostra-se presente nas mais diversas instituições, incluindo a escola, produzindo o efeito de neutralidade e universalidade. Esta pesquisa abre-se para as críticas e a possibilidade de ressignificar a infância, que há muito tem sido alvo de vigilâncias e controles que são produtores de subjetividades sob uma perspectiva adultocêntrica.

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GÊNERO E EDUCAÇÃO: AS REPRESENTAÇÕES DO FEMININO NA ANIMAÇÃO “HORA DE AVENTURA”.

Autor:PAULA AKEIME UMEKAWA

Resumo: A presente pesquisa analisa as representações do feminino na animação estadunidense “Hora de Aventura” (2010), sendo esta a fonte de pesquisa, criada pelo animador Pendleton Ward, dirigida pelo Larry Leichliter, produzida pelos estúdios Cartoon Network Studios e Frederator Studios. A animação é exibida no canal de televisão por assinatura Cartoon Network™, encerrando a produção em 2018 e totalizando 10 temporadas. Para a pesquisa, foi delimitada a primeira temporada e as duas personagens Princesa Jujuba e Princesa Caroço como objeto de pesquisa para serem analisadas a partir de alguns planos e cenas. A narrativa da animação é sobre os protagonistas Finn e Jake, respectivamente um garoto e seu cachorro, que se aventuram pela “Terra de Ooo”, cenário pós-apocalíptico que se divide em vários reinos. A maioria das representações femininas são princesas desses diferentes reinos, portanto, problematizar como elas são construídas e quais sentidos elas possam ter para a narrativa são o foco da pesquisa. Por se tratar de um produto midiático, a animação é analisada a tomando como base os estudos culturais, trazendo reflexões da relação entre cultura e mídia enquanto instrumentos pedagógicos. O estudo aponta em “Hora de Aventura” diferenças de feminilidades entre as princesas, apresentando elementos que subvertem as clássicas representações de princesas, como aquelas criadas e consagradas pelos estúdios Disney, enquanto mulheres frágeis que sonham em se casar e ter um uma vida com um “final feliz”. Todavia, também é possível perceber reprodução desses estereótipos em alguns momentos na narrativa e refletir até que ponto as representações aqui analisadas estão subvertendo ou conservando a ideia clássica do que é ser uma princesa em animação. Para isso, a pesquisa não se limita apenas à narrativa e ao contexto de produção, mas é ressaltado o papel da linguagem da animação e a montagem dos planos e cenas que podem contribuir nas afirmações dos sentidos construídos. Na conclusão, são apontadas as análises sobre as animações, sobretudo o fato de estas não serem inocentemente construídas, apesar de serem um produto midiático com fins de entretenimento ao público infanto-juvenil. Portanto, consideramos importante analisar essas fontes que carregam múltiplos sentidos e representações de determinados grupos sociais atuando como uma forma de pedagogia cultural direcionada para um público determinado.

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O MOVIMENTO INTERATIVO ENTRE COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA E PROFESSORAS NO CONTEXTO ESCOLAR: EDUCAÇÃO EM DIÁLOGO

Autor: QUEILA FERREIRA DA SILVA

Resumo: Os conhecimentos sobre a coordenação pedagógica, uma identidade em construção, num arcabouço temporal e funcional muito recente, nascem e crescem, desenvolvendo-se em uma perspectiva entremeada sob falso discurso democrático, mas o desenvolvimento humano se constitui pela cultura e pelas relações estabelecidas com as pessoas ao nosso redor. Dentro de uma esfera educacional em que o diálogo e a escuta do outro estão interligados, evocamos a convicção de que a única possibilidade para a educação é assumida através da dialogicidade, alteridade e conectividade. A conectividade conforme conceito definido por Freire é conexão teórico/prática, bem como conexão relacional presencial, dissociada, distinta da ideia de conectividade tecnológica. O problema de pesquisa pautou-se em saber como a conectividade, a dialogicidade e alteridade entre coordenação pedagógica e professoras se estabelecem no processo formativo durante as horas de trabalho pedagógico coletivo. Destaco o movimento interativo entre os atores educacionais no bojo da escrita, apresento como unidades de análise: a conectividade, a dialogicidade e a alteridade. O objetivo geral deste estudo visou analisar como se estabelece a interação entre coordenadores pedagógicos e professores no processo formativo, durante as horas de trabalho pedagógico coletivo, de maneira a assegurar a orientação formativa que caracteriza o papel da coordenação no contexto escolar de uma escola municipal de Rondonópolis-MT. Para tanto, foi necessário investigar se na atuação do coordenador pedagógico havia conectividade, compreender como os professores participavam e concebiam o trabalho do coordenador pedagógico e explicitar/discutir o processo de interação. O método para a pesquisa foi o dialético, sob a perspectiva freiriana, com abordagem qualitativa. Como procedimentos metodológicos para a investigação foram a observação, a análise documental, os memoriais de formação e as entrevistas semiestruturadas, bem como os instrumentos para a produção de dados foram o diário de campo, as narrativas dos memoriais de formação, as transcrições das entrevistas e os documentos oficiais da escola. Participaram da pesquisa duas coordenadoras pedagógicas e quatro professoras. As principais referências teóricas foram Freire, Silva Junior, Dussel, Konder, Libâneo, Mafra, Lüdke e André. A análise dos dados evidenciou o coordenador pedagógico como um personagem catalisador nas relações cotidianas entre seus pares na escola, por meio do diálogo e da escuta, em um processo dialético problematizador das concepções subjetivas de cada ator envolvido na coletividade, para se posicionarem frente à realidade de forma mais crítica e partirem em busca de soluções conjuntas, solidárias, humanizadas. Foi possível ainda comprovar, a partir dos depoimentos dos participantes da pesquisa, que a interação só acontece se há acordo entre os sujeitos, ou seja, a conexão estabelecida dependerá da postura de alteridade que se constitui nesse movimento, mediada pelo diálogo. A pesquisa proporciona ao leitor reflexões pautadas em uma abordagem ontológica, com a qual se pode afirmar que o próprio ser humano é um ser conectivo em sua razão de ser. O pensamento freiriano possibilita esse olhar, porque a educação em Freire é um ato de comunicação, por isso, diálogo e escuta são centrais no processo educativo.

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 GÊNERO PROPAGANDA: ANÁLISE DE UM LIVRO DIDÁTICO DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E DE PROVAS DO ENEM

Autor: RITA DE CÁSSIA MENDES DA SILVA

Resumo: Esta dissertação apresenta o resultado de uma pesquisa que teve como objetivo geral investigar como o gênero propaganda é abordado em relação aos aspectos linguístico-discursivos nas provas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias (LCT) do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), de 2009 a 2017, e no livro didático (LD) â??Língua portuguesa: linguagem e Interaçãoâ?? de Faraco, Moura e Maruxo Jr. A pesquisa está vinculada ao Grupo de Pesquisa Alfabetização e Letramento Escolar (ALFALE), da linha de pesquisa â??Linguagens, cultura e construção de conhecimento: perspectivas histórica e contemporâneaâ??, no Programa de Pós-Graduação em Educação do Câmpus Universitário de Rondonópolis, Universidade Federal de Mato Grosso (PPGEdu/CUR/UFMT). As principais questões que nortearam a pesquisa foram: como é tratado o gênero propaganda no livro didático e nas provas do ENEM? Quais tipos de atividades didáticas foram propostas para trabalhar o gênero propaganda: de leitura, de gramática, de produção de texto, de produção oral? Com metodologia centrada na pesquisa documental, são descritos e analisados aspectos qualitativos inerentes à presença do gênero propaganda no livro didático e nas provas do ENEM, os quais constituem o corpus de toda essa investigação. Tomou-se como referencial teórico para discussão de gêneros textuais, os estudos de autores na perspectiva bakhtiniana, tais como, Rojo (2005) e Silva (2014). Para a discussão do gênero propaganda, amparou-se em Carvalho (2000), Sandamann (1997), Gonçalez (2009), Brandão (2004). Em relação à temática das propagandas presentes no livro didático, é de caráter social, quanto às provas do ENEM, a maioria das propagandas é educativa, como: campanha de prevenção à saúde e sensibilização de problemas sociais. As atividades propostas no livro didático têm objetivos diversos, como questão de leitura, de gramatica, produção textual e oral. Quanto ao resultado da pesquisa evidenciamos que as atividades analisadas, nos dois documentos, exigem diferentes conhecimentos do leitor, como conhecimento linguístico, conhecimento de mundo e conhecimento interacional, a partir de situações concretas de comunicação.

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A INSERÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO SUPERIOR: UMA REFLEXÃO COM COORDENADORES DE ENSINO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CÂMPUS DE RONDONÓPOLIS

Autor: ROSA BEATRIZ DE ARAÚJO

Resumo: Este texto dissertativo resulta de uma pesquisa inscrita no Programa de Pós-Graduação em Educação que tem como objetivo compreender, como os coordenadores de ensino dos cursos de graduação tem entendido a Educação Ambiental, regulamentada pela Lei 9.795/99, conforme suas expectativas no tocante à inserção do que estabelece este item da citada Lei nos Projetos Pedagógicos de Curso. A Educação Ambiental é uma educação primordial, que conscientiza os cidadãos a prezarem a sustentabilidade no seu cotidiano e em suas relações profissionais e socioambientais. Desta forma, as instituições de ensino superior devem preparar os futuros profissionais para a vida profissional bem como para o convívio em sociedade, despertando a consciência socioambiental, investindo em ações de educação ambiental. Tomamos como referenciais teóricos as leis de educação ambiental e em especial a Lei nº 9.795/99 que estabelece a Política Nacional de Educação Ambiental. Esta pesquisa contribuirá para o debate contemporâneo sobre a Responsabilidade Socioambiental, sobretudo no âmbito do ensino superior e da formação consciente de futuros profissionais, uma vez que temas relacionados à Educação Ambiental são ainda de pouca repercussão na área do ensino em todas as modalidades e todos os níveis acadêmicos. A Metodologia de Investigação Comunicativa pressupõe a realidade como processo, tendo como base algo que está sendo construído e interpretado coletivamente, baseia-se na Teoria da Ação Comunicativa de Habermas, bem como o conceito de Dialogicidade de Freire. Optamos por utilizar duas técnicas: entrevista comunicativa em profundidade e grupo de discussão comunicativo. Foram três fases nesse processo metodológico, sendo as duas primeiras individuais e a última em grupo. A construção do entendimento sobre a Educação Ambiental se deu ao longo do processo de pesquisa, o grupo chegou a um pensamento comum, do quão é importante à inserção da Educação Ambiental no ensino superior e muito tem o que se pensar e fazer sobre a temática na universidade.

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“CADA UM BRINCA COM O QUE QUISER! ISSO AÍ É RACHISMO!”: INFÂNCIA E RELAÇÕES DE GÊNERO NA BRINQUEDOTECA DE UMA INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO INFANTIL

Autor: SANDRA CELSO DE CAMARGO

Resumo: Discutir e problematizar, nas instituições de Educação Infantil, as relações de poder que hierarquizam e estruturam as masculinidades e feminilidades, valorando as vidas que importam e as que não são passíveis de serem vividas, faz-se urgente e necessário. Diante do levante do conservadorismo, que pretende eliminar as discussões relativas à diferença, é preciso forjar espaços onde o debate possa ocorrer. Esses movimentos imputam, nas políticas pedagógicas, uma forma única de ver e viver a infância. A relação adultocêntrica, que coloca a criança no lugar do vir-a-ser, negando, assim, sua sexualidade, rege as práticas cotidianas. O discurso da proteção mascara o dispositivo de poder que esquadrinha a infância, como fase linear de vida. A criança é formatada para um trajeto biunívoco de vida, regido pela heteronormatividade. A presente pesquisa vincula-se ao grupo de pesquisa “Infância, Juventude e Cultura Contemporânea” (GEIJC), da linha de pesquisa “Infância, Juventude e Cultura Contemporânea: direitos, políticas e diversidade”, pertencente ao Programa de Pós-graduação em Educação (PPGEdu), da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), do Câmpus Universitário de Rondonópolis (CUR), Mato Grosso (MT). Tem como principal objetivo analisar as relações de gênero nos modos como crianças e professoras compartilham o ambiente da brinquedoteca e os sentidos que produzem sobre essas relações nas experiências vividas em uma instituição de Educação Infantil. Mais especificamente, são levantadas as seguintes questões: 1) Como meninas e meninos se relacionam no ambiente da brinquedoteca, a partir das brincadeiras que elas/es compõem nesse contexto e os sentidos que produzem sobre as relações de gênero que atravessam as experiências compartilhadas? 2) Que sentidos as professoras atribuem às relações de gênero, compartilhadas no ambiente da brinquedoteca, considerando os modos como este é organizado por elas, os objetos que são escolhidos para essa organização e os usos que as crianças fazem desse ambiente e dos objetos em suas brincadeiras? Como fundamentação teórica, parto dos estudos da infância, entendida como categoria histórica e social; os estudos de gênero, numa abordagem interseccional, e da perspectiva de Foucault, ao compreender a sexualidade como um dispositivo de poder. O contexto da pesquisa é um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI), do município de Rondonópolis, em Mato Grosso. Participam da pesquisa 22 crianças, de cinco anos, do 2º agrupamento do II Ciclo da Educação Infantil, 19 professoras, duas coordenadoras pedagógicas e a diretora da instituição. Sua abordagem metodológica delineia-se como uma pesquisa intervenção. A produção dos dados foi realizada por meio da observação participante das experiências e das relações entre as crianças e de suas interações com a professora na brinquedoteca, cujos acontecimentos foram registrados por meio de anotações em caderno de campo, fotos, videogravação e audiogravação, e de entrevistas semiestruturadas e rodas de conversa com as professoras, as coordenadoras pedagógicas e a diretora, com base nos registros feitos no decorrer das observações sobre o que é vivido nesse espaço. A investigação foi conduzida pela perspectiva feminista interseccional e ancora-se nos conceitos de dialogismo e alteridade, conforme abordados por Mikhail Bakhtin. As análises centram-se nos discursos que validam a infância, como momento de correção para que os desvios que conduzem ao adulto ideal não ocorram, e nos mecanismos de correção e controle dos corpos das crianças, que, a partir de uma matriz de inteligibilidade, têm sua sexualidade inviabilizada. Numa análise mais profunda, a Instituição de Educação Infantil, ao se ancorar nos discursos da psicologia do desenvolvimento e da pedagogia tradicional, apresenta-se como espaço de controle dos corpos de meninas e meninos, guiando seus fazeres pela heteronormatividade, mas também é espaço de resistência e transgressões. Na fronteira, as normas cristalizadas são desestabilizadas: a criança não é passiva à norma, engendra outras formas de existência em suas brincadeiras e interações.

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A EDUCAÇÃO INFANTIL COMO UM DIREITO SOCIAL DA CRIANÇA: UMA ANÁLISE SOBRE A PRÁTICA DOCENTE A PARTIR DA IMPLEMENTAÇÃO DAS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL NO MUNICÍPIO DE SINO

Autor: SANDRA DA CONCEIÇÃO DONATO FERREIRA

Resumo: Este trabalho foi desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu) do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS) da Universidade Federal de Mato Grosso – Câmpus Universitário de Rondonópolis (UFMT/CUR). O que nos move, nesta pesquisa, é refletir se houve mudanças nas práticas docentes a partir do processo de implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI), no âmbito municipal (2012-2018), em Sinop, Mato Grosso. O município vem efetivando a implementação de uma política municipal que procura estabelecer uma relação entre teoria e prática no trabalho realizado, o que exige uma reflexão crítica. O objetivo geral desta pesquisa é investigar se foi absorvida a mudança nas práticas docentes a partir do processo de implementação das DCNEI (BRASIL, 2010), no âmbito municipal. Os objetivos específicos são: Analisar como a Diretriz Municipal contempla as DCNEI; Compreender como a Diretriz Municipal vem contribuindo para a implementação das propostas pedagógicas no cotidiano das instituições de Educação Infantil; Investigar o conhecimento e a compreensão que o coletivo de profissionais tem sobre proposta pedagógica e prática docente; Propor, a partir do resultado analisado, juntamente com as pessoas participantes da pesquisa, sugestões de melhoria para o processo de ensino-aprendizagem junto à administração pública do município. O interesse por este tema tem origem na minha atuação na Coordenação da rede municipal de Educação Infantil, em que foi realizado um trabalho no município em parceria com o Ministério da Educação (MEC), sobre o Plano Político Pedagógico/Proposta Política Pedagógica (PPPM) ou Diretriz Municipal para Educação Infantil. Esta pesquisa é de Investigação Comunicativa, abordagem elaborada pelo Centro Especial de Investigação em Teorias e Práticas Superadoras de Desigualdades (CREA) – Universidade de Barcelona (UB/ES) e que tem como base teórica os estudos de Jürgen Habermas e Paulo Freire. Este tipo de pesquisa procura romper com os papéis de divisão entre o pesquisador e os participantes da pesquisa, sendo uma construção conjunta e humana de todo o processo, que possibilita tanto a reflexão quanto a análise das informações produzidas, configurando um resultado de transformação da situação investigada. Consideramos as análises finais relevantes à pesquisa, pois as temáticas apresentadas demonstram que há avanços. Contudo, ainda merecem atenção algumas particularidades referentes ao trabalho que é proposto para com as Diretrizes Curriculares, no tocante à prática pedagógica, ou seja, na integração de conteúdos curriculares, visando o processo ensino aprendizagem com o brincar. Os dados evidenciam que o grupo de professoras realiza suas aulas de diversas formas, mas ainda falta compreensão em relação à proposta das DCNEI, que têm o foco na criança, para a formação de cidadãos críticos, não sendo, portanto, uma proposta que pensa e define o professor como centralizador do processo de ensino e aprendizagem. Estudos se fazem necessários para a condução deste processo – que é tão complexo quanto possível e necessário – no sentido de compreender qual o papel do professor não só na escola, mas na sociedade atual. Por isso, torna-se urgente um diálogo para que aconteça a transformação, o engajamento político de luta tem que ser permanente, se o professor não fizer parte deste processo, não há compromisso. Desse modo, concordamos com Freire (2015) que devemos assumir uma postura diante da nossa responsabilidade social, para participarmos do processo de transformação da escola, conhecendo a importância de ensinar e aprender de maneira harmoniosa, respeitosa e comprometida por meio de práticas educativas que promovam a igualdade, uma vez que o bom resultado das aprendizagens se dá nas relações contidas no ato de ensinar e no compromisso com o aprender.

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 A DIMENSÃO ESTÉTICA DA EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA PROPOSTA DE INSTALAÇÃO ARTÍSTICA

Autor:SIMONE DE CÁSSIA SOLARES DA SILVA

Resumo: Na contemporaneidade, a Educação Infantil apresenta-se como terreno fértil às discussões sobre educação, infância, linguagem e estética, dentre outras temáticas inerentes às necessidades integrais das crianças em formação. Encontramos nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil – DCNEI –, consolidadas na resolução 05/2009, prescrições acerca das linguagens a serem abordadas nessa etapa educativa, orientadas pelos eixos brincadeiras e interações. Tal pressuposto nos leva a pensar em como a criança se relaciona individual e coletivamente, expressa-se e expande as potencialidades de apreender e significar o mundo; um desafio reflexivo, que envolve concepções pedagógicas, sociológicas, estéticas e mesmo políticas, acerca do contexto da Educação Infantil, destacando-se dentre estas a reflexão sobre linguagens. Nessa perspectiva, as vivências artísticas podem atuar como orientadoras da educação na pequena infância, pois produzem sentidos que dialogam intimamente na aparição das linguagens, produzem múltiplos letramentos e expressam a subjetividade do ser no conhecimento de si e do mundo ao seu redor. Assim, o presente trabalho, ligado à linha de pesquisa “Linguagens, Cultura e Construção do conhecimento: Perspectivas Histórica e Contemporânea” e ao grupo de pesquisa Alfabetização e Letramento Escolar (ALFALE), ambos do Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGEDu – do Instituto de Ciências Humanas e Sociais – ICHS – da UFMT, câmpus de Rondonópolis, consiste em uma reflexão sobre a experiência estética de bebês e crianças bem-pequenas, a partir do contato destes com uma instalação artística e lúdica formada por 21 sólidos geométricos (poliedros, caixas de compensado de 10 mm de espessura, nas seguintes dimensões: cubos de 30 cm e 50cm de aresta, paralelepípedos de 120cm X 50cm X 20cm e 100cm X 40cm X 10cm). Trata-se, portanto, de um trabalho de campo, cuja observação é participativa, configurando-se como uma pesquisa-intervenção. Na ocasião dos encontros, foram analisadas linguagens, representações, manifestações do sentir (estesia), ações estéticas e expressões da aprendizagem por meio de brincadeiras, construções e trocas de experiências entre pares. A pesquisa tem inspiração fenomenológica, nos moldes do interacionismo simbólico norte-americano, capitaneada pelas concepções teóricas de Jonh Dewey (1978, 2010), interfaces entre arte e sociologia, com Ana Mae Barbosa (1975, 1978, 2008 e 2015), William Corsaro (2011) e Manoel Jacinto Sarmento (1997, 2004 e 2009), dentre outros autores. As análises feitas ratificam a importância das vivências artísticas na creche, pelo que se observou de ganhos para a formação integral dos pequenos participantes, ao manusearem os poliedros. Com a investigação, espera-se contribuir para os estudos sobre bebês e crianças bem-pequenas, especialmente em relação às vivências artísticas, que, por sua natureza multifocal, constituem–se conquistas afetivas, estético-estésicas, cognitivas, sociais e políticas, dando voz, protagonismo aos pequenos cidadãos, eventos relevantes para a construção da identidade pedagógica da Educação Infantil e sua história.

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RESSONÂNCIAS AUTOBIOGRÁFICAS EM EDUCACÃO: NARRATIVAS DE UMA PROFESSORA-MÃE SOBRE O AUTISMO

Autor: SIMONE DE PAULA ROCHA SOUZA

Resumo: Esta dissertação resulta da pesquisa de Mestrado desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso, Câmpus Universitário de Rondonópolis (PPGEdu/UFMT/CUR) na Linha de Pesquisa Infância, Juventude e Cultura Contemporânea: direitos, políticas e diversidade. A pesquisa se propôs, enquanto objetivo, a narrar, de forma crítica, reflexiva e sensível minhas experiências com uma criança com Transtorno do Espectro do Autismo, desde seu nascimento até os seis anos de idade, período em que finalizo a pesquisa. O tema é a narrativa autobiográfica de uma mulher-professora-mãe de uma criança com autismo e suas ressonâncias com uma educação de sensibilidade. O problema que moveu a pesquisa foi assim formulado: De que maneira a narrativa autobiográfica de uma professora do Atendimento Educacional Especializado e mãe de uma criança com autismo pode contribuir para uma educação de sensibilidade? O referencial teórico vem da fenomenologia de Merleau-Ponty (1999, 2002, 2009) e Marcos Ferreira-Santos (2004, 2012, 2014, 2017), em um diálogo com as perspectivas metodológicas da narrativa autobiográfica de Josso (2007, 2012), Delory-Momberger (2012) e Passeggi (2011, 2012, 2016). A partir desse diálogo me propus a escutar as diversas vozes que ecoam como formas de linguagem da criança com Transtorno do Espectro Autista em suas diferentes formas de brincar. Sons que brotam e rompem barreiras. No constructo do vivido, alicerçado aos fundamentos teóricos, que fui tateando e desvendando as potencialidades dessas aprendizagens mútuas em uma interação afetiva, criativa e lúdica. Minha grande aposta na pesquisa foi sensibilizar as pessoas a se lançarem no caminho da acreditação e nas possibilidades de aprendizagens que a Pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo pode alcançar. É uma pesquisa autobiográfica que tenciona discutir sobre o lugar do Outro, em uma existência que se tece na diferença.

SENTIDOS DE EDUCAÇÃO EM DISPUTA NA POLÍTICA CURRICULAR PARA OS CURSOS TÉCNICOS INTEGRADOS AO NÍVEL MÉDIO DO IFMT DE RONDONÓPOLIS (MT)

Autor: VINICIUS BATISTA DA SILVA

Resumo: Esta investigação está inserida na Linha de Pesquisa Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Câmpus de Rondonópolis, e tem como tema a política curricular para o Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT). As discussões pós-estruturais de currículo como prática discursiva, tal como pensam Alice Casimiro Lopes e Elizabeth Macedo, as discussões sobre o político e democracia de Chantal Mouffe e a abordagem do ciclo de políticas de Ball, Bowe e Gold, constituem os referenciais teórico-metodológicos que delineiam o estudo da política por uma base pós-estrutural. O objetivo da pesquisa é analisar as disputas para significar educação nos textos políticos do Instituto Federal de Mato Grosso, buscando problematizar a lógica da política curricular e suas implicações para o que se entende por educação, considerando a produção dos Projetos Pedagógicos dos Cursos Técnicos Integrados ao Nível Médio para o Campus Rondonópolis. Foram analisados documentos oficiais do Ministério da Educação (MEC) e do IFMT (leis, resoluções, diretrizes e projetos pedagógicos de cursos), assim como práticas instituídas no IFMT para além destes textos. Alguns discursos foram problematizados no texto do Projeto de Desenvolvimento Institucional (PDI) do IFMT (2014-2018) com a finalidade de discutir como os significantes “educação” e “qualidade” estão sendo tratados na política curricular. A escolha do PDI como ponto de partida justifica-se por ele ser, no âmbito do IFMT, interpretado como documento norteador das ações e produção das principais políticas da instituição. As demandas de formação dos jovens são processadas em meio a evocação de uma certa tradição na oferta da Educação Profissional interpretada neste documento como possibilidade de manutenção de uma educação de (boa) qualidade praticada desde o antigo CEFET, mais fortemente caracterizada pelo instrumentalismo. Parte importante da problematização da pesquisa foi a de questionar a submissão da Educação Profissional Técnica Integrada ao Nível Médio aos interesses econômicos e ao mercado produtivo. Defendo que, embora existam nos documentos analisados nesta pesquisa tentativas de hegemonização de sentidos para “educação” e “qualidade” para a Educação Profissional que assumem um caráter instrumental de uma formação mais restrita dos jovens, as disputas pela hegemonização de sentidos no âmbito desta instituição não fazem dela um espaço demarcado por relações negativas ou meramente instrumentais, uma vez que a significação que produz neste contexto escapa a essas tentativas de controle e assume formas de inclusão, de pensamento crítico, de valorização das diferenças, ampliando o escopo da educação. Afirmo, portanto, que tudo o que escapa ao controle dos textos escritos também faz parte da política curricular do IFMT, produzindo-a com a intervenção ativa dos sujeitos. Destaco que sempre há sujeitos decidindo ativamente pela manutenção-superação de lógicas e isso permite desconstruir a visão das determinações legais como inexoráveis, enquanto também é possível afirmar que a discussão por outra educação permanece aberta e urgente. O tecnicismo que historicamente marca essa rede de educação profissional é corroído por visões mais amplas acerca das diferenças que compõem os currículos com pessoas vivas, que se afetam no processo educativo ao se relacionarem, por histórias de vida que promovem vínculos, novos conflitos, compromissos éticos.

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