Universidade Federal de Rondonópolis

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Turma 2016

PROFESSORES INICIANTES EGRESSOS DO CURSO DE PEDAGOGIA E O ABANDONO DA CARREIRA DOCENTE NO MUNICÍPIO DE RONDONÓPOLIS/MT

Autor: ADRIANE PEREIRA DA SILVA

Resumo: A presente pesquisa está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso, Câmpus Universitário de Rondonópolis (PPGEdu/UFMT/CUR) e tem sua origem no projeto do Observatório da Educação (OBEDUC/CAPES/INEP/SECADI), intitulado “Egressos da Licenciatura em Pedagogia e os desafios da prática em narrativas: a universidade e a escola em um processo interdisciplinar de inserção do professor iniciante na carreira docente”, que investiga o professor iniciante, seu desenvolvimento profissional e suas dificuldades, assim como também suas necessidades formativas. A pesquisa abordou o professor iniciante e o abandono da carreira docente, tema este pouco tangido em pesquisas brasileiras e teve como objetivo compreender quais os motivos, apontados pelos professores pedagogos em início de carreira, que os levaram a desistirem da profissão docente no município de Rondonópolis/MT. Considera-se professor iniciante aquele que tem até cinco anos de magistério, e, como abandono, os casos em que o professor é empossado por concurso público, mas, em seguida, pede exoneração. Para desenvolvimento da investigação, adotou-se a abordagem qualitativa, utilizando-se como procedimento e instrumentos de coleta de dados a análise documental em Diário Oficial, do Estado e do Município, como também dados do setor de Recursos Humanos da Secretaria Municipal de Educação de Rondonópolis/MT e das escolas da rede estadual, assim como entrevistas narrativas e buscas em sites eletrônicos. As questões que nortearam a investigação foram: Que percepções os professores iniciantes desistentes do magistério manifestam sobre a formação recebida e que expectativas fazem acerca da profissão docente? Que desencantos apresentam ao assumirem a docência? O que os levou ao abandono? Os sujeitos da pesquisa são seis professoras que aceitaram fazer parte do estudo, sendo três da rede municipal e três da rede estadual, empossadas por concurso público e, posteriormente, exoneradas a pedido das mesmas. Os resultados apontam que os motivos relacionados aos pedidos de exoneração, ou seja, a desistência do magistério, estão intrinsecamente associados ao excesso de obrigações que são incumbidas aos professores quando da posse do concurso e, ainda, ao distanciamento entre a formação inicial e a realidade encontrada nas escolas.

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INFÂNCIA, CORPO, EDUCAÇÃO E CIBERCULTURA: CRIANÇAS E A PRODUÇÃO DE IMAGENS NAS REDES SOCIAIS

Autor: ANTONIO CLEBER ZEQUETTO

Resumo: As profundas mudanças culturais na sociedade afetam, sobretudo desde a última década, os modos como os sujeitos aprendem, se relacionam e se constituem. Esse contínuo crescimento dos recursos tecnológicos concorre para que novos conhecimentos sejam produzidos com o acesso à internet. Com esse avanço digital, o ambiente relacional da criança se redefine constantemente. Nesta direção, esta pesquisa, desenvolvida no âmbito da linha de pesquisa “Infância, Juventude e Cultura Contemporânea: direitos, políticas e diversidade” e do Grupo de Pesquisa “Infância, Juventude e Cultura Contemporânea” (GEIJC), tem como temática central a infância e o lugar social da criança no contexto das tecnologias digitais. Seu objetivo principal é analisar os discursos de um grupo de crianças, com idades entre 8 e 13 anos, sobre as imagens publicadas na plataforma virtual e produzidos em rodas de conversas com foco nessa temática, ocorridas no contexto escolar. Adotou-se como metodologia a pesquisa intervenção ao tomarmos como ponto de partida a alteridade instaurada na relação entre crianças e adultos. O referencial teórico-metodológico está embasado nos conceitos de dialogismo e alteridade de Mikhail Bakhtin, que permitem a compreensão da linguagem como um processo dinâmico de interlocução e produção de sentidos. As novas configurações no contexto da cibercultura, bem como os sentidos, os conhecimentos e as práticas sociais que as crianças constroem ao se relacionarem com as mídias digitais, são o foco desta pesquisa. Com base nas análises dos discursos das crianças participantes da pesquisa e nos autores que fundamentam esta investigação, tais como Haraway (1991), Buckingham (2007), Corsaro (2011), Le Breton (2011), Louro (1999), Salgado (2005), entre outros, busca-se analisar e refletir sobre as constituições subjetivas e processos de exterioridade do corpo da criança, a fim de problematizar a convergência dos fenômenos sociais que emergem no contemporâneo, os desafios para uma educação na era digital, bem como as experiências culturais que as crianças compartilham neste atual desenho em que a infância se configura.

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COMPREENSÃO DE DIREITOS DE APRENDIZAGEM POR UMA PROFESSORA ALFABETIZADORA: CAMINHOS DA PRÁTICA DOCENTE PARA O TRABALHO COM A LEITURA NO CICLO DE ALFABETIZAÇÃO

Autor: ÁUREO JOSÉ BARBOSA

Resumo: Esta investigação vincula-se ao Grupo de Pesquisa Alfabetização e Letramento Escolar (ALFALE), do Programa de Pós-Graduação em Educação, do Instituto de Ciências Humanas e Sociais, da Universidade Federal de Mato Grosso – Campus Universitário de Rondonópolis, (PPGEdu/ICHS/UFMT/CUR), na linha de pesquisa: Linguagens, Cultura e Construção de Conhecimento: perspectivas histórica e contemporânea e apresenta resultados da pesquisa que tem como tema central os direitos de aprendizagem no ciclo de alfabetização. A pesquisa foi realizada com uma professora alfabetizadora participante das formações do PNAIC, lotada na 1ª fase do 1º ciclo dos anos iniciais do Ensino Fundamental da Escola Municipal Irmã Elza Geovanella, no município de Rondonópolis, Mato Grosso. O estudo é de cunho qualitativo com enfoque no estudo de caso. Como técnica e instrumentos de coleta de dados, utilizou-se da observação sistemática, entrevista semiestruturada gravada em áudio e transcrita, questionário impresso, diário de campo e registro fotográfico. O objetivo que se delineou para esta pesquisa foi o de analisar a compreensão de direitos de aprendizagem do eixo leitura pela professora alfabetizadora participante do PNAIC, e a repercussão para operacionalização em sua prática, em termos de organização do trabalho docente. Neste sentido, procurou responder as seguintes indagações: Como se processa o trabalho da professora no cotidiano da sala de aula, tendo em vista os direitos de aprendizagem no eixo leitura? A compreensão dos direitos de aprendizagem no eixo leitura pela professora repercute em seu trabalho pedagógico? O estudo tomou como aportes de bases legais os documentos oficiais publicados e institucionalizados pelo Ministério da Educação, como políticas públicas na área da alfabetização, entre estes, os documentos oficiais do PNAIC, cadernos teóricos e metodológicos utilizados para a formação de professores alfabetizadores e o documento intitulado “Elementos conceituais e metodológicos para definição dos Direitos de Aprendizagem e Desenvolvimento do Ciclo de Alfabetização (1º, 2º e 3º Anos) do Ensino Fundamental” (BRASIL, 2012a). Como aportes teóricos para os direitos de aprendizagem, dentre outros autores, ancorou-se em Cruz (2012) e Macedo (2013). Na dimensão de prática da leitura e do ensino da leitura, buscou apoio em Solé (2012), Kleiman (2013), Silva (1999; 2003), Zilberman (2008), Cosson (2012; 2017), Leal, Morais e Albuquerque (2010), Guedes-Pinto (2016). Na dimensão dos estudos sobre Alfabetização e letramento, tem-se Soares (2000; 2004), Rojo (2009), Magalhães et al. (2012), Gontijo (2002; 2014), dentre outros. A investigação demonstrou, como resultado, que a compreensão pela professora dos direitos de aprendizagem repercutiu na operacionalização e eficiência do trabalho nas práticas de leitura em sala de aula, além de favorecer a formação da criança leitora. Outro dado relevante foi a constatação de que os direitos de aprendizagem ficaram evidenciados nos trabalhos da professora alfabetizadora, como instrumento norteador das práticas pedagógicas, no tocante à organização do trabalho pedagógico, vindo a contribuir para o planejamento, avaliação e monitoramento das progressões das aprendizagens das crianças.

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CINEMA E EDUCAÇÃO REPRESENTAÇÃO, HOMOSSEXUALIDADE E JUVENTUDE EM PRAYERS FOR BOBBY (2009)

Autor: BIBIANA ANJOS REZENDE

Resumo: Fruto por excelência da técnica de reprodução, o cinema emerge na modernidade ensejando novos olhares, novas perspectivas em meio a um processo de ruptura, no qual o culto devotado à obra de arte cede espaço à reprodutibilidade. O cinema, por sua vez, não só forma mentalidades em sociedades, mas também, opera como artefato cultural, isto é, por meio de uma miríade de imagens em movimento, os olhares são educados culturalmente, socialmente e politicamente. Assim, sob esse viés interpretativo, no qual o filme é tomado sob a ótica da pedagogia cultural é que se pretende, por meio da presente dissertação intitulada “Cinema e Educação. Representação, Homossexualidade e Juventude em Prayers for Bobby (2009)” analisar as representações da homossexualidade e de gênero, considerando a relevância de se atentar para os elementos estéticos, narrativos, sócio-históricos e culturais emergentes no contexto fílmico e fora dele. A referida pesquisa vincula-se ao Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu/CUR/UFMT), campus de Rondonópolis e se insere na linha de pesquisa Infância, Juventude e Cultura Contemporânea: direitos, políticas e diversidade. Buscamos balizar metodologicamente o presente trabalho, nos pressupostos teóricos argumentados por Douglas Kellner (2001), a partir da vertente da Escola Britânica de Estudos Culturais. Kellner considera que os estudos culturais da mídia ajudam no entendimento, na interpretação e na crítica aos textos produzidos e veiculados pela própria mídia. Sendo assim, os Estudos Culturais delineiam o modo como as produções culturais articulam ideologias, valores e representações de sexo, raça e classe na sociedade. Esta dissertação lança mão de um corpo téorico que abrange, sobretudo, os Estudos Culturais da Mídia e Educação e Os Estudos de Gênero e Sexualidade. O trabalho atenta-se para o movimento do texto para seu contexto e, assim se subdivide: o primeiro capítulo, apresenta elementos essenciais para o entendimento da composição fílmica. O segundo, discute sobre o conservadorismo religioso ainda predominante nos Estados Unidos da América. O recorte temporal se dá a partir dos anos de 1980, estendendo até o presente século. O terceiro, aborda os Estudos Culturais da Mídia e Educação. O cinema se articula à educação, sob o viés da Pedagogia Cultural e nesse contexto é compreendido também como prática social. O quarto e quinto capítulos procuram analisar as representações de gênero e sexualidade, tendo como objeto de análise determinadas cenas fílmicas. Por fim, nos créditos finais alguns questionamentos e diálogos empreendidos nos capítulos anteriores, são retomados na intenção de intensificar o debate. Orações para Bobby (2009) dirigido por Russel Mulcahy, produzido pelo canal de TV norte-americano Lifetime, cumpre o seu maior propósito, que é a de transmitir a mensagem de renascimento, redenção e ressignificação do pensamento conservador de uma mãe, Mary Griffith, que se transforma em ativista da causa gay após o suicídio de seu filho, Bobby. Esta película denuncia através das imagens e diálogos o preconceito e homofobia ainda tão latentes na sociedade. Portanto, o estudo proposto se faz urgente e imperioso, à medida que o retorno à era Reagan ajuda a intensificar o debate de que na atualidade, o conservadorismo religioso vem se desvelando cada dia mais intenso, à medida que nos deparamos constantemente com a propalação e perpetração de discursos de ódio, de atitudes e práticas homofóbicas, misóginas e racistas.

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CINEMA E EDUCAÇÃO: DISCURSOS SOBRE INFÂNCIA E JUVENTUDE POBRE BRASILEIRA NO FILME PIXOTE, A LEI DO MAIS FRACO (1981)

Autor: CAYRON HENRIQUE APARECIDO FRAGA

Resumo: A presente pesquisa se insere no âmbito do Grupo de Pesquisa Infância, Juventude e Cultura Contemporânea (GEIJC), do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso, Câmpus Universitário de Rondonópolis (PPGEdu/UFMT/CUR) e tem como objetivo analisar as imagens da infância e juventude pobres brasileira no filme Pixote: a lei do mais fraco (BR: 1981). Dirigido por Hector Babenco, o filme é considerado um marco do cinema brasileiro e da produção cinematográfica sobre infância latino-americana. A pesquisa parte dos discursos sobre crianças de rua na década de 1980 que, de acordo com os estudos de Fúlvia Rosemberg, foram difundidos por vários atores, entre eles a mídia, o que acarretou na estigmatização de famílias e crianças pobres. Nesse contexto, pode-se pensar como a construção da infância também é representada no cinema. Os discursos produzidos pela indústria cinematográfica, na maioria das vezes, distribuem padrões culturais que se repetem na sociedade. Para tanto, cabe analisarmos criticamente como o cinema é entendido enquanto campo artístico e suas possíveis conexões e contribuições com o universo educacional (Duarte). Adotamos como método para desenvolver esta pesquisa, os estudos da Hermenêutica de Profundidade, propostos por John B. Thompson, e que contempla três fases: 1) análise sócio histórica da forma simbólica analisada 2) análise formal ou discursiva, e 3) interpretação/reinterpretação. As formas simbólicas sob análise são algumas cenas do filme em que apresentem pertinência ao tema de pesquisa. O filme é analisado como uma forma simbólica que contribui para a construção social de imagens de infância e juventude pobres brasileira. Portando, no decorrer das análises foi possível identificar o uso de uma retórica dramática na narrativa sobre “crianças de rua”. O filme, ao tentar fazer uma denúncia sobre a “infância marginalizada”, acabou associando crianças pobres ao abandono de suas famílias, à criminalidade e periculosidade, reforçando a ideia de que tais problemas e conflitos são sinônimos ou consequências diretas da pobreza.

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RONDON E A CATEQUESE DOS POVOS INDÍGENAS: UMA ANÁLISE DIALÓGICA DOS ENUNCIADOS DO JORNAL MATO-GROSSENSE A CRUZ (1910-1920)

Autor: CLOTILDES DE SOUZA FARIAS

Resumo: A presente pesquisa vincula-se ao Grupo de Pesquisa Alfabetização e Letramento Escolar (ALFALE), do Programa de Pós-Graduação em Educação do Câmpus Universitário de Rondonópolis, da Universidade Federal de Mato Grosso (PPGEdu/CUR/UFMT). Metodologicamente caracterizada como bibliográfica e documental, apresenta como tema uma análise dos discursos referentes à doutrinação indígena conduzida por duas grandes formações ideológicas no início da República: os ideais católicos da missão salesiana e, em oposição, a marcha positivista republicana, tendo na figura de Cândido Mariano da Silva Rondon um notório protagonista à frente da Comissão Rondon e das políticas indigenistas. A reflexão sobre tal contexto aportou-se em categorias enunciativas e analíticas, tais como a tríade tema / composição / estilo, os conceitos de exotopia, autoria, dentre outras proposições bakhtinianas, centrando-se em editoriais e artigos de opinião do jornal católico mato-grossense A Cruz, de 1910 a 1920, disponibilizados pela Hemeroteca da Biblioteca Digital Brasileira. O corpus de análise, além do periódico, reúne enunciados de autoria de Rondon ou aliados para caracterizar a arena de vozes sociais que se interpenetram naquele recorte cronotópico. O esforço da pesquisa se deu no sentido de responder à questão de como, na Primeira República, se concebia a inserção do indígena na sociedade capitalista. A resposta a tal problema encaminhou o objetivo geral: refletir, com ênfase em Rondon, sobre a complexidade daquele contexto em que o ideário positivista buscava expurgar a presença da Igreja, sobretudo com relação à catequização dos indígenas. Como objetivos específicos, enumeram-se: discorrer sobre os gêneros discursivos, conceitos da teoria do enunciado do “Círculo de Bakhtin” e como impactam a esfera jornalística; descrever aspectos relevantes do percurso histórico de Rondon e sua filiação ao Positivismo; caracterizar os principais pressupostos das ideologias contendentes: o positivismo republicano e o catolicismo ultramontano; analisar, à luz da teoria enunciativa e dialógica, os enunciados do jornal A Cruz, destacando-se sentidos e juízos encaminhados pela enunciação salesiana, como também aqueles de autoria opositora. O quadro teórico a subsidiar tais metas revela centralidade nos escritos de Bakhtin (2011), Bakhtin/Volochínov (2014), ainda se recorre a Brait (2016), Rodrigues (2001), Bigio (2000), Carvalho (2017), dentre outros. A pesquisa, ao concluir, apresenta inferências sobre a natureza do personagem histórico Rondon, cuja complexidade se aprofunda devido a seu protagonismo no contexto indigenista. Observamos que os artigos de opinião e editoriais, embora tenham o objetivo nem sempre explícito de orientar o olhar do leitor, de modo a reproduzirem um discurso monológico, revelam uma natureza dialógica perceptível nas relações volitivo-axiológicas estabelecidas com as vozes alheias. Gêneros jornalísticos como aqueles podem nos oferecer ferramentas instigantes para a compreensão dos fenômenos históricos e culturais, dentre eles a Educação, por serem prenhes de vozes sociais, graças a sua natureza enunciativa. Os embates entre a ideologia católica e a positivista, nos primórdios do Brasil republicano, ganharam contornos concretos com a questão dos missionários salesianos e Rondon; com as escolhas teóricas aqui feitas, aquele contexto revelou-se um potente veio de pesquisa, pelo que podem produzir de sentidos novos, nem sempre legitimados pelos discursos hegemônicos, sobretudo os oficiais e escolares.

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EDUCAÇÃO DO CAMPO E PRÁXIS EDUCATIVA: REALIDADE, CONTRADIÇÕES E POSSIBILIDADES

Autor: CRISNAIARA CÂNDIDO

Resumo: As recentes discussões no âmbito da escolarização das populações camponesas têm apresentado como ponto central, a preocupação com as práticas pedagógicas desenvolvidas no interior das instituições educativas. Enquanto instituições sociais e espaços em que ocorre a educação formal, as escolas do campo precisam garantir por meio da práxis uma educação que estimule atitudes éticas, democráticas e, sobretudo favoreça a formação integral e emancipação dos sujeitos que dela participam. A práxis torna-se, então, uma condição essencial da prática educativa, uma vez que se constitui como atividade humana transformadora da natureza e do mundo. Neste sentido, a presente pesquisa tem como objetivo principal, analisar a práxis educativa dos professores de duas escolas do campo, buscando identificar e problematizar as relações e as contradições existentes entre a ação pedagógica e as concepções teóricas que fundamentam a Educação do Campo e a partir das contradições suscitadas levantar possibilidades para o desenvolvimento de uma práxis coerente com os princípios desta modalidade de educação. A investigação tem como loci duas escolas públicas do campo, uma de esfera municipal e outra estadual, localizadas na comunidade de Ouro Branco do Sul, município de Itiquira e estão participando da pesquisa cinco professores do Ensino Fundamental com atuação em ambas as escolas.Para subsidiar teoricamente a compreensão e a discussão acerca da práxis educativa articulada às intencionalidades da proposta de Educação do Campo tomamos como bases principais os escritos de Freire (2008), (2015a), (2015b); Vásquez (2011); Caldart (2004), (2008), (2010), (2011a), 2015a); Arroyo (2007), (2010a), (2011) e Souza (2008), (2012). Metodologicamente, a pesquisa está fundamentada nos pressupostos teóricos da abordagem qualitativa e da dialética, utilizando-se para recolha dos dados empíricos a análise dos principais documentos que compõe a Política de Educação do Campo em níveis nacional e estadual, além de entrevistas semiestruturadas gravadas em áudio e transcritas. Os resultados revelam que a atividade pedagógica desenvolvida pelos professores nas duas escolas do campo loci da pesquisa, possui elementos que a caracterizam enquanto práxis, tais como: relação entre teoria e prática, reflexão individual e coletiva sobre a prática, autoquestionamento e ação planejada com intencionalidades claras e definidas.Entretanto, no que se refere a práxis alinhada à proposta pedagógica da Educação do Campo, observa-se diversos elementos contraditórios, pois existe pouco conhecimento por parte dos professores sobre as concepções teóricas, leis e diretrizes que fundamentam essa modalidade de educação e apesar de seus discursos evidenciarem o reconhecimento da necessidade de adequação das propostas pedagógicas das escolas ao que está proposto na LDB e nas Diretrizes Operacionais para as Escolas do Campo, a organização de suas práticas pedagógicas, e a formação continuada ocorrida no espaço escolar ainda recorrem a um padrão de educação urbanocêntrica.

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GÊNERO TEXTUAL PROPAGANDA RADIOFÔNICA DO TIPO SPOT: UM TRABALHO COM SEQUÊNCIA DIDÁTICA NO PROJETO RÁDIO RECREIO

Autor: CRISTIANA DE JESUS XAVIER

Resumo: Esta investigação vincula-se ao Grupo de Pesquisa Alfabetização e Letramento Escolar (ALFALE), do Programa de Pós-Graduação em Educação, do Instituto de Ciências Humanas e Sociais, da Universidade Federal de Mato Grosso – Câmpus Universitário de Rondonópolis (PPGEdu/ICHS/UFMT/CUR), Brasil, na linha de pesquisa “Linguagens, cultura e construção de conhecimento: perspectivas histórica e contemporânea”. O tema deste estudo foi o trabalho com os gêneros textuais orais, por meio da Sequência Didática (SD), a partir do projeto Rádio na Escola, popularmente conhecido como Rádio Recreio, uma vertente da Educomunicação. A questão que norteou a pesquisa foi: Quais são as implicações e a relevância do trabalho com gêneros textuais orais no processo de aprendizagem dos alunos participantes da Rádio Recreio da Escola Estadual Santo Antônio, na cidade de Rondonópolis-MT, a partir do uso de sequência didática como estratégia de ensino do gênero propaganda radiofônica do tipo spot? Importante citar que tais alunos frequentavam do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental, no colégio acima referenciado, que é um estabelecimento de ensino público de orientação salesiana. Como instrumentos de produção e coleta de dados foram utilizados o diário de campo, as produções escritas dos alunos colaboradores, o planejamento das SD, os registros fotográficos e em áudio das produções orais dos participantes, assim como dos diálogos com eles estabelecidos, buscando evidenciar o vivido e o compreendido no grupo. Também foram feitos questionários impressos e entrevistas semiestruturadas (gravadas em áudio e transcritas). Esses dados foram analisados a partir das obras de autores como Bakhtin (1992), Bogdan e Biklen (1994), Dolz, Schneuwly, Noverraz e colaboradores (2004), Severino (2007), Marcuschi (2008), Bronckart (1999), Thiollent (1987; 2011), Travaglia e coautores (2013), dentre outros. O objetivo principal da presente pesquisa foi investigar as implicações e a relevância do trabalho com gêneros textuais orais no processo de aprendizagem de alunos participantes da Rádio Recreio da Escola Estadual Santo Antônio em Rondonópolis-MT, a partir do uso de sequência didática como estratégia de ensino do gênero propaganda radiofônica do tipo spot, sendo importante salientar que a sequência adotada foi a construída pelos pesquisadores da Universidade de Genebra (Suíça), Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004). Vale destacar também que a base da discussão em torno do gênero textual pautou-se nos pressupostos do interacionismo sociodiscursivo, sendo o desenvolvimento do estudo caracterizado como uma pesquisa de abordagem qualitativa de pesquisa-ação. As análises dos dados revelaram que o trabalho com o gênero textual oral propaganda radiofônica do tipo spot, através da sequência didática, foi significativo. Os resultados indicam que houve um envolvimento coletivo nas atividades desenvolvidas pela pesquisadora, juntamente com os alunos. Estes apresentaram crescimento na aprendizagem da estrutura do gênero em questão, assim como a parte gramatical e a prosódica (entonação, acentuação e ritmo).

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DIREITOS DE JOVENS NA ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL: TENSÕES E PERSPECTIVAS EM NARRATIVAS DE ESTUDANTES DE ENSINO MÉDIO

Autor: DANIELLE ARAÚJO FERREIRA MARQUES

Resumo: A implementação dos direitos de participação, liberdade e respeito de crianças e jovens nos contextos escolares ainda percorre uma série de dificuldades. A representação de crianças e jovens como seres incompletos, incompetentes e vulneráveis e a prevalência da ideia de um “sujeito racional” que só se constitui quando se atinge a idade adulta, contribuiu para a desqualificação desses sujeitos como seres pensantes e políticos. A presente investigação, integrada ao Grupo de Pesquisa em Infância, Juventude e Cultura Contemporânea – GEIJC/UFMT, teve como objetivo analisar narrativas de jovens estudantes sobre as suas experiências e percepções de como os direitos de participação, liberdade e respeito são vivenciados no contexto de uma escola de ensino médio de tempo integral. Utilizamos como aporte teórico a Sociologia da Infância, compreendendo as crianças e jovens como uma categoria social subordinada que sofre impactos ante uma estrutura social marcada por desigualdades de gênero, de classe, raciais e, também, etárias. Optamos pela utilização da pesquisa-intervenção, em uma abordagem qualitativa, através da realização de entrevistas e rodas de conversa com jovens que cursam o 2º ano do ensino médio em uma escola pública estadual, de tempo integral, do município de Rondonópolis-MT. As análises das narrativas estão estruturadas em três eixos, que, apesar de serem apresentados separadamente, dialogam entre si e convergem na tentativa de reflexão sobre o objeto da pesquisa. De maneira geral, observamos as tensões que permeiam o modelo de ensino em tempo integral, assim como as contradições nos discursos dos estudantes em relação ao papel da escola e à função docente. As análises desenvolvidas no terceiro eixo indicam que os jovens percebem de maneira restrita a participação nas decisões relacionadas às atividades de ensino-aprendizagem desenvolvidas na escola, apontando possibilidades de escolha apenas no que se refere às disciplinas “eletivas” que compõem o novo currículo do ensino médio. A participação e o “protagonismo juvenil” veiculados nos discursos relacionados à reforma do ensino médio parecem, assim, se restringir às “escolhas” relacionadas a essas disciplinas, não ocorrendo em relação às demais atividades ou às normas e regras da instituição, cujas decisões permanecem ainda reservadas aos adultos. Apesar de avaliarem que seria importante participar desses processos, os alunos apontam, entretanto, um descrédito em relação ao comprometimento de todos, inclusive dos próprios pares, na efetivação dessas possíveis ações ou na organização coletiva dos jovens, o que nos pareceu uma reprodução dos discursos que representam pejorativamente a juventude na sociedade. Ainda, essa participação pode parecer uma possibilidade inusitada para eles/as, já que possuem poucas ou quase nenhuma oportunidade de participar de processos políticos, dentro ou fora da escola. Essa situação denota o quanto os jovens são desqualificados enquanto sujeitos pensantes e capazes de participar como atores sociais e políticos relevantes nesse espaço, o que indica a necessidade da discussão permanente da amplitude dos direitos a eles/as garantidos, mormente os de participação, assim como do estabelecimento efetivo de canais de participação, para além do que parece estar sendo difundido nos atuais discursos reformistas.

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POLÍTICAS DE CURRÍCULO PARA O ENSINO MÉDIO: SENTIDOS DE EDUCAÇÃO NO IFMT DE PRIMAVERA DO LESTE (MT)

Autor: ELIANE APARECIDA DA SILVA

Resumo: Esta investigação está inserida na Linha de Pesquisa Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso, Câmpus de Rondonópolis. Tem como objetivo investigar como a educação e/ou a educação profissional integrada ao Ensino Médio é significada no IFMT e quais as implicações para a educação e o currículo nesta instituição. A pesquisa tem como base de análise as discussões pós-estruturais de currículo como prática discursiva, de Alice Casimiro Lopes e Elizabeth Macedo, e três dos contextos da abordagem do ciclo de políticas de Stephen Ball, Richard Bowe e Anete Gold: o contexto da influência, o contexto da produção de texto e o contexto da prática. Esses contextos são compostos de arenas e grupos de interesse e cada um deles envolve disputas e embates na produção da política. Com o foco no contexto de produção do texto político, analiso documentos normativos (resoluções, pareceres, diretrizes), além de outros textos que orientam a oferta e o atendimento do ensino médio e do ensino médio integrado no município de Primavera do Leste – MT. Neste primeiro movimento, foco aspectos das reformas educativas no Brasil, sobretudo das reformas do ensino médio voltadas aos Institutos Federais de Educação em meio às principais mudanças para a educação profissional brasileira dos últimos anos, com destaque para o lugar da integração curricular nas políticas deste nível. Num segundo movimento de análise, busco analisar os sentidos de educação no IFMT Primavera do Leste, que tomo como o contexto da prática na pesquisa. Foco nos significantes privilegiados nos textos políticos, nas intencionalidades em disputa a partir de tais significantes, de modo a destacar os sentidos de mudança curricular ligados à busca de (boa) qualidade da educação. Problematizo as disputas em torno dos significantes conhecimentos e saberes, que atuam como centrais na tentativa de hegemonizar um sentido para a educação e busco demonstrar como esses significantes atuam na tentativa de fechamento de uma demanda única para a educação de qualidade. Analiso a política do IFMT também discutindo os sentidos que os sujeitos da prática atribuem para educação e currículo nesse nível de ensino. Destaco a recorrência dos discursos em torno do melhor conhecimento para os alunos do Ensino Médio Integrado a Educação Profissional como trabalhadores ou como técnicos, com competências e habilidades consideradas necessárias ao mercado de trabalho e ao mundo produtivo, apontando essa significação como um sentido hegemônico de educação na política de ensino médio. Concluo afirmando que se a política nacional e local, como implicações dos sentidos em curso, tende a acentuar o dualismo no Ensino Médio Integrado à Educação Profissional, é porque privilegia-se significar educação reduzida a ensino de conteúdos básicos, de conhecimentos encomendados pelo mercado na via da formação de competências e habilidades para postos de trabalho específicos. Defendendo a perspectiva da educação como acontecimento, chamo atenção, por fim, para o fato de que, no processo educativo cotidiano no IFMT em foco, há outras relações sendo produzidas, que escapam parcialmente a essa tentativa de se restringir os sentidos de educação a comportamentos e habilidades controláveis, relações que apontam para preocupações com uma educação que colocam ao centro os jovens como pessoas em formação.

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PROJETO EDUCOMUNICAÇÃO: FORMAÇÃO CIDADÃ NA ESCOLA DE ENSINO MÉDIO ANTONIO FERREIRA SOBRINHO, JACIARA (MT)

Autor: ELISÂNGELA LOPES DE LIMA CARVALHO

Resumo: Esta pesquisa está vinculada à linha de Pesquisa “Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais”, do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu), da UFMT/Rondonópolis. Tem como tema “Educação e Comunicação” e como delimitação o Projeto Educomunicação como estratégia de formação cidadã e de protagonismo juvenil da Escola de Ensino Médio Antonio Ferreira Sobrinho, Jaciara/MT. A problemática que originou este estudo de caso partiu do seguinte questionamento: O projeto Educomunicação contribui como suporte para formação cidadã/emancipadora dos alunos do ensino médio? Tem como objetivo geral, compreender como a Educomunicação em uma Escola de Ensino Médio contribui (ou pode contribuir) na formação cidadã dos alunos participantes. Para tanto, o referencial teórico desta dissertação está embasado na proposta de educação libertadora de Paulo Freire e Célestin Freinet, bem como na inserção das mídias no ambiente escolar, através da educomunicação defendida por Ismar Soares. Esse referencial se organiza nos seguintes eixos de análise: Educação e Pedagogia da comunicação, e serve de apoio para uma abordagem dialógica sobre a relação desses eixos e o ambiente escolar. Desta forma, tenho como ponto de partida as concepções teóricas de Freire (1985, 1987, 1995, 2000), Freinet (1977, 1998, 2004) e Soares (1989, 2002, 2011), as quais convergem quanto ao tema comunicação no espaço escola, visto que esses três autores conduzem suas reflexões para uma educação com foco na transformação, não só do aluno, mas da sociedade, inclusive do professor. Sendo um estudo de caso direcionado pelo método dialético-fenomenológico, apresenta concepções embasadas em Freire (1985), Bello (2006), Minayo (2001), Triviños (1987), Bicudo (2011), entre outros. A coleta de dados se deu em três etapas distintas: a observação indireta, pesquisa documental e entrevista semiestruturada, a qual foi direcionada a 02 professoras e 09 alunos. O critério de seleção dos interlocutores foi o envolvimento de, no mínimo, dois anos com o Projeto Educomunicação. A análise dos dados comprovou que há contribuição do projeto na formação cidadã dos estudantes de Ensino Médio que participam do projeto, considerando a possibilidade de ampliação dessa contribuição com a oferta de formação específica sobre a educomunicação, não apenas aos alunos, mas aos demais professores da escola. A partir da pesquisa, constatou-se que as alterações apresentadas nas Portarias de atribuição do educomunicador no Estado de Mato Grosso influenciaram nos resultados referentes às atividades educomunicativas, apontando como necessária uma reavaliação acerca da carga horária de disponibilidade deste profissional, assim como a oferta de formação voltada para a prática educomunicadora.

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PROFESSORAS INICIANTES E AS PRÁTICAS DA LÍNGUA INGLESA NO COTIDIANO DA PROFISSÃO: NECESSIDADES E FORMAÇÃO

Autor: FERNANDA DE MELLO CARDOSO

Resumo: A presente pesquisa está inserida no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso, Câmpus Universitário de Rondonópolis (PPGEdu/UFMT/CUR) e vinculada ao projeto do Observatório da Educação (OBEDUC/CAPES/INEP/SECADI) que oferece formação continuada aos professores iniciantes no sentido de atender suas necessidades, a fim de minimizar suas angústias diante dos desafios e dilemas. Uma das reivindicações apontadas pelas novas professoras foi quanto à falta de formação para o atendimento à matriz curricular de 2011 para o Ensino Fundamental da Rede Municipal de Rondonópolis/MT, que inclui Língua Inglesa no 1° e 2° Ciclos. Neste contexto, as docentes sentiram-se inseguras e incapacitadas e, então, solicitaram à universidade uma formação específica, capaz de auxiliá-las. Assim, lhes foi ofertado, no âmbito do OBEDUC, um minicurso de 20 horas de estudos sobre alguns dos conteúdos dos documentos curriculares. Objetivou-se investigar que sentidos as professoras iniciantes egressas de Cursos de Pedagogia atribuem às aprendizagens construídas no minicurso de estudos da Língua Inglesa, diante da ausência do conhecimento sobre uma disciplina cujos conteúdos devem trabalhar com as crianças. A pesquisa ancorou-se na abordagem qualitativa e, para a coleta de dados, utilizou-se de narrativas extraídas dos diários de campo da pesquisadora e das participantes, além de entrevistas. Os sujeitos da investigação são duas pedagogas da rede municipal. Para tanto, indagou-se: que reações manifestam as professoras iniciantes diante da cobrança de trabalho em disciplinas para as quais não tiveram formação e não lhes foram propiciadas condições pela rede de ensino em que atuam? Que sentidos atribuem as professoras iniciantes à formação recebida e o que apontam as narrativas sobre os reflexos da formação nas práticas de língua inglesa? Os resultados revelam que as ações promovidas com o minicurso de estudos da Língua Inglesa contribuíram com a formação das professoras engajadas no processo enquanto aprendizes e profissionais em busca do conhecimento específico, uma vez que as atividades propostas vieram ao encontro de suas necessidades formativas.

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POLÍTICA DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL: O PROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AO ENSINO TÉCNICO E EMPREGO (PRONATEC) EM MATO GROSSO

Autor: GLEYSON CEZAR LEME DA SILVA

Resumo: A Educação Profissional e Tecnológica (EPT) passou, ao longo dos últimos 15 anos, por grandes transformações decorrentes, principalmente, do aumento nos investimentos, por parte do Governo Federal, nesta área, resultando na criação de novas políticas públicas voltadas especialmente à formação profissional dos jovens estudantes brasileiros. Nesse contexto, nenhuma medida teve maior impacto do que a criação, em 2011, do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), que tem como principais objetivos expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos desta modalidade de ensino em todo o Brasil. A presente pesquisa tem como objetivo discutir sobre as relações entre Trabalho e Educação presentes nesta Política Pública de Formação Profissional, esclarecendo as principais intenções subjacentes deste Programa, além de descrever como essa política de formação profissional foi iniciada e implementada no estado de Mato Grosso. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, fundamentada nos pressupostos teórico-metodológicos dos autores alinhados à corrente de pensamento marxista, e o procedimento metodológico para sua realização se deu a partir da revisão de literatura, de uma análise documental na perspectiva dialético-materialista, além da aplicação de um questionário a três ofertantes do Programa no estado de Mato Grosso. Tal discussão permitiu observar as contradições incidentes no Programa, além de questionar as reais intenções do mesmo, já que, apesar de possuir um extenso número de ofertantes nas redes públicas e privadas, apresentou uma propensão para que a sua execução fosse realizada, preferencialmente, pela iniciativa privada, constituindo-se, eminentemente, em uma política para atender os interesses do capital.

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“QUEM PODERÁ NORMATIZAR A CRIANÇA?”: O QUE DIZ A PSICOLOGIA SOBRE INFÂNCIA, SEXUALIDADE, GÊNERO E DESENVOLVIMENTO EM CURSOS DE LICENCIATURA E DE FORMAÇÃO DE PSICÓLOGO/A.

Autor: HUGO HIGINO PEREZ DE ANDRADE

Resumo:  A infância tem ocupado espaços significativos no processo de produção de conhecimentos sobre o sujeito. Todavia, mesmo com tamanha importância, a infância sempre ocupou um lugar de invisibilidade e de apagamento. Mesmo após a concepção de infância ser criada, as crianças sofrem constantemente violações dos adultos. Na atualidade, reflexos de tal processo de apagamento afetam diretamente como o tempo da infância é vivido e significado pelas crianças. As noções de “incapacidade” e “inabilidade”, que lhe são atribuídas, se configuram como dispositivos de poder, que agenciam os corpos infantes a estarem subjugados a discursos do mundo adulto racional, produzidos na modernidade. Junto com a noção de inacabamento, engendra-se o discurso de sacralidade e pureza das crianças. Essa concepção funda um discurso que apaga a sexualidade do processo de desenvolvimento infantil, definindo-a como dimensão humana somente na vida adulta. Durante todo este processo, a Psicologia, enquanto uma ciência humana e, portanto, como um dispositivo de saber-poder, atuou como mecanismo de legitimação e agenciamento de práticas educativas que fortalecem essa lógica de (não)lugar e de pureza, que circunscreve a infância. Com o intuito de compreender a formulação e quais são as implicações do discurso psicológico acerca da sexualidade infantil no contexto de formação de professoras/es e de psicólogas/os, a presente pesquisa, desenvolvida no âmbito da linha de pesquisa “Infância, Juventude e Cultura Contemporânea: direitos, políticas e diversidade” e do Grupo de Pesquisa “Infância, Juventude e Cultura Contemporânea” (GEIJC), tem como objetivo analisar a produção discursiva produzida pela psicologia na Universidade Federal de Mato Grosso, Câmpus de Cuiabá, por meio da análise discursiva dos planos de ensino das disciplinas de Psicologia da Educação, para os cursos de licenciatura, e dos planos de ensino das disciplinas de psicologia do desenvolvimento, para o Curso de Psicologia, bem como das entrevistas com quatro professoras/es responsáveis por essas disciplinas. A pesquisa se pautou em teóricos e estudos, tais como: Michel Foucault (2006, 2010), ao trabalhar o corpo e a sexualidade em sua dimensão discursiva; Le Breton (2013), ao tratar do corpo como construção simbólica; os estudos feministas de Haraway (1995), ao problematizar as dicotomias entre natureza e cultura; os estudos sobre gênero de Judith Butler (2015). Como referencial teórico-metodológico, a pesquisa se ancorou na teoria da enunciação de Bakhtin (1992) e na noção de conhecimento parcial de Haraway (1995). Como recorte temporal, trabalhamos com os planos de ensino em vigência no ano letivo de 2016. As entrevistas foram feitas com professoras/es responsáveis pelas disciplinas mencionadas acima, sendo dois/duas contratadas/os e dois/duas efetivas/os. Analisando os discursos nos planos de ensino, pode-se perceber que a maioria destes carrega contextos de uma ideologia moderna, que separa o corpo da razão e torna o humano uma máquina produtiva de capital. A infância é colocada no lugar da negativa, da abjeção. Configura-se apenas como o tempo do “vir a ser”, impossibilitando uma experiência mais concreta do existir no tempo presente. Logicamente que, em meio a todo esse contexto, é possível observar uma tentativa de visibilidade às questões da diversidade na infância, contudo com muita timidez.

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O PROFESSOR ARTICULADOR DE APRENDIZAGEM NA ESCOLA PÚBLICA ESTADUAL DE PRIMAVERA DO LESTE/MT

Autor: JANAÍNA SZPAKOWSKI

Resumo: Esta pesquisa vincula-se ao Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu/CUR/UFMT) na linha de Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais e tem como objeto de estudo investigar como se dá a construção da prática pedagógica do Professor Articulador de Aprendizagem na escola pública da rede estadual, do município de Primavera do Leste/MT. Este profissional trabalha com alunos que apresentam desafios de aprendizagem e necessitam de apoio pedagógico. Considerando o objetivo central, a condução da pesquisa pauta-se nos seguintes objetivos específicos: a) Identificar como se deu a inserção e se delineou a função do Professor Articulador de Aprendizagem na política de Ciclo de Formação Humana; b) Entender como o Professor Articulador de Aprendizagem concebe a sua função; c) Compreender sobre as concepções que fundamentam a prática do Professor Articulador de Aprendizagem; d) Analisar como está sendo desenvolvida a função do Professor Articulador de Aprendizagem no contexto da prática da política de Ciclo de Formação Humana na escola pública da rede estadual no município de Primavera do Leste/MT. Para a coleta de dados foram utilizados os instrumentos, quais sejam: questionário, memorial, entrevista semiestruturada e análise documental, por se tratarem de importantes componentes na realização da pesquisa qualitativa, sendo possível assim, a obtenção de dados objetivos e subjetivos. O texto da dissertação está organizado em três capítulos: no primeiro, metodológico delineio o caminho percorrido pela pesquisa, que é de abordagem qualitativa, fundamentada no pensamento dialético/filosófico de Paulo Freire. Abordo ainda o método adotado, os instrumentos utilizados e os sujeitos da pesquisa. No capítulo seguinte, de caráter teórico, faço um breve resgate histórico da política de organização curricular em ciclos a nível nacional e estadual, com ênfase na função do Professor Articulador de Aprendizagem nesse contexto. No terceiro capítulo, dialogo com os dados da pesquisa buscando interpretá-los e compreendê-los sob a ótica de um movimento dialético, que considera as contradições históricas da prática educativa, imersa numa realidade complexa e polarizada. A análise dos dados coligidos evidencia que a construção da prática pedagógica do Professor Articulador de Aprendizagem, perpassa pelas condições objetivas de trabalho, ofertadas tanto pela escola quanto pela política pública, pelas relações interpessoais que estabelece no âmbito escolar e perpassa necessariamente também pela formação permanente, para que este possa transformar sua prática em objeto de análise, reflexão e compreensão pautado em um referencial teórico. A reflexão crítica sobre a prática implica tomar consciência das ações e relações que a envolvem, relações entre o fazer e o saber fazer que são indicotomizáveis. O ideal é que a formação permanente possibilite esse exercício de tomar distância do contexto prático, para apreendê-lo teoricamente, num movimento em que teoria e práxis mutuamente se fertilizam.

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LEITURA E FORMAÇÃO DOCENTE: DIÁLOGOS COM PROFESSORAS NO CONTEXTO DO PACTO NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA (PNAIC)

Autor: KEILA ANTÔNIA BARBOSA SOUZA

Resumo: Esta investigação vincula-se ao Grupo de Pesquisa Alfabetização e Letramento Escolar (ALFALE) do Programa de Pós-Graduação em Educação, do Instituto de Ciências Humanas e Sociais, da Universidade Federal de Mato Grosso, Câmpus Universitário de Rondonópolis, (PPGEdu/ICHS/CUR/UFMT), na linha de pesquisa Linguagens, cultura e construção de conhecimento: perspectivas histórica e contemporânea. A pesquisa, que tem como tema central a leitura na formação docente, foi realizada com três perfis de professoras que participaram do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa em Mato Grosso (PNAIC-MT): Professores Formadores (PF), Orientadores de Estudo (OE) e Professores Alfabetizadores (PA). O estudo é de cunho qualitativo com enfoque no estudo de caso. Como técnica e instrumentos de coleta de dados foram utilizadas a entrevista semiestruturada gravada em áudio e transcrita e o questionário impresso. O objetivo que se delineou para esta pesquisa foi analisar se, na formação do PNAIC em Mato Grosso, a leitura se constituiu em instrumento significativo no processo de formação continuada. Neste sentido, procurou responder as seguintes indagações: Na perspectiva das participantes do PNAIC em Mato Grosso, a leitura se constituiu como um instrumento significativo no processo de formação continuada? Na visão dos perfis participantes da pesquisa, quais as relações da leitura na formação continuada com a atividade docente? Como resultado, a investigação revelou que o curso oferecido pelo PNAIC em Mato Grosso contribuiu para o aprimoramento da leitura dos diferentes perfis, pois, de acordo com os dados fornecidos, durante a formação, as docentes se inseriram num processo de conscientização, revisitação e aprimoramento do trabalho com a leitura, o que também despertou o olhar para a importância da formação literária no contexto escolar e do conhecimento que o professor precisa possuir sobre leitura e literatura. Através da disponibilização de materiais didáticos e de obras do acervo pelo Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), o curso proporcionou momentos para se discutir metodologias para o trabalho com a leitura no contexto da formação e fora dele. As análises apontaram, também, que as professoras entrevistadas se denominam como leitoras de textos, livros, artigos, revistas voltadas para as questões pedagógicas, concebendo a leitura como elemento importante para o aprofundamento teórico. Isto posto, a formação continuada do PNAIC, configurou-se como um espaço favorável para o aprimoramento das práticas de leitura do professor.

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GRUPOS INTERATIVOS: UMA ANÁLISE DE CONTEÚDO SOBRE A PRODUÇÃO ACADÊMICA EM BANCOS DE DADOS NACIONAIS E INTERNACIONAIS

Autor: LIDIANNY NASCIMENTO FONSECA

Resumo: Esta dissertação, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu/CUR/UFMT) na linha de pesquisa Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais, teve como principal objetivo a análise do conteúdo das produções acadêmicas nacionais e internacionais, no período correspondente aos anos de 2004 a 2017, que discutem a atuação educativa de êxito, denominada Grupos Interativos, cuja sistematização se viu atrelada aos seguintes objetivos específicos: identificar o conceito de grupos interativos abordado nas publicações nacionais e internacionais; sistematizar o conhecimento produzido sobre grupos interativos e suas contribuições para superação das desigualdades sociais e melhoria dos resultados de aprendizagem e discutir as limitações da proposta de grupos interativos evidenciadas nas produções acadêmicas. Os grupos interativos consistem em uma proposta educacional que visa estabelecer agrupamento heterogêneos de alunos, em que são realizadas atividades de fixação de conteúdos anteriormente trabalhados em aula. A ideia central da proposta é contribuir com superação dos índices de fracasso escolar e segregação social. Este modelo educativo está em consonância com as teorias científicas em nível internacional, destacando dois importantes fatores para o processo de ensino e aprendizagem: as interações e a participação da comunidade. A relevância social deste trabalho reside no enfoque dado à proposta de grupos interativos – que visam promover o êxito dos alunos, a participação social e política, em particular entre grupos sociais vulneráveis à exclusão social. Uma vez que existem poucos estudos sobre o tema, esta pesquisa pode contribuir com as escolas que querem desenvolver tal proposta. Cabe ressaltar que a base teórica utilizada para a revisão bibliográfica inclui livros, artigos, dissertações e teses, visando percorrer um material que expressasse informações de referência ao estudo da temática, avaliando as contribuições e lacunas ainda presentes ao que se refere ao tema proposto. No tratamento dos resultados recorremos à abordagem de caráter bibliográfico, aliado às técnicas de “Análise de Conteúdo”. Entre as principais contribuições teóricas que subsidiam esta pesquisa destacamos a Teoria da Ação Comunicativa, de Jürgen Habermas (1987); o conceito de dialogicidade de Paulo Freire (1968); e ainda, as contribuições do interacionismo simbólico da filosofia norte-americana de George Herbert Mead (1973). Com base nos resultados desta pesquisa pode se afirmar que a implantação dos grupos interativos promove a superação do fracasso escolar a medida que desencadeia, por meio das interações sociais estabelecidas em sala, a aceleração da aprendizagem das crianças.

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DIÁLOGOS SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL COM ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO: ENTENDIMENTOS E RECONSTRUÇÕES EM UMA PERSPECTIVA CRÍTICA

Autor: LUCIMARA AFONSO CASTILHO

Resumo: A constatação de que muitas atividades humanas ameaçam a vida no planeta foi relatada de forma mais contundente a partir de meados do século XX e motivou uma sucessão de eventos que contribuíram para a o debate social sobre o meio ambiente e para a constituição da educação ambiental, como uma dimensão da educação pertinente a todas as áreas. No Brasil, a inclusão da educação ambiental nas políticas curriculares, teve início na década de 1990, quando, dentre outros eventos, o MEC publicou os Parâmetros Curriculares Nacionais, contendo a educação ambiental como tema transversal. No decorrer deste período, em função de diferentes concepções e ações, desencadeou-se uma pluralidade de atuações em educação ambiental, que podem ser agrupadas nas macrotendências conservacionista, pragmática e crítica. Tendo como base a educação ambiental crítica, que analisa a questão ambiental de forma mais ampla, incorporando os fatores sociais, políticos e econômicos, na presente pesquisa, consideramos que um ponto a ser problematizado é: A educação ambiental escolarizada tem contribuído para que os estudantes construam entendimentos críticos sobre a questão socioambiental? Nesse sentido, o objetivo principal desse estudo foi compreender as interpretações que estudantes do Ensino Médio apresentam acerca da educação ambiental, a partir de sua vivência escolar anterior e também como resultado da participação no processo de pesquisa comunicativa, visando possibilitar entendimentos comuns em uma perspectiva crítica, por meio do diálogo intersubjetivo e da reflexão. Em razão desta pesquisa ter a intenção de promover a reflexão crítica sobre a questão socioambiental, foi adotada como metodologia uma abordagem qualitativa na perspectiva da investigação comunicativa e, por meio do diálogo intersubjetivo e horizontalizado junto aos estudantes, foram empregadas as técnicas de entrevista em profundidade e grupos de discussão comunicativos. Em síntese, os resultados apontaram que as temáticas de educação ambiental mais interiorizadas pelos estudantes foram aquelas relacionadas à poluição dos rios, poluição do ar, problemática do lixo, cuidados com a escola e desmatamento. Por outro lado, foram pouco explanados por eles os temas relacionados às causas estruturais e mitigações para tais problemas ambientais. Diante desses resultados, observa-se que a educação ambiental escolarizada, em geral, é desenvolvida por meio de temáticas e práticas com orientação conservacionista que visam conscientizar os indivíduos sobre suas responsabilidades na questão ambiental, mas que não avançam em relação às discussões mais amplas sobre as causas complexas da degradação ambiental e sobre as possibilidades de transformação na sociedade capitalista-industrial, para a conquista da sustentabilidade socioambiental.

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REPRESENTAÇÕES DE JUVENTUDES NA SAGA CREPÚSCULO: UM ESTUDO DE CINEMA E EDUCAÇÃO

Autor: MARCELA TAVARES DE FREITAS LIMA

Resumo: O presente estudo insere-se na Linha de Pesquisa Infância, Juventude e Cultura Contemporânea do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso campus Universitário de Rondonópolis (PPGEdu/UFMT/CUR). Ele tem, como objeto de estudo, a primeira obra da Saga Crepúsculo em formato fílmico, produzido pela diretora Catherine Hardwicke e lançado em 2008 nos Estados Unidos pelo estúdio Summit Entertainment, com roteiro de Melissa Rosenberg adaptado do primeiro livro da série homônima de autoria de Stephenie Meyer. Essa obra teve ampla repercussão entre as plateias infantojuvenis no mundo todo. O estudo orientar-se-á com a finalidade de discutir as implicações político-sociais da produção. Nesse sentido, esta pesquisa tem, como objetivo geral, analisar as representações de juventudes do filme Crepúsculo (2008). Nos últimos anos, o aumento do consumo de produtos da indústria cultural, como o cinema, é um fenômeno que merece atenção, pois seus consumidores integram, em sua maioria, um público jovem que se reinventa com frequência, por meio do acesso a um legado cada vez maior de informações e de conhecimentos culturais. Nesse contexto, observa-se a necessidade de analisar as produções cinematográficas norte-americanas que passaram a fazer parte da lista de favoritos do público juvenil no mercado de consumo mundial, como mostram as informações do sítio Internet Movie Database (IMDB), uma das principais bases de dados sobre filmes. A metodologia baseia-se nos pressupostos dos autores Kellner (2001), Vanoye e Goliot-Lété (2002) e Turner (1997), de modo a ter, como fundamentos, os estudos culturais da mídia, da pedagogia cultural e da análise fílmica, que permitiram compreender como a narrativa fílmica participa da cultura juvenil. Utilizamos, para o desenvolvimento deste estudo, o referencial teórico proposto por Savage (2009) e por Pais (1990), uma vez que esse referencial aborda a trajetória da juventude, em meio aos ambientes sócio-históricos, em profundas transformações. Nos quais, os jovens conseguem autoafirmar seus modos plurais de ser, ainda que de modo pouco visível, como uma categoria pertencente a um espaço-temporal onde os sujeitos constituem os seus referenciais de vida, mediantes lutas e resistências contra as instituições sociais normatizadoras, pelo direito de vivenciar as culturas juvenis que emergem em oposição ao modelo cultural hegemônico. Dessa forma, esta pesquisa está organizada em três capítulos que promovem uma reflexão sobre as análises realizadas, entre as quais se destacam as seguintes: a compreensão acerca da produção da narrativa fílmica e dos personagens jovens representados na trama, de modo a abordar o papel do público consumidor e a sua formação cultural; a análise das representações das juventudes no filme, no sentido de apresentar as divisões que se estabelecem entre os grupos juvenis representados e o modo como esses personagens são construídos ao longo da narrativa; as problematizações sobre as representações da sexualidade das juventudes analisadas em que, as questões que envolvem a constituição das identidades de gênero e sexuais dos personagens são discutidas. As considerações finais apontam para quatro representações de juventudes no filme, os jovens vampiros, os jovens humanos, o jovem indígena e os jovens perigosos. Esse modelo indica a representação de uma juventude privilegiada na trama, a dos vampiros, a qual se sobrepõe às demais juventudes representadas. Pelos motivos expostos, destacamos a importância da inserção da leitura crítica da mídia como um recurso imprescindível na vida das pessoas no cenário contemporâneo e a necessidade da inclusão dos estudos culturais da mídia no âmbito da educação, para capacitar as pessoas a analisar e interagir criticamente com as produções da indústria cultural.

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O PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DOS SERVIDORES TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS EM EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO/CÂMPUS RONDONÓPOLIS: UM ESTUDO DE CASO NA PERSPECTIVA DA APRENDIZAGEM DIALÓGICA

Autor: NATÁLIA ARAUJO SOUZA NEVES

Resumo: Este estudo de caso apresenta uma pesquisa desenvolvida no âmbito do PPGEdu/UFMT/CUR, vinculada ao Grupo de Pesquisa Políticas Públicas Educacionais, que tem como objetivo principal analisar a percepção dos servidores Técnico-Administrativos em Educação sobre os cursos de capacitação ofertados pela UFMT e possui a seguinte questão de pesquisa: qual a percepção dos servidores Técnico-Administrativos em Educação da UFMT/CUR sobre os cursos ofertados pelo programa de capacitação desta instituição? Esta pesquisa tem como inspiração o método da Teoria da Ação Comunicativa. Trata-se de um estudo de caso comunicativo, tendo como participantes seis servidores Técnico-Administrativos em Educação da UFMT. São aqui abordados os seguintes temas: administração pública, gestão por competência, gestão do conhecimento, educação corporativa e aprendizagem dialógica. Com relação à análise dos dados, ela foi realizada com base nas Entrevistas Comunicativas em Profundidade e no Grupo de Discussão Comunicativo. A interpretação dos dados resultou numa síntese das dimensões exclusoras e transformadoras, assim como sugere a metodologia de Investigação Comunicativa. As informações resultantes da pesquisa revelam que os servidores têm muitas ideias que podem contribuir com o Programa de Capacitação e que a Aprendizagem Dialógica pode trazer melhorias relevantes para a Educação Corporativa

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FORMAÇÃO DE PROFESSORES CENTRADA NA ESCOLA: UMA REFLEXÃO SOBRE A EXPERIÊNCIA NAS ESCOLAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE PRIMAVERA DO LESTE

Autor: PAULO SÉRGIO DA SILVA

Resumo: Entender o contexto no qual acontece a formação centrada na escola talvez seja o passo primordial para estabelecer um diálogo coerente, com foco nas reais necessidades de cada escola, com suas problemáticas específicas. Nesse sentido, este trabalho apresenta uma compreensão de formação permanente com base em autores como Freire, Imbernón, Nóvoa, Pacheco, entre outros, com ênfase no espaço da escola por entender que é por meio da reflexão da e sobre a prática que se promove o desenvolvimento e a formação da identidade e da autonomia dos professores. O objetivo principal deste trabalho é compreender o desenvolvimento da formação permanente centrada na escola e sua importância para os professores a partir de suas experiências nos grupos de estudos e nos espaços formativos das escolas públicas da rede municipal de educação infantil de Primavera do Leste – MT. Esta compreensão se sustenta na concepção de educação problematizadora e libertadora de Freire (2016) que perpassa pelo entendimento de que somos seres inconclusos, inacabados, portanto, em permanente necessidade de busca pelo conhecimento. Promover a mudança na educação requer antes uma postura comprometida, pautada nos valores universais do ser humano e engajada na construção de um projeto de sociedade que concebe a pessoa humana como protagonista do seu desenvolvimento e que promove a autonomia docente. Esta pesquisa foi desenvolvida em uma abordagem qualitativa, uma vez que o seu objeto de investigação é o processo da formação continuada centrada na escola e os sujeitos pesquisados são os professores que participaram desse processo como orientadores da formação, mas que ao orientar os seus pares, também se desenvolvem nas trocas de saberes, tanto teórico, quanto os saberes de experiências feitos. Os resultados desta pesquisa foram iluminados pelo método dialético na perspectiva freireana que permite caminhar com segurança na direção um descortinamento da realidade social desta pesquisa. A análise dos projetos das escolas evidenciou uma evolução ao longo dos dois anos em que se estendeu a pesquisa, sobretudo, a respeito da importância de passar a entender as concepções teóricas como condição para compreender a prática educativa. As respostas apresentadas pelas professoras entrevistadas levantaram alguns apontamentos que elevam a formação centrada na escola como essencial ao desenvolvimento da profissão docente, pois contribui para a qualidade do ensino.

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ALFABETIZAÇÃO E GÊNEROS TEXTUAIS: UM ESTUDO DA CANÇÃO COMO PROPOSTA DIDÁTICA

Autor: POLIANA RODRIGUES FLORENTINO

Resumo: A presente investigação possui caráter bibliográfico e qualitativo, refletindo sobre a teoria enunciativa de Bakhtin, especialmente no que diz respeito aos gêneros textuais e os nexos possíveis com os processos de aquisição de leitura e escrita, destacando-se, em tal contexto, o papel do gênero canção. Vincula-se à linha de pesquisa “Linguagens, cultura e construção de conhecimento: perspectiva histórica e contemporânea” e ao grupo de pesquisa Alfabetização e Letramento Escolar (ALFALE) do Programa de Pós-Graduação em Educação do Câmpus Universitário de Rondonópolis, Universidade Federal de Mato Grosso (PPGEdu/CUR/UFMT). Aborda-se a alfabetização sob a perspectiva dos gêneros textuais como objetos de ensino, proposta que vem se consolidando na contemporaneidade. Dessa forma, escolheu-se a canção como gênero a ser analisado, pelo que revela de possibilidades estéticas, sociais, afetivas, lógicas, à medida que apresenta enunciados, e não mais sílabas ou palavras soltas, nas rotinas alfabetizadoras. Pretende-se, também, discorrer sobre o percurso histórico da alfabetização, seus conflitos, tensões, abordagens do som, avanços teóricos e metodológicos, com o aporte de Mendonça (2011), Marcuschi (2008), dentre outros; para a reflexão sobre gêneros, recorre-se às contribuições de autores como Dolz, Schneuwly, Noverraz (2004), Mortatti (2017), Soares (2004), Bakhtin (2011); com relação à linguagem musical, destaca-se Gordon (2000) e Jeandot (1997). Como objetivo geral, buscou-se refletir sobre o ensino de leitura e escrita, investigando-se os nexos entre conceitos de alfabetização, gêneros textuais, natureza da canção e a sequência didática proposta por Dolz, Schneuwly e Noverraz (2004), nesta ocasião orientada pela canção e a perspectiva do alfabetizar letrando. Com o intuito de relacionar, ilustrar e consolidar tais proposições, elaborou-se uma unidade didática (sequência) para turmas de alfabetização do primeiro ano do primeiro ciclo do Ensino Fundamental, em que se verificam os ganhos para as práticas pedagógicas pretendidos com o esforço da pesquisa. O percurso do trabalho revelou o quanto a temática é desafiadora, pela riqueza, complexidade e efetividade do gênero canção como objeto de ensino nas rotinas de alfabetização.

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A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA COMO INSTRUMENTO PARA A FORMAÇÃO ACADÊMICA: SIGNIFICADOS DOS PROFISSIONAIS DA BIBLIOTECA REGIONAL DA UFMT/CÂMPUS RONDONÓPOLIS

Autor: RENATA BEZERRA VALERIANO

Resumo: A educação superior tem passado por grandes transformações decorrentes dos avanços da ciência e da tecnologia da informação e comunicação, ao mesmo tempo em que o acesso à educação superior tem sido ampliado, propiciando a formação acadêmica a muitos brasileiros. Neste cenário de mudanças, as bibliotecas universitárias também devem avançar, sendo necessária a constante atualização de seu acervo bibliográfico, a oferta de novos serviços de informação e uma equipe de profissionais preparados para atender às necessidades de informação e pesquisa da comunidade acadêmica. Desse modo, a presente pesquisa tem como objetivo investigar quais significados os servidores técnico-administrativos em Educação da Biblioteca Regional da UFMT/Câmpus de Rondonópolis atribuem à relação existente entre o exercício de sua função e a formação acadêmica, na perspectiva de contribuir para a ressignificação de sua atuação profissional. Neste aspecto, o referencial teórico sobre o papel das bibliotecas universitárias e de seu pessoal foi construído com base, principalmente, em Amante (2007; 2010), Amante, Extremeño Placer e Costa (2012), Destro (1996), Gelfand (1968), Gómez Hernández e Licea de Arenas (2005), Milanesi (1983; 2013), Orera Orera (2005), Ranganathan (2009), Sepúlveda (2002) e Thompson e Carr (1990), os quais também sustentam teoricamente a análise dos dados. Para alcançarmos os objetivos da pesquisa, adotamos a Metodologia de Investigação Comunicativa, fundamentada nos pressupostos teórico-metodológicos de Habermas (2012) e Freire (1991; 2001; 2011; 2013; 2015a; 2015b), a qual, além de descrever e explicar a realidade, compreendê-la e interpretá-la, também busca transformá-la, procurando entender como os significados se constroem comunicativamente. Assim, realizamos grupos de discussão comunicativos com quatro profissionais da referida Biblioteca. A análise dos dados foi realizada intersubjetivamente entre pesquisadora e participantes conforme quatro temas discutidos nos grupos. A interpretação dos dados de cada tema resultou numa síntese das dimensões exclusoras e transformadoras. As informações resultantes da pesquisa empírica revelam que a construção dos significados dos profissionais com relação ao exercício de sua função na biblioteca universitária e a formação acadêmica estão diretamente relacionadas à falta de formação em serviço, já que os quatro participantes são servidores técnico-administrativos em Educação, com formações diversas e não receberam nenhuma formação por parte da UFMT. Outro aspecto identificado é a ausência de significados atribuída pela própria comunidade acadêmica: gestão, docentes, discentes e servidores técnico-administrativos da UFMT.

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ESTADO, EDUCAÇÃO E RACISMO: UMA ABORDAGEM DIALÉTICA DA LEI FEDERAL Nº 10.639/03 COMO POLÍTICA PÚBLICA DE ENFRENTAMENTO DO RACISMO NA ESCOLA

Autor: SAMUEL DA SILVA MENDES

Resumo: Este trabalho de pesquisa insere-se no campo dos estudos sobre políticas públicas educacionais, com recorte sobre as relações étnico-raciais e tem como título “Estado, Educação e Racismo: uma abordagem dialética da Lei Federal nº 10.639/03 como política pública de enfrentamento do racismo na escola”. Neste estudo, nos propusemos a refletir sobre a seguinte indagação: Qual tem sido a resposta do estado brasileiro em termos de políticas públicas de educação diante do diagnóstico atual do racismo que se apresenta no cotidiano escolar? Tal questionamento leva em consideração o fato de que a implementação de políticas públicas para as relações étnico-raciais na escola não vem sendo tarefa fácil, tendo em vista que já se passara mais de uma década da aprovação da Lei 10.639/03 e muito pouco mudou em relação à situação do aluno negro no espaço escolar. Neste cenário, buscamos analisar como o modelo de Estado e a ideologia que sustentam determinado governo interferem nos rumos das políticas públicas na área da educação e qual o reflexo destas na situação que paira sobre o negro brasileiro. Procuramos, então, dentro do recorte temporal que perpassa o período de pouco mais de uma década em que o Partido dos Trabalhadores (PT), nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, esteve à frente do governo federal, compreender os caminhos que levaram à formulação de políticas públicas educacionais que contemplassem os anseios da população afrodescendente, bem como refletir sobre os rumos destas políticas no atual momento. Para tanto, neste estudo, elencamos o seguinte objetivo: refletir sobre a relação entre o Estado, a educação e as questões étnico-raciais, bem como sobre o tratamento dado ao racismo dentro do campo das políticas públicas educacionais. Os conflitos raciais presentes na escola ainda são tratados, na maior parte dos casos, como fenômenos isolados e individualizados e não como produtos de uma sociedade na qual o racismo intermedeia as relações familiares, de trabalho e escolares. Transformar a situação racial de preconceito na educação brasileira demanda bastante trabalho, luta política e dedicados estudos para compreensão do fenômeno. Neste cenário, nesta pesquisa, analisamos a Lei nº 10.639/03 e alguns documentos que surgem a partir dela como instrumentos de questionamento da ordem vigente, na medida em que estes colocam em xeque construções ideológicas de dominação e se apresentam como ferramentas de resistência por melhores condições de existência da população negra brasileira. Uma reflexão cuidadosa sobre o tema reforça a importância de se pensar sobre as políticas públicas educacionais como ferramentas de combate ao racismo escolar, como também superar a condição de inferioridade em que se encontra o negro brasileiro quando se analisa o local ocupado por este na pirâmide social. Uma educação antirracista surge como caminho para a superação dessa realidade não só na escola, mas também na sociedade de uma maneira geral, já que somente uma educação crítica do status quo e das desigualdades raciais e sociais poderá levar a transformação da dura realidade das populações historicamente excluídas.

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MATO GROSSO: ESTADO DE TRANSFORMAÇÃO? A POLÍTICA CURRICULAR PARA A EDUCAÇÃO MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL (2015 – 2017)

Autor: THAIS SILVA VERÃO THEODORO

Resumo: Esta pesquisa foi desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação, na Linha de Pesquisa Políticas Públicas Educacionais e Práticas Pedagógicas. Ante ao slogan “Mato Grosso: Estado de Transformação” anunciado pelo atual governo de Pedro Taques (2015-2017), a investigação traz como problemática a seguinte indagação: Quais os sentidos de educação e de educação matemática estão sendo disputados nesta política curricular, quando são elaborados novos documentos de orientação curricular? De modo geral, a pesquisa teve como objetivo analisar a reconfiguração da política curricular para o Ensino Fundamental no estado do Mato Grosso, buscando entender os sentidos de educação e de educação Matemática privilegiados nos textos curriculares produzidos no período de 2015 a 2017. Foram objetivos específicos da investigação: 1. Analisar os sentidos de educação e de educação matemática em disputa nos documentos curriculares do Estado do Mato Grosso; e 2. Evidenciar e problematizar os compromissos políticos e as implicações para a educação pública local. A abordagem teórico-metodológica do estudo foi o Ciclo de Políticas de Stephen Ball, Richard Bowe e Anne Gold, que pontuam a descentralização dos poderes que configuram as políticas públicas, ao indicar que sentidos circulam em diferentes arenas na produção das políticas. Alice Casimiro Lopes e Elizabeth Macedo foram as bases para discutir currículo como prática de significação. A análise realizada permite dizer que a política curricular de Mato Grosso, ao privilegiar significantes como competências e habilidades, conhecimento, ensino e aprendizagem e qualidade, a política pretende passar para as escolas uma visão de coerência da proposta e também uma visão de que o currículo é um esquema técnico e que sua aplicação com sucesso na prática dependerá de o professor entender esse esquema (a relação entre conhecimentos, competências e habilidades e aprendizagens). A matemática é tratada então como área privilegiada de conhecimento, a ponto de ser recomendado o estudo dos resultados das avaliações externas para se planejar em todas as áreas de conhecimento. Defende-se, com isso, que um conjunto de conhecimentos (supostos como científicos) devem ser ensinados uniformemente aos alunos. Neste cenário, o slogan do governo “Mato Grosso: Estado de transformação” é significado como a acentuação do controle sobre as escolas e sobre os professores, a partir de uma orientação curricular crescentemente instrumental. Educação de (boa) qualidade torna-se homogeneizar, controlar a diferença.

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“OCUPA E RESISTE”: DISCURSOS DA FOLHA DE SÃO PAULO SOBRE AS OCUPAÇÕES DAS ESCOLAS NOS ANOS DE 2015 E 2016

Autor: THAÍSA ELIS DE SOUZA

Resumo: Esta pesquisa analisou os discursos sobre a juventude contemporânea no Jornal Folha de São Paulo a partir das ocupações das escolas entre os anos de 2015 e 2016. Para isto, utilizamos como metodologia os estudos culturais da Mídia propostos por Kellner (2001), o qual propõe uma leitura crítica da mídia e como base de apoio, a técnica da análise de conteúdo proposta por Laurence Bardin (1977). Nosso objetivo é problematizar a questão da participação política das juventudes representadas pela imprensa, analisando como a mídia escrita através do jornal Folha de S. Paulo representou a categoria juventude nas peças jornalísticas relacionadas às ocupações. No decorrer do texto, abordamos os estudos sobre a Sociologia da Juventude, as culturas juvenis e sua diversidade, o contexto sociopolítico em que as ocupações aconteceram, a importância da escola para estas juventudes que ocuparam as escolas públicas, como os jovens se valeram do protagonismo juvenil para reivindicar seus direitos, o contexto sócio- histórico do jornal Folha de São Paulo e como a mídia em questão reportou o movimento das ocupações. Ao todo, 146 peças jornalísticas foram analisadas entre novembro de 2015 a dezembro de 2016. Como referenciais teóricos, nos valemos de autores que pesquisam sobre juventude e contemporaneidade, política, educação e imprensa como Abramo (1994), Coimbra e Nascimento (2012),Castro (2012), Mayorga (2017), Pais (2003), Bourdieu (1983), Ariès (1981), Dayrell (2007), Mariano (2010), Savage (2009), Solano (2014), Souza (2016), Brandão (1995).Constatamos que os jovens secundaristas que se levantaram contra medidas arbitrárias por parte dos governos, foram retratados como perigosos e baderneiros e não sob o viés de protagonistas juvenis. A pesquisa está inserida no âmbito do Grupo de Estudos Infância, Juventude e Cultura Contemporânea (GEIJC), na linha de pesquisa Infância e Juventude Contemporânea: Políticas, Direitos e Diversidade do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu) da Universidade Federal de Mato Grosso- Câmpus Universitário de Rondonópolis.

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A BASE CURRICULAR NACIONAL COMUM E AS IMPLICAÇÕES PARA A CONSTRUÇÃO DO CURRÍCULO CRÍTICO COMUNICATIVO

Autor: VALDEÍRA APARECIDA CARDOSO

Resumo: Esta pesquisa se insere no Grupo de Estudos de Aprendizagem Dialógica (GEAD), na linha de pesquisa Formação de Professores, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso, campus Rondonópolis. Amparados pelos estudos sobre currículo e educação popular, que orientam nosso olhar para refletir os elementos fundantes do Currículo Crítico Comunicativo e que podem contribuir para se pensar uma proposta educativa que valorize a diversidade presente na comunidade escolar. Nosso objetivo é analisar as concepções que embasam o conceito de diversidade, solidariedade e equidade apresentados no documento oficial da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e para saber se os mesmos estão em concordância com os elementos fundantes do Currículo Crítico Comunicativo. Para tanto, a questão da pesquisa se configura da seguinte forma: quais as possiblidades de construção de uma escola inclusiva, que considere a diversidade, solidariedade e equidade sob a perspectiva de um currículo crítico comunicativo a partir das diretrizes e conteúdos da Base Nacional Comum Curricular? Nosso corpus de análise é composto pela obra de Donatila Ferrada Torres que apresenta o conceito de Currículo Crítico Comunicativo como uma proposta de pensar a equidade para todos os meninos e meninas independente dos contextos socioeconômicos aos quais estejam inseridos. Para a análise, também foram utilizados artigos acadêmicos publicados a partir da ressonância da referida obra anteriormente citada e que, conforme critérios pré-estabelecidos, foram considerados publicações do campo da Educação. Privilegiamos nessa pesquisa a abordagem qualitativa e adotamos como meio de investigação o estudo bibliográfico. Tomamos como referência a técnica de Análise Temática de Laurence Bardin. Ainda contamos com John B. Thompson (2011) sobre a hermenêutica de profundidade (HP), e aplicando a técnica da análise de conteúdo, conforme preconizado por Laurence Bardin (1977). A proposta curricular apresentada, assume também o desafio de mobilizar ações para que possam ser incorporadas uma racionalidade comunicativa como parte integrante das propostas curriculares, possibilitando repensar a instituição escolar na perspectiva da igualdade da diferença (FERRADA, 2001). No corpus analisado identificamos que as concepções que embasam o conceito de diversidade, solidariedade e equidade apresentados no documento oficial da BNCC que, não apresententam concordância com os elementos fundantes do Currículo Crítico Comunicativo visto que desenvolvem um discurso sem aprofundamento que acaba contribuindo, talvez reforçando as desigualdades sociais e o preconceito nas escolas brasileiras.

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