FORMAÇÃO LEITORA DE PROFESSORES: O QUE NOS DIZEM AS PROPOSTAS DE FORMAÇÃO CONTINUADA COLIMADAS NOS PROJETOS POLÍTICOS DE DESENVOLVIMENTO DOS CEFAPROS?
Autora: ALESSANDRA COSTA
Resumo: A presente pesquisa encontra-se vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação do Câmpus Universitário de Rondonópolis da Universidade Federal de Mato Grosso, (PPGEdu/CUR/UFMT), na linha de pesquisa Linguagem Cultura e Construção do Conhecimento: perspectivas histórica e contemporânea, e ao Grupo de Pesquisa Alfabetização e Letramento Escolar (Alfale). Possui como objeto de estudo a leitura e as propostas de formação continuada de professores do Cefapro, especificamente, aquelas voltadas à formação leitora do professor. A pesquisa pretende refletir e responder a seguinte questão-problema: Quais as contribuições e fragilidades existentes nas propostas de formação continuada ofertadas pelos Cefapros para o desenvolvimento e promoção da leitura dos professores alfabetizadores e de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental da rede estadual de ensino, com vista à sua formação leitora? Como questões secundárias, propõe: o diagnóstico que constitui o Projeto Político de Desenvolvimento dos Cefapros (PPDC), em tese construído a partir das premências das escolas, aponta necessidade de formação continuada que contemple o desenvolvimento da leitura? Qual a abordagem e o lugar que ocupa a leitura nas propostas de formação continuada oferecidas pelos Cefapros aos professores? Buscando respostas às perguntas supraditas, ficou estabelecido como objetivo geral analisar contribuições e possíveis fragilidades existentes em propostas de formação continuada ofertadas pelos Cefapros para o desenvolvimento e da prática de leitura por professores alfabetizadores e de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental da rede estadual de ensino, com vista à formação leitora. Os objetivos específicos são: Verificar se o Projeto Político dos Cefapros remete à necessidade de formação continuada que contemple a leitura dos professores alfabetizadores e de Língua Portuguesa; Identificar se, no diagnóstico do Projeto Político dos Cefapros, constituído por demandas que emergem das escolas da rede, há necessidade de formação continuada que contemple o aprimoramento da leitura dos professores; Relacionar as necessidades apresentadas no diagnóstico com as propostas de formação continuada ofertadas anualmente pelos centros de formação; Analisar o lugar e o significado da leitura e formação leitora dos professores nas propostas de formação continuada dos centros. A pesquisa utilizou-se de uma abordagem qualitativa e os procedimentos metodológicos foram a pesquisa documental, por meio da análise de conteúdo, fundamentados em Bogdan e Biklen (2006), Bardin (2016) e Franco (2018). Ademais, os principais autores que subsidiaram o estudo foram: Gandin (2001) e Veiga e Fonseca (2008), que embasaram as discussões sobre o Projeto Político, e Vasconcellos (2002), as relativas ao diagnóstico. Nóvoa (2014), Imbernón (2011), dentre outros, fundamentaram as reflexões acerca da formação de professores e Rocha (2001, 2012, 2019), as concernentes ao Cefapro. No tocante à formação leitora dos professores, o aporte teórico ancorou-se em Silva (2014), Kleiman (2011-2013), Yunes (2016), Andrade (2007). Os dados evidenciaram que, embora propostas de formação continuada que abordem a temática da leitura e a formação leitora do professor perpassem os documentos, em sua maioria, estão relacionadas à superação do baixo desempenho dos alunos nas avaliações externas e internas, restando 3% das propostas a contemplar o objetivo desta pesquisa. O resultado da investigação apontou para necessidade de refletir sobre o processo de formação continuada dos Cefapros, na intenção de superar a fragmentação, articulando as ações com as reais necessidades dos professores, considerando o diagnóstico para além dos índices, visando abrir caminho para a promoção de mudanças significativas nas atividades e práticas de ensino de leitura numa perspectiva de formação de sujeitos críticos.
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PRÁTICAS DE INCLUSÃO DE ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA NO ENSINO MÉDIO INTEGRADO AOTÉCNICO NO ESTADO DE MATO GROSSO
Autora: Ana Paula Copetti Bohrer
Resumo: Esta pesquisa se insere na Linha de Pesquisa Educação, Cultura e Diferenças do Programa de Pós-Graduação em Educação, do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Mato Grosso, campus Rondonópolis. Como resultado de intensas lutas sociais, a educação brasileira vem se adequando para atender a inclusão de estudantes com deficiência nas salas de aula regulares, tanto da rede pública como da rede privada. A legislação conquistada até os dias atuais indica possibilidades para uma convivência equitativa, não permitindo que a segregação permaneça. Porém, essa inclusão não se dá de maneira automática, apenas por força de lei, porque encontram-se diferentes barreiras no percurso para a formação do estudante com deficiência. Por se tratar de uma transformação inevitável, provoca resistências, medos e inseguranças a quase todos que se deparam com as matrículas desse público, muitas vezes complexo, que avidamente procura ocupar seu espaço de direito. Esta pesquisa buscou analisar as práticas de inclusão de estudantes com deficiência desenvolvidas em uma instituição pública de ensino médio integrada ao técnico no Mato Grosso, tendo em vista suas implicações para a permanência de estudantes com deficiência nesta instituição escolar e o tipo de inclusão realizado. Para tal análise buscou-se discutir a Educação Inclusiva à luz da Teoria Crítica e refletir sobre as especificidades do ensino dessa instituição e suas concepções acerca da Educação Inclusiva, assim como sua atuação. Objetivou-se, ainda, identificar as práticas de inclusão e atendimento educacional especializado desenvolvidos; discutir os fatores internos e externos à escola que contribuem para a evasão/permanência de estudantes com deficiência na Instituição; registrar a concepção que os estudantes com deficiência têm do que se tem feito em termos de inclusão nessa instituição pública de ensino médio integrada ao técnico no Mato Grosso. É um estudo de natureza qualitativa, desenvolvido através de um estudo de caso, e os dados foram coletados por meio de análise documental e bibliográfica e de entrevistas semiestruturadas feitas por meio virtual, devido às circunstâncias da quarentena adotada para evitar a proliferação do vírus SARS-CoV-2, que assolou o mundo entre os anos de 2020 e 2021, período desta pesquisa. Como resultado, constatou- se que a instituição acumula experiências de inclusão, algumas positivas e outras ainda de aprendizagem, o que permite refletir sobre elas e entender que a transformação que propicia o convívio de todos, inclusive com os estudantes com deficiências, é possível e necessária para toda a comunidade e que muitas mudanças institucionais já têm ocorrido favorecendo a inclusão.
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EDUCAÇÃO EM TEMPOS DE PSEUDOFORMAÇÃO: ALGUMAS REFLEXÕES COM BASE NA TEORIA CRÍTICA E NA PSICANÁLISE
Autora: ANA PAULA WERLE
Resumo: A presente pesquisa encontra-se vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Rondonópolis, na linha de pesquisa Linguagem, Educação e Cultura, dialoga também com interlocutores do grupo de pesquisa: Alfabetização e Letramento (ALFALE) e grupo de pesquisa: Formação Humana, Teorias Educacionais e Políticas Públicas (FORTEP). O objetivo da pesquisa é refletir sobre as possibilidades da formação crítica na contemporaneidade, com base na teoria crítica e na psicanálise. A pesquisa pretende refletir sobre o seguinte problema: considerando a educação como um campo de transmissão de saberes e experiências, em tempos de uma tendência de pseudoformação, os sujeitos podem alcançar uma formação crítica ou se afastam dela? A pesquisa se constituiu em revisão bibliográfica, fundamentada em autores da Teoria Crítica da Escola de Frankfurt e nos estudos psicanalíticos, que forneceram elementos para a organização da análise teórica. Mais especificamente, os principais referenciais teóricos que subsidiaram o estudo foram: Adorno e Horkheimer, referente à educação, formação cultural e autonomia, bem como alguns de seus comentadores; Arendt, sobre a crise na educação; Laval, que trata dos mecanismos de controle social e da mercantilização da escola pública, e Freud, sobre a transferência e desejo de saber. O resultado da investigação permitiu encontrar elementos para evidenciar de que maneira a pseudoformação afeta tanto a coletividade quanto a própria constituição da subjetividade. Atingidas pelo neoliberalismo, as experiências educacionais na contemporaneidade perderam seu prestígio e sua capacidade de formar sujeitos críticos para a realidade. Portanto, é urgente a compreensão de que a educação deve se voltar à crítica de si mesma, à pseudoformação a que tem se conformado, para possibilitar alguma formação humana no sentido da autonomia.
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POLÍTICA DE FORMAÇÃO CONTINUADA DO ESTADO DE MATO GROSSO: TRADUÇÃO E SIGNIFICADO PARA OS COORDENADORES PEDAGÓGICOS, PROFESSORES E PROFESSORAS DE HISTÓRIA DAS ESCOLAS DO CAMPO DE POXORÉU
Autora: ANA ROSA GOMES FERREIRA
Resumo: Esta pesquisa vincula-se ao Grupo de Pesquisa Políticas Públicas Educacionais, do Programa de Pós-Graduação em Educação, do Instituto de Ciências Humanas e Sociais, da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus de Rondonópolis na linha O tema central do presente estudo é o Projeto de Formação Continuada do Estado de Mato Grosso, do ano de 2003 a 2020, tendo como objetivo geral analisar como são feitas as traduções do Projeto de Formação Continuada do Estado de Mato Grosso, e que significados são atribuídos a ele pelos Coordenadores Pedagógicos, Professores e Professoras da disciplina de História das Escolas do Campo de Poxoréu, da rede estadual de ensino, no contexto da influência da produção de texto e da prática. A temática, politica de formação foi analisada a partir da contribuição de autores como Ball (2014), Ball, Maguire e Bowe (2016) e referenciado pelas contribuições de Mainardes (2006) Freire (2005, 2006, 2007), Imbernón (2010), Cerri, (1999), Leite (2010), Aguiar (2008), Ferreira (2016), Höfling (2001), Ball (2001), Pires (2012),dentre outros. A pesquisa foi realizada em três escolas estaduais do campo do município Poxoréu. São seis os sujeitos da pesquisa sendo três professores e três coordenadores pedagógicos. O processo de investigação orientou-se por uma perspectiva metodológica qualitativa, fundamentada no método ciclo de políticas de Stephen Ball e Richard Bowe, e utilizou como instrumentos a coleta de dados por meio de entrevistas, análise documental e bibliográfica. A pesquisa mostrou-se relevante porque possibilitou compreender como é feita a tradução dos textos políticos para a efetivação do projeto nas escolas e qual o significado que os professores e coordenadores atribuem à esta formação continuada. Deste modo, observa-se que a formação continuada ofertada no Estado de Mato Grosso é vista como fundamental para a prática docente, porém os entrevistados destacam o caráter generalizante da proposta apresentada nas escolas e salientam a necessidade de pensar uma formação que contemple as especificidades seja das escolas do campo seja da disciplina de História.
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ENTRE A MODERNIDADE E A ANCESTRALIDADE: OLHARES SOCIOLÓGICOS SOBRE A ESCOLA SONHADA DO POVO BOE BORORO DE TADARIMANA
Autor: ANDRÉ GUILHERME BRANDÃO DOS SANTOS
Resumo: A temática da educação escolar indígena vem sendo estudada há bastante tempo, porém ainda continua sem a devida atenção por parte de gestores públicos e políticos. Por vezes, a diversidade indígena ainda é tratada com um viés positivista, cuja finalidade é a integração aos padrões eurocêntricos, ou simplesmente percebida como uma diferenciação na qual os aspectos culturais devem permanecer estáticos. Ambos pensamentos ainda sob um espectro colonial. Como o processo de escolarização indígena no Brasil teve como tendência a padronização de currículos e práticas, a problemática desta investigação se orienta pela seguinte questão-problema: Qual é a escola sonhada pela comunidade escolar Boe? A inserção de escolas nas terras Boe não se deu de forma homogênea, algumas foram por iniciativa de órgãos estatais, outras por esforço de entidades religiosas. A pesquisa investigou as possibilidades, concepções e o processo de construção de um currículo, que conflua para um modelo de escola sonhado pela comunidade escolar Boe. Isto envolve conhecer a percepção dos educadores Boe acerca do atual modelo de educação de suas escolas, identificar as dificuldades que as redes de ensino presentes na escola Leosídio Fermau têm encontrado para efetivarem suas especificidades no currículo escolar e analisar a concepção da comunidade escolar acerca da formação dos estudantes, no que diz respeito ao conhecimento escolar e aos saberes ancestrais. O compromisso com a superação da condição de colonialismo que enfrentamos no Brasil, principalmente quando se trata dos povos originários nos exige uma metodologia de pesquisa coerente com a ética das lógicas não- extrativistas. Neste sentido, a Metodologia de Investigação Comunicativa Crítica foi o aparato a ser utilizado no trabalho, já que pressupõe uma escolha política, contrária à noção de neutralidade científica e comprometida com as lutas de grupos marginalizados. Neste viés, entende-se que a realidade é um processo de constante construção e interpretada coletivamente. As técnicas de pesquisa utilizadas foram o grupo de discussão comunicativo, com os educadores, e os relatos comunicativos, com membros da comunidade escolar. Foi constatado na pesquisa, em oposição à escola da sociedade envolvente que tem supervalorizado índices e resultados individuais, o desejo da comunidade escolar de Tadarimana por uma concepção de escola mais comunitária, com bases ancestrais, sem abrir mão da formação de jovens com boas condições de se tornarem profissionais capacitados para defender a comunidade diante do não indígena.
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A POLÍTICA DE FORMAÇÃO DOCENTE NA ESCOLA: CONCEPÇÕES DOS PROFESSORES DE BIOLOGIA DA REDE ESTADUAL DE ENSINO EM RONDONÓPOLIS – MT
Autora: CLATIONE ALMEIDA DE MAGALHÃES
Resumo: Esta pesquisa se situa no campo educacional, na área de Ciências Humanas e Sociais, vinculada ao Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de Mato Grosso. Este trabalho foi desenvolvido em Escolas da Rede Estadual de Ensino do município de Rondonópolis/MT, com cinco professores de Biologia. O estudo visou responder o seguinte problema de pesquisa: Como os professores de Biologia concebem as políticas de formação docente de MT por meio da formação centrada na escola? O objetivo principal foi investigar as concepções dos professores de Biologia acerca das políticas de formação docente de Mato Grosso a partir da formação centrada na escola. Foram delineados quatro objetivos específicos: 1) Analisar os documentos que permeiam os processos formativos (Orientativos de Formação Docente do estado de Mato Grosso, Projeto de Formação da Escola, Projeto Político Pedagógico); 2) Investigar de que forma os professores de Biologia concebem a formação centrada na escola para a melhoria de sua prática; 3) Analisar se as temáticas estudadas durante a formação contribuem para melhorar a práxis desses professores; 4) Compreender qual a concepção que esses professores possuem sobre educação, sujeito e sociedade. Assumo a abordagem qualitativa nesta pesquisa. O estudo foi tecido à luz da dialética e da fenomenologia, método que investiga e interpreta a realidade em movimento de práxis, a partir do mundo vivido pelos sujeitos em seus contextos sociais, neste caso, a escola. Autores como Kosik (1976), Triviños (1987), Bogdan e Biklen (1994), Freire (2011), Chizzotti (2008), Bicudo (2011) subsidiaram este estudo. Para a pesquisa do tipo estado do conhecimento, reportei-me, aos trabalhos de Ferreira (2002), Romanowski e Ens (2006). Ao abordar sobre a Gestão democrática, subsidiei-me em Freire (2007), Paro (2007), Drabach (2018), Costa e Domiciano (2020), Domiciano, Cossetin e Drabach (2021). Para discutir a Formação centrada na escola, fundamentei-me nos pressupostos teóricos de Carvalho (2019), Imbernón (2009; 2010a; 2010b; 2016), enquanto a Organização do trabalho pedagógico a partir do pensamento de Paro (2012), Ferreira e Fuentes (2017). Ao tecer sobre a Política de Formação de Mato Grosso e o CEFAPRO, dialoguei com Rocha (2010), Cunha e Garske (2018). Para a efetivação deste estudo, utilizei como instrumentos de coleta de investigação: análise de documentos que permeiam os processos formativos, entrevista semiestruturada e pesquisa bibliográfica. Os resultados evidenciaram uma política de formação docente que imprime como sinônimo de qualidade alcançar índices nas avaliações externas e internas, concepções bem diferentes das apresentadas pelos professores que anseiam por uma formação mais humana. O estudo demonstrou que a política de formação docente de MT, ao priorizar a escola como centro dos processos formativos, constituiu-se em um modelo bem aceito pelos professores por se basear na realidade concreta. Os professores compreendem a importância da formação centrada na escola para a melhoria do desenvolvimento individual, coletivo e institucional, bem como da atuação do CEFAPRO. Entretanto, na prática, a política de formação e a relação com as concepções dos professores de Biologia são permeadas por antagonismos e contradições.
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM PROJETOS POLÍTICO PEDAGÓGICOS DE ESCOLAS PÚBLICAS ESTADUAIS EM RONDONÓPOLIS-MT: CONSTRUÇÃO DISCURSIVA NO PERCURSO DA TRANSVERSALIDADE
Autora: CRISTIANE ARAÚJO COSTA
Resumo: A pesquisa intitulada Educação Ambiental em Projetos Político Pedagógicos de Escolas Públicas Estaduais em Rondonópolis-MT: construção discursiva no percurso da transversalidade foi motivada pelas problematizações a serem feitas relativas a crise ambiental no contexto mundial e ao comportamento destrutivo e inconsequente dos seres humanos para com a natureza. A proposta tem por objeto de estudo a Educação Ambiental, delimitando o desenvolvimento da pesquisa à análise de propostas ou planejamentos no ensino referentes à educação ambiental e a forma como ela é apresentada nos Projetos Político Pedagógicos examinados para as diversas disciplinas do Ensino Fundamental no período letivo anual de 2020. Para sua construção, optamos por trilhar os caminhos da Pesquisa Qualitativa, utilizando como instrumento a Análise do Discurso na Perspectiva Pecheutiana. A pesquisa tem como objetivo geral investigar a presença de fundamentos e elementos da Educação Ambiental e sua transversalidade em Projetos Político Pedagógicos para o ensino fundamental, em quatro escolas públicas estaduais no município de Rondonópolis. As leituras e análises obtiveram como resultados respostas relacionadas aos objetivos específicos desta pesquisa: Os Projetos Político Pedagógicos foram construídos em consonância com as normatizações da Base Nacional Comum Curricular estando a Educação Ambiental, enquanto política pública, presente nos projetos e nas escolas em diversas concepções e situações; na comunidade escolar, em meio a um público heterogêneo, a Educação Ambiental se manifesta nas mais diversas concepções de trabalho e no seu fazer política. A Análise Discursiva Pecheutiana revelou nos movimentos de sentidos que as escolas colaboradoras, a partir do seu lugar de fala, encaminham os seus projetos pela construção de interesses coletivos, instituindo ações afirmativas, políticas e anti-hegemônicas.
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DO SILÊNCIO A INVISIBILIDADE: A VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA MENINOS NO MUNICÍPIO DE RONDONÓPOLIS-MT.
Autor: DYOGO HENRIQUE MENEZES DE AZEREDO
Resumo: A pesquisa vincula-se ao Programa de Pós-Graduação em Educação do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Rondonópolis, na linha de pesquisa Educação, Cultura e Diferença, e versa sobre o fenômeno da violência sexual cometida contra meninos nos seus diferentes aspectos: psicodinâmicos, econômicos, sociais e culturais de forma ampla, conexa aos elementos múltiplos de gênero e a complexidade das relações sociais e familiares. Partimos de uma análise documental, bibliográfica e quantitativa, de dados coletados na pesquisa, acessados por meio de estatísticas e tabelas fornecidas pelos órgãos governamentais, quanto a violência contra crianças e adolescentes do sexo masculino, ocorridas em três níveis: nacional, estadual e no município de Rondonópolis-MT, nos últimos anos (2015 a 2020). E recorremos, ainda, aos autos de um processo crime que trata do caso de um menino vítima da violência sexual no município de Rondonópolis. A cópia do processo foi fornecida pelo Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso e nele analisamos as informações necessárias para o estudo e compreensão das diferentes “vozes” ali presentes. Na pesquisa expusemos o cenário atual do abuso sexual sofrido por esses corpos, refletimos as possíveis relações da invisibilidade de dados e a correlação com os conceitos culturais de machismo estrutural, patriarcado, masculinidade. Aprofundamos alguns conceitos e categorias, tais como: masculinidade e gênero na discussão das implicações da violência sexual contra meninos, reconhecendo ser esse fenômeno um processo dinâmico de construção e reconstrução de ideologias. Partindo das contribuições das categorias do biopoder, da necropolítica, e da micropolítica visualizamos uma objetificação do corpo infantil pelo poder masculino, tomando-o como um corpo descartável. Para além, o estudo se ampara na perspectiva feminista, considerando a relação entre violência, gênero, masculinidade e adultocentrismo, na incidência do abuso sexual, posto que esses se dirigem contra os corpos considerados frágeis pelo patriarcado. Por fim, com o intuito de difundir o tema para cada vez mais pessoas, objetivamos aumentar a consciência sobre o assunto, sobretudo nos espaços corporativos, em especial, a Escola, ajudando na proteção integral desses corpos infanto-juvenis.
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A DISCIPLINA EDUCAÇÃO FÍSICA NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO DO CAMPO: UMA REFLEXÃO ACERCA DOS SENTIDOS ATRIBUÍDOS PELOS PROFESSORES DE ESCOLAS DO CAMPO DO MUNICÍPIO DE PRIMAVERA DO LESTE/MT.
Autor: ELESSANDRO SALUSTIANO
Resumo: Tendo em vista minhas experiências como professor de Educação Física e Diretor Escolar atuante na Educação do Campo, fui capaz de perceber e sentir algumas dificuldades ao se trabalhar a disciplina em escolas de área rurais, dessa forma pesquisa-se sobre a Educação Física no contexto da Educação do Campo, a fim de refletir sobre quais os sentidos atribuídos pelos docentes da Educação Física a esta área do conhecimento no contexto da Educação do Campo e se esses sentidos contêm em si a especificidade que requer o trabalho educativo no campo. Para tanto, foram necessários alguns objetivos específicos, sendo eles: Identificar conceitos relacionados a Políticas Públicas, Educação do Campo e Educação Física; Investigar quais os conhecimentos dos participantes sobre Políticas Públicas, Educação do Campo, Educação Física e como é realizada sua Formação Continuada. Realiza-se, então, uma pesquisa baseada no ciclo de políticas de Stephen J. Ball e Richard Bowe, ingleses que escrevem sobre uma abordagem capaz de auxiliar na análise de políticas educacionais, dentre os contextos citados pelos autores foi escolhido para a pesquisa o contexto da prática, pois é o ponto em que a ideia da política passa a ser concretizada, é nesta fase que ocorrem as diversas interpretações sobre o disposto em documentos. Diante disso, verifica-se que as respostas apresentadas vêm demonstrar que, os participantes da pesquisa conhecem as especificidades das regiões onde atuam, os docentes se apoiam em outros colegas da unidade escolar para sobre as dificuldades enfrentadas em seu cotidiano e penso que os participantes da pesquisa possuem conhecimento empírico sobre as especificidades da Educação do Campo, porém estão desamparados com relação a políticas públicas que desenvolvam a formação continuada para que esses professores e professoras de Educação Física possam atuar de forma adequada nas escolas do campo, o que impõe a constatação de que os participantes da pesquisa reconhecem as necessidades de se trabalhar de maneira diferenciada nas unidades escolares que possuem essa modalidade de ensino. Pois em suas explicações os participantes da pesquisa relatam que o ensino nas escolas do campo é diferenciado, porque os estudantes que frequentam essas unidades escolares possuem cultura diferente dos alunos da cidade.
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ADOECIMENTO DE PROFESSORES INICIANTES NO EXERCÍCIO DA DOCÊNCIA E A SURDEZ DO SISTEMA DE ENSINO ESTADUAL/MT
Autora: ESTER LANDVOIGT DA SILVEIRA
Resumo: Esta pesquisa aborda, como temática central, a prática profissional de professores iniciantes e seus desdobramentos no que se refere à relação entre trabalho e saúde. Está inserida no programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso/Campus Universitário de Rondonópolis, atualmente Universidade Federal de Rondonópolis (UFR). Balizou-se a pesquisa nas seguintes indagações: O que justifica a incidência expressiva de professores iniciantes, efetivados a partir do concurso de 2017, apresentarem quadro de adoecimento na fase inicial da profissão? Existe relação entre o trabalho docente e o adoecimento de professores iniciantes no exercício da docência nas escolas públicas da rede estadual de ensino em Rondonópolis/MT? O objetivo da pesquisa foi compreender o contexto de adoecimento de professores iniciantes/ingressantes no estado de MT a partir de 2017 e a que atribuem o estado de saúde em que se encontram. Para alcançar o objetivo geral, os estudos buscaram responder os seguintes objetivos específicos: registrar o que apontam os professores sobre o processo de inserção e acolhimento nas escolas, quando nelas ingressaram após o concurso de 2017; analisar possíveis relações entre trabalho docente e adoecimento, apontadas nas percepções dos professores concursados; registrar que procedimentos apontam os professores adoentados para amenizar o quadro pelo que passaram em sua trajetória na escola. Definiu-se pela abordagem qualitativa e utilizou-se de análise documental, estudos de aprofundamento referencial sobre o tema e entrevista semiestruturada. Os resultados apontaram que, a desinformação, a ausência de relações interpessoais no trabalho e a falta de projetos e programas e políticas de acolhimento, inserção e indução de professores iniciantes, em MT, tem sido a maior causa do adoecimento destes profissionais.
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DOCÊNCIA EM ENFERMAGEM: DIDÁTICA COMO PRÁTICA SOCIAL NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM PARA UMA FORMAÇÃO ANTIRRACISTA
Autor: FLÁVIO BISPO DE LIRA
Resumo: Esta pesquisa está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Mato Grosso, Câmpus universitário de Rondonópolis (PPGEdu/UFMT/CUR), na linha de pesquisa de Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais. Ao adotar o perfil de educador em saúde, o enfermeiro assume o papel de qualificar recursos humanos no aspecto educativo, contextualizado a partir de políticas educacionais e políticas de saúde, influenciados diretamente pela formação que receberam durante seu processo formativo. Desse modo, a formação se estende para além do conhecimento teórico-prático, utilizando da didática como prática social nas atividades a serem desenvolvidas. Nessa direção, os espaços formativos são responsáveis por tensionar discussões que problematizam a enfermagem, o ensino e defendemos que as relações étnico-raciais sejam contempladas. A partir disso, emerge a problemática desta investigação, da qual se orienta pela seguinte questão-problema: os cursos de bacharelado em enfermagem no estado de Mato Grosso compreendem a didática como prática social na perspectiva de uma formação contrahegemônica? A partir da contextualização apresentada, o objetivo geral adotado para esta pesquisa consiste, portanto, em analisar na formação inicial do enfermeiro, se a didática como prática social para uma educação antirracista é contemplada no processo de ensinoaprendizagem para uma formação antirracista. O percurso metodológico que possibilitou o desenvolvimento dessa pesquisa e a estruturação do conhecimento identificam este estudo enquanto perspectiva qualitativa na leitura dos dados, os procedimentos técnicos o identificam como uma pesquisa bibliográfica, ainda, sua caracterização permite compreendê-la no aspecto de pesquisa documental. Para as buscas de referenciais que coadunam com essa pesquisa, estabeleceu-se o recorte temporal de 2016 a 2021, a seleção de 14 descritores combinados em 13 pares, possibilitando a sua aplicação em plataformas como a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), o Portal de Periódicos CAPES, as bases de dados Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval System (MEDLINE) via PubMed e a base textual Scientific Electronic Library Online (SciELO). A análise do material constatou que, desde a primeira escola de enfermagem e a instituição da profissão no país, há um déficit nas produções que promovam discussões e reflexões para uma educação antirracista no ensino da enfermagem. Os currículos são representados por um modelo de ensino no qual permanece a ausência da concepção da didática como uma prática social, que possibilitaria uma mudança no ensino no cenário de exclusão, apagamento e consequentemente de desassistência à saúde da população negra. Espera-se a temática investigada contribua política e socialmente com o educador em saúde, por conseguinte, haja vista que, em sua maioria, os projetos pedagógicos dos cursos superiores de bacharelado em enfermagem não contemplam disciplinas que consideram a pluralidade dos aspectos étnico-raciais, comprovando a necessidade de que a prática pedagógica e assistencial dos profissionais de enfermagem se fundamentem em teóricos que promovam o ensino sob a premissa das leis nº 9.394/96, 10.639/03 e 11.645/08, para que este ensino seja equânime, crítico e reflexivo, destituído do pensamento epistemológico abissal.
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PRETOGRAFIA: PEDAGOGIA DA CASA E GRAMÁTICA DA MORTE
Autor: FRANCISCO OTAVIO ARAUJO DOS SANTOS
Resumo: Nas terras devastadas pelo colonialismo, a raça foi, e continua sendo, o principal regulador da fronteira entre o Nós e os Outros, operando ora como categoria de dominação, ora sendo transgredida como dispositivo de mobilização e luta. No Brasil, o racismo é dos pilares que dão sustentação às instituições, sejam elas públicas ou privadas, estruturando o funcionamento do Estado-nação e ordenando as relações sociais desenvolvidas dentro de suas fronteiras. O racismo possui tanto uma dimensão de ideologia política quanto de prática educativa. Na pesquisa em tela, parte-se da compreensão de que o Estado brasileiro evoca o direito de matar, e orienta seu arsenal bélico a partir da racialização, do corpo e do espaço, a quem a morte na forma de tempestade de fogoé direcionada, e com base em uma ficção, determina quais pessoas podem viver e quais devem ser exterminadas (MBEMBE, 2016). Nesse sentido, o objetivo do trabalho foi investigar o genocídio da juventude negra e seus desdobramentos, a partir das práticas educativas que emergem desse crime premeditado e execultado como política de Estado e chancelado por uma parcela da sociedade brasileira. A suspeita-se norteadora fundamentava-se na premissa de que o necropoder, através do exercício de fazer morrer e deixar viver manifesta e produz uma forma de educação que instrumentaliza a morte como dispositivo pedagógico. O caminho metodológico adotado para o desenvolvimento da investigação foi a pretografia, que é caracterizada pela encruzilhada como possibilidade epistemológica, em se considera tanto a forma do pensamento, quanto o espaço sociocultural em que o corpo que o produziu está inserido. A escrevivência foi assumida como marco teórico, reconhecendo-a a partir de Exu, como síntese póetico-político das propostas teórico-político decoloniais e interseccionais. Dado a problemática que orienta a pesquisa, mobilizou-se um vasto e diversificado conjunto de fontes, sendo o corpo negro tombado ao chão, a principal tipologia utilizada. Os resultados indicam que, para os jovens negros do sexo masculino, o Estado orienta suas ações para o desenvolvimento de práticas educativas pautadas na perspectiva do encarceramento e da morte, como a mais provável, quiçá a única, possibilidade de futuro. Assim, considera-se ser possível afirmar que, a morte e a violência fazem parte da gramática instituída pelo regime deracialidade, e podem ser compreendidos como elementos constitutivos de uma necroeducação, que tem por objetivo o extermínio desse contingente humano.
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POEMA NARRATIVO E TEXTO DE CORDEL EM LIVRO DIDÁTICO: DISCUSSÕES SOBRE O USO DA LINGUAGEM EM UMA PERSPECTIVA SOCIODISCURSIVA
Autora: GLÁUCIA MARCILE DE OLIVEIRA SANTOS
Resumo: A língua é um componente essencial para o estabelecimento da comunicação, implicando em processos interativos e relações dialógicas que promovem a troca de mensagens, ideias, culturas e contextos sociais diversos. Pensando na linguagem em uma perspectiva sociodiscursiva e no trabalho com os gêneros discursivos em sala de aula, foi que nosso olhar se voltou para o ensino da Língua Portuguesa, nas turmas de 7º anos finais do ensino fundamental. Nesse sentido, esta pesquisa busca compreender se as propostas de trabalho com os gêneros textuais literários poema narrativo e cordel, contidas no Livro Didático do 7º ano do Ensino Fundamental, contemplam uma perspectiva sociodiscursiva para o ensino da Língua Portuguesa, e ainda: identificar quais são as propostas e os direcionamentos trazidos pelo livro didático no que tange o ensino da Língua Portuguesa, compreendendo em que bases teóricas ou concepções se pautam seus proponentes; e analisar como essas concepções se articulam às propostas de trabalho com os gêneros literários pretendidos nessa pesquisa, de modo a verificar se essas propostas concebem um ensino de Língua Portuguesa voltado à perspectiva sociodiscursiva. Para tanto, os procedimentos metodológicos utilizados se respaldam no embasamento de André (2001) diante das temáticas sobre educação, e Prodanov e Freitas (2013) que tratam sobre a natureza e finalidade da pesquisa, assim como sobre as classificações metodológicas da mesma. O enfoque é na análise documental de cunho descritivo e qualitativo sendo pautada na análise do livro didático de Língua Portuguesa da Geração ALPHA (2018), organizado pela SM Educação, sendo uma obra coletiva produzida por Cibele Lopresti Costa, Everaldo Nogueira e Greta Marchetti e baseado no Programa Nacional do Livro e Material Didático (PNLD), correspondente aos anos de 2020, 2021, 2022 e 2023. A pesquisa aponta que a unidade de análise contempla perspectivas sociodiscursivas no trabalho com a linguagem, fundamentada nas teorias bakhtinianas e em teóricos que se aproximam das mesmas, abordando a linguagem, o discurso e os gêneros discursivos em sua vertente social, histórica e vivenciadas significativamente nas interações efetivadas nos contextos das realizações linguísticas.
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NARRATIVAS AUTOBIOGRÁFICAS: UM OLHAR SOBRE O DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DOS PROFESSORES DE HISTÓRIA EM PRIMAVERA DO LESTE/MT
Autor: IZAIAS DE LACERDA PEREIRA
Resumo: Esta pesquisa vincula-se ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Rondonópolis (PPGEdu/UFR), na Linha de Pesquisa Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais, com o objetivo de analisar como o professor de História foi se desenvolvendo profissionalmente em contextos formativos, vivenciados ao longo de sua vida escolar e profissional, focalizando as ações formativas desenvolvidas pelo Cefapro de Primavera do Leste no Estado de Mato Grosso e as políticas públicas voltadas à profissionalização docente. A investigação está alicerçada em pesquisa autobiográfica, abordagem qualitativa de pesquisa que possibilita compreender o processo de formação vivenciado pelos participantes e, por meio de narrativas autobiográficas, são socializadas as experiências do sujeito que passa pela formação inicial e permanente, exaltando o movimento contínuo de sua formação. Para isto, a coleta de dados centra-se em narrativas autobiográficas de professores da disciplina de História extraídas em roda de conversa online, com foco na formação vivenciada por esses professores ao longo de suas vidas e durante a atuação profissional. Nesta investigação, busco responder à seguinte problemática: Quais contextos e aspectos formativos vivenciados pelos professores de História foram fundamentais para seu desenvolvimento profissional, em especial as ações formativas desenvolvidas pelo Cefapro? Realizou-se o levantamento de pesquisas correlatas, que serviram de aporte teórico conceitual e metodológico desta dissertação e a constatação de sua pertinência e relevância investigativa. A coleta de dados empíricos deu-se por intermédio de rodas de conversas online, cujos dados revelados apontam que os aspectos formativos vivenciados pelos professores de História estão diretamente ligados aos processos informais e formais de formação. Estes são provenientes de posturas que entrelaçam laços familiares e escolarização básica, seguidos pelos saberes profissionais docentes construídos ao longo da carreira, resultantes da observação da prática pedagógica de seus professores, pelo processo de iniciação à docência, dos desafios e superações em processos de trabalho docente, dos processos de formação permanente derivados da autoformação, heteroformação e ecoformação que potencializaram novas aprendizagens da docência, marcadas pelas relações sociais, culturais, religiosas, econômicas e políticas vivenciadas ao longo da vida, permitindo a compreensão de como foi se dando o desenvolvimento profissional docente dos participantes desta pesquisa.
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REPRESENTAÇÃO DA MULHER NO LIVRO DIDÁTICO DO ENSINO MÉDIO: A CONSTRUÇÃO DA FIGURA FEMININA DENTRO DO GÊNERO POEMA
Autora: JENY MACHADO DO VAL TAVARES
Resumo: A representação da mulher na sociedade vem ganhando visibilidade nos diferentes campos da comunicação, suscitando pesquisas que se voltam para essa representação e buscam compreender como ela acontece nos múltiplos espaços sociais, políticos, educacionais. Nessa direção, também, caminha este trabalho que, a partir da perspectiva enunciativo-discursiva, questiona de que forma a mulher está representada nos poemas do livro didático do Ensino Médio, uma vez que o Edital do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) de 2018 orienta que os textos devem tratar a figura feminina de maneira empoderada. A pesquisa aqui realizada se vincula ao Grupo de Pesquisa Alfabetização e Letramento Escolar (ALFALE), da linha de pesquisa “Linguagens, cultura e construção do conhecimento: perspectivas histórica e contemporânea”, do Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade Federal de Mato Grosso, Câmpus Universitário de Rondonópolis (PPGEdu/CUR/UFMT), e tem como objetivo geral investigar a constituição da figura feminina a partir da análise do gênero poema presente na coleção de livros didáticos (LDs) de Língua Portuguesa (LP) para o Ensino Médio (EM) – Português contemporâneo: diálogo reflexão e uso, de Cereja, Vienna e Damien (2016). Esta pesquisa buscou, ainda, discutir questões referentes ao texto e seus contextos de produção, em uma perspectiva discursiva, de modo a constituir as bases teóricas de investigação e análise; identificar nos poemas do livro didático aspectos linguísticos atinentes à configuração da mulher; e compreender como se dá essa representação da figura feminina nos enunciados do poema. A metodologia adotada para essa investigação se respalda na abordagem documental e qualitativa, pois são descritos e analisados os poemas presentes na coleção selecionada para esta pesquisa. O aporte teórico está sustentado na teoria enunciativo-discursiva de Bakhtin e do Círculo, dialogando com os conceitos de enunciado concreto, contexto extraverbal e gêneros do discurso. Em se tratando do gênero como prática de ensino, recorreu-se, especialmente, a Marcuschi (2008), entre outros autores que tratam da importância desse objeto na escola. No que diz respeito ao gênero literário poema, buscaram-se as contribuições de Candido (2006) e de Moisés (2003). Por fim, os documentos oficiais do Ministério da Educação (MEC) e as discussões teórico-conceituais de estudiosos como Bezerra (2020) e Batista (2003) contribuíram com os diálogos quanto às bases teóricas que compõem o LD. Os resultados obtidos evidenciam que o gênero poema, presente na coleção de LDs, provoca reflexões frente às questões sociais relacionadas à mulher e demanda uma posição dialógica do docente para que esse olhar crítico reverbere na formação de seus estudantes.
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TRANSGRESSÕES, APARECIMENTO SOCIAL E MEMÓRIAS DE INFÂNCIA: VIDAS NA CONTRAMÃO DAS PEDAGOGIAS CISGÊNERAS
Autora: JÉSSICA MATOS CARDOSO
Resumo: Quando nos reportamos à infância, inicialmente nos deparamos com uma ideia ficcional de “etapa da vida” ancorada na inocência, linearidade, obediência e progresso. Nesse sentido, essa perspectiva, própria da cultura ocidental, passa a constituir um modelo a ser alcançado por todos os corpos ditos como infantis, conferindo-lhes inteligibilidade. A colonização da infância, então, apresenta-se como uma produção discursiva, marcada por um ideário desenvolvimentista e normativo e pautada em uma existência branca, cisgênera, heterossexual e binária, a qual, no entanto, não se estrutura sem a sua abjeção. É nesse cenário que o discurso opera e produz fronteiras ontológicas que demarcam o que é um corpo aceitável e digno de aparecimento social, sendo os gêneros e as sexualidades instâncias privilegiadas de fiscalização e controle, como também de pedagogização. Diante disso, a presente pesquisa de mestrado, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso, Câmpus Universitário de Rondonópolis e à linha de pesquisa “Infância, Juventude e Cultura Contemporânea: direitos, políticas e diversidades”, debruça-se sobre as memórias de pessoas que, no presente, se autoidentificam como transgêneras, pretendendo analisar os agenciamentos macro e micro políticos em diferentes contextos, como a escola e a família, e os sentidos que elas produzem sobre as experiências vividas com os seus corpos na infância. Pretende-se, ainda, discutir, no campo da educação e da psicologia, como a infância é construída como um tempo de regulação do sentir e do desejar. Para isso, investimos em um arcabouço teórico vinculado aos estudos feministas e aos estudos queer. O referido estudo é de caráter qualitativo, tendo o posicionamento cartográfico, como perspectiva de pesquisa intervenção. Nesse sentido, procuramos, a partir da desobediência, da resistência e da transviadagem, propor e provocar desestabilizações nos conhecimentos produzidos sobre as experiências de infância em torno dos gêneros e das sexualidades, visibilizando outras infâncias, outras formas de viver as masculinidades e feminilidades, em contraponto a uma perspectiva que busca incessantemente um “marco zero” da transexualidade e patologiza todas as outras expressões de gênero.
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PROFESSORAS INICIANTES E OS EFEITOS DA PANDEMIA EM SUAS PRÁTICAS EM MATO GROSSO
Autora: JUCELMA LIMA PEREIRA FERNANDES
Resumo: O presente trabalho está afiliado ao Programa de Pós-Graduação em Educação do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Mato Grosso (PPGEdu/ICHS/UFMT), situado na linha de pesquisa Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais e vinculado ao grupo de pesquisa InvestigAção. As questões de estudos são: quais são as principais necessidades formativas dos professores iniciantes para exercerem sua prática docente em tempos de pandemia? Os professores iniciantes têm recebido suporte teórico-metodológico para desenvolverem suas práticas pedagógicas neste contexto de educação remota? A pesquisa tem como principal objetivo analisar as necessidades formativas de professores iniciantes, atuantes em instituições públicas municipais de educação básica no município de Rondonópolis/MT, em face dos desafios encontrados por eles ao desenvolverem suas práticas pedagógicas no período de pandemia (Covid-19). Na pesquisa, considera-se professores iniciantes aqueles que têm até cinco anos de magistério. Fundamentada na abordagem qualitativa, teve como instrumentos de coleta de dados o questionário, a entrevista reflexiva e a análise documental. As participantes da pesquisa foram três professoras iniciantes e atuantes na rede municipal de educação básica de Rondonópolis/MT. Os resultados revelaram as dificuldades e desafios encontrados pelos professores iniciantes ao usarem a tecnologia nas salas de aulas virtuais. Imprevistos e incertezas estiveram presentes, causando inseguranças e conflitos, por vivenciarem uma situação dual de “choque da realidade”, primeiro, por serem iniciantes e não terem nenhuma prática docente e terem enfrentado situações novas e desafiadoras, e segundo, pela necessidade de associar metodologias de ensino remoto às suas práticas, procedimento este completamente desconhecido na sua formação inicial.
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CURRÍCULO E INFÂNCIAS PLURAIS: AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Autora: KEILA PEREIRA DA SILVA
Resumo: Considerando a relevância das questões étnico-raciais no currículo da Educação Infantil e a carência de discussões nas pesquisas brasileiras sobre as relações étnico-raciais na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), esta pesquisa, de caráter qualitativo, tem como objetivo geral problematizar a BNCC no que tange à promoção da igualdade étnico- racial na Educação Infantil e se insere na Linha de Pesquisa Infância, Juventude e Cultura Contemporânea: direitos, políticas e diversidade do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso/Rondonópolis. Para tanto, os procedimentos metodológicos foram constituídos por: pesquisa bibliográfica; análise documental dos objetivos da BNCC para a etapa da Educação Infantil; e entrevistas semiestruturadas com quatro professoras da rede municipal da Educação Infantil de Rondonópolis/MT. A partir dos aportes teóricos da Afroperspectividade e dos Valores Civilizatórios Afro-brasileiros, foi possível analisar que os objetivos da BNCC para a etapa da Educação Infantil não consideram: a escola uma extensão dos espaços sociais, os diversos contextos de vida, a cultura e o pertencimento étnico-racial que compõem as infâncias. Portanto, o documento é substancialmente insuficiente para o desenvolvimento e construção da identidade da criança, bem como não considera e não contempla estratégias e formas de promover a igualdade étnico-racial nos contextos da Educação Infantil. As análises efetuadas sugerem que a BNCC traz concepções universalizantes de criança e de infância marcadas pela ênfase na preparação para a etapa seguinte do seu desenvolvimento, desconsiderando a pluralidade de infâncias existentes nas diferentes regiões brasileiras. Consideramos que um currículo que homogeneíza todas as infâncias compactua com a reprodução de valores e conhecimentos eurocêntricos que subalterniza e desqualifica outros saberes, outras estéticas, outros modos de vida e, portanto, sugerimos que os objetivos da BNCC poderiam ter explorado a temática das relações étnico-raciais e os valores civilizatórios afro-brasileiros em todos os campos de experiência. As percepções críticas das professoras ao longo da análise sobre a BNCC, bem como a produção de conhecimento existente sobre as relações étnico-raciais na Educação Infantil, podem favorecer reflexões políticas e epistemológicas por meio da defesa de um currículo que considere a pluralidade de infâncias e as diferentes realidades, sociais, culturais e econômicas. Espera-se que as múltiplas vozes trazidas no tecer desta dissertação possa contribuir para a construção de uma linha de resistência ao desmonte da Educação Infantil e ao apagamento das diferenças no currículo.
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MULHERES NEGRAS E SUAS MEMÓRIAS: AS INTERSECCIONALIDADES NA ESCOLA E NA UNIVERSIDADE
Autora: LEDIANE PEREIRA RAMOS
Resumo: Este estudo é pertencente à linha de pesquisa do Programa de Pós-graduação em Educação da UFR – Universidade Federal de Mato Grosso, Campus de Rondonópolis, “Infância, Juventude e Cultura Contemporânea: direitos, políticas e diversidade”. Investigação que parte das minhas memórias como uma menina preta que experienciou o racismo durante a sua escolarização básica e continua vivendo-o na sua profissão. Hoje, como mãe solo, professora de história na Educação Básica da rede pública estadual de ensino de Mato Grosso e agora mestranda, rememoro que, desde a minha infância, venho vivendo e experimentando o fato de ser uma mulher preta em um país diabolicamente racista, e foi na graduação que levantei questionamentos do porquê não me ver representada no corpo docente das instituições educacionais das quais eu fiz parte, seja no início da minha escolarização, seja na graduação e pós-graduação, e/ou nas escolas em que trabalhei e trabalho. Partindo destas indagações de marcadores sociais que me atravessam, o principal objetivo desta dissertação é analisar as memórias de escolarização de mulheres negras que concluíram o Ensino Superior em Universidades públicas no Estado de Mato Grosso, focando nos diálogos entre as suas memórias e as minhas, nos quais busco compreender os sentidos sobre esses processos, as experiências de infância e juventude na escola e em outros espaços educacionais, bem como os efeitos das interseccionalidades nas suas trajetórias de vida. Relaciono, ainda, algumasressignificações de experiências subjetivas atravessadas por marcadores sociais racializados, uma vez que, ao se trabalhar com as memórias de escolarização, a escola, como instituição social basilar nas vidas de crianças e jovens, é também problematizada em sua estrutura, suas práticas e relações sociais, onde devemos reconhecer que o racismo e outras tantas discriminações persistem nestes e em outros espaços e deixa máculas nas vidas desses grupos, onde nós, como educadoras/es, e a sociedade em geral possamos promover ações que possam transformar concepções e práticas dentro do espaço escolar e acadêmico.
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O TEMA QUEIMADAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS DO NÍVEL FUNDAMENTAL II: PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA BASEADA EM QUESTÕES SOCIOCIENTÍFICAS
Autor: LEONARDO ÁLISSON POMPERMAYER VERDÉRIO
Resumo: Esta pesquisa procura investigar a abordagem do tema Queimadas nas aulas de ciências do Ensino Fundamental II, tendo em vista a proposição de uma estratégia didática que aborde esse tema no contexto da educação em Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente (CTSA) e das Questões Sociocientíficas (QSC). A pesquisa apresenta abordagem qualitativa, natureza aplicada, caracterizando-se quanto aos seus objetivos como exploratória e descritiva, e aos procedimentos técnicos como pesquisa de campo, análise documental e bibliográfica. Primeiramente, caracterizou-se a abordagem do tema Queimadas nas aulas de ciências do Ensino Fundamental II em escolas públicas de Rondonópolis/MT, por meio de um questionário semiestruturado, aplicado com professores da rede pública estadual. Num segundo momento, analisou-se a relevância e a abordagem do tema em três coleções de livros didáticos de ciências do Ensino Fundamental II. Num terceiro momento, apresentou-se uma proposta de sequência didática sobre queimadas, na perspectiva do ensino baseado em Questões Sociocientíficas, para os anos finais do Ensino Fundamental, fundamentada em abordagens educacionais que visem a formação crítica e participativa. Tal sequência didática foi avaliada por professores do ensino de ciências. Dentre os aportes teóricos utilizados, destacamos a tipologia de conteúdos de Antoni Zabala para a construção da sequência didática proposta neste estudo, a pedagogia crítico-emancipatória de Paulo Freire para discutir a formação do pensamento crítico e a perspectiva crítica do currículo defendida por Alice Casimiro Lopes e colaboradores. Os resultados obtidos apontaram que todos os professores participantes utilizam o livro didático em suas aulas e consideram importante a abordagem do tema Queimadas nas aulas de ciências. As principais finalidades de uso do livro didático constatadas foram: o planejamento das aulas, a realização de leituras complementares e a visualização de imagens com os estudantes. Constatou-se também que esse não é o único instrumento pedagógico utilizado, pois os professores fazem uso de recursos audiovisuais, como vídeos e imagens. Já em relação à abordagem do tema Queimadas nas coleções de livros didáticos de ciências, apenas duas apresentam o tema em todos os livros (do 6º ao 9º ano), e a terceira coleção não apresentou o tema nos livros do 6º e do 9º ano. A presença mais marcante do tema foi nos livros do 7º ano. Observou-se, também, que as queimadas aparecem em diferentes conteúdos curriculares desses anos escolares, seja em tópicos específicos (textos), atividades ou apenas mencionadas como exemplos. Percebeu-se que o livro didático é um instrumento bastante utilizado pelos professores de ciências, principalmente para o planejamento das aulas, a visualização de imagens e a leitura de textos. A validação da sequência didática pelos pares mostrou-se positiva e foi satisfatória, permitindo a visualização de alguns pontos frágeis e pontos fortes da construção da sequência didática apresentando grande potencial para futura aplicação no ensino de ciências. Este trabalho poderá ser uma fonte de pesquisa para os professores, contribuindo para a formação inicial e continuada.
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EDUCAÇÃO E DEMOCRACIA: CONCEPÇÃO E PRÁTICA DEMOCRÁTICAS NA ESCOLA PÚBLICA ESTADUAL, NO MUNICÍPIO DE JUSCIMEIRA-MT
Autora: MAYARA CARLOTTO DE NOVAIS
Resumo: A presente pesquisa, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso, na linha de Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais, teve como objeto de estudo as práticas democráticas na escola pública. Assim se delineou a questão central que envolveu o objeto e fenômeno deste estudo: Como a equipe gestora e os membros do Conselho Deliberativo da Comunidade Escolar (CDCE) concebem e exercem a democracia nas relações cotidianas da escola?. O objetivo geral buscou investigar a concepção e prática da democracia que mobiliza as relações cotidianas em uma escola pública estadual. Para tanto, foram estabelecidos três objetivos específicos correspondentes: 1) analisar a concepção de democracia que mobiliza a prática educativa na escola tendo como interlocutores a equipe gestora e os membros do Conselho Deliberativo da escola investigada; 2) investigar a concepção de educação e democracia que alicerça o Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola; 3) compreender os dilemas e as possibilidades para o exercício da democracia na escola pública. Quanto aos procedimentos teóricos-metodológicos, esta pesquisa se desenvolveu com base numa abordagem qualitativa e perspectiva dialética, compreendendo a pesquisa bibliográfica (revisão de literatura) e uma pesquisa de caráter empírico com a utilização de duas técnicas para coleta de dados: análise do PPP e entrevistas semiestruturadas, com a equipe gestora e os membros do CDCE, totalizando cinco participantes. Para subsidiar as discussões numa perspectiva crítica sobre educação, democracia e gestão democrática na escola, reportei-me a autores basilares, Freire (1992, 1997, 2001, 2004), Gadotti (2004, 2016), Hora (2006, 2017), Libâneo (2012, 2015, 2016), Paro (2001, 2013). Os resultados desta pesquisa evidenciaram que por inexperiência democrática, a concepção e o exercício das práticas democráticas-participativas estão fragilizados no contexto escolar, demonstrando que a democracia na escola pública ainda é um ideal a ser concretizado. Este estudo contribuiu para o desenvolvimento de reflexões sobre gestão democrática, fortalecendo a democracia no cotidiano da escola, em oposição a indícios de autoritarismo e concentração de poder, que contraria os princípios do poder público, assegurados em lei.
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FILOSOFIA E CURRÍCULO: EFEITOS DO NEOLIBERALISMO E O SILENCIAMENTO DO PENSAMENTO CRÍTICO NA NOVA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR
Autor: PAULO HENRIQUE BARBOSA
Resumo: A presente pesquisa está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Rondonópolis (PPGEdu/UFR/CUR), na linha de pesquisa Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais. Está inserida no Grupo de Pesquisa de Políticas de Currículo e Alteridade da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR). Tem como objetivo compreender e problematizar a política curricular do Ensino Médio para o ensino de Filosofia no contexto do avanço do neoliberalismo no campo educacional, que tem na exclusão da disciplina de Filosofia, da chamada formação geral obrigatória, uma de suas manifestações. Aspira como objetivos específicos: investigar as disputas ideológicas em torno da política curricular para o Ensino Médio; analisar os documentos curriculares que instituem as mudanças educacionais mais recentes para o Ensino Médio; apresentar e problematizar o projeto de formação de jovens instituído por e pelas políticas neoliberais. Para tanto, cabe questionar: quais os desafios históricos enfrentados pela disciplina de Filosofia no Brasil? Quais são os marcos legais que definiram a Filosofia enquanto disciplina no Brasil? Como está constituindo o projeto de formação de jovens a partir da política curricular de Ensino Médio? Quais são as consequências da influência do neoliberalismo nas políticas públicas educacionais? Tais questionamentos convergem na questão que orienta esta pesquisa: como se dão as disputas ideológicas em torno da política curricular para o Ensino Médio, que instituem as mudanças educacionais mais recentes para o Ensino Médio, e quais as suas implicações para a formação de jovens na atualidade? Para discutir as disputas ideológicas nas políticas curriculares do Ensino Médio, esta pesquisa se ancora na abordagem qualitativa. Dada a natureza desta pesquisa, torna-se apropriado o uso da Análise Documental, para coleta de dados, uma vez que a fonte escolhida para a discussão se constitui de documentos que regulamentam o Ensino Médio no Brasil. A metodologia do Ciclo de Políticas instituída por Stephen Ball e Richard Bowe (1992) é adotada para análise discursiva e textual da política. A pesquisa demonstrou que a Reforma do Ensino Médio não apresentou nada de novo no que se refere ao avanço da educação, antes retomou velhos paradigmas que já se mostraram ineficazes anteriormente. Alicerçada sobre a ideologia neoliberal, a BNCC traz um currículo integrado fundamentado no desenvolvimento de habilidades e competências, sob o pretexto da modernização da educação. Resulta desse modelo, uma educação aparelhada por uma ideologia de mercado que assemelha o sistema educacional ao processo produtivo, elevando uma formação técnica em detrimento da formação humana. Nesse contexto, disciplinas como a Filosofia são silenciadas e consideradas sem utilidade imediata, uma vez que não atendem aos intentos mercantilistas do atual modelo educacional.
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HISTÓRIA E EDUCAÇÃO: UMA ANÁLISE DO RACISMO NO FUTEBOL A PARTIR DA IMPRENSA NEGRA PAULISTA
Autor: RANDER DE SOUZA FERREIRA
Resumo: Sabendo-se que, no século XXI, o futebol está presente na vida de milhões de pessoas ao redor do mundo, ao consultar a história desse esporte, percebe-se que esta modalidade esportiva foi assegurada pela elite branca da época como um momento de interação (passatempo) familiar entre seus pares, situação que, inegavelmente, causa certo espanto. É fato que tal interação ganhou dimensão e continua se expandindo pelo globo em razão da adesão afetiva e participativa das mídias, que dão lastro a grandes ou pequenas comunidades nacionais ou locais, ao mesmo tempo em que movimenta o lucrativo “mercado da bola”. Assim, com base nas matérias dos jornais negros, temos como objeto de investigação análises sobre a maneira pela qual o racismo no futebol foi retratado pela Imprensa Negra Paulistana, em meados do século XX. Ainda, intenta-se denunciar o racismo estrutural, que esteve e ainda está presente no universo futebolístico até os dias atuais (ALMEIDA, 2019). Neste sentido, com base na epistemologia dos Estudos Culturais e Decoloniais de Kellner (2001 e 2006); Giroux (2003); Hall (2016); Brandão (1995); Freire (2019); Munanga (2005); Munanga e Gomes (2016); Fanon (1968); Moura (2003) e Helal (1997), justificamos a escolha das fundamentações teóricas por identificar nos produtos da indústria cultural uma estruturação que é determinante na mídia. Assim, tais produtos são um fenômeno cultural e necessário para estudos da sociedade como um todo, tendo em vista que essas teorias podem contribuir para uma pedagogia cultural, que esteja condicionada a uma política educacional antirracista. Desta maneira, nossa metodologia será qualitativa pautada em uma leitura crítica da mídia, como é estudada por Kellner e com base teórica nos Estudos Culturais. Neste sentido, o ponto de partida será a realização das análises de alguns jornais da época que noticiavam a participação de jogadores negros no futebol, bem como seu modo de vida, interligado ao da comunidade negra. Dessa forma, apresentando suas características culturais para visualizar a história de resistência e ressignificação através dos jornais que percorriam as ruas, bairros e avenidas por diferentes localidades do Brasil. Todavia, Kellner (2001) corrobora e legitima a necessidade de uma “pedagogia da mídia” por meio dos estudos culturais que ensinam como decodificar de modo crítico as mensagens das mídias. Ainda, investindo em ensinar a ler e a analisar os textos midiáticos, assim como faz com os textos escritos, para possibilitar o uso de suas tecnologias como um instrumento pedagógico antirracial, com a finalidade de transformação da sociedade, contribuindo diretamente com o futebol e com a mídia para a extinção do racismo estrutural que permeia o mundo. Por fim, esta pesquisa já indica alguns resultados significativos, tendo em vista que as matérias ou noticiários, que foram manchetes dos jornais da Imprensa Negra Paulista, estiveram, de certo modo, denunciando o racismo. Por outro lado, demostraram a necessidade do reconhecimento e aceitação do valor histórico cultural da comunidade negra. Assim, conclui-se que, até este momento de investigação, os jogadores negros e seus pares resistiram contra várias estruturas de poder que se estabeleceram e continuam ditando quais os grupos sociais que devem fazer parte da modalidade esportiva, seja dentro das quatro linhas do campo, seja fora delas.
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LEITURA NO DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DE PROFESSORAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Autora: SYLER JEAN VIEIRA ALVES NOGUEIRA
Resumo: A presente pesquisa está vinculada à linha de pesquisa de “Linguagens, Cultura e Construção do Conhecimento: perspectivas histórica e contemporânea”, do Programa de Pós-Graduação em Educação, do Instituto de Ciências Humanas e Sociais, do Campus Universitário de Rondonópolis, da Universidade Federal de Mato Grosso, (PPGEdu/ICHS/CUR/UFMT), e também ao projeto “Leitor em formação, professor em atuação: pesquisa sobre práticas, projetos e políticas voltadas para a leitura no contexto escolar”, que, por sua vez, está vinculado ao grupo Alfale – Alfabetização e Letramento Escolar. Apresenta-se a seguinte questão-problema: Que relevância professoras da Educação Infantil atribuem à leitura em seus processos de desenvolvimento profissional? Nesse sentido, para responder a essa questão, foi estabelecido como objetivo geral: analisar que relevância professoras da Educação Infantil atribuem à leitura em seus processos de desenvolvimento profissional. Este objetivo se desdobra nos seguintes objetivos específicos: identificar os agentes e/ou agências formadoras que contribuem para o desenvolvimento profissional dessas professoras a partir do fomento à leitura; investigar os meios e os recursos utilizados pelas professoras para acessarem os materiais de leitura; verificar quais são os materiais de leitura que as professoras leem para os seus processos de desenvolvimento profissional e que relevância é atribuída a eles; analisar a quais áreas se vinculam esses materiais de leitura e se são diretamente pertinentes à educação infantil. A pesquisa é de abordagem qualitativa (BOGDAN; BIKLEN, 1994), com características do tipo estudo de caso (LÜDKE; ANDRÉ, 2015) e contou com a participação de quatro professoras que atuam em uma escola pública municipal de Educação Infantil de Primavera do Leste – MT. Foram empregados os seguintes procedimentos metodológicos: levantamento bibliográfico acerca da temática envolvida, aplicação de questionários via plataforma Google Forms; realização das entrevistas semiestruturadas via plataforma Google Meet e Skype e a transcrição dessas entrevistas na íntegra. Compreende-se que a leitura é imprescindível para o desenvolvimento profissional docente e os resultados evidenciam que as professoras leem materiais de leitura que vão além de sua atuação docente no espaço escolar. A partir dos postulados de Bajard (2014), Britto (2012) e Chartier (1999, 2011), entende-se que as práticas de leitura das docentes expressam uma singularidade intrínseca à identidade leitora e profissional, seja nas asserções sobre leitura, nos modos de ler, na materialidade textual, que reverberam na individualidade e na coletividade, atribuindo relevância à leitura para a formação, voltada prioritariamente, para as demandas que a profissão docente impõe. Em relação ao processo de desenvolvimento profissional docente, a partir dos pressupostos de Nóvoa (1992), Marcelo García (1999), e Libâneo, Oliveira e Toschi (2012) percebe-se que as docentes investem nesse processo, nos campos pessoal, profissional e organizacional.
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FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES QUE ENSINAM GEOGRAFIA NO MUNICÍPIO DE CAMPO VERDE/MT: NARRATIVAS EM CARTAS PEDAGÓGICAS
Autora: TAGIANA MARIA DA SILVA BANDEIRA
Resumo: A presente pesquisa vincula-se ao Programa de Pós-Graduação em Educação do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Mato Grosso – Câmpus Universitário de Rondonópolis (PPGEdu/UFMT/CUR), na linha de pesquisa Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais. O tema para a investigação foi a Formação Continuada, em especial, a “Formação Continuada on-line”, elaborada pela Secretaria Educacional de Mato Grosso (SEDUC-MT) e estruturada para o momento inicial da pandemia, dada a conjuntura atual permeada por constantes reformulações nas propostas formativas dos professores, muitas dessas mudanças provenientes do ensino remoto emergencial, que exigiu drasticamente a adaptação do ensino e da aprendizagem, tanto dos professores quanto dos alunos. A partir desse contexto, este trabalho se orientou pela seguinte problemática: a formação continuada, ofertada pela Seduc/MT aos professores que ensinam Geografia nos anos finais do Ensino Fundamental e Médio no município de Campo Verde-MT, colabora para o exercício de sua prática docente, especialmente no contexto da pandemia? Perante o exposto, objetivou-se analisar os desdobramentos da formação continuada na prática docente dos professores de Geografia, no contexto da pandemia, com a oferta da “Formação Continuada on-line”. A investigação se desenvolveu pela abordagem qualitativa, tendo como recurso metodológico as narrativas autobiográficas. Como procedimentos e instrumentos para a coleta de dados, adotaram-se a análise documental, o uso das cartas pedagógicas e as rodas de conversa on-line. Para esta pesquisa, participaram cinco professores que atuam nos anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio, em três escolas da rede estadual no município de Campo Verde-MT. Os dados produzidos, por meio das autobiografias, foram analisados na perspectiva da análise compreensiva-interpretativa e organizados em três eixos, intitulados: 1) Movimento Autobiográfico Formativo; 2) Que percepções, sentidos, significados e desafios da carreira docente apresentam os professores de Geografia sobre a formação continuada desenvolvida pela SEDUC em tempo de pandemia? 3) Diálogos entre pesquisadora e participante: o que sinalizam as narrativas? Os resultados revelam que os professores consideram a formação continuada uma importante ação por colaborar com a condução do agir pedagógico. Verifica-se que, embora a formação tenha sido ofertada virtualmente e apresentada de forma aligeirada e padronizada, contribuiu, em parte, para a adaptação ao uso das tecnologias digitais no ambiente escolar, porém, não contemplou a área da Geografia, ponto nevrálgico quando se pensa na política de formação continuada de Mato Grosso. Os participantes ainda enfatizam que a formação continuada ofertada pela Seduc-MT precisa atender as especificidades das áreas de ensino, especialmente as necessidades formativas dos professores, viabilizando momentos de trocas entre os pares, caso contrário, pouco contribuirá com suas práticas educativas.
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A SUBJETIVAÇÃO DE UMA PROFESSORA FORMADORA DA ÁREA DE MATEMÁTICA NA DIRETORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO (DRE) – POLO DE RONDONÓPOLIS (MT) – NO CONTEXTO DA POLÍTICA CURRICULAR REFORMISTA PARA O ENSINO MÉDIO
Autora: TATIANE NOGUEIRA SANTOS
Resumo: Esta dissertação trata de uma pesquisa desenvolvida no Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu/CUR/UFMT), na linha de Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais. Tem como tema a política curricular de formação continuada de professores e assume como central a questão: no contexto de acentuação do gerencialismo e da performatividade, em que vivemos, como os sentidos de formação continuada produzidos na política educacional em Mato Grosso subjetivam o professor formador na área de Matemática? O objetivo geral da pesquisa é compreender como os sentidos de formação continuada produzidos na política educacional subjetivam o professor formador que atua na DRE – polo de Rondonópolis na área de Matemática, com professores do Ensino Médio. Para tal, dois objetivos específicos organizaram a investigação: 1. identificar as características da formação continuada dos professores de Matemática e 2. analisar as lógicas que orientam a política de formação de professores de Matemática do Ensino Médio na rede estadual de ensino de Mato Grosso. O embasamento teórico das discussões conceituais, da análise e interpretação da empiria da pesquisa está alicerçado na Teoria da Atuação de Stephen Ball e colaboradores (2016), que propõem analisar e conceber a política para além do texto oficial que busca representá-la, constituindo-se como todos os processos e experiências de interpretação de quem fala em nome desse texto ou vai colocá-lo em prática. A pesquisa assumiu a perspectiva pós-estrutural de currículo, ancorada em pesquisadores que, como Elizabeth Macedo e Alice Casimiro Lopes, discutem currículo como prática de significação. Teve como empiria documentos curriculares produzidos no estado de Mato Grosso, BNCC e a conversa em forma de entrevista com uma professora formadora da DRE de Rondonópolis-MT. A investigação indicou que sentidos de formação de professores instrumentais estão sendo privilegiados na política, reduzindo o entendimento do que seja ser formador na educação pública da rede estadual, assim como o que está sendo significado como educação e currículo. Apesar da hegemonia dos sentidos instrumentais de formar e de ensinar (/de educar), sobretudo por meio de um discurso de inovação das práticas pedagógicas com a adoção do ensino de competências e habilidades, há sentidos ambíguos de qualidade, de educar, de ensinar e de formar os estudantes que parecem estar associados às experiências de quem atua na formação e que não são apagados na política. Neste sentido, o trabalho com a Matemática nas escolas se distancia das discussões do campo da Educação Matemática, para o qual a formação continuada dos professores constitui um processo complexo, multifacetado, baseado em práticas coletivas de pensar a educação para além da racionalidade da mera transmissão de conteúdos, quando o texto oficial da política é repetido; mas, tais discussões aparecem quando a lógica de controle de resultados dos textos normativos é questionada. Assim, no fechamento da dissertação defendo que a formação continuada, assim como a escola, é vida que escapa a um controle total e pode ser assim pensada como uma estratégia de reverter, ao longo do tempo, sua coisificação e comercialização pela lógica instrumental.
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PRÁTICA DA LEITURA DURANTE O ENCARCERAMENTO FEMININO: A EXPERIÊNCIA DE UM PROJETO DE EXTENSÃO
Autora: VIRGÍNIA FERNANDES FRANZ
Resumo: A pesquisa vincula-se ao Programa de Pós-Graduação em Educação do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Mato Grosso, campus Rondonópolis (PPGEdu/CUR), na linha de pesquisa Infância, Juventude e Cultura Contemporânea; Direitos, Políticas e Diversidade. O objetivo foi compreender os sentidos produzidos por algumas mulheres sobre as experiências com projetos de leitura desenvolvidos na Cadeia Pública Feminina de Rondonópolis e a existência da relação da leitura com a formação humana. A educação na prisão é um dos deveres materiais de assistência do Estado ao preso, com o objetivo de prevenir o crime e orientar o retorno à convivência social, sendo compreendida como processo transformador, capaz de aprimorar o ser humano. Neste sentido, a partir da visão de servidora pública da Promotoria de Justiça de Rondonópolis, dialogando com o Direito e com a Educação, este trabalho teve como problema a seguinte pergunta: pode a leitura de literatura contribuir para a formação humana de mulheres aprisionadas? Como suporte teórico, fundamenta-se em Antônio Cândido ao defender que literatura é um direito humano e possibilita visões múltiplas do mundo e em Paulo Freire, ao valorizar os saberes da cultura e a importância do ato de ler. Metodologicamente, está ancorada na abordagem qualitativa do tipo etnográfico e fenomenológico, com coleta de dados, análise documental, além de entrevistas semiestruturadas com diferentes participantes desses projetos, sendo três mulheres em privação de liberdade e leitoras, a psicóloga da unidade prisional e uma das professoras da UFMT, participante do Projeto LSG. Conclui-se, com essa pesquisa, que o incentivo à prática da leitura dentro das unidades prisionais pode contribuir para a formação humana das pessoas privadas de liberdade. Além disso, essas informações, possivelmente, contribuirão para outros estudos, que poderão nos ajudar a promover uma discussão e compreensão voltada à área da educação e da promoção da prática de leitura dentro de unidades prisionais.
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NUANCES DO PIBID COMO POLÍTICA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES: Apontamentos a partir do ciclo de políticas
Autora: WESLENE DA SILVA SANTOS
Resumo:O presente trabalho de pesquisa tem como tema as políticas públicas educacionais, mais especificamente, o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), no Curso de Pedagogia. A investigação parte da literatura desde a década de 1990 sobre a influência do neoliberalismo nas políticas educacionais brasileiras, destacando estudos sobre as políticas de formação de professores, que revelam um aligeiramento na docência, guiam os trabalhos pedagógicos de forma rígida, gerencialista e, ao longo dos anos, vêm levando gradativamente à descaracterização e desvalorização na formação docente. Partindo desse pressuposto, a questão que conduz a pesquisa advém da seguinte problematização: quais são os fatores sobre o (re)conhecimento de contribuições e nuances do PIBID como Política Nacional de Formação de Professores na percepção e atuação de seus agentes? De tal modo, estabeleceu-se o objetivo geral de investigar as percepções dos agentes vinculados ao PIBID quanto às implicações políticas e formativas do Programa de Formação de Professores. Neste sentido, desdobraram-se em dois objetivos específicos: a) identificar as contribuições e as nuances que alicerçaram o PIBID como Política Nacional de Formação de Professores e b) analisar as percepções e a atuação dos agentes envolvidos do PIBID do curso de Pedagogia, no contexto de uma IES, localizada na Mesorregião Grande Fronteira do Mercosul. A pesquisa, de abordagem qualitativa, tem o referencial teórico-metodológico fundamentado na abordagem do ciclo de políticas (Stephen J. Ball e colaboradores) e na teoria da atuação (Ball, Maguire e Braun). Fizeram-se presentes na discussão, também, referenciais vinculados ao campo das políticas públicas educacionais, formação de professores e suas implicações dos conceitos de pragmatismo na formação docente. A coleta de dados foi realizada por meio de questionários eletrônicos, aplicados a cada um dos perfis de participantes do PIBID, a saber: coordenadoras de área (2), professora supervisora (1) e bolsista de iniciação à docência (1). Para o tratamento analítico dos dados, foi escolhida a Análise de Conteúdo desenvolvida por Bardin (2016). Os resultados da pesquisa demonstram que, ao mesmo tempo em que o PIBID se insere no discurso de valorização dos profissionais da educação, o Programa tem se alinhado às reformas gerencialista em educação e encaminhado novas concepções formativas para a formação de professores. Assim como, existe uma articulação de redes entre estes contextos, os quais são articulados à noção de competitividade econômica e educação para competitividade dentro do global para o local, que incluem parcerias do privado-local, mercantilização e privatização. Esse movimento nos permite analisar que o PIBID é apenas uma ponta do iceberg. Essas alterações apontam para complexificação na atuação docente, efeitos que têm interferindo na subjetividade docente e nas relações profissionais no contexto da prática.
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