Universidade Federal de Rondonópolis

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Turma 2015

AS DIMENSÕES DA GESTÃO NO PROCESSO DE ORGANIZAÇÃO ESCOLAR: SIGNIFICADOS PARA A EQUIPE GESTORA

Autor: ADRIANO SABINO GOMES

Resumo:  O processo histórico tem revelado que o modelo de administração escolar recebe influências do capitalismo, reforçando sua manutenção enquanto modelo hegemônico de sociedade. Entretanto, a partir da década de 1970, com a ascensão do enfoque sociológico, os modelos administrativos de influência positivista receberam críticas e, juntamente com o aparecimento da pedagogia do conflito antagônico a pedagogia do consenso, surgem novos modelos de administração com vistas à superação dos modelos administrativos que visam somente a manutenção da ordem social vigente. Tomando como base as dimensões econômica, pedagógica, política e cultural que compreendem o paradigma multidimensional de administração da educação, desenvolvido por Benno Sander, este trabalho dissertativo busca trazer os significados que o Diretor Escolar, o Coordenador Pedagógico e o Secretário Escolar dão às dimensões da gestão no processo de organização da escola. A opção metodológica foi pela abordagem qualitativa na perspectiva dialética. A pesquisa se desenvolveu com nove sujeitos que integram a equipe gestora de duas escolas estaduais do Estado de Mato Grosso. A coleta de dados se deu pela entrevista semiestruturada e a pesquisa documental (PPP, Regimento Interno, Atas de reuniões, Plano de Ação dos Diretores Escolares e Coordenadores Pedagógicos e Normativas da SEDUC). Apesar de a gestão democrática ter sido implantada no Estado de Mato Grosso, em 1998, a pesquisa se desenvolveu com base nos dois últimos mandatos dos Diretores Escolares. O resultado da pesquisa demonstra que a administração escolar é pautada unicamente nas dimensões econômica e pedagógica, o que inviabiliza o uso do paradigma multidimensional de administração da educação como modelo superador da administração ora desenvolvida pela equipe gestora na escola. Dentre outros fatores, a estrutura escolar se mostrou responsável pelo processo de organização pautar-se apenas nessas duas dimensões. Apesar de a dimensão pedagógica estar presente no processo de organização, uma administração pautada à luz da eficácia pedagógica contribui para o fortalecimento do papel econômico, desconsiderando a relevância cultural como critério administrativo da educação comprometida com a transformação social.

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SOBRE CORPOS QUE “NÃO PODEM” APARECER: MEMÓRIAS DE ESCOLA NAS NARRATIVAS DE PESSOAS TRAVESTIS

Autor: BRUNO DO PRADO ALEXANDRE

Resumo: Promover debates e discussões que propendem a problematizar o direito à diferença e o respeito às diversidades em um mundo que aspira homogeneizar e universalizar parâmetros e valore é algo urgente e necessário. Pensar a escola, nesses termos, é evidenciar que, por vezes, esta se constitui em um espaço de (re)produção de desigualdades intensamente ajustadas em discursos sexistas, homofóbicos, machistas, racistas e essencialistas, que versam a sexualidade humana apenas sob o prisma da dicotomia masculino e feminino. Nesse cenário, é relevante pensar alguns pontos importantes que perpassam a escola, como as questões de gênero e sexualidade, que interrogam como os corpos, nesse espaço, estão sendo percebidos e que práticas, com base nessas percepções, têm sido materializadas em seu cotidiano por meio da manutenção e legitimação de normativas, que visam controlar e disciplinar os corpos, e/ ou por meio do respeito às diferenças subjetivas que buscam problematizar essas normativas. A presente pesquisa, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu/CUR/UFMT) na linha de pesquisa “Linguagens, Cultura e Construção do Conhecimento: Perspectiva histórica e contemporânea” e pertencente ao grupo de pesquisa “Infância, Juventude e Cultura Contemporânea” (GEIJC), tem como principal objetivo compreender, a partir das memórias de travestis, como elas significam e ressignificam as experiências vividas na escola, que remetem ao corpo, às relações de gênero e à sexualidade, no tempo e espaço da escola, como forma de problematizar, no presente, os discursos institucionais desse espaço e conferir outros sentidos às alterações subjetivas vivenciadas em seus corpos. Tem-se como referenciais teóricos autores dos estudos de gênero e pós-feministas. A pesquisa em questão é de abordagem qualitativa e teve como estratégia metodológica a realização de entrevistas com cinco travestis, registradas em gravador de voz digital e em caderno de campo. A investigação foi conduzida por uma perspectiva queer e ancora-se nos conceitos de dialogismo e de alteridade, tal como abordados por Mikhail Bakhtin. Para tanto, as análises centram-se nas narrativas referentes às experiências vividas pelas travestis na escola, que trazem os discursos institucionais sobre os seus corpos infantis, bem como os distintos mecanismos de segregação e normatização aos quais estes foram submetidos, quer seja nas aulas de educação física, nas atividades do cotidiano escolar ou mesmo no uso do banheiro. Numa análise aprofundada, a escola apresenta-se como espaço social de tensões e contradições e, portanto, atravessada por discursos que, se, por um lado, trazem uma moralidade aprisionadora, por outro, há também aqueles que gritam contra essa mordaça. São essas vozes que precisam ecoar na escola e no interior dos currículos.

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CORPOS INFANTIS QUE “NÃO CABEM” NA ESCOLA: OS DISCURSOS DE PROFESSORAS NOS PROTOCOLOS DE ENCAMINHAMENTO AO SETOR DE PSICOLOGIA

Autor: DANILO FLÁVIO STEFANI NETO

Resumo:  A necessidade de terapias, laudos, pareceres e intervenções sobre crianças encaminhadas pela escola por suspeitas de déficit de atenção, dificuldades de concentração, descontrole emocional, problemas comportamentais e de relacionamento com os pares encontra no Serviço de Psicologia a possibilidade de produzir discursos como forma de referendar o fracasso, encerrando-o na própria criança. Esta pesquisa, pertencente ao Grupo de Pesquisa “Infância, Juventude e Cultura Contemporânea” (GEIJC), parte do seguinte questionamento: quais discursos sobre os corpos das crianças tecem as queixas apresentadas nos protocolos de encaminhamento, feitos por professoras da rede pública municipal de Educação de Sorriso, Mato Grosso, ao Serviço de Psicologia? Apresenta-se como principal objetivo analisar os discursos de professoras sobre os corpos das crianças nos formulários aos psicólogos, com vistas a compreender as necessidades de intervenção psicológica, ressaltando os motivos e os agentes na teia discursiva que a solicitam (professores/as, coordenadores/as, pais, comunidade escolar). Como objetivos específicos, busca-se: caracterizar as demandas “psicológicas” das escolas, com base nos encaminhamentos realizados pelas educadoras; investigar as causas e as diferenças de necessidade de intervenção psicológica junto às crianças, pautadas nas relações de gênero no contexto escolar e nos modos como as professoras as concebem; demarcar, nos discursos das professoras, o que se configura como o “corpo ideal da criança”, adaptado e adequado à sua escolarização, ao seu desenvolvimento e à sua aprendizagem. Apoiado/a em concepções dicotômicas sobre a educação e o desenvolvimento das crianças, o/a professor/a que encaminha essas crianças procura, por meio de expectativas atribuídas ao fazer da Psicologia, por terapêuticas, intervenções, observações e avaliações que contribuam com o “ensino pedagógico” em classe regular. A emergência do “indivíduo” desviante no espaço amparado por visões essencialmente biológicas sobre a criança, ora em uma perspectiva maturacionista de déficits e atrasos neuropsicológicos, ora relacionadas à falta de vontade, motivação ou interesse, fomenta a tendência à solução desses conflitos no espaço exterior à instituição escolar. De abordagem qualitativa, a pesquisa divide-se em três estágios: o primeiro corresponde à análise, tabulação e organização dos dados de protocolos encaminhados das unidades escolares municipais ao longo do ano letivo de 2015; o segundo, à análise e categorização das queixas descritas por professoras; o terceiro, às entrevistas com seis professoras (duas de cada fase – Educação Infantil, Ensino Fundamental até o 5º ano e Ensino Fundamental após o 6º ano). Com base em conceitos de dialogismo, ideologia, responsividade e gêneros de discurso para Bakhtin, propõe-se a análise das ideologias presentes nas queixas escolares, considerando, também, autores, como Le Breton, Vigotski e Foucault. A análise dos protocolos de encaminhamento e das entrevistas evidenciam distinções na caracterização dos problemas educacionais entre meninos e meninas presentes nas queixas de suas professoras. Como um ato responsivo na cadeia de produções sobre o tema, a pesquisa intenta contribuir para os debates sobre a “desmedicalização” e a não patologização da infância contemporânea.

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DIÁLOGO E LINGUAGEM: SUBSÍDIOS TEÓRICOS DE PAULO FREIRE E LEV VYGOTSKI PARA A APRENDIZAGEM DIALÓGICA

Autor: DENISE WURZLER

Resumo: Apresentamos a pesquisa de Mestrado em Educação desenvolvido no PPGEDU da UFMT – Campus de Rondonópolis com o tema: Diálogo e Linguagem: Subsídios teóricos de Paulo Freire e Lev Vygotski para a aprendizagem dialógica. Nesta dissertação analisamos a articulação entre os conceitos de diálogo de Freire e o de linguagem de Vygotski, compreendida na elaboração da Aprendizagem Dialógica, como possível resposta aos desafios educacionais da Sociedade da Informação. Com o objetivo de verificar os conceitos de diálogo (em Freire) e linguagem (em Vygotsky) que contribuíram para a construção das bases teóricas da Aprendizagem Dialógica. Analisamos nas obras dos dois autores a articulação destes conceitos de Linguagem em Vygotski e Diálogo em Freire. A metodologia utilizada para essa pesquisa é de natureza bibliográfica de abordagem qualitativa e utilizamos para analisar os dados, a Análise de Conteúdo. Portanto, trazemos em nossa pesquisa a importância do diálogo e da linguagem por intermédio da interação social, para a construção da Aprendizagem Dialógica. A investigação pretende contribuir com o cenário educacional refletindo sobre o diálogo e a linguagem como centro das interações sociais na Contemporaneidade.

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ATUAÇÃO EDUCATIVA DE ÊXITO DE BIBLIOTECA TUTORADA: UMA ANÁLISE DE CONTEÚDO DAS PRODUÇÕES CIENTÍFICAS ENTRE O PERÍODO DE 2005 A 2015 EM FONTES NACIONAIS E INTERNACIONAIS

Autor: GLEICY APARECIDA DE SOUSA

Resumo: A pesquisa surgiu a partir dos seguintes questionamentos: porque a Biblioteca Tutorada que é um espaço potencializador da aprendizagem não tem sido implementada como as demais AEEs? Quais elementos confirmam a afirmação do CREA sobre a potencialização da aprendizagem na Biblioteca Tutorada e como se dá o processo de desenvolvimento da Biblioteca Tutorada? Há pesquisas que fundamentam teoricamente a Biblioteca Tutorada na América Latina? O objetivo dessa pesquisa é constatar nas publicações científicas sobre Biblioteca Tutorada entre os anos de 2005 a 2015 por meio da análise de conteúdo os elementos mais importantes no desenvolvimento da Biblioteca Tutorada. Os objetivos específicos a serem alcançados ao final da pesquisa foram: caracterizar a AEE de Biblioteca Tutorada (funcionamento e organização); identificar os elementos potencializadores da Biblioteca Tutorada presentes nas produções científicas encontradas; situar as produções científicas encontradas e analisá-las, e contribuirão socialmente e academicamente. É uma pesquisa de cunho bibliográfico, de abordagem qualitativa, tendo como método de análise a “Análise de Conteúdo”. Por mais difícil que tenha sido analisar essas produções, elas conseguiram responder aos nossos questionamentos, angústias e inquietações. Obviamente, gostaríamos de obter mais produções científicas, sobre Biblioteca Tutorada, mas não foi possível. O número localizado de produções científicas não atingiu nossas expectativas, entretanto, motivou-nos a buscar nesse cenário, pesquisarmos mais sobre a Biblioteca Tutorada, conhecermos outras escolas que desenvolvem essa AEE, identificar os contextos nos quais ela está inserida, sendo necessários outros estudos, outras pesquisas, para que, dessa forma, nos apropriemos de um objeto ainda não conhecido. Outro ponto interessante, foi a frequência das unidades de registro presentes nos textos analisados. As unidades de registro menos mencionadas estão entre os elementos importantes na Biblioteca Tutorada, que é a participação educativa da comunidade e a extensão do tempo de aula. Ao romper com a barreira que separa comunidade de entorno e a escola, consolidamos ações e parcerias que contribuirão para que todos os sujeitos envolvidos nesse espaço da escola, sejam transformados de algum modo, com valores, morais, conhecimentos científicos, alfabetização, leitura entre outras aprendizagens. Ao concluir as análises sentimos a necessidade de não apenas termos uma produção científica que unifique as produções que encontramos. Consideramos a pesquisa inacabada, pois os objetivos incialmente levantados indicaram a carência em se acompanhar o desenvolvimento de uma Biblioteca Tutorada, para podermos articular nosso aporte a uma vivência significativa, o que pode ser possível ao continuarmos os estudos e pesquisas sobre a temática discutida, para identificarmos os motivos pelos quais essa AEE não tem sido difundida da mesma forma que as demais.

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A FORMAÇÃO CENTRADA NA ESCOLA COMO POSSIBILIDADE DE ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO DOS PROFESSORES DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Autor: IZELDA GORETH DOS SANTOS MANGIALARDO

Resumo: Este trabalho é resultante de pesquisa no Mestrado em Educação do Programa de Pós-Graduação em Educação, (PPGEdu/CUR/UFMT), na linha de Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais, cujo objeto de estudo é a Formação Centrada na Escola como possibilidade da Organização do Trabalho Pedagógico dos professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental. O objetivo geral da pesquisa consiste em investigar como a Organização do Trabalho Pedagógico na Escola está sendo pensada e desenvolvida na concepção do diretor, do coordenador pedagógico e pelos professores a partir da Formação Centrada na Escola. O embasamento teórico para o corpo das discussões conceituais e da análise e interpretação dos dados colhidos na pesquisa, são alicerçados no pensamento pedagógico educativo de Freire (2011, 1991, 2001, 2015, 1997, 1979,1987a,1997b, 1982). São tomados ainda como referenciais teóricos para dialogar sobre a Formação Centrada na Escola e a Organização do Trabalho Pedagógico, os seguintes autores: Carvalho (2005, 2006, 2008), Gadotti (2007, 2010), Imbernón (2009), Freitas (2004), Ferreira (2000, 2008) e Veiga (1995, 2009). Trago como problema que norteia esta pesquisa: Como é pensada e desenvolvida a Organização do Trabalho Pedagógico na Escola, pelo diretor, coordenador pedagógico e professores, a partir da Formação Centrada na Escola? A pesquisa está inserida na abordagem qualitativa na perspectiva dialética. Para a coleta de dados foram utilizadas a observação, a entrevista semiestruturada e a análise de documentos. Considerando que a formação é uma das preocupações das políticas educacionais, é importante pensar uma Formação Centrada na Escola como possibilidade da Organização do Trabalho Pedagógico, pensar numa formação que reflita sobre as problemáticas da realidade da prática educativa do professor no contexto do exercício da profissão, com intuito de garantir um ensino de qualidade. A escola enquanto espaço organizacional do ensino conta com a participação dos professores no processo de organização do trabalho escolar em várias atividades: planejamento, construção de projetos, experiências e tomada de decisões coletivas, dentre outras, por isso a sua participação é imprescindível no processo formativo. Os dados da pesquisa evidenciaram que o Projeto Político Pedagógico (PPP) norteia as ações da escola. A escola tem um projeto de formação no qual os estudos tem a colaboração de professores do departamento de educação da Universidade Federal de Mato Grosso. Os dados apontaram o quanto a formação na escola é valorizada pelos professores, por subsidiar a reflexão da prática educativa. Dessa forma, atribuem as mudanças em suas práticas à formação centrada na escola, a qual possibilita reflexão, avaliação e organização do trabalho pedagógico a partir de sua realidade concreta.

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O LÚDICO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM: CONCEPÇÕES E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DE PROFESSORES DOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Autor: JANAINA MONTEIRO DA SILVA

Resumo: Trata-se a presente dissertação de um trabalho investigativo que, numa abordagem qualitativa, buscou responder a seguinte questão: “Quais as concepções e práticas pedagógicas que os professores dos anos iniciais têm acerca do lúdico no processo de ensino e aprendizagem? ” Diante disso, a pesquisa apresenta como objetivo principal: Investigar concepções e práticas pedagógicas de professores acerca do lúdico no processo de ensino e aprendizagem de crianças dos anos iniciais do ensino fundamental. Fizeram parte da investigação quatro professores que atuam na 1ª Fase do I ciclo e 1ª Fase do II ciclo de Formação Humana. O método utilizado foi na perspectiva comunicativa, baseado no conceito da ação comunicativa do filósofo e sociólogo alemão Jünger Habermas e na ação dialógica do educador brasileiro Paulo Freire. Nesta pesquisa foi utilizada a Metodologia de Investigação Comunicativa. A produção das informações foi realizada conforme as técnicas e procedimentos da metodologia adotada. As técnicas utilizadas foram as observações comunicativas e as entrevistas comunicativas em profundidade, que permitiram uma proximidade da realidade do objeto investigado, identificando dessa forma, as concepções e práticas pedagógicas dos professores dos anos iniciais do ensino fundamental acerca do lúdico no processo de ensino e aprendizagem de uma escola pública municipal da cidade de Rondonópolis, em Mato Grosso. As informações coletadas foram analisadas a partir das dimensões dos elementos transformadores e exclusores, próprios da Metodologia de Investigação Comunicativa. Este trabalho desvela que os professores reconhecem a importância do lúdico no processo de aprendizagem de crianças, porém, sobre a prática pedagógica na perspectiva lúdica evidenciou-se a falta de formação continuada aos professores dos anos iniciais do ensino fundamental da escola pesquisada, fato este dialogado e explicitado criticamente por todos os professores participantes da pesquisa. A falta de formação continuada reflete na prática docente, e esta pesquisa propõe uma reflexão que implica (re) pensar a formação de professores na perspectiva lúdica. A pesquisa revelou, também como resultados, que falta subsídios teóricos acerca da compreensão do lúdico o que reflete na prática pedagógica. Nesse sentido, impossibilita uma aprendizagem mais eficaz, ou seja, uma aprendizagem que se aproxime ao máximo do resultado pretendido. A aprendizagem eficaz, na perspectiva lúdica, só é possível quando trabalhada de forma planejada, organizada e compromissada com os conteúdos de ensino e quando os objetivos são trabalhados com fins educativos. O trabalho pedagógico na perspectiva lúdica reflete positivamente na aprendizagem dos conteúdos de ensino quando pensada em fins educativos e com seriedade pelos professores. Desse modo, apresentamos, neste trabalho, importantes subsídios para a reflexão sobre as concepções, a prática pedagógica e a formação continuada de professores acerca do trabalho docente para uma educação lúdica.

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A COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA E OS DESAFIOS DAS PRÁTICAS EDUCATIVAS NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DE SANTO ANTÔNIO DO LESTE – MT

Autor: JUANA DA COSTA OLIVEIRA

Resumo:  A presente dissertação é resultado de uma pesquisa de Mestrado ligada ao Programa de Pós-Graduação em Educação do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Câmpus Universitário de Rondonópolis (CUR). Traz como problemática central da pesquisa: Quais os desafios enfrentados pela coordenação pedagógica no contexto escolar na mediação das práticas educativas do Município de Santo Antônio do Leste – MT? Tem como objetivo geral investigar a atuação da coordenação pedagógica no contexto escolar, buscando compreender os desafios que o coordenador encontra para mediar as práticas educativas, bem como compreender seu papel, atuação e as práticas pedagógicas no contexto escolar. A referida pesquisa foi desenvolvida com 03 (três) coordenadoras, que atuam em 03 (três) escolas públicas, no município de Santo Antônio do Leste, localizado no nordeste do Estado de Mato Grosso. As concepções teórico-metodológicas que alicerçam as reflexões e análises de dados estão embasadas na abordagem qualitativa, numa perspectiva dialética. Assim, os caminhos da pesquisa foram trilhados neste emaranhado de conhecimentos, que me possibilitaram a compreensão do mediar e fazer pedagógico no contexto, por meio dos seguintes aportes teóricos: Freire (1978; 1999), Gadotti (1998; 2010), Preti (2001), Bogdan e Biklen (1994), Paro (2008), Triviños (1992), André e Veiga (2010), Magalhães (2014), Carvalho (2005; 2008), Libâneo (2003), Ferreira (2007), Franco (2008), Contreras (2002), Lima (2001; 2008), Vieira (1995), Saviani (2003), Veiga (1995; 2003), Domingues (2014), Gomes (2017), dentre outros, possibilitam entender a movimentação dialética dentro e fora do contexto escolar, num processo de (re) construção da prática pedagógica, para a formação de uma educação emancipatória e humana. Durante o processo de investigação sobre o papel, atuação e práticas pedagógicas e os desafios encontrados pelas coordenadoras para mediar as práticas educativas no contexto, as reflexões e análises evidenciaram uma estreita relação entre conhecimento, relações interpessoais e práticas pedagógicas das coordenadoras entrevistadas, caracterizando um distanciamento do projeto educativo de mediação. Nesse sentido, foi possível perceber a necessidade de repensar as normativas e ações que regem o trabalho das coordenadoras entrevistadas, bem como suas práticas pedagógicas educativas.

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RELAÇÕES ENTRE APRECIAÇÃO ESTÉTICA E O USO DE SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO E FORMAÇÃO DA CRIANÇA LEITORA

Autor: JÚLIA EMANUELLY DE OLIVEIRA

Resumo: Este estudo está vinculado ao grupo de pesquisa Alfabetização e Letramento Escolar (ALFALE) e à linha de pesquisa Linguagens, Cultura e Construção de Conhecimento: perspectivas histórica e contemporânea, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso, Câmpus Universitário de Rondonópolis (PPGEdu/ UFMT/ CUR/). Nesse sentido, busca discutir como os professores alfabetizadores indicam o uso da obra literária em sequências didáticas. Para isso, foram analisadas sequências didáticas elaboradas por professores alfabetizadores participantes do programa de formação de professores Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), no Estado de Mato Grosso. O material foi coletado através de análise preliminar dos anais dos seminários de encerramento dos cursos do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa em Mato Grosso (anos de 2013, 2014 e 2015), com a leitura de um mil e treze (1.013) resumos de orientadores de estudo, contendo, dentre outras informações, relatos de experiências de professores alfabetizadores a partir do trabalho com sequência didática. Considerando o foco desta pesquisa, foram selecionados cinquenta e três (53) resumos que mencionaram o trabalho e/ou proposições de sequências didáticas e abordaram a inclusão de obras literárias. O passo seguinte foi estabelecer contato com os autores destes resumos, por meio de e-mail e telefonema, sendo que quinze (15) deles enviaram documentos em resposta, incluindo sequências didáticas efetivamente trabalhadas e outras que foram propostas, mas não necessariamente postas em prática, além de outros materiais. A partir desse material recebido, foi iniciada a fase de análise dos dados, com a categorização destes e tratamento para a interpretação. A metodologia da pesquisa é classificada como Análise de Conteúdo, utilizando, como referencial teórico, os trabalhos de Bardin (2002), Bakhtin (2011), Coelho (2002), Cosson (2006), Cunha (1994), Schneuwly; Dolz (2004), Zabala (1998), Zilberman (2003), dentre outros autores que também ajudam a abordar a apreciação estética da obra literária e o conceito de sequência didática. Deste modo, a investigação busca instigar educadores e escritores a refletir sobre a obra literária infantil, tendo em vista que se trata de uma fonte de conhecimento cultural, histórico, social que contribui na formação da criança e ampliação do conhecimento de mundo.

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DISCURSOS SOBRE A TEMÁTICA DO ABUSO SEXUAL DE CRIANÇAS E DA PEDOFILIA NA MÍDIA ESCRITA

Autor: JULIANNE CAJU DE OLIVEIRA SOUZA MORAES

Resumo:  A presente pesquisa se insere no âmbito do Grupo de Pesquisa Infância, Juventude e Cultura Contemporânea (GEIJC), do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso, Câmpus Universitário de Rondonópolis (PPGEdu/UFMT/CUR) e tem como objetivo analisar a emergência dos discursos veiculados na mídia impressa sobre o tema da pedofilia e do abuso sexual contra crianças e adolescentes, em suas interfaces com os discursos sobre os direitos da criança e do adolescente e com a construção social da infância e juventude brasileiras. Desde a década de 1990, a pedofilia e o abuso sexual contra crianças e adolescentes constituem um problema que demanda grande atenção da sociedade brasileira. De fato, significam uma questão seríssima a ser enfrentada. Para tanto, entender os contornos de sua definição social, ou seja, o modo como essa questão é representada na sociedade, repercute sobre a maneira como se pretende enfrentá-la. Na esteira deste pensamento, considerando a mídia como um importante ator na delimitação de problemas sociais, buscamos identificar os padrões de publicização, as retóricas e repertórios discursivos empregados na emergência dos temas do abuso sexual contra crianças e adolescentes e a pedofilia. Indagamos se o aumento substancial da noticiabilidade desses temas, nas últimas duas décadas, teria contribuído para o enfrentamento dessa problemática na sociedade brasileira ou se o dramatismo que os cerca teria sido usado para alimentar um tratamento sensacionalista dessa temática. No plano metodológico, utilizamos o referencial da Hermenêutica de Profundidade (HP), proposto por J. B. Thompson. As formas simbólicas sob análise são 221 peças jornalísticas publicadas no jornal Folha de São Paulo sobre os temas pedofilia e “abuso sexual infantil”, no período de 1976 a 1999. Os dados analisados indicam que a pedofilia passou de um tema silenciado pela Folha, até a década de 1980, a um objeto de crescente atenção, a partir da década de 1990. Apontam, também, que a publicização desse tema está associada à emergência dos discursos sobre a violência sexual contra crianças e adolescentes, no contexto internacional, e pela difusão dos direitos da criança e do adolescente, no contexto nacional, após a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em 1990. O jornal, especialmente no final da década de 1990, deu preferência por tratar o “abuso sexual infantil” a partir da expressão pedofilia, que se reveste de maior sensacionalismo e possibilita a espetacularização. Desse modo, o termo pedofilia foi sendo construído, ganhando o significado de que todo e qualquer abuso sexual contra crianças e adolescentes tem correlação com a pedofilia. Mais que isso, foi se transformando em um grande problema social e, da forma como foi re(produzido), passou a gerar pânico na sociedade. Essa rotulação não serve apenas ao sensacionalismo, mas tem efeitos deletérios no enfrentamento dessa questão, pois, ao contribuir para circunscrever os abusadores no campo da patologia, da natureza, da perversão, acaba por desfocar o abuso sexual de crianças e adolescentes de sua dimensão de fenômeno cultural produzido e sustentado em uma sociedade estruturada em desigualdades etárias, de gênero e em valores e práticas patriarcais.

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“AS MENINAS SÃO TODAS PRINCESAS E OS MENINOS SÃO TODOS MACHOS”? UMA CARTOGRAFIA DOS DISPOSITIVOS DE GÊNERO E SEXUALIDADE NUMA ESCOLA PÚBLICA

Autor: LEONARDO DO NASCIMENTO

Resumo: No primeiro semestre de 2015, dei início a um processo de investigação cartográfica dos dispositivos de gênero, sexualidade e suas interseccionalidades, tal como anunciado no título dessa dissertação, por meio do mergulho nos territórios existenciais de quatro professoras e um professor, tendo em vista um duplo movimento: o da produção de novas subjetividades e o da adoção de uma política de escrita que as reflita enquanto processo, e não enquanto representação. Para cartografar os dispositivos de gênero, sexualidade e suas interseccionalidades nos territórios existenciais das colaboradoras e do colaborador da pesquisa, parto de uma perspectiva teórica feminista pós-estruturalista do campo dos estudos de gênero pensado como plural, no qual a masculinidade e a feminilidade, ou, melhor dizendo, as masculinidades e as feminilidades, são produzidas em territórios existenciais polifônicos e multivetoriais. No interior das minhas escolhas metodológicas, tomo algumas ferramentas analíticas elaboradas ou aperfeiçoadas com os estudos queer, estudos feministas negros, estudos educacionais pós-estruturalistas e estudos acerca da cartografia, adotando uma atitude implicada, localizada e interseccional. Para compor um quadro político, filosófico, teórico e metodológico possível para essa dissertação, dialogo com Cristhiane Souza Postil, Iraniudes Moraes de Souza, Lázara Ribeiro de Araújo, Márcio Cândido de Oliveira, Patrícia Alves Santos, Lourdes do Nascimento, Gilles Deleuze e Félix Guattari (1995), Michel Foucault (1998; 1999b; 1999c), Ernesto Laclau e Chantal Mouffe (2015), Alfredo Veiga-Neto (2012), Eni Puccinelli Orlandi (2003; 2016), Guacira Lopes Louro (1997; 2000; 2007), Judith Butler (2012; 2014), Donna Haraway (1995), Kimberlé Crenshaw (2004), Berenice Bento (2006; 2015), João Manuel de Oliveira (2012), Eduardo Passos, Virgínia Kastrup, Liliana da Escóssia et ali (2015), Joan Scott (1995), Adrienne Rich (2010), Raewyn Connel (2003), Durval Muniz de Albuquerque Júnior (2010; 2011), Deivison Faustino Nkosi (2014), Beatriz Pagliarini Bagagli (2016a; 2016b), Pedro Paulo Gomes Pereira (2015), Fernando José Benetti (2013), Luiz Antônio Cunha (2013), Roseli Fischmann (2012), Jimena Furlani (2008), Marcelo Natividade (2016) e Ivone Gebara (2006).

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NARRATIVAS DIALOGADAS NOS DIÁRIOS DE CAMPO REFLEXIVOS DE PROFESSORAS INICIANTES: POSSIBILIDADES DE AUTOFORMAÇÃO

Autor: MÁRCIA ROZA LORENZZON NARRATIVAS

Resumo: Esta pesquisa é vinculada ao projeto de formação continuada PPGEdu/UFMT/OBEDUC, intitulado “Egressos da Licenciatura em Pedagogia e os Desafios da Prática em Narrativas: a Universidade e a Escola em um processo interdisciplinar de inserção do professor iniciante na carreira docente”. Tal formação é oferecida quinzenalmente de forma itinerante entre a universidade e seis escolas participantes, a partir de uma agenda indicada pelos professores sobre que temas os afligem no início na prática docente e a necessidade de apoio e acompanhamento de um projeto por meio de formação continuada. O objetivo foi acompanhar, analisar, e compreender as individualidades representadas nas escritas narrativas dos diários de campo reflexivos de quatro professoras em formação continuada no projeto PPGEdu/UFMT/OBEDUC, analisando como as aprendizagens vão sendo por elas interpretadas, ressignificadas, e as possíveis contribuições para o seu desenvolvimento profissional. Adotou-se o método (auto)biográfico e a abordagem qualitativa, e para tanto associou-se na pesquisa, instrumentos e procedimentos de coleta de dados com narrativas, como o diário de campo reflexivo e a entrevista narrativa dialogada. As indagações que movimentaram a pesquisa foram: O que revelam as narrativas das professoras iniciantes sobre a formação continuada partilhada no Projeto do PPGEdu/UFMT/OBEDUC? De que forma tanto a formação quanto o processo reflexivo a partir da escrita e o diálogo na releitura das narrativas nos diários de campo reflexivos contribuem para seu desenvolvimento profissional? Para responder estas questões, utilizou-se como referencial autores que discutem sobre o professor iniciante, seus desafios e dificuldades em início de carreira, narrativas (auto)biográficas e os que discutem sobre o uso do diário de campo reflexivo em processos formativos. Os resultados apontaram nas narrativas que a formação continuada colaborou significativamente para as professoras aprimorarem seus conhecimentos teóricos e práticos e que os registros nos diários de campo reflexivos são instrumentos que as mesmas revisitam e servem como apoio para suas reflexões referentes às dificuldades da prática docente em início de carreira.

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA DO CAMPO: POSSIBILIDADES E LIMITES PARA COM O ROMPIMENTO DA LINHA SEGREGADORA QUE TORNA A ESCOLA ALHEIA À VIDA DO CAMPO

Autor: MARIA NIELY DE FREITAS SILVA

Resumo: A presente pesquisa foi desenvolvida no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso, do Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Câmpus Universitário de Rondonópolis (PPGEdu/UFMT/ICHS/CUR). Trata-se de uma análise acerca das possibilidades e limites de ações de atividades de Educação Ambiental para com o rompimento da linha segregadora que torna a escola alheia à vida do campo, instituídas pelo Programa Mais Educação (PMEd), no ano de 2015, por duas escolas do campo da Região Sudeste mato-grossense. Para fundamentar as discussões teóricas sobre a Educação do Campo e Educação Ambiental, foram utilizados autores como Carlos Loureiro (2011), Enrique Leff (2013), Isabel Carvalho (2012), Lindalva Garske (2006), Mauro Guimarães (2011), Miguel Arroyo (2009), Mônica Molina (2010a), Michèle Sato (2003), Paulo Freire (2005), Philippe Layrargues (2012) e Roseli Caldart (2008). O caminho metodológico foi construído com base nos pressupostos da pesquisa qualitativa, em uma perspectiva dialética. Foram entrevistadas seis pessoas, sendo as diretoras e as coordenadoras do PMEd das duas escolas, uma coordenadora pedagógica e uma monitora do Programa. Como estratégias e instrumentos de coleta de dados, foram utilizadas a análise documental e entrevistas semiestruturadas. O resultado da pesquisa evidenciou possibilidades e limites para contribuição das atividades de Educação Ambiental para com o rompimento da linha segregadora que torna a escola alheia à vida do campo. As possibilidades são constatadas no fato de que as atividades se apresentam como propostas voltadas para a construção de valores sociais, conhecimentos e competências que promovam a sustentabilidade socioambiental e a qualidade de vida. Por outro lado, a organização de um trabalho coletivo e dialógico, que é um princípio que norteia atividades de Educação Ambiental voltadas à transformação de determinada realidade socioambiental, se mostrou como limite na implementação de tais atividades. Outro importante fator limitador foi a inexistência de uma política de formação de educadores para trabalhar com as atividades de EA.

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O PROFESSOR INICIANTE DA ESCOLA DO CAMPO E SUA FORMAÇÃO: POR ENTRE ESPELHOS…

Autor: OLDAIR JOSÉ TAVARES PEREIRA

Resumo: A presente pesquisa aborda a formação de professores para a Educação do Campo, mais especificamente o professor iniciante estando inserida no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu) da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Rondonópolis (UFMT/CUR), grupo de pesquisa InvestigAção. Origina-se do projeto do edital 49/2013 do OBEDUC que desenvolve formação com os professores iniciantes, com até cinco anos de docência. Objetivou investigar como os professores iniciantes do Campo se manifestam, percebem e atribuem significados à formação continuada voltada para às suas necessidades formativas no início da docência. Os sujeitos da pesquisa foram seis professores, que trabalham na Escola do Campo Wellington Flaviano Coelho que está localizada no assentamento do MST, Márcio Pereira na cidade de São José do Povo-MT. A pesquisa trata da inserção do professor iniciante na Escola do Campo, considerando as dificuldades que o início de carreira proporciona e as singularidades da Educação do Campo. Adotando uma abordagem qualitativa utilizou-se o método (auto)biográfico e a coleta de dados se deu com entrevistas e memoriais de formação. As questões que nortearam a pesquisa foram: O que manifestam os professores iniciantes da educação do Campo acerca da formação continuada ofertada pelo OBEDUC no atendimento às suas necessidades formativas para que possam minimizar os impactos deste profissional em início de carreira? O que relatam sobre os processos de formação continuada oferecidos pelo sistema público de ensino nos últimos cinco anos? Como se referem à formação continuada partilhada no projeto PPGEdu/UFMT/OBEDUC nos últimos três anos? A pesquisa revelou que os professores têm consciência de que necessitam de formação para que possam diminuir os impactos provocados no início de carreira, e que esta, quando acontece via política pública do sistema de ensino, não tem atendido às expectativas dos docentes. Revelaram ainda os resultados que a formação continuada que os professores participam no projeto OBEDUC/UFMT, ainda que não seja específica para a educação do Campo, tem lhes auxiliado a compreender os dilemas da/na prática docente.

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A EXPERIÊNCIA DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL PARA EGRESSAS ATENDIDAS PELO PRONATEC

Autor: PAULO CESAR FERNANDES DA ROSA JUNIOR

Resumo: Este trabalho, de natureza qualitativa, se propõe a refletir sobre a experiência de jovens que fizeram um curso técnico no âmbito do contraturno, em concomitância com o Ensino Médio regular. As egressas cursaram a Educação Profissional (EP), através do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC). Analisando as experiências das discentes, procurou-se apontar-lhes aspectos do vivido, merecedores de relevância, a partir do ponto de vista destes sujeitos. A pesquisa parte de uma visão fenomenológica pragmatista, mais centrada na filosofia de John Dewey, pela afinidade deste autor com aspectos teóricos da EP. Com relação aos dados de campo, aplicaram-se entrevistas semiestruturadas, realizadas em meio digital. Nas análises, perceberam-se particularidades da EP, como o aparecimento da referencialidade simbólica, que vincula conceitos a relevantes aspectos do vivido, bem como propriedades já conhecidas da EP, tais quais o vínculo entre demandas do mercado de trabalho e o ideário industrialista na experiência das egressas. Essas são reflexões que sinalizam para a necessidade de novas políticas públicas, que almejem unir educação, juventude e mundo do trabalho.

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FORMAS DE RESISTÊNCIA DE CRIANÇAS CONTRA TECNOLOGIAS PEDAGÓGICAS QUE TENDEM A SUBJUGAR A INFÂNCIA – O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA

Autor: PRISCILA ALINE RODRIGUES SILVA

Resumo: Este estudo foi desenvolvido no programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso no campus universitário de Rondonópolis (PPGEdu/UFMT/CUR), dentro da linha de pesquisa Linguagens, cultura e construção do conhecimento: perspectivas histórica e contemporânea. Este trabalho foi construído com base nas discussões propostas pelo Grupo de estudos infância e juventude na cultura contemporânea (GEIJC). Esta pesquisa se propõe a refletir sobre a criança e a infância. Os conceitos socialmente construídos de criança e infância demarcam a posição da criança na sociedade e afetam as relações adulto-criança, perpetuando uma ordem adultocêntrica de mundo. Diante disso, compreendendo a infância como uma categoria estrutural permanente na sociedade, esta investigação delineia o percurso histórico de construção das representações da infância, da legislação acerca dos direitos da criança e da educação brasileira e se baseia na Sociologia da infância com o objetivo de compreender essa subordinação e as formas de resistência contra ela. Tendo em vista que a escola é o trabalho da criança e que nesse ambiente elas estão sujeitas a diversas formas de subordinação, o objetivo desta investigação é compreender como as crianças resistem às tecnologias pedagógicas impostas pelos adultos, bem como refletir acerca de suas tentativas de inserção das culturas infantis no processo de ensino-aprendizagem de língua inglesa como forma de demarcação da agência infantil. Para tanto, desenvolvemos uma pesquisa de campo de tipo etnográfico e registramos os ajustamentos primários e secundários evidenciados durante as aulas de língua inglesa de três turmas de primeiro ano do primeiro ciclo de uma escola particular da cidade de Rondonópolis/MT. A partir dos registros do diário de campo, analisaram-se os ajustamentos primários e secundários, ou seja, as formas de resignação ou resistência evidenciadas pelas crianças, com relação às rotinas didáticas em sala de aula. Os resultados revelam, dentre várias inferências, a necessidade de se rever a prática docente adultocêntrica, disciplinadora e controladora dos corpos, de modo que se reconheça o protagonismo infantil, expresso sobretudo pela criatividade das crianças no enfrentamento das rotinas que as subjugam nos espaços escolares.

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REPRESENTAÇÕES DE INFÂNCIA, BRINQUEDO, BRINCAR E CONSUMO NA ANIMAÇÃO TOY STORY (1995)

Autor: RAYANY MAYARA DAL PRÁ

Resumo: A presente pesquisa analisa representações de infância, brinquedo, brincar e consumo na animação estadunidense Toy Story (1995), produzida pela parceria dos estúdios Walt Disney Pictures e Pixar Animation Studios, dirigida por John Lasseter, com roteiro de Michel Arndt. Esse filme se tornou um marco na história do cinema por ter sido o primeiro produzido de forma totalmente computadorizada. Na animação, os brinquedos ganham vida quando os seus donos, as crianças, não estão presentes. Nesse sentido, problematizar quais são esses brinquedos e quem brinca com eles é um eixo dessa pesquisa. Além disso, refletimos também sobre como o brincar é representado na obra. Considerando o filme como um produto da Indústria Cultural, apontamos para reflexões sobre o consumo na animação e a partir da mesma, como outro eixo de análise. O estudo indica que em Toy Story (1995), a infância é representada como um universo à parte do mundo adulto e os brinquedos, são, por excelência, os artefatos culturais que indicam o pertencimento das crianças à essa categoria social. Porém, não se trata de qualquer brinquedo, como também não são quaisquer crianças. Há uma distinção entre os brinquedos da “criança ideal” e aquela que precisa ser “educada”. Há também uma diferenciação entre os brinquedos destinados às meninas e os pertencentes aos meninos, indicando estereótipos de masculinidade e feminilidade. A maneira como as crianças se relacionam com esses brinquedos também indicam modos “corretos” e “incorretos” de brincar. Como teia que liga todos esses elementos da obra, há, no próprio filme, uma rede de consumo que transpõe as telas de cinema e invade as prateleiras de vários seguimentos comerciais direcionados à criança, que analisamos a partir do conceito de transmídia. Concluímos o texto, apontando para a necessidade de uma pedagogia que considere a mídia e sua cultura como elementos de aprendizagem e leitura.

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“JUVENTUDE EM FÚRIA”: REPRESENTAÇÕES, TENSÕES E POLÍTICA NO GOVERNO REAGAN

Autor: RONALDO ALVES RIBEIRO DOS SANTOS

Resumo: No mundo contemporâneo as imagens desempenham um papel fundamental no processo de educabilidade. Expostas em todos os lugares e de formas diversas, cada vez mais os espectadores interagem com as imagens e passam a ter seu olhar educado através delas. Dentre a diversidade imagética que participa ativamente da construção das identidades sociais dos homens e mulheres no tempo, o cinema tem tido um papel singular. A presente dissertação intitulada “Juventude em Fúria: representações, tensões e política no governo Reagan” vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação, (PPGEdu/CUR/UFMT), linha de pesquisa Linguagens, Cultura e Construção do Conhecimento: perspectiva histórica e contemporânea, tem como principal objetivo investigar os pontos de diálogo, tensões e conflitos instaurados pelo filme Juventude em Fúria: um mundo de violência, produção hollywoodiana dos anos 1980, como representação da realidade com as políticas implantadas para imigração e privatização dos presídios nos Estados Unidos durante os anos da presidência de Ronald Reagan. Nesse contexto histórico de expansão do neoliberalismo, damos especial destaque para as análises a respeito das juventudes da época representadas no filme. Utilizamos como metodologia os pressupostos de Douglas Kellner (2001) a partir da vertente da Escola Britânica de Estudos Culturais, onde se procura compreender os elementos formadores da “cultura da mídia” e seus contextos históricos de produção. A cultura da mídia pode ser entendida como o lugar de disputa de poderes que criam e recriam as condições de transmissão e interpretação de mensagens, dominação e resistência cultural, social e política. O trabalho está organizado sobre as seguintes reflexões: a compreensão construída pela mídia sobre a juventude enquanto “problema social” e sua desconstrução crítica em prol de uma concepção sociologicamente construída; a análise do contexto histórico de produção do filme Juventude em Fúria: Um mundo de violência (1983) para estabelecermos o diálogo entre a representação do mundo diegético e as experiências políticas e sociais vivenciadas pelos jovens imigrantes nos Estados Unidos na época; o tensionamento das representações dos latino-americanos como povos subversivos presentes no filme e a política estadunidense conhecida como “Guerra às Drogas”; a análise da representação dos personagens católicos como um grupo avesso aos valores protestantes presentes no contexto histórico estadunidense; a problematização das representações diegéticas a respeito das instituições correcionais através da análise da emergência do Estado penal e da privatização dos presídios públicos. Nas considerações finais, apontamos aspectos de convergência do processo histórico e político brasileiro recente com a instauração do projeto político conservador estadunidense dos anos 80. Concluímos que propostas políticas, econômicas e sociais reacionárias continuam sendo produzidas e transmitidas por meio de imagens que participam ativamente do processo de construção das identidades sociais dos sujeitos que se relacionam com essas representações. Reafirmamos a necessidade de problematizarmos tais representações e imagens no campo da educação, com vias a promover pautas democráticas que atuem no processo de construção social dos homens e mulheres contemporâneos.

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A POLÍTICA DE FORMAÇÃO DOS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS DE MATO GROSSO (2003-2014)

Autor: ROSELY DOS SANTOS FERREIRA

Resumo: Esta dissertação tem como objetivo analisar os pressupostos teórico-metodológicos da política de formação de professores da Educação de Jovens e Adultos do Estado de Mato Grosso, desenvolvida no período de 2003 a 2014, pela Secretaria de Educação do Estado de Mato Grosso (SEDUC-MT). Para tanto, partimos da seguinte indagação: Quais são os pressupostos teórico-metodológicos da política de formação dos professores da educação de jovens e adultos da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso? Trata-se uma pesquisa de natureza qualitativa, ancorada no materialismo histórico dialético, desenvolvida por meio do método dialético, que utiliza como procedimentos metodológicos a pesquisa documental e entrevista semiestruturada. O estudo aponta que a ausência de uma formação específica para atuar como professor de Educação de Jovens e Adultos (EJA) é um dos problemas a serem enfrentados por essa modalidade de educação, pois, na sua prática educativa, esse professor entra em contato com várias realidades, saberes e culturas dos alunos, o que torna imperativo uma formação específica. No que diz respeito aos pressupostos teóricos- metodológicos da política de formação de professores de Mato Grosso, é possível afirmar que ela fundamenta-se em uma perspectiva crítica da educação, em que os educandos da EJA são entendidos como sujeitos que possuem saberes de experiências, ponto de partida para o processo ensino-aprendizagem; a educação como ferramenta necessária a transformação da realidade, devendo, pois, proporcionar aos jovens e adultos o acesso aos conhecimentos historicamente produzidos e acumulados pela humanidade, e a formação de professores da EJA como momento de pesquisa, reflexão e ação sobre a prática docente, isto é, como práxis verdadeiramente transformadora da realidade, fonte de conhecimento reflexivo e criação.

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POLÍTICAS DE CURRÍCULO PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL EM RONDONÓPOLIS (MT): DISPUTAS DISCURSIVAS PELA FIXAÇÃO DE UMA IDENTIDADE PARA O PROFESSOR

Autor: ROSELY SANTOS DE ALMEIDA

Resumo: Esta pesquisa de mestrado tem como tema de investigação as políticas de currículo para a Educação Infantil no Brasil. A ideia de que uma identidade a ser construída pelos professores seja possível, tal como as políticas tratam, é assumida como o problema a ser pesquisado. O objetivo geral é compreender como diferentes sentidos disputam a fixação da identidade do professor da Educação Infantil nos documentos curriculares nacionais e no contexto da prática, na Rede Municipal de Ensino de Rondonópolis (MT). Teoricamente, o estudo se baseia nas discussões de Lopes e Macedo e tem buscado discutir as noções de currículo como prática cultural, cultura, sujeito descentrado e política. O currículo enquanto uma prática cultural constitui-se, assim, na ação, na tentativa de produzir sentidos no encontro com o Outro. Dessa forma, este estudo segue as discussões de Chantal Mouffe e entende que as políticas curriculares de Educação Infantil como produções discursivas que tentam imprimir ordem ao social e, neste caso, tentam fixar uma identidade para o professor de Educação Infantil, pensada como capaz de garantir uma educação de “boa” qualidade. Assim, a base teórico-metodológica da pesquisa se baseia em Ball e Bowe, que nos permitem analisar a política como texto e como discurso que se constituem operando em diferentes contextos. A pesquisa tem foco em textos políticos e no contexto da prática, sendo a empiria composta de documentos assinados pelo Ministério da Educação (MEC), pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e outros agentes políticos identificados durante o levantamento; também compõem a empiria entrevistas com coordenadoras pedagógicas que atuam em unidades de Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino de Rondonópolis (MT), pois são as leitoras privilegiadas dos documentos oficiais nas unidades. A análise é composta por três momentos: a discussão de sentidos atribuídos aos significantes criança, infância, conteúdos, conhecimentos, cultura e experiência, termos privilegiados nos textos políticos; a discussão, a partir das entrevistas realizadas, de sentidos atribuídos aos professores no contexto da prática, com destaque para o privilégio de termos como relações e planejamento; a discussão sobre a impossibilidade de uma identidade para o professor de Educação Infantil. Nas considerações finais, destaco a impossibilidade de os textos políticos fixarem uma identidade para o professor de educação infantil, problematizando a ideia de que certos modos de conceber o professor são apresentados nas políticas para que as relações (criança/professor/criança/criança) possam ser produtivas e concorram para a “educação de qualidade”, constrangendo outras possibilidades de práticas que não se enquadram nos textos políticos que circulam. Problematizo as políticas em curso, defendendo o espaço educacional como o lugar de encontro das diferenças e chamo a atenção para a importância de se tentar novas formas de relações abertas entre os sujeitos, que não estejam pautadas nas relações de força e hierarquia, em universalismos em relação a uma identidade ideal de professor ou de criança, tal como os universalismos que se encontram nos discursos dos saberes a serem validados, nas orientações, leis e decretos.

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A INTERDISCIPLINARIDADE EM SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS DESENVOLVIDAS NO CONTEXTO DO PACTO NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA (PNAIC)

Autor: ROZILENE DA COSTA BATISTA

Resumo: Esta pesquisa teve como tema central a Interdisciplinaridade no desenvolvimento de atividades realizadas em sala de aula, com base no Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa – PNAIC. O objetivo geral foi de analisar se as propostas de Sequências Didáticas (SD) desenvolvidas por professoras alfabetizadoras, que participaram do PNAIC, nos anos de 2013, 2014 e 2015 pautaram-se em uma perspectiva interdisciplinar. Esse objetivo se desdobrou em dois objetivos específicos: 1 – Compreender quais concepções de interdisciplinaridade e de sequência didática fundamentam os documentos fornecidos pelas colaboradoras; 2 – Analisar se a organização do trabalho pedagógico, a partir de sequências didáticas, favorece a interdisciplinaridade. A metodologia utilizada foi de abordagem qualitativa, aliada ao método da Análise de Conteúdo através da técnica de análise documental. Os documentos que se constituíram como objetos de análise foram as próprias SD e os relatos da realização dessas, fornecidos por professoras alfabetizadoras participantes do Programa, de escolas públicas das redes municipal e estadual de ensino, que colaboraram com a pesquisa. Foram onze professoras, que atuaram, no período, em turmas dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Foram levantadas duas categorias de análise, que se apresentaram em: SD Multidisciplinares e SD Interdisciplinares. Com este estudo, constatamos que a formação do PNAIC proporcionou, a 88% das professoras alfabetizadoras participantes da pesquisa, a realização de sequências didáticas numa perspectiva interdisciplinar, e a 33%, uma perspectiva multidisciplinar. No entanto, evidenciou-se a necessidade de continuar a busca pela interdisciplinaridade, para que haja maior engajamento na esperança de que, em algum momento, essa prática se efetive.

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A FORMAÇÃO CENTRADA NA ESCOLA E A PRÁTICA PEDAGÓGICA: UM DIÁLOGO ENTRE O PENSADO E O VIVIDO NUMA ESCOLA DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE SINOP – MT

Autor: SOLANGE ANA DALLA VECCHIA

Resumo: O presente trabalho trata-se do corolário de uma pesquisa de Mestrado vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Mato Grosso, Câmpus Universitário de Rondonópolis. A problemática apresentada como questão central da pesquisa foi: “Como os professores concebem a formação centrada na escola e a relação com a sua prática pedagógica?”. A pesquisa tem como objetivo principal analisar a prática pedagógica de professores dos anos iniciais do ensino fundamental e compreender as concepções que permeiam as ações didáticas destes professores e a relação com a formação centrada na escola. Esta pesquisa foi desenvolvida numa escola pública da Rede Municipal de Ensino do município de Sinop, região norte do estado de Mato Grosso. Os sujeitos colaboradores da pesquisa foram cinco professoras dos anos iniciais do ensino fundamental, escolhidos de acordo com os critérios estabelecidos pela investigação. Para a coleta e análise dos dados, assumo uma abordagem qualitativa na perspectiva dialética, como caminho teórico-metodológico sustentado por autores como: Bogdan e Biklen (1994); Rey (2010); Trivinõs (1987); Kosik (1976); Gadotti (2010); Netto (2011); Cury (1992); Andery (2004), dentre outros, uma vez que esta perspectiva favorece a interpretação e compreensão dos fenômenos sociais, possibilitando chegar a sua essência. A coleta de dados numa pesquisa qualitativa requer instrumentos que possibilitem captar o movimento do objeto de estudo, assim, os instrumentos utilizados nesta pesquisa foram: questionário fechado, entrevista semiestruturada, análise documental e a observação direta em sala de aula. A perspectiva teórica que alicerça as reflexões, a partir dos dados colhidos, compreende a educação como processo de construção da práxis humana. Assim, para refletir e compreender sobre educação, formação e prática pedagógica, busquei aportes no pensamento freiriano, em Freitas (2004), Gadotti (1994; 2010), Imbernón (2002; 2009), Contreras (2002), Franco (2008; 2012), Carvalho (2005; 2006), Veiga (2012; 2009; 1995; 1989) dentre outros, que me permitiram compreender o movimento dialético entre educação, formação e prática pedagógica na construção de uma práxis educativa comprometida com a emacipação humana. A análise dos dados indicou que a formação docente é o foco central do projeto político-pedagógico da unidade pesquisada e que os professores têm consciência da importância dessa formação para o sucesso do processo de ensino e aprendizagem. Porém, predomina a ideia de escola como espaço de reprodução do sistema educativo proposto pelo estado. No que tange às práticas pedagógicas, as reflexões evidenciaram uma tímida relação com a formação centrada na escola, sendo que a maior parte dos objetos de estudo nas formações era de caráter normativo, que não se traduziam em práticas na sala de aula, prevalecendo, assim, práticas reprodutivistas de formações determinadas pelos sistemas de ensino. Desse modo, foi possível constatar que a formação centrada na escola precisa ser repensada coletivamente pelos sujeitos envolvidos e amparada por políticas públicas delineadas para acompanhar o processo de formação docente.

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DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DO PROFESSOR EXPERIENTE NO PROJETO COLABORATIVO UNIVERSIDADE/ESCOLAS: DESAFIOS E NECESSIDADES FORMATIVAS

Autor: SUELI DE OLIVEIRA SOUZA

Resumo: A presente pesquisa tem origem no projeto aprovado pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso/Câmpus Universitário de Rondonópolis (PPGEdu/UFMT/CUR) junto ao Observatório da Educação OBEDUC/CAPES/INEP/ SECADI/2012, o qual tem como foco o professor iniciante e seu desenvolvimento profissional, dificuldades e necessidades, e, neste contexto, oferece formação continuada, de forma itinerante, a seis escolas da Educação Básica. O projeto do OBEDUC prevê o processo de orientação e apoio aos professores em início de carreira por meio de formação continuada e do acompanhamento assistido por um professor experiente, sendo este o foco da presente pesquisa. O professor experiente é concebido, neste estudo, como aquele profissional que, além dos anos de experiência, tem um trabalho significativo junto aos seus pares, que mobiliza saberes para lidar com as situações da prática com maior segurança. Esta pesquisa objetivou compreender como se dá o desenvolvimento profissional do professor experiente ao acompanhar o professor iniciante no projeto PPGEdu/ UFMT/OBEDUC, a partir da formação continuada por eles requerida como forma de minimizar suas dificuldades no atendimento às suas necessidades formativas. Adota abordagem qualitativa, com o método (auto)biográfico, tendo como instrumentos o diário de campo, memoriais de formação e entrevistas com quatro professoras experientes que se disponibilizaram à investigação. Assim, a pesquisa trouxe como indagações: que necessidades formativas os professores experientes manifestam serem necessárias para o desempenho na atividade de acompanhar o professor iniciante? O que estes profissionais registram sobre o seu desenvolvimento profissional junto ao Projeto de formação continuada, desenvolvido pelo PPGEdu/UFMT/OBEDUC para o atendimento às suas reivindicações? Os resultados apontaram que os professores experientes são pouco assistidos pelas propostas de formação de professores e seu envolvimento no Projeto PPGEdu/UFMT/OBEDUC apresentou indícios de desenvolvimento profissional sinalizado pelas mudanças de compreensão acerca do professor iniciante, ao problematizar junto ao coletivo da escola a necessidade de um atendimento diferenciado ao novo professor. Indicaram ainda os resultados que o fato de o projeto trazer para os encontros de formação do professor experientes seus dilemas e desafios ao acompanhar o professor iniciante socializou necessidades e experiências que ampliaram a formação dos participantes.

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