POR UMA EDUCAÇÃO DE SENSIBILIDADE: MEMÓRIAS, EXPERIÊNCIAS E REFLEXÕES PEDAGÓGICAS
Autora: ARIANE DA COSTA DOURADO ARAUJO
Resumo: Pesquisa vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Rondonópolis (PPGEdu), na linha de pesquisa Educação, Cultura e Diferenças. Tem como objetivo aprofundar pesquisas teóricas sobre educação de sensibilidade para compreender como se constrói a relação mestre-aprendiz na prática pedagógica do professor e na aprendizagem do aluno. O problema que move a pesquisa é: como a compreensão sobre educação de sensibilidade pode contribuir para uma melhor relação de ensino e aprendizagem sob uma perspectiva de mestre e aprendiz? A fundamentação teórica, de abordagem fenomenológica, parte de autores como Georges Gusdorf, Marcos Ferreira-Santos e Rogério de Almeida, entre outros. Metodologicamente, ancora-se na “jornada interpretativa” de Ferreira-Santos e Almeida, concomitante com a “narrativa (auto)biográfica”, de Passegi, Domingo e Ostetto, como possibilidade epistemológica e hermenêutica de exploração da experiência vivida, como valorização da memória e do conhecimento de si, da trajetória de vida pessoal e profissional. Nesse sentido, parte-se das memórias de infância da autora, bem como de experiências de seu cotidiano escolar para aprofundar a compreensão acerca de atitudes e práticas pedagógicas que sejam educativas. As conclusões apontam que as histórias vividas e narradas contribuem para iluminar a trajetória pedagógica e pode ser um caminho para a construção da relação mestre-aprendiz, perfazendo de sentido a existência do professor e do aluno.
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ESCREVIVÊNCIAS DE MULHERES NEGRAS PROFESSORAS DE HISTÓRIA: MEMÓRIAS DE VIDA-FORMAÇÃO
Autora: CLEIDE PEREIRA GONÇALVES
Resumo: A presente pesquisa versa sobre o tema Mulher Negra e a Educação, e parte da premissa de que o racismo discrimina e segrega, sobretudo, as mulheres negras; cenário esse que, também, se faz presente dentro das escolas públicas e universidades brasileiras. Essa realidade, no meio educacional, é muito mais latente e preocupante antes das leis de políticas reparadoras como, por exemplo, a Lei nº 10.639/2003, a Lei nº 11.096/2005 e a Lei nº 12.711/2012. A ausência de políticas nas décadas anteriores aos anos 2000, voltadas para a escolarização formal, se configurou como mais um dos obstáculos para que milhões de brasileiros tivessem, de fato, direito à educação, como evidenciam os dados. É dentro deste contexto que se levanta para essa pesquisa a seguinte questão: Qual é a trajetória de formação de professoras negras de História, que fizeram o ensino básico nas décadas de 1980 e 1990 do século XX, levando em consideração o contexto social marcado pela discriminação e racismo em Mato Grosso? Nesse aspecto, a pesquisa tem por objetivo geral analisar a trajetória de escolarização de mulheres negras professoras de História que vivenciaram o ensino básico, nas décadas de 1980 e 1990 em um contexto demarcado por discriminação e racismo, bem como as influências dessa escolarização na sua atuação profissional. Para a condução desta investigação assume-se a pesquisa (auto)biográfica que permite, por meio de histórias de vida e formação, repensar e renovar as concepções de educação, já que a estrutura investigativa desta vertente permite o processo de autoformação. A coleta de dados se deu por meio de memoriais de formação com a participação de três (3) colaboradoras, sendo essas mulheres negras professoras de História, na educação básica, de Mato Grosso. Os dados evidenciam que a história de vida-formação das professoras foi, significativamente, marcada por raça, gênero, classe e origem, evidenciando inúmeros obstáculos imputados a elas da infância à formação/atuação docente. Compreende-se, assim, que o objeto de pesquisa se constitui numa investigação na perspectiva da análise histórica de uma realidade que precisa ser discutida e aprofundada, como possibilidade de mais um contributo, em favor de uma educação antirracista
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A FORMAÇÃO CONTINUADA CENTRADA NA ESCOLA DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE RONDONÓPOLIS/MT: ESPAÇO DE APRENDIZAGENS E RESSIGNIFICAÇÃO DAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EM TEMPOS DE PANDEMIA
Autora: CRISTIANE RODRIGUES THIEL SILVA
Resumo: Esta pesquisa, vinculada à Linha de pesquisa Política, formação e práticas educativas, do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu), do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS) da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), Mato Grosso (MT), discute as contribuições da formação continuada para professores do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Ensino (RME) de Rondonópolis/MT, no contexto do Projeto de Formação Continuada Centrada na Escola. Tal projeto é considerado um espaço legítimo para a apropriação de conhecimentos e mobilização de saberes para a ressignificação das práticas pedagógicas. A pesquisa orientou-se na seguinte questão: de que modo a Formação Continuada Centrada na Escola, ofertada pela Rede Municipal de Ensino de Rondonópolis/MT, durante o período de pandemia da Covid-19 (2020, 2021), contribuiu para a ressignificação das práticas pedagógicas a partir das novas demandas no processo de ensino originadas neste período? O objetivo que se delineou foi analisar as contribuições da Formação Continuada Centrada na Escola, da Rede Municipal de Ensino de Rondonópolis/MT, enquanto processo para a ressignificação das práticas pedagógicas durante a pandemia da Covid-19 (2020 e 2021), haja vista as novas demandas no processo de ensino. Nesse sentido, este estudo justifica-se em vista da importância da discussão acerca das ações formativas oferecidas pelas escolas da RME de Rondonópolis/MT, que ocorre por meio da Formação Continuada Centrada na Escola. Constituíram-se participantes deste estudo oito professores dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental de três escolas da Rede Municipal de Ensino de Rondonópolis (RME), inseridos no contexto do Projeto de Formação Continuada Centrada na Escola no período de 2020 e 2021, durante a pandemia. A coleta da materialidade empírica aconteceu a partir de entrevistas semiestruturadas. A análise e discussão dos dados ocorreu à luz da Análise Textual Discursiva (ATD), organizada em três categorias sendo elas: a) as estratégias utilizadas pelas escolas para a garantia da Formação Continuada aos professores durante a pandemia da Covid-19; b) os saberes docentes necessários para o processo de ensino e práticas pedagógicas em tempos de pandemia; c) as contribuições da Formação Continuada Centrada na Escola e apropriação dos saberes necessários para a ressignificação das práticas pedagógicas. Como resultado, esta investigação revelou, a partir das narrativas das professoras participantes, que, apesar dos desafios para a participação no projeto de formação continuada, bem como para garantia do processo de ensino aos estudantes, a formação docente desenvolvida no contexto do projeto de Formação Continuada Centrada na Escola, nas unidades escolares, oportunizou a aprendizagem e mobilização de saberes. Esta mobilização favoreceu a ressignificação das práticas pedagógicas em tempos de pandemia. Além disso, demonstrou, que os professores tiveram que reinventar-se e recriar-se. Para tanto, foi preciso integrar diversos saberes, como os pedagógicos, experienciais, curriculares, profissionais e tecnológicos. O estudo também pontuou que as reflexões, trocas de experiência entre os pares, o diálogo e o apoio e exemplo de professores mais experientes em diversas situações do cotidiano de ensino e na formação continuada ajudaram a tecer conhecimentos e práticas educativas que possibilitaram aos professores melhores condições para conduzir as situações educacionais vivenciadas no período de pandemia.
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CONSTRUÇÃO E DESCONTINUIDADE DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO CAMPO NO ESTADO DE MATO GROSSO: UMA REFLEXÃO HISTÓRICA SOBRE POLÍTICA PÚBLICA PARA PROFESSORES DO CAMPO
Autora: ISABEL PAULINA GONÇALVES
Resumo: Esta pesquisa faz parte do projeto de dissertação de Mestrado apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal Rondonópolis (PPGEdu/UFR), na área de concentração Educação, Linha de Pesquisa “Política, formação e práticas educativas”. O objetivo deste trabalho é expandir as discussões sobre a formação ofertada pela Seduc/MT aos professores que atuam na Educação do Campo, buscando compreender o impacto das políticas públicas nesse contexto educacional, visto que existe, nestes espaços, a defesa pela continuidade de políticas de formação docente e a luta pela manutenção e permanência da escola pública do campo, no campo. Neste sentido, tem-se a pretensão de investigar as políticas de formação destinadas aos professores do campo e a descontinuidade dessas mesmas políticas no Estado de Mato Grosso. O recorte temporal situa-se nos anos de 1997 e aborda os impactos das políticas neoliberais nas políticas educacionais do Mato Grosso, sobretudo com a criação das Diretorias Regionais de Educação, e no que tange às políticas de capacitação de professores do campo. Para tanto, faz-se necessário identificar as influências e tendências presentes nas políticas investigadas. O estudo ora apresentado possui abordagem qualitativa e a metodologia adotada neste estudo consiste em uma revisão bibliográfica de natureza descritiva, juntamente com a aplicação da abordagem do “Ciclo de Políticas”, desenvolvida pelo sociólogo Stephen Ball e colaboradores (2016), que se mostra especialmente adequada para compreender os contextos de influência política e produção de texto. A pesquisa utilizará como fonte empírica a análise descritiva de documentos curriculares específicos produzidos no estado de Mato Grosso desde então.
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TRABALHO COLABORATIVO DOCENTE ENTRE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO E ENSINO REGULAR NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE RONDONÓPOLIS
Autora: JOSILENI DE MORAES NASCIMENTO
Resumo: Este estudo, inserido na Linha de Pesquisa Educação, Cultura e Diferenças, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Rondonópolis, tematiza a educação inclusiva e a colaboração entre professores atuantes no Atendimento Educacional Especializado e docentes das salas regulares. O Atendimento Educacional Especializado é integrado ao ensino regular e estabelecido pela Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, e seu objetivo é fornecer serviços e recursos para garantir a participação de alunos com deficiência, Transtorno do Espectro Autista e Altas Habilidades e Superdotação nas atividades escolares. Considerando que uma das responsabilidades do professor de Atendimento Educacional Especializado é articular o trabalho pedagógico com os docentes das salas regulares, o estudo tem como objetivo compreender essa dinâmica, investigar a interação entre os professores do Atendimento Educacional Especializado e os docentes regulares, analisar as bases legais e políticas públicas que apoiam a colaboração e identificar condições e obstáculos para sua efetivação. A pesquisa se fundamenta na teoria crítica da sociedade, propícia à denúncia das estruturas sociais e das relações de dominação que mantêm a desigualdade, com o propósito de construir uma sociedade inclusiva e justa, em que a inclusão escolar pode exercer papel central no combate à exclusão e à discriminação de pessoas, em virtude de suas diferenças. Quanto ao método, este estudo adota uma abordagem qualitativa em que a revisão bibliográfica desempenhou um papel fundamental, proporcionando um diálogo com autores e orientando a elaboração das entrevistas semiestruturadas. Para análise dos dados coletados, foi adotada a metodologia de análise de conteúdo descrita por Bardin. Como resultado da pesquisa destaca-se que o trabalho colaborativo foi entendido pelos participantes da pesquisa como elemento-chave na promoção da educação inclusiva. Foi indicada a necessidade de investir na melhoria da infraestrutura escolar através da implantação de novas Salas de Recursos Multifuncionais e houve apontamentos de que a experiência profissional dos docentes é um fator relevante para a inclusão. Foram destacadas barreiras à colaboração entre docentes, como a falta de Salas de Recursos Multifuncionais em algumas escolas e a percepção imprecisa de alguns professores quanto à educação inclusiva. Por fim, foi possível perceber que em Rondonópolis existem bons exemplos de trabalho colaborativo e que, apesar de avanços na educação inclusiva, há muitos elementos que necessitam de aprimoramento.
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A FORMAÇÃO PERMANENTE CENTRADA NA ESCOLA: DA POLÍTICA À CONCEPÇÃO E PRÁTICA DOS PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL II NA REDE PÚBLICA ESTADUAL NO MUNICÍPIO DE POXORÉU – MT
Autora: JULIANA DE CASTRO FONSECA
Resumo: Esta pesquisa se situa no campo educacional, na área de Ciências Humanas e Sociais, vinculada ao Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de Rondonópolis. Este trabalho apresenta uma compreensão de formação permanente, a partir da perspectiva fundamentada nos pensamentos de autores como Freire, Imbérnon, Carvalho, entre outros. Nessa pesquisa compreende-se a circunstância na qual acontece a formação de professores, caracteriza o passo fundamental para estabelecer um diálogo coerente, com foco nas reais necessidades e cada escola, com suas problemáticas específicas. O estudo intenciona produzir uma reflexão sobre as mudanças e impactos que aconteceram com a política de formação docente da rede estadual de Mato Grosso. O espaço da investigação foi o município de Poxoréu, na perspectiva de elucidar como é concebida e desenvolvida no contexto da prática do Ensino Fundamental II, num limite de tempo de 2020 a 2023. Destaca-se como objetivo desta investigação analisar a receptividade e influência da política de formação na escola sobre o contexto das concepções e práticas dos professores, diante da proposta da política pública de formação de professores do Ensino Fundamental II, na visão dos professores. Neste sentido, delimitou-se a verificar se a escola possui um projeto de formação permanente centrada na escola, bem como o professor concebe e que importância é atribuída à formação ofertada na escola. A pesquisa foi desenvolvida em duas escolas da Rede Estadual de Ensino, com oito professores, sendo um professor por área de conhecimento (Linguagem, Matemática, Ciências Humanas e Ciências da Natureza) de cada escola. A abordagem metodológica da pesquisa é qualitativa, alicerçada ao método dialético-dialógico na perspectiva da teoria da educação freiriana. Para a efetivação deste estudo, utiliza-se como instrumentos de coleta de investigação: análise de documentos que permeiam os processos formativos e entrevista semiestruturada. Os dados recolhidos nas entrevistas com os participantes são analisados juntamente com a análise documental, fundamentados na concepção teórica dialética e dialógica da educação freiriana. Parte da compreensão de que a práxis pedagógica e a formação de professores são temas essenciais no campo da educação. Dessa forma, constatou-se diante dos resultados da investigação, que a formação continuada centrada na escola constitui um processo formativo-investigativo relevante para o/a professor/a, pois permite uma articulação direta entre a prática docente e as necessidades reais do contexto escolar. As narrativas das professoras evidenciam: a falta de tempo e precarização do trabalho docente; a percepção de que a formação proposta pela SEDUC é muito teórica e não condiz com a realidade da escola; a crítica de que o material da formação vem pronto; a reivindicação de processos formativos presenciais que oportunizem a troca de experiências a partir de vivências contextualizadas com a realidade das escolas; a necessidade de os professores serem consultados e participarem efetivamente da construção dos processos formativos; a denúncia de desumanização do professor preconizado pelo decreto da gratificação. A formação fundamentada no princípio da dialética e do diálogo, contribui para uma educação mais libertadora, que não se limita à reprodução de modelos prontos, mas busca transformar o indivíduo e realidade em que está inserido. O resultado desta pesquisa problematiza e contribui com a política de formação de professores de Mato Grosso, sobretudo para que possa ajudar na reflexão da construção de política para formação permanente centrada na escola, comprometida com a gestão democrática.
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A POLÍTICA CURRICULAR DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE LÍNGUA INGLESA DA REDE ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE MATO GROSSO (2022 – 2024): UMA PROBLEMATIZAÇÃO ACERCA DA PROJEÇÃO DA IDENTIDADE DOCENTE
Autora: LÍGIA CHRISTIE COÊLHO SILVA
Resumo: No cenário de mudanças na configuração da formação continuada dos profissionais da educação básica de Mato Grosso, esta pesquisa foca a Política Curricular de Formação de Professores de Língua Inglesa na Rede Estadual de Mato Grosso, proposta pela Secretaria Estadual de Educação a partir de fevereiro de 2022, em consonância com o Plano Estadual de Educação, aprovado pela Lei Nº 11.422, de 14 de junho de 2021 e instituída pelo Decreto Nº 1497/2022, que dispõe sobre o Programa Educação Dez Anos no âmbito do Estado de Mato Grosso e cria a Política Pública de Línguas Estrangeiras. A Política Pública de Línguas Estrangeiras é alicerçada em três Programas: Mais Inglês, Mais Idiomas e no Programa de Internacionalização. A formação continuada de professores de Língua Inglesa é uma das ações do Programa Mais Inglês. Assim, o objetivo deste estudo é problematizar as políticas curriculares de formação continuada em serviço estabelecidas para professores de Língua Inglesa em Mato Grosso desde o ano de 2022, buscando compreender as projeções de identidade docente e o processo de subjetivação decorrente. São objetivos específicos do estudo: identificar quais concepções (discursos) de conhecimento, de currículo, de educação e formação permeiam as políticas curriculares de Língua Inglesa estabelecidas pela Secretaria de Educação na rede estadual de Mato Grosso; compreender, por meio da investigação autobiográfica de matriz pós-estrutural, os processos de subjetivação dos professores de Língua Inglesa da rede pública estadual de Rondonópolis diante das políticas curriculares de formação propostas a partir do ano de 2022 e problematizar a projeção das identidades e a subjetivação dos professores de inglês na chamada implementação das políticas de Língua Inglesa na rede estadual de Mato Grosso. Os principais referenciais teórico-metodológicos da pesquisa estão apoiados em: Alice Casimiro Lopes e Elizabeth Macedo, que permitem entender política como decorrência de uma articulação que constrói discursos provisórios e contingentes; Willian Pinar, para quem o currículo é uma conversa complicada, não limitada a um programa de ensino, que envolve aspectos intangíveis, incognoscíveis da experiência; André Lemos, em quem essa pesquisa se baseia para abordar as noções de dataficação (que transforma ações em dados rastreáveis) e plataformização (transformam dados em comportamentos) na educação e na formação de professores. A empiria da pesquisa é composta por uma conversa gerada por meio de grupo focal (uma conversa complicada, nos termos de Willian Pinar) com três (03) professoras de Língua Inglesa efetivas na rede estadual de educação e, principalmente, de documentos curriculares da Política Curricular de Formação para Professores de Língua Inglesa elaborados pela Secretaria de Educação de Mato Grosso. Enquanto resultados, ressalto que a política curricular acarreta projeções de identidades de sujeitos que sejam capazes de performar, na encenação da política, resultados que possam ilustrar a superação das faltas apontadas pelos processos da própria política. Ora, de forma contraditória, os diagnósticos que apontam uma falta, um problema a ser resolvido pela prescrição política, representam, nesse sentido, nada mais que uma contradição, a incompletude do próprio modelo revelada pela exclusão de aspectos fundamentais da política oficial – como o concurso docente, a manutenção de quadros com formação adequada a serem formados permanentemente – , exclusão posta em cena pelos atores que detêm o poder central em sua elaboração. Assim, a idealidade da política oficial é sustentada, também, pela idealidade das identidades docentes.
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A EDUCAÇÃO DA CISGENERIDADE EM MEMÓRIAS DE INFÂNCIA: A MANUTENÇÃO E DESESTABILIZAÇÃO DE UM MODELO HEGEMÔNICO DE FAMÍLIA
Autora: LISSA CARVALHO DE SOUZA
Resumo: A hegemonia da família cis-heternormativa instaura-se a partir da manutenção do sistema econômico capitalista e suas mutações. Assim, seu modelo serve a interesses econômicos e sociais e, para sua perpetuação, faz-se necessária a repressão de sexualidades desviantes, para, assim, instaurar normatizações e legitimar a coerência corporal de sexo/gênero/sexualidade e desejo. Na infância, por exercer poder e controle sobre as crianças, essa instituição controla e vigia esses corpos infantis, visando à manutenção dessas estruturas normativas, sob a justificativa dos discursos de proteção e cuidado. Dessa forma, a presente pesquisa de dissertação, vinculada ao grupo de pesquisa “Infância, Juventude e Cultura Contemporânea” (GEIJC) e pertencente ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Rondonópolis e à linha de pesquisa “Educação, Cultura e Diferenças”, debruça-se sobre memórias de infância para pensar sobre os sentidos da educação voltada para a cis- heteronormatividade no contexto familiar. Assim, busca-se compreender as pedagogias de gênero e de sexualidade que atuam na instituição familiar; assim como evidenciar experiências de gênero e sexuais transgressoras às normas, na produção de memórias de infância na família e, por fim, investigar os agenciamentos das normativas de gênero e sexualidade dos/as participantes na educação de seus/as filhos/as. O corpus desta pesquisa constituiu-se a partir das repercussões de memórias de infância na educação da cisgeneridade dentro do contexto familiar, tendo como participantes mães e pais, estudantes da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR). Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 4 pessoas, sendo um pai e três mães, com idade entre 20 e 30 anos. Os estudos pós-estruturalistas e a análise crítica do discurso constituem os aportes teóricometodológicos desta pesquisa. As análises mostraram que as rememorações se configuraram enquanto um importante dispositivo para a realização de mudanças nas práticas pedagógicas dos/as participantes dentro do ambiente familiar, buscando a quebra de ciclos intergeracionais de perpetuação das desigualdades sexuais nessa instituição familiar, com a adoção de práticas que respeitem as crianças e as infâncias, visem sua liberdade de expressão e que estejam abertas ao diálogo e ao acolhimento. Entretanto, também se observou que, nessas dinâmicas familiares, ainda é bastante vigente a sobrecarga de funções direcionadas à mãe e, em contrapartida, o distanciamento paterno dessas práticas de cuidado e de afeto para com as crianças. Assim, esses fenômenos se interrelacionam, visto que há dificuldade de se pensar práticas que permitam a diminuição dessa sobrecarga materna, tendo em vista que a relação entre os homens e as crianças ainda é bastante perpassada pelo medo, vigilância e perigo, dificultando o compartilhamento dessas funções de cuidados.
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A VIDA NA ESCOLA: contribuições do trabalho da coordenação pedagógica em tempos de ensino remoto e híbrido em Juscimeira – MT
Autora: LIZANDRA KARINE MOTA
Resumo: Esta pesquisa está vinculada a linha de pesquisa: Política, formação e práticas educativas do Programa de Pós-Graduação em Educação do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Rondonópolis – UFR/MT. A pesquisa aborda a organização do trabalho pedagógico da rede estadual de ensino de Mato Grosso (SEDUC-MT), entre os anos de 2020 a 2021, período em que ocorreu o Ensino Remoto Emergencial nas escolas estaduais do município de Juscimeira. Nesse contexto educacional ocasionado pela pandemia do Covid19, surgiu a necessidade de reorganizar o trabalho pedagógico para implementação das aulas remotas e em seguida o retorno híbrido. A questão problema da pesquisa faz o seguinte questionamento: de que modo a pandemia da covid-19 reflete os antigos e novos sentidos à coordenação pedagógica? Este estudo tem por objetivo investigar o processo de organização do trabalho pedagógico no decorrer do período pandêmico nas escolas da rede estadual no município de Juscimeira-MT. No que tange aos procedimentos metodológicos, trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa descritiva, com foco em estudo de campo. A investigação envolveu pesquisa bibliográfica com a análise documental de legislações e análise de dados empíricos coletados através de entrevistas semiestruturadas realizadas com quatro coordenadoras pedagógicas de quatro escolas da educação básica da Rede Estadual de Ensino de Mato Grosso. Para o tratamento dos dados coletados, foi utilizada neste estudo a Análise Textual Discursiva. Os resultados apresentados decorreram das vivências das coordenadoras pedagógicas em organizar o trabalho pedagógico no período da pandemia da Covid-19. No entanto, evidencia-se a partir da análise de dados que o período foi marcado por adversidades no que se refere ao trabalho da organização pedagógica em atuar no contexto do ensino remoto e retorno híbrido, negacionismo por autoridades públicas, desigualdade de grupos sociais e desigualdade educacional. O período culminou em medo, angústia, precarização e inventariar-se diante do ato educativo sendo um dos desafios vivenciados no momento difícil da história contemporânea da humanidade.
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LEITURA E FORMAÇÃO LEITORA: ANÁLISE DO MATERIAL ESTRUTURADO DE LÍNGUA PORTUGUESA DO 9° ANO – MANUAL DO PROFESSOR
Autora: LUCIANA ALEXANDRE RIBEIRO RODRIGUES
Resumo: A presente dissertação está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação, do Instituto de Ciências Humanas e Sociais, da Universidade Federal de Rondonópolis, (PPGEdu/ICHS/UFR), na linha de pesquisa: Linguagem, educação e cultura, e ao grupo Alfabetização e Letramento (Alfale). Embora políticas públicas, como o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), postulem avaliar, comprar e distribuir coleções didáticas de apoio à prática educativa de forma gratuita, a Secretaria de Estado de Educação do Mato Grosso (Seduc-MT) aderiu à compra de um pacote de serviços ofertado contratualmente pelo consórcio FGV-DIAN, formado pela Fundação Getúlio Vargas e a empresa Dian & Silva Empreendimentos Educacionais Ltda. Nesse pacote consta o Material Estruturado de Ensino (MEE), que é o objeto de estudo analisado. Isso porque, ao se discutir formação de leitores, parte-se da premissa de que o material didático usado em sala de aula é o principal recurso docente nesse processo. Para tanto, apresenta-se a seguinte questão de pesquisa: Qual é a proposta para o trabalho com leitura e formação leitora expressa no Material Estruturado de Ensino, especificamente, no Manual do Professor de Língua Portuguesa para o 9° ano do Ensino Fundamental, na rede estadual de ensino de Mato Grosso? Partindo do problema central desta pesquisa, emergiram as questões secundárias: Como é apresentada a organização dos textos que constituem o MEE? As propostas de atividades contemplam o desenvolvimento da leitura e formação leitora? Qual é a perspectiva de leitura constante na “Parte específica” no Manual do Professor? Ela se reflete nas atividades propostas nas Unidades do aluno, no que se refere à formação leitora? Em consonância com as indagações, coloca-se como objetivo geral: analisar a proposta para o trabalho com leitura e formação leitora expressa no MEE da rede estadual de Mato Grosso, para o 9° ano do Ensino Fundamental, especificamente a voltada à disciplina de Língua Portuguesa. Os caminhos metodológicos utilizados para a realização da pesquisa incluíram a abordagem qualitativa, discutida por Lüdke e André (1986), e à Análise de Conteúdo, proposta por Laurence Bardin (1977) e Franco (2018). A análise foi desenvolvida em três categorias técnicas estabelecidas pela autora: a fase da pré-análise, a exploração do material e o tratamento dos resultados. Para a coleta de dados sobre o objeto de estudo foi usada a pesquisa documental proposta por Lüdke e André (1986). Os principais autores que embasaram as discussões sobre leitura foram: Orlandi (1996), Chartier (1998), Solé (1998), Yunes (2016), Kleiman (2013), Cosson (2014) e Rojo (2010); referente à formação leitora, Silva (1988), Colomer (2007) e Zilberman (1991); relativos a textos, Geraldi (2006), Fiorin (2008), Koch (2002); no tocante ao suporte textual, Távora (2008), Marcuschi (2003), Maingueneau (2001), dentre outros. Apesar de estarem expressas, no MEE, propostas para o trabalho com leitura, os resultados evidenciaram que, no estudo delas, existem lacunas, visto que é evidente a superficialidade para o trabalho com os textos com abordagens que pouco oportunizam a interação autor, leitor e texto, de maneira que a formação leitora fica fragilizada e não são suficientes para o processo de continuação da aprendizagem de leitura dos alunos.
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DO CONTO AO ENCONTRO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS: PERSPECTIVAS PARA UMA EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA
Autora: LUCIENE TEODORO DAS CHAGAS PASSOS
Resumo: Pesquisa vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Rondonópolis (PPGEdu), na linha de pesquisa Educação, Cultura e Diferenças. Tem como objetivo compreender como Guimarães Rosa, no conto O burrinho pedrês, em especial quando narra a estória de um menino negro, pode contribuir para reflexões sobre como é ser uma criança negra na escola, por meio da ativação das memórias de infância da autora, sendo ela, hoje, uma professora e pesquisadora negra. Apoia-se na concepção de que o racismo não nasce com os indivíduos, mas pode ser construído por diversas formas de comportamentos em relação às pessoas negras. Os problemas que movem a pesquisa são: Como a literatura pode despertar memórias e reflexões sobre as vivências escolares de crianças negras? Qual é o efeito do racismo sobre as crianças? A fundamentação teórica apoia-se em Antônio Candido e Alfredo Bosi para abordar a literatura como elemento de resistência. Para tratar das relações étnico-raciais, ancora-se em Djamila Ribeiro, Lélia Gonzales, Neusa Santos, Sílvio Almeida, Achille Mbembe, dentre outros. Metodologicamente a pesquisa ampara-se na “jornada interpretativa” de Ferreira-Santos e Almeida, associada à perspectiva das “narrativas (auto)biográficas” de Passeggi Nascimento e Oliveira; Abrahão; Nóvoa; Domingos, além de bell hooks, Judith Butler, Camilo Vandelir, Jean Carlo Costa, entre outros, como possibilidade epistemológica e hermenêutica para explorar a experiência vivida, com a valorização do recurso da memória e do conhecimento de si, da trajetória de vida pessoal e profissional da pesquisadora. Na conclusão aponta-se que a abordagem do racismo, desde a primeira infância, por meio das obras literárias e das memórias são de grande relevância, porque possibilitam abrir um leque de discussões sobre o racismo sofrido por muitas crianças no âmbito escolar.
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LEITURA NA PANDEMIA: DESAFIOS DOCENTES NO ENSINO REMOTO E NO RETORNO PRESENCIAL
Autora: LUCIMARA LIMA DE SOUZA CARVALHO
Resumo: O presente trabalho está relacionado à linha de pesquisa Linguagem, Educação e Cultura, do Programa de Pós-Graduação em Educação, do Instituto de Ciências Humanas e Sociais, da Universidade Federal de Rondonópolis (PPGEdu/ICHS/UFR). A partir de 2020, a pandemia de coronavírus levou a sociedade a tomar medidas drásticas, como o isolamento social, afetando todas as áreas, incluindo a educação escolar. Os desdobramentos do impacto da disseminação da Covid-19 resultaram em mudanças significativas no contexto educacional, com professores e estudantes que tiveram que se adaptar a novos modelos de ensino-aprendizagem. Com atenção para os desafios enfrentados durante os anos de 2020 a 2022, a temática aqui pesquisada volta-se mais especificamente para o trabalho com leitura no ensino remoto e no retorno ao presencial. Para nortear a pesquisa, foram consideradas as seguintes questões: quais desafios foram enfrentados por professores do 5º ano do ensino fundamental no que se refere ao trabalho com leitura durante o ensino remoto emergencial e no retorno ao presencial? O que eles propuseram para o trabalho com leitura no retorno ao presencial? Tais questionamentos vão ao encontro do objetivo geral que consistiu em analisar os desafios enfrentados por professores do 5º ano do ensino fundamental e como eles viabilizaram o trabalho com leitura durante o ensino remoto emergencial na pandemia e no retorno ao presencial. Os objetivos específicos assim foram delimitados: mapear o que foi desafiador para os docentes do 5º ano no trabalho com leitura durante o ensino remoto emergencial e no retorno ao presencial e verificar quais ações foram desenvolvidas por docentes do 5º ano no retorno ao ensino presencial no que se refere ao trabalho com leitura. A metodologia adotada está relacionada ao estudo de caso e se insere na abordagem qualitativa, visando às relações e contexto dos atores sociais envolvidos. Este projeto vincula-se à pesquisa interinstitucional intitulada “ALFABETIZAÇÃO EM REDE: uma investigação sobre o ensino remoto da alfabetização na pandemia Covid-19 e da recepção da PNA pelos docentes da Educação Infantil e Anos Iniciais do E.F.” O projeto macro está registrado na Plataforma Brasil sob o código 36333320.0.0000.5151, executado pelo coletivo AlfaRede. Portanto, a pesquisa desenvolvida por esta pós-graduanda teve como fonte o banco de dados disponibilizado pelo AlfaRede, com o recorte para o 5º ano do ensino fundamental do estado de Mato Grosso. A pesquisa ancorou-se em Antunes (2009), Colomer (2003, 2007), Cosson (2021, 2022), Kleiman (2002), Macedo (2022), Santos (2020, 2022), Silva (2018), Solé (1998), entre outros. Os procedimentos metodológicos foram por meio de entrevistas e questionários. Uma breve análise já foi realizada e é possível observar que os desafios, de acordo com os participantes, estão voltados para as condições sociais e econômicas dos estudantes, não acesso à internet, bem como pela precariedade da infraestrutura das escolas, o que reverberou na prática pedagógica do professor. Em relação à autocrítica, algumas professoras avaliaram seu próprio desempenho, comprometimento, formação e experiência referente ao ensino remoto emergencial.
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CARTILHAS DE ALFABETIZAÇÃO: ANÁLISE DA PRODUÇÃO ACADÊMICOCIENTÍFICA BRASILEIRA EM PERIÓDICOS (2000 a 2021)
Autora: MAGNA APARECIDA UNAS DIAS
Resumo: Esta Dissertação está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu) do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS) da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR) e inserida na linha de pesquisa Linguagem, Educação e Cultura. Também integra as discussões desenvolvidas no interior do grupo de pesquisa Alfabetização e Letramento – ALFALE. Tem como objetivo geral analisar as temáticas das publicações, em perspectiva histórica, sobre cartilha de alfabetização em periódicos brasileiros publicados entre 2000 e 2021, com vistas a uma sistematização neste campo do conhecimento. A seleção do período mencionado se justifica com o trabalho realizado por Soares e Maciel (2000), “Alfabetização no Brasil, o Estado do Conhecimento”, no qual se constataram que, no país, até esse período, os estudos históricos sobre a alfabetização eram considerados lacunares, sendo que, a partir de 2000, houve uma intensificação nas produções. O recorte temporal finaliza em 2021, ano anterior ao início desta pesquisa de Mestrado, fechando um ciclo de 22 anos. Para tanto, apresenta-se a questão central dessa pesquisa: O que nos apontam as temáticas das publicações, em perspectiva histórica, sobre cartilha de alfabetização em periódicos brasileiros entre 2000 e 2021? Este é um estudo bibliográfico, do tipo estado do conhecimento, pautado na análise de conteúdo (Bardin, 2020) de artigos publicados em periódicos brasileiros, cujos temas abordam análises e utilização dos materiais didáticos, cartilhas de alfabetização. O trabalho aponta e sistematiza aspectos desse conhecimento acumulado, incluindo os temas mais estudados, as cartilhas escolhidas, os grupos de pesquisa, os periódicos que mais publicaram, além dos autores e métodos utilizados. A fundamentação teórica se apoia na História Cultural (Burke, 2005; Chartier, 1990) e na sua possibilidade de amplificar objetos, métodos e fontes de pesquisa, assim como abordagens dessas fontes, abrindo perspectivas de análise do pensamento e da política educacional sob diversas óticas. Também foi necessário um aprofundamento teórico no campo da História da alfabetização e dos livros escolares com Soares (1985; 1996; 2000; 2004; 2013; 2016), Maciel (2000; 2002), Mortatti (2000; 2006; 2009), Amâncio (2018; 2001), Choppin (2004), Frade (2005), Cardoso (2011; 2018), entre outros. Foi realizado um mapeamento de publicações existentes em periódicos brasileiros sobre cartilhas de alfabetização, a partir da coleta de dados em dois bancos eletrônicos: Google Acadêmico e Portal de Periódicos da CAPES, constituindo um corpus de 59 artigos. Para a catalogação das publicações em periódicos, utilizou-se de descritores como “Cartilha”, “Cartilhas”, “Cartilha de Alfabetização”, “Cartilhas de Alfabetização” e “Cartilhas Escolares”, presentes no título dos artigos, para que assim fosse possível selecionar um maior número de textos que contemplassem o tema e os objetivos desta pesquisa. Os dados foram organizados e os textos subdivididos em oito categorias, quais sejam: Produção/ Difusão/ Circulação/ Permanência; Métodos/ Paradigmas metodológicos; Consequências/ Influências/ Memórias; Estudos comparativos; Recursos visuais/ Imagens/ Aspectos editoriais; Práticas de ensino/ Leitura/ Escrita; Relações Sociais/ Gênero/ Étnicas; e Fontes /Constituição de Acervos. Os resultados evidenciam uma multiplicidade de temáticas trabalhadas nos textos analisados e confirmam o caráter de artefato cultural das cartilhas escolares e seu potencial para a história da alfabetização. Apresentam, ainda, algumas lacunas, que podem inspirar a continuidade dessa e de outras pesquisas no campo da história da alfabetização.
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SENTIDOS DE CURRÍCULO PARA A LÍNGUA PORTUGUESA NA POLÍTICA DE BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR: UMA LEITURA PÓSESTRUTURAL DAS DISPUTAS ACERCA DOS NOVOS E MULTILETRAMENTOS
Autora: MARIA JOSÉ VILELA RODRIGUES
Resumo: Esta pesquisa desenvolve uma abordagem dos principais discursos que se articulam na construção da concepção de currículo para o ensino de Língua Portuguesa (LP) na política curricular. Investigamos como os novos e multiletramentos são projetados discursivamente na Base Nacional Comum Curricular – BNCC (BRASIL, 2017) do Ensino Fundamental (EF), Anos Finais. A questão problema é: quais sentidos de novos e multiletramentos são hegemonizados na política curricular de LP na BNCC? O objetivo geral do estudo é problematizar a hegemonização do discurso de novos e multiletramentos na BNCC para o ensino de LP nos Anos Finais do EF. Os objetivos específicos são: interpretar como os novos e multiletramentos disputam a hegemonia de sentidos para o ensino de LP na política curricular para o EF-Anos Finais, estabelecer uma discussão, por meio da Teoria do Discurso de Laclau e Mouffe, das abordagens de currículo para a Língua Portuguesa/novos e multiletramentos e entender as disputas pela significação do currículo para o ensino do componente curricular LP. Para alcançar tais objetivos, respaldamo-nos na Teoria do Discurso (TD) de Laclau (2011), Laclau e Mouffe (2015), nas incorporações dos conceitos e dos pressupostos teóricos de tais autores, e nos estudos curriculares, especialmente os desenvolvidos por Costa (2013, 2018, 2020), Lopes (2013, 2015), Lopes e Macedo (2011a), Macedo (2014, 2019) e Mendonça e Rodrigues (2014). Utilizamos como operadores teóricos estratégicos as noções de hegemonia e antagonismo, de Ernesto Laclau, e a noção de tradução de Jacques Derrida (2006) em uma visão interpretativista das políticas de currículo. O recorte realizado na empiria se concentra na compreensão da política da BNCC, considerando os documentos/pesquisas produzidos pelo povo disciplinar de LP: pareceres à BNCC; artigos em periódicos e o próprio documento da Base. A pesquisa é desenvolvida numa concepção pós-estrutural. A abordagem discursiva é subsidiada pela pesquisa bibliográfica e documental. Pela perspectiva que empreendemos, salientamos que há uma tentativa de fixação de sentidos para os termos novos e multiletramentos para o componente curricular LP na BNCC pela articulação de alguns referenciais, dentre eles, Tecnologias Digitais da Informação e da Comunicação (TDIC), mídias digitais, culturas digitais, protagonismo juvenil, culturas juvenis. Os argumentos circunscritos nos pareceres e nos artigos exprimem enfoques crítico-reparadores e alinhados com a defesa de currículos nacionais.
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O PRINCÍPIO CRIAÇÃO DE SENTIDO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM FUNDAMENTADO NA ABORDAGEM COMUNICATIVA
Autor: NATHÁLIA MARQUES DA CONCEIÇÃO
Resumo: Ao pensar o processo de ensino-aprendizagem e as complexidades que o envolve, pode-se destacar nesse processo dinâmico dois sujeitos determinantes, a figura do(a)
professor(a) e a dos estudantes. Nesse sentido, o estudo, ancorado na abordagem comunicativa investiga o seguinte problema: de que maneira o princípio criação de sentido, um dos princípios da aprendizagem dialógica, fundamentado na abordagem comunicativa contribui para a relação professor- aluno no processo de ensino e aprendizagem? Desse modo, esta pesquisa investigará um dos princípios que compõem o conceito de aprendizagem dialógica – a criação de sentido. O princípio criação de sentido leva a pensar a insatisfação majoritária e a perda da identidade que sofrem alguns adolescentes e jovens que podem levar ao abandono escolar, ao fracasso e à exclusão escolar e social. Esta perda de sentido afeta os estudantes, mas também, em alguns casos, dificulta a atividade profissional dos professores, o que reflete diretamente no processo de ensino-aprendizado. Tal pesquisa tem como objetivo geral compreender a relação professor-aluno no contexto de ensinoaprendizado de uma escola pública estadual no município de Pedra Preta por meio do princípio criação de sentido fundamentado na abordagem comunicativa. Tem como objetivos específicos: Analisar a relação professor-aluno, nas turmas dos anos finais do ensino fundamental sob a ótica de professores(as) e estudantes e compreender a partir da análise dos dados, juntamente com as pessoas participantes da pesquisa, de que maneira a relação professor-aluno e em quais situações e aspectos podem ser ressignificados por meio do princípio criação de sentido para uma relação mais sensível e humanizada no processo de ensino aprendizado. Assim, utilizamos a Metodologia de Investigação Comunicativa de caráter qualitativo e com abordagem comunicativa crítica. Será realizado um estudo de campo, e a técnica para o levantamento informacional será: a entrevista semiestruturada (MELLO, 2012). No qual contará com grupo de oito educadores, sendo dois educadores por área de formação (linguagens, matemática, ciências humanas e sociais e ciências naturais) e oito estudantes do ensino fundamental dos anos finais, sendo dois estudantes do 6º ano,7º ano, 8º ano e 9º ano, todos de uma mesma escola pública estadual na cidade de Pedra Preta-MT. Para a análise dos dados coletados, os principais teóricos selecionados fazem parte da base dialógica de aprendizagem, sendo eles: Freire (1997, 2006, 2013), Mead (2021), Habermas (1990, 2012a), dentre outros. É importante dizer ainda que, o estudo apoiado nesta abordagem metodológica buscou a validação das informações por meio de três critérios: diálogo intersubjetivo, pretensão de validade e compromisso. Os resultados alcançados perpassam pela compreensão das relações vivenciadas em sala de aula que indicam esperança no ensinar e no aprender e como a escola é um espaço de refúgio e de criação de sentido no conjunto. No entanto, evidenciamos o sistema confrontando com esses espaços de diálogos, evidenciando o avanço de políticas gerencialistas na educação o que tem dificultado o desenvolvimento de um trabalho pedagógico mais dialógico, humano e sensível e sensitivo. Sentido que não se limita ao espaço escolar, mas que contempla sentido comum, sentido ético, sentido profissional, sentido da justiça social e sentido de nossa própria existência.
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A INSERÇÃO E SEU POTENCIAL CONTRIBUTIVO PARA INDUÇÃO DOCENTE NA CARREIRA DE PROFESSORES INICIANTES EM PRIMAVERA DO LESTE/MT
Autor: RONALDO PEREIRA DA COSTA
Resumo: Esta pesquisa está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus de Rondonópolis (PPGEdu/ICHS/UFR/CUR) e à Linha de Pesquisa: Política, formação e práticas educativas; se efetiva na rede estadual em Primavera do Leste/MT e foca sobre a inserção de professores iniciantes na carreira docente, questionando: O que os professores iniciantes dos anos iniciais do Ensino Fundamental da Seduc/MT, efetivados pelo edital nº 01 de 2017 em Primavera do Leste, expressam em suas narrativas sobre a sua inserção e possíveis contributos para a indução em sua carreira docente? A fase de entrada na carreira docente é um período em que os professores enfrentam grandes desafios, experienciam tensões e inseguranças. Nesse período, os professores recentemente formados são inseridos no ambiente escolar, portanto é necessário investigar sobre como perpassam esse período. Apresenta como objetivo investigar, por meio de narrativas, o que os professores iniciantes com ingresso pelo edital de 2017 do concurso/SEDUC/ MT revelam sobre o processo de inserção profissional na carreira docente e possíveis contributos para a indução a docentes do Ensino Fundamental em Primavera do Leste. Trata de uma pesquisa de abordagem qualitativa; os instrumentos de coleta de dados foram análise documental e entrevistas com questões semiestruturada para a coleta das narrativas. Os participantes foram quatro professores efetivos da rede estadual de ensino, que possuíam até cinco anos de experiência na docência. Os dados coletados, por meio das narrativas, foram analisados por meio de três eixos, norteadores: 1 – Trajetórias de entrada na carreira docente; 2 – O processo de inserção do iniciante nos anos iniciais no Ensino Fundamental; e 3 – Necessidades formativas de professores na perspectiva da indução profissional. Como resultados da pesquisa, as narrativas dos participantes apontaram momentos desafiadores em seu processo de inserção na carreira docente e mostrou a ausência de projetos ou políticas públicas voltadas para os professores iniciantes. Essas iniciativas seriam essenciais para propiciar suporte, formação e recursos necessários para que os professores possam enfrentar os desafios iniciais da carreira. A pesquisa indicou ainda que eles necessitam de ações que atendam suas necessidades formativas e que contribuam com a inserção na carreira docente e ações de indução profissional que possam minimizar os desafios que estes profissionais vivenciam na entrada da profissão.
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“NESSA ESCOLA ENSINA A GENTE A BRINCAR. E LÁ NA OUTRA, A GENTE VAI BRINCAR OU ESTUDAR?” A PERSPECTIVA DE CRIANÇAS SOBRE A TRANSIÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O ENSINO FUNDAMENTAL
Autora: ROSENI DA ROSA
Resumo: Esta pesquisa aborda a temática da transição da Educação Infantil (EI) para o Ensino Fundamental (EF), e se insere no âmbito do Grupo de Pesquisa “Infância, Juventude e Cultura Contemporânea” (GEIJC) do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), na linha de pesquisa “Educação, Cultura e Diferenças”. Com base no aporte teórico dos Estudos da Infância, que compreende as crianças como sujeitos de direitos e atores sociais, participantes da sociedade e produtoras de saberes, conhecimento e cultura, esta pesquisa teve como objetivo geral apreender as perspectivas das crianças no processo de transição entre a Educação Infantil e o Ensino Fundamental. De modo específico buscou-se: observar as mudanças nas rotinas, os tempos, ambientes, materiais entre as duas etapas educacionais; compreender os sentidos atribuídos pelas crianças ante as mudanças curriculares das duas etapas educacionais; investigar como as crianças atribuem significado aos espaços educativos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental; investigar as expressões e expectativas das crianças em relação ao novo ambiente escolar do Ensino Fundamental. A metodologia empregada é a da pesquisa-intervenção com crianças, que pressupõe que somente por meio da participação e escuta das crianças é possível explorar aspectos da vida delas, que são invisibilizados e podem ser comunicados por meio desse envolvimento ativo. A investigação foi desenvolvida em duas etapas: a primeira, realizada no final do ano letivo de 2022, com uma turma de crianças de uma Instituição de Educação Infantil da Rede Municipal de Rondonópolis/MT; na segunda etapa, parte dessas crianças foi acompanhada na instituição de ensino em que foram matriculadas no 1º ano do Ensino Fundamental da rede pública, no início do ano letivo de 2023. Como procedimentos metodológicos, foram realizadas rodas de conversa (gravadas e, posteriormente, transcritas), observações, anotações em Caderno de Campo. Os principais resultados indicam que: a) as rodas de conversa da Educação Infantil deixaram de ser realizadas no Ensino Fundamental; b) houve uma redução no tempo dedicado ao brincar e às interações, com intervalos de apenas 15 minutos; c) observou-se uma diminuição na prática de contação de histórias e na execução de músicas infantis; d) notou-se uma mudança no comportamento e na postura das crianças: anteriormente mais livres, depois mais contidas para manter o silêncio. A participação das crianças na pesquisa foi fundamental para apreendermos suas perspectivas sobre o brincar e o impacto das estruturas físicas no espaço escolar, como as janelas de vidro que conectam ao mundo externo e os pilares do pátio coberto que limitam o movimento. Elas também sugeriram melhorias na disposição das carteiras e compartilharam suas percepções sobre atividades pedagógicas e suas emoções diante das mudanças. Pode-se apreender que, no processo de transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental nas instituições investigadas, as rotinas, os tempos, ambientes, materiais, foram alterados ante as diferenças curriculares entre as duas etapas. Por isso, é importante escutar o que as crianças têm a dizer sobre esta travessia, inclusive, para subsidiar os projetos e planejamentos pedagógicos. Nesse sentido, emergiram os seguintes eixos de análise: a) o corpo e o movimento da criança; b) o brincar; e c) o ofício de criança e aluno.
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NARRATIVAS DE PROFESSORES INICIANTES DA EDUCAÇÃO SUPERIOR NA UFR: INSERÇÃO, INDUÇÃO E NECESSIDADES FORMATIVAS
Autora: SANDRA DE OLIVEIRA FERNANDES BALIEIRO
Resumo: A presente pesquisa está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu), do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS), da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), na linha de pesquisa Política, Formação e Práticas Educativas e inserida no Grupo de Pesquisa InvestigAção – Formação de Profissionais da Educação: projetos, políticas e programas. O estudo objetivou investigar, por meio das narrativas, como ocorre o processo de inserção, indução e as necessidades formativas dos professores iniciantes da Educação Superior na UFR, tendo como questão norteadora da pesquisa: o que os professores iniciantes da educação superior da UFR revelam, por meio das narrativas, sobre seu processo de inserção, indução e suas necessidades formativas? Ressalta-se que, nessa pesquisa, são considerados iniciantes os professores com até cinco (5) anos de docência, conforme premissa de Tardif (2014) e Huberman (1995). Nesta condição de iniciante, temos os professores que foram empossados pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), e direcionados ao exercício da docência no Campus de Rondonópolis (CUR), e os novos professores que, com a emancipação do Campus, ocorrida em 2018, tomaram posse na Universidade Federal de Rondonópolis (UFR). A pesquisa está aprovada pelo Comitê de Ética, e selecionou os participantes pelo critério de que conste a amostragem de iniciantes da UFMT e da UFR. Assim, identificou-se dez (10), destes, quatro (4) aceitaram participar da pesquisa, sendo dois (2) da UFMT e dois (2) da UFR. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, nos princípios da pesquisa-formação, tendo como instrumentos a análise documental, as entrevistas que deram origem às narrativas, sendo esta última uma importante fonte de coleta, ao expressarem sentimentos, subjetividades e a dimensão pessoal dos participantes sobre o tema investigado. Os dados coletados, por meio das narrativas, foram analisados na perspectiva da análise compreensiva-interpretativa e organizados em três eixos, norteadores: 1 – Expectativa quanto ao ingresso na Universidade; 2 – O processo de inserção na carreira docente da Educação Superior; e 3 – Necessidades formativas de professores iniciantes da Educação Superior. Os resultados, apontam para a ausência de projetos, programas ou políticas institucionais estruturadas e a ausência de projetos voltados para a formação do professor iniciante na carreira docente da Educação Superior. O estudo identificou que houve duas (2) iniciativas voltadas para o acolhimento dos docentes, fragmentadas e pontuais. No que tange às necessidades formativas, os professores apontam temáticas como diversidade, metodologias diversificadas, métodos de ensino e avaliação, formação voltada para os trâmites administrativos e o uso correto das plataformas internas, bem como expressam a necessidade da construção de uma política institucional que viabilize a formação dos professores.
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NARRATIVAS AUTOBIOGRÁFICAS DE PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA EM RONDONÓPOLIS – MT: DESVENDANDO A CONSTITUIÇÃO DE SABERES DA DOCÊNCIA
Autora:TATIANE SOUZA ALVES
Resumo: Esta pesquisa vincula-se ao Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu), da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR/MT), e traz como temática os saberes dos professores experientes de Língua Inglesa da rede pública. Propõe-se um movimento reflexivo sobre a trajetória e constituição formativa do profissional docente, centrando-se nos saberes da docência. Tem-se como pergunta norteadora de pesquisa: Como são constituídos e mobilizados os saberes docentes necessários às práticas pedagógicas de professores experientes de Língua Inglesa que atuam na rede pública de ensino de Rondonópolis, Mato Grosso? Objetiva-se compreender, por meio das narrativas autobiográficas, como são constituídos os saberes docentes de professores experientes de língua inglesa, em situações concretas de trabalho e que legitimam a ação de ensinar. Opta-se pela investigação Pesquisa (auto)biográfica, enquanto pesquisa e formação, no sentido de esclarecer e situar os percursos epistemológicos dessa abordagem, com base em história de vida, por meio de cartas pedagógicas, uma vez que as narrativas autobiográficas produzidas pelos participantes permitem ressignificar as experiências, vivências e aprendizagens de vida-formação. As correspondências foram trocadas, via correio eletrônico, entre pesquisadora e três (3) professores de língua inglesa de escolas públicas distintas, evidenciando suas experiências profissionais, especificamente, os saberes da docência. A pesquisa revela que os docentes aprenderam a Língua Inglesa antes da formação inicial, por afinidade ao idioma. Destaca-se, ainda, como os saberes docentes são construídos, especialmente pelas experiências produzidas no ambiente escolar. Para esses docentes, é preciso que se garanta uma formação que atenda as necessidades formativas ao exercício da profissão e das aprendizagens da docência, que vão desde os desafios diários da profissão, como o gerenciamento do sistema eletrônico, a gestão de conflitos, a administração de aula, os processos de ensino que favoreçam a aprendizagem; em outras palavras, o processo de aquisição dos saberes envolve a reavaliação, reorganização e atualização dos conhecimentos existentes, de acordo com novas informações, perspectivas e contextos vivenciados e experienciados na profissão.
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CONCEITO DE TEXTO NO MANUAL DO PROFESSOR DO MATERIAL ESTRUTURADO DE LÍNGUA PORTUGUESA E SUA APLICABILIDADE NA UNIDADE DE ENSINO
Autora:THAIS APARECIDA AMARAL
Resumo: A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) prevê que materiais didáticos devem promover um ensino de Língua Portuguesa centrado no texto, algo já mediado pelo Plano Nacional do Livro Didático (PNLD). Com a adesão ao Material Estruturado de Ensino (MEE), pelo governo do estado de Mato Grosso, investigar suas perspectivas de ensino é medida necessária para o fortalecimento da educação. Frente a isso, a pesquisa buscou responder ao seguinte questionamento: em que encaminhamentos didático-pedagógicos o conceito de texto assumido pelo MEE, e preconizado no Manual do Professor (MP), materializa-se na primeira unidade, do primeiro caderno, das turmas de 6º e 9º anos do Ensino Fundamental? Logo, estabeleceu-se como objetivo geral: compreender em que encaminhamentos didático-pedagógicos o conceito de texto assumido pelo MEE, e preconizado no MP, materializa-se na primeira unidade, do primeiro caderno, das turmas de 6º e 9º anos do Ensino Fundamental. Para tanto, delineou-se como objetivos específicos: Dialogar acerca da concepção do MEE enquanto suporte textual; Traçar um mapa teórico sobre o conceito de texto assumido por autores referências no tema em discussão; Compreender o conceito de texto predominante no MP, do MEE, dos 6º e 9º anos do Ensino Fundamental; Destacar os encaminhamentos didático-pedagógicos no trabalho com textos, na 1ª unidade, nos manuais do 6º e 9º anos; Refletir sobre o conceito de texto defendido e materializado no MEE. A pesquisa assume-se como documental, uma vez que analisa o MEE aplicado em 2023, e de caráter qualitativo, na perspectiva metodológica da Análise do Discurso (AD) de Foucault (2014) e Orlandi (2015, 2017). Em análise ao corpus da pesquisa, identificouse no Caderno do Professor (CP) a perspectiva sociointeracionista do trabalho com a linguagem. Porém, o que se identificou, na unidade de ensino, foi uma proposta didático-pedagógica pouco reflexiva, considerando apenas os níveis superficiais de interpretação e identificação de informações, reflexões opinativas, além de textos pouco contextuais ao ensino mato-grossense. Para constituir essas discussões e análises, usou-se como arcabouço teórico Antunes (2003, 2007, 2009, 2010, 2017), Geraldi (2005), Koch (1997, 2022a, 2022b), Marcuschi (2003a, 2003b, 2008, 2010, 2012), Possenti (2005), dentre outros. Este trabalho está vinculado ao Grupo de Pesquisa Alfabetização e Letramento (Alfale), do Programa de Pós-Graduação em Educação, do Instituto de Ciências Humanas e Sociais, da Universidade Federal de Rondonópolis (PPGEdu/ICHS/UFR), na linha de pesquisa “Linguagem, educação e cultura”.
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