Universidade Federal de Rondonópolis

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Turma 2014

PRÁTICAS DE LEITURA E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O LETRAMENTO LITERÁRIO – UM ESTUDO COM CRIANÇAS DE 05 E 06 ANOS

Autor: CLAUDIA APARECIDA DO NASCIMENTO E SILVA

Resumo: Esta dissertação apresenta os resultados de uma pesquisa que teve como objetivo principal analisar as práticas de leitura de livros de literatura infantil que aconteciam em uma turma com crianças de 05 e 06 anos de idade, verificando as contribuições de tais práticas para o letramento literário das crianças. Como objetivos específicos, pretendeu-se observar o fazer pedagógico na sala do 2º agrupamento do 2º ciclo visando apreender a utilização do tempo e do espaço na Educação Infantil, identificar as práticas recorrentes de leitura que aconteciam na referida sala e qual a recepção das crianças a elas; averiguar a frequência das leituras literárias ocorridas naquela sala e fazer o levantamento das obras lidas. Verificou-se também a contribuição da literatura infantil para a apreciação estética da criança. A pesquisa é de abordagem qualitativa, consistindo em um estudo de caso do tipo etnográfico, pautado prioritariamente em três técnicas: observação, entrevista e análise documental. Os sujeitos da pesquisa foram: vinte e quatro (24) crianças, sendo treze (13) meninos e onze (11) meninas, na faixa etária de 05 a 06 anos, e a professora da respectiva turma. Os dados foram coletados a partir de observações de campo, entrevista semiestruturada com a professora regente e análise do Projeto Político Pedagógico da instituição educacional. A análise dos dados foi organizada em quatro eixos principais, vinculados aos objetivos da pesquisa: eixo 1 – Utilização do tempo e do espaço na Educação Infantil; eixo 2 – Práticas de leitura de livros de literatura infantil; eixo 3 – A recepção das crianças a tais práticas; eixo 4 – Contribuições das práticas para o letramento literário das crianças. A pesquisa está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação do Campus Universitário de Rondonópolis, Universidade Federal de Mato Grosso (PPGEdu/CUR/UFMT), na linha de pesquisa Linguagens, Cultura e Construção do Conhecimento. Tomou-se como referencial teórico os estudos de autores que discutem questões relacionadas à leitura, à literatura, ao letramento e especialmente ao letramento literário, foco do estudo. Dentre esses autores menciona-se sobre leitura Ezequiel Teodoro da Silva (1997) e Rildo Cosson (2014a); sobre literatura, Marisa Lajolo (1994) e Teresa Colomer (2007); a discussão sobre letramento pautou-se em Angela B. Kleiman (1995), Leda V. Tfouni (1988), Magda Soares (1999) e Maria do Rosário Longo Mortatti (2004); para as discussões a respeito do letramento literário, amparou-se em Maria Zélia Versiani Machado (2012), Marta Passos Pinheiro (2006), Aparecida Paiva e Francisca Maciel (2008), Ana Arlinda de Oliveira (2010) e Rildo Cosson (2014b). As análises dos dados revelaram uma prática docente voltada para o letramento literário de forma planejada. Os resultados indicam que o desenvolvimento das crianças como leitoras e seu envolvimento com os livros estão diretamente relacionados com propostas de leituras de literatura infantil vivenciadas na escola da Educação Infantil.

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PNBE DO PROFESSOR: USOS E DESUSOS

Autor: CLAUDIA LEITE BRANDÃO

Resumo: A presente pesquisa está vinculada ao Grupo de Pesquisa Alfabetização e Letramento Escolar (ALFALE), do Programa de Pós-Graduação em Educação do Câmpus de Rondonópolis, da Universidade Federal de Mato Grosso. O objeto deste estudo são as políticas públicas de incentivo à leitura profissional articulada com o PNBE do Professor. A pesquisa propôs como objetivo geral compreender de que forma são adquiridos, distribuídos, disponibilizados e utilizados os livros que compõem o PNBE do Professor anos iniciais do Ensino Fundamental (2010 e 2013) em quatro escolas da rede estadual de Ensino Fundamental de Primavera do Leste – MT. Para tanto, utilizou-se como metodologia a abordagem quanti-qualitativa com o estudo de caso, tendo questionários, observação sistematizada e análise documental como instrumentos de coleta de dados. Esta investigação teve como loci quatro escolas estaduais que atendiam alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental, sendo que os participantes foram os diretores, coordenadores, professores e responsáveis pelas bibliotecas dos estabelecimentos pesquisados. A análise dos dados revelou que a distribuição dos acervos do PNBE do Professor está efetivada e que na época da coleta de dados os livros estavam nas escolas, no entanto, ainda existiam caixas lacradas com os materiais do Programa. Esses fatores demonstram que o uso não está sendo consolidado conforme as metas e expectativas do PNBE. Um dos motivos, de acordo com as informações registradas nos questionários, foi a falta de conhecimento em relação ao PNBE do Professor pelos responsáveis das bibliotecas escolares, professores, coordenação e direção das escolas. Os resultados da pesquisa apontaram que uma das necessidades é desenvolver um trabalho direcionado para a divulgação e acompanhamento de todas as fases da implantação do Programa, ou seja, da aquisição até a utilização.

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DIFICULDADES E POSSIBILIDADES DE UMA ESCOLA ESTADUAL DE RONDONÓPOLIS EM TRANSFORMAR-SE EM COMUNIDADE DE APRENDIZAGEM

Autor: ELIZABETH SILVA

Resumo: As discussões levantadas na pesquisa aqui apresentada giram em torno dos dilemas enfrentados pela escola na sociedade atual, e a possibilidade da transformação da mesma por meio do Projeto Educativo Comunidades de Aprendizagem. Este Projeto tem como objetivo a transformação social e cultural da escola, e foi desenvolvido na Universidade de Barcelona, pelos pesquisadores do Centro Especial de Investigação de Práticas Superadoras de Desigualdades (CREA). Nesta pesquisa evidenciamos o processo para implantação de Comunidades de Aprendizagem (CdA) em uma escola estadual de Rondonópolis/MT, que denominamos como “Escola Estadual Vale dos Sonhos”. Para tanto, a finalidade desta pesquisar era responder como os sujeitos da “Escola Vale dos Sonhos” compreendem as dificuldades e possibilidades de a escola vir a ser uma Comunidade de Aprendizagem? Os objetivos buscaram analisar como sujeitos mais implicados com atuações educativas de êxito entendem dificuldades e possibilidades de a escola vir a ser uma Comunidade de Aprendizagem; identificar e analisar quais os elementos transformadores da prática educativa a partir das atuações educativas de êxito implementadas na escola, com vistas a potencialização das aprendizagens; e identificar na perspectiva de uma ex-diretora, diretora atual, coordenadora, professoras do primeiro e terceiro ciclos, de uma aluna e de uma voluntária os motivos e ações que favorecem e os que são obstáculos para que tais atuações educativas de êxito se ampliem e para que a escola venha a se transformar numa Comunidade de Aprendizagem. No que diz respeito ao referencial teórico-metodológico os principais autores utilizados foram: Habermas (2012) com teoria da ação comunicativa, Freire (1967, 1984,1987, 1996, 1997 e 2013) com a teoria da ação dialógica, Flecha (1997) com o conceito de aprendizagem dialógica, bem como das elaborações teóricas do CREA sobre a proposta educativa Comunidades de Aprendizagem. Também lançamos mão das formulações de Mello, Braga e Gabassa (2012) sobre CdA no Brasil. A pesquisa é de caráter qualitativo, com abordagem metodológica comunicativa que visa promover a participação ativa dos grupos investigados, resultando em maior impacto social, além de conhecimentos científicos. As técnicas utilizadas para a coleta dos dados foram: relato comunicativo, entrevista em profundidade, observação comunicativa e grupo de discussão comunicativo. Os participantes da pesquisa foram duas professoras (uma professora do primeiro ciclo e outra do terceiro ciclo), equipe gestora (diretora da gestão atual e uma coordenadora, bem como a diretora em exercício no início do Projeto na escola), uma estudante (ex-aluna da escola, mas que teve participação ativa no Projeto), uma voluntária das atuações educativas de êxito ofertadas pela escola e seis professores dos anos finais que participaram do grupo de discussão comunicativo. A análise dos dados foi feita de maneira intersubjetiva, ou seja, após análise preliminar, com a elaboração de uma devolutiva, voltamos aos sujeitos investigados, buscando o consenso das interpretações. As análises e resultados apontaram que mesmo não sendo efetivado a transformação na “Escola Vale dos Sonhos” muitas mudanças ocorreram. Entre elas, relevante melhora nas relações interpessoais, a melhoria das aprendizagens, com aumento do índice externo (IDEB) dos anos iniciais e maior participação dos familiares em reuniões e na participação de algumas atividades ofertadas pela escola. Destacamos, contudo, elementos exclusores que se apresentaram como impeditivos à efetiva transformação da escola em Comunidades de Aprendizagem. São eles: a dificuldade de apoio dos gestores na condução dos trabalhos, a resistência de alguns professores no desenvolvimento do Projeto e a falta de aprofundamento nas bases epistemológicas da proposta de Comunidades de Aprendizagem.

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A PRÁTICA DA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA DOS CENTROS DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS DE PRIMAVERA DO LESTE E DE RONDONÓPOLIS

Autor: GLEIBIANE SILVA DAVID

Resumo: A presente pesquisa encontra-se vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação, (PPGEdu/CUR/UFMT), na linha de Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais e possui como objeto de estudo a prática da coordenação pedagógica dos Centros de Educação de Jovens e Adultos de Primavera do Leste/MT e de Rondonópolis/MT. A relevância desta investigação está no fato dela contribuir para com os estudos a respeito da coordenação pedagógica e as suas práticas, principalmente sobre como esse/a profissional medeia o processo de formação com os/as coordenadores/as de áreas no Centro de Educação de Jovens e Adultos (CEJA). Assim, o problema que orienta a investigação é: Como o/a coordenador/a pedagógico/a faz a mediação do processo de formação com o/a coordenador/a de área nos espaços dos Centros de Educação de Jovens e Adultos de Primavera do Leste/MT e de Rondonópolis/MT? O objetivo geral da pesquisa consiste em analisar as concepções e práticas formativas da coordenação pedagógica que contribuem para a mediação do processo de formação com as coordenadoras de áreas nos espaços dos CEJAs de Primavera do Leste/MT e de Rondonópolis/MT. A partir do desdobramento do objetivo geral têm-se os seguintes objetivos específicos: compreender como a coordenação pedagógica medeia o processo de formação com as coordenadoras de áreas; entender como acontece o processo de formação nos espaços dos Centros de Educação de Jovens e Adultos e qual o papel da coordenação pedagógica nessa dinâmica; identificar e refletir sobre as concepções de coordenação pedagógica, bem como a importância da Pedagogia para desenvolver a prática de coordenação. A pesquisa é estruturada na abordagem qualitativa, ancorada na perspectiva dialética. Para a coleta de dados foram utilizados a observação, a entrevista semiestruturada e a análise de documentos. São tomados como referenciais teóricos e metodológicos: Freire (1983, 1991, 2000a/b, 2001, 2005, 2015); Carvalho (2005, 2006, 2008, 2014, 2015a/b/c); Gadotti (1995); Paro (2010, 2015); Domingues (2014); Lüdke e André (1986), dentre outros. Dialoguei por meio de entrevistas com quatro coordenadores(as) pedagógicos(as) que desenvolvem suas atividades nos referidos CEJAs. Para complementar as informações, foram entrevistados(as) seis coordenadoras de áreas. Os resultados da pesquisa evidenciaram que a mediação da formação realizada pela coordenação pedagógica com a coordenadora de área sofre influências de determinações externas e internas. A mediação feita pelo/a coordenador/a pedagógico/a não é uma tarefa simples, pois o/a profissional faz a formação com o coletivo da escola e depois realiza suas intervenções para que o trabalho aconteça por área de conhecimento. A reunião de gestão é um espaço essencial para o/a coordenador/a mediar a formação, dialogar com a coordenação de áreas. Mas é necessário que existam outros momentos para que o/a coordenador/a faça suas intervenções. Assim, não há um momento específico para a mediação, portanto é realizada quando há uma necessidade ou a coordenadora de área busca auxílio do/a pedagógico/a. Por outro lado, as informações coletadas apontam um desafio para a coordenação do CEJA que é constituir um espaço/tempo individualizado para que os/as coordenadores/as pedagógicos/as dialoguem com cada coordenadora de área, esse momento de escuta, de diálogo, de reconhecer as necessidades dos professores e da coordenação de áreas é essencial para a organização do trabalho pedagógico no Centro de EJA.

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“CRIANÇAS ESTILOSAS”: IMAGENS DE INFÂNCIA NAS REDES SOCIAIS

Autor: ITAMAR JOSÉ VALÉRIO JÚNIOR

Resumo: As mídias e tecnologias da comunicação conquistam cada vez mais destaque na contemporaneidade, promovendo constantes mudanças nas relações humanas e nos processos de constituição subjetiva. Nessa conjuntura, temos a infância entrelaçada com as mídias digitais. Esta pesquisa tem como objetivo principal analisar os discursos de beleza e sedução, que compõem as imagens de crianças, especificamente meninas, estampadas em redes sociais online, em especial, a página no Facebook “Crianças Estilosas – Blog pessoal”. As principais questões de pesquisa são: que imagens de infância são refletidas nos espelhos digitais presentes na rede social e como estas constituem discursos contemporâneos em torno desse tempo de vida, que se apresentam como pedagogias culturais ao ensinarem às crianças modos de ser, comportar-se e relacionar-se com o outro? Quais são os discursos presentes em páginas de uma rede social, em que imagens de meninas estão associadas à beleza e à sedução? Que valores e perspectivas sociais atravessam as imagens de corpos de meninas postadas na página do Facebook “Crianças Estilosas – Blog pessoal”? A metodologia é de cunho qualitativo e conta com os aportes teórico-metodológicos e analíticos de Mikhail Bakhtin, com destaque para os conceitos de enunciado, dialogismo e polifonia. O foco de análise é a página “Crianças Estilosas – Blog pessoal”, da rede social Facebook. Esse blog foi selecionado por possuir o maior número de curtidas (56.444) até o dia 30 de abril de 2015, dentre todas as demais páginas acessadas que trazem representações de infância, em imagens de crianças, com discursos de beleza e sedução. A decisão de trabalhar apenas com as imagens de meninas deu-se em função de estas serem a maioria. Nessa página, as crianças que aparecem nas postagens possuem idades que variam de alguns meses de vida (bebês) até sete anos de idade e a maioria delas é da etnia branca. As imagens das meninas destacam-se não apenas pelo fato de serem maioria nas postagens de fotos, mas também pelos modos como estas são representadas. Essas imagens revelam elementos ambíguos, entrelaçando a inocência com a sedução. Observamos, nesta pesquisa, que, apesar de se notar a presença da criança nas redes sociais online, nem todos os discursos imagéticos relativos à infância são produzidos pela criança. Ao contrário, muitos desses discursos são produzidos pelos adultos. As imagens aqui analisadas são resultados de discursos do outro, mais propriamente dos adultos, num tenso processo de idealização da infância. Os discursos imagéticos, que remetem à beleza e à sedução, investidos nos corpos das meninas, possuem ecos que circulam nos campos da educação, da sexualidade e das relações de gênero. São discursos que transitam em nossa cultura e abarcam, dessa forma, a infância contemporânea.

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DESAFIOS E POSSIBILIDADES: A COMPREENSÃO DO DIÁLOGO QUE SE CONSTRÓI ENTRE ESCOLA E FAMÍLIAS

Autor: JÔNATAS MARCOS DA SILVA SANTOS

Resumo: Esta construção é resultado de diálogo e pesquisa no âmbito do mestrado em educação do PPGEdu/UFMT. Seu contexto encontra-se em reflexões mais amplas sobre a importância da relação da escola com as famílias e com a comunidade para transformação da pessoa e da sociedade. A temática básica para “sulear” esta busca é compreensão do diálogo entre escola e famílias. Procura-se entender os desafios e possibilidades diante das propostas que defendem uma maior participação das famílias na recriação de uma educação dialógica e ética, tendo em vista a comunhão do gênero humano para construção da educação libertadora cidadã. A partir da concepção dialética-fenomenológica encontrada em Paulo Freire, intenciona-se caminhar na investigação e criação de uma contraposição ao modelo de educação bancária, comprometida com a reprodução da ideologia neoliberal, alienadora e opressiva, identificando no diálogo entre escola e famílias a fecunda possibilidade de superação da dicotomia entre sujeitos e o mundo que os mediatiza. O problema nuclear que fundamenta a investigação é: como acontece concretamente o diálogo entre escola e famílias? Portanto, compreender e investigar a respeito dos desafios e possibilidades na visão dos gestores, professores e famílias, para que diálogo na perspectiva de educação libertadora freiriana possa acontecer, configura-se como objetivo principal da pesquisa. A busca curiosa da construção deste trabalho ocorreu pelo diálogo através das entrevistas realizadas com gestores na Secretaria Municipal de Ensino do Município de Jaciara no estado de Mato Grosso, com gestores e professores na Escola Municipal Magda Ivana e com as famílias dos alunos do nono ano da referida escola. Participaram como sujeitos da pesquisa, seis gestores, quatro professores, três mães e três pais. A pesquisa desenvolveu-se segundo o referencial teórico-metodológico qualitativo crítico. Para coleta de dados os instrumentos utilizados são a entrevista semiestruturada dialógica e a gravação e transcrição do áudio das entrevistas realizadas. Os fundamentos teóricos-metodológicos radicam-se em Freire (2011, 2009, 2014a/b, 2015a/b) e ainda em relação aos referenciais teóricos e análise crítica dos dados são considerados Gadotti (2012, 1998, 1997); Carvalho (2005); Guareschi (1996, 2013); Streck (2003). A pesquisa nos seus resultados revelou que entre desafios e possibilidades de diálogo da escola com as famílias existem incipientes iniciativas pessoais de aproximação recíproca de ambas as instituições. Mostrou ainda a existência de possibilidades de participação das famílias no contexto escolar e a preocupação dos gestores e professores em fazer com as famílias se envolvam no processo educativo dos alunos. Percebeu-se também que é possível fazer da escola uma instituição fundamentalmente cidadã, pautada por valores éticos dialógicos no processo de aproximação das famílias. Porém, foi verificado a existência de uma forte prática de educação reprodutora do aparelho ideológico estatal e neoliberal, que tolhe a palavra e as decisões do contexto onde a vida acontece, ou seja, na escola e nas famílias que compõem o tecido social e as entrega às esferas supra escolares, acarretando cansaço existencial, desânimo e desesperança nas pessoas que tentam criar ações que constroem o diálogo e demonstram a fé na humanidade inacabada.

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PRÁTICAS AVALIATIVAS DE PROFESSORES QUE ENSINAM MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL EM RONDONÓPOLIS – MT

Autor: KELLY BOMFIM ALVES DE OLIVEIRA

Resumo: Esta pesquisa busca aprofundar a compreensão da importância das práticas avaliativas de professores que ensinam Matemática nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. As investigações produzidas no âmbito dessa perspectiva da Educação matemática têm passado por um período de mudanças e influências em todo universo escolar. O Conselho Nacional de Professores de Matemática (NATIONAL COUNCIL OF TEACHERS OF MATHEMATICS, 1995), órgão que congrega professores do mundo inteiro, orienta que é necessário refletir sobre a avaliação com a visão da matemática escolar e propor, a partir das reformas do seu ensino, que sejam desenvolvidas novas estratégias de avaliação e práticas. O objetivo desta pesquisa foi investigar as práticas avaliativas desenvolvidas pelos professores de Matemática dos Anos Iniciais e a influência destas na aprendizagem da Matemática na escola. A investigação tem como propósito responder à seguinte questão: As práticas avaliativas dos professores interferem no processo de aprendizagem da disciplina de Matemática nos Anos Inicias do Ensino Fundamental? Para tanto, norteia-se em: Brasil (1997; 1998; 2002; 2013), Darsie (2010), Hoffmann (1999; 2000; 2005), Luckesi (2000), Sadovsky (2007), Saul (1999), Valente (2010), entre outros. Parte da premissa de que a prática avaliativa age como impulsionadora de mudanças/reflexões nas concepções e ações dos professores sobre a Matemática em seu processo de ensino e aprendizagem e, desse modo, possibilita novas maneiras de entendimento sobre o que e como ensinar essa disciplina. A presente investigação utilizou a abordagem e metodologia da pesquisa qualitativa descritiva e, para analisar as falas e registros das professoras, foi utilizado o método interpretativo, baseado na análise de conteúdo, tendo como objetivo compreender as formas de pensar e agir das mesmas sobre o processo de avaliação da aprendizagem na disciplina de Matemática e as práticas avaliativas. Os instrumentos utilizados para análise foram: entrevistas, registros de aulas e observação. Os dados coletados da pesquisa apontam que: a prática avaliativa acontece cotidianamente no acompanhamento do desenvolvimento do aluno, por meio das observações, interações, discussões, correções, orientações, intervenções, diagnóstico das dificuldades e avanços, para que seja possível planejar e organizar as aulas. No processo ensino e aprendizagem, a avaliação está intrinsecamente ligada ao percurso que professores e alunos perseguem. Para que ocorram mudanças no processo avaliativo, necessita-se de investigações, reflexões, análises aprofundadas, novas estratégias de avaliação e práticas que contribuam para a construção de novos conhecimentos, saberes e ações dos envolvidos.

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OS PROFESSORES INICIANTES E O USO DAS MÍDIAS DIGITAIS NAS PRÁTICAS EDUCATIVAS

Autor: LIZIANI MELLO WESZ

Resumo: Esta pesquisa está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação PPGEdu/Campus Universitário de Rondonópolis-CUR/MT e ao grupo de pesquisa Investigação. Tem por objetivo apurar indícios de inclusão das Mídias Digitais na prática pedagógica do professor iniciante, a partir da formação específica ofertada pela instrução continuada do projeto da UFMT/OBEDUC. Essa constituição tem uma agenda decidida pelos próprios professores, quando estes apontam suas fragilidades e necessidades de formação para o melhor desempenho de suas atividades docentes, em reunião do projeto de capacitação ao iniciante, aprovado pela UFMT, junto ao Observatório da Educação/CAPES/INEP/SECADI. Observou-se que um dos apontamentos se referia às aprendizagens quanto ao uso das Tecnologias, Mídias Digitais e, então, planejou-se atender a esse anseio por meio da formação continuada específica, no intuito de que pudessem incluir as Mídias Digitais em sua prática para, assim, oportunizarem, aos alunos, aprendizagens mais interativas e significativas. A fase inicial da docência é permeada de angústias, necessidades e dificuldades; por isso, pretendeu-se analisar como os egressos lidam com tais embates no dia a dia da docência. As questões da pesquisa foram: Que condições as escolas têm apresentado, assim como a formação que os professores possuem para trabalhar com as mídias no cotidiano de suas práticas? Quais são as possíveis dificuldades/entraves que permeiam o caminho dos professores iniciantes para a inclusão das mídias na escola pública? O que revelam os professores iniciantes sobre a formação específica no projeto OBEDUC para o uso das mídias e que indícios apresentam sobre a utilização em suas práticas docentes? A pesquisa desenvolveu-se de acordo com a abordagem qualitativa e os preceitos da pesquisa formação. Para responder às questões, também foi adotada a mesma abordagem, com utilização de diário de campo, depoimentos e entrevistas, vídeos, recortes de correspondência de aplicativos, fotografias, desenhos e memoriais. A fim de atender aos professores iniciantes, a pesquisa obedeceu a algumas etapas: levantar as dificuldades que os professores iniciantes apresentam no ensino e metodologia da inserção das Mídias Digitais no cotidiano da docência, acompanhar, assessorar e orientar esse professor na implantação/inclusão das Mídias Digitais, como forma de contribuir para que se tenha uma prática bem-sucedida com o uso dessas ferramentas. A pesquisa teve como loci seis escolas públicas, sendo três escolas estaduais e três municipais e, posteriormente, usou-se o laboratório de informática do curso de Pedagogia e Biblioteconomia da UFMT, cujos sujeitos foram vinte e cinco professores iniciantes e seis professores experientes. A análise revelou que o professor iniciante perpassa por uma fase inerente à profissão docente, de grandes dificuldades, impasses, emoções e desafios, etapa esta de exercício solitário, em que poucos colegas prestam auxílio para sanar seus entraves. Os resultados evidenciaram que os professores iniciantes foram atendidos em suas reivindicações quando apontam indícios de inclusão das mídias em suas práticas, ao apresentarem algumas ações nas escolas por meio do seminário. Revelaram, ainda, dados sobre a necessidade de que a formação continuada, praticada nas escolas, envolva mais intensamente os novos professores nesse contexto e promova interações com os demais professores.

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ARTE E CULTURA JUVENIL NO CONTEXTO ESCOLAR: “E ALGUÉM AQUI QUER SABER O QUE O JOVEM TEM A DIZER SOBRE ISSO?”

Autor: LUCIANNE GOMES DA SILVA MARIANO

Resumo:  Esta pesquisa se insere no âmbito do Grupo de Estudos Infância, Juventude e Cultura Contemporânea (GEIJC), na linha de pesquisa Linguagens, cultura e construção do conhecimento: perspectivas histórica e contemporânea, vinculado ao Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus de Rondonópolis. Sustentada nos aportes teórico-metodológicos da Sociologia da Juventude, bem como nos estudos sobre Arte-educação no Brasil, esta pesquisa propôs investigar os possíveis processos de diálogo entre arte e culturas juvenis no contexto escolar, com o objetivo de refletir/problematizar o ensino de Artes na escola a partir da ótica dos alunos. Para tanto, utilizamos como metodologia de investigação o referencial da pesquisa-intervenção aplicada à infância e juventude. Delineada em duas etapas distintas, a pesquisa contou em sua primeira etapa, com a participação de 112 estudantes objetivando conhecer o universo criado pelos alunos em torno das aulas de Artes e sua relação com a disciplina; A segunda etapa trouxe uma abordagem mais ampla, com propostas que oportunizaram discussões e vivências para além dos tópicos curriculares e contou com a participação de 17 alunos. Os participantes da pesquisa revelaram o quanto percebem questões relevantes vivenciadas no contexto escolar em relação ao ensino de Artes, pertinentes a professores não qualificados, fragmentação e não contextualização de conteúdo, limitação cronológica para aulas/atividades propostas, escassez de materiais, mais valia ao produto final que ao processo de criação, relação direta com o belo e com a técnica nas produções dos alunos, o que, na opinião dos jovens, colabora para a perpetuação da desvalorização da arte no contexto escolar. Os dados apontam roteiros educativos adultocêntricos pré-estabelecidos e planejados em territórios seguros, nos quais “como”, “quando” e “onde” fazer arte é definido por receitas pedagógicas, não proporcionando aos jovens ferramentas (cognitivas, materiais, pedagógicas, cronológicas) para o desenvolvimento da criatividade e da autonomia de criação. No contexto desta pesquisa, a cultura de pares foi identificada como fator importante na construção da identidade do jovem, uma vez que sentimentos de inclusão e aceitação dentro de um grupo configuram-se como a intenção principal das relações constituídas. As análises evidenciaram uma cultura escolar vivenciada dentre discrepâncias e defasagens, mediada por rédeas e mecanismos de controle, ora institucionais, ora pedagógicos, ora curriculares, ora instrumentais, ora mercadológicos, ora simbólicos, na qual relações de poder e dominação adulto-jovem e, entre os próprios jovens, são estabelecidas e sustentadas. Apreendemos, dos resultados obtidos com nossa pesquisa, que crianças e jovens têm muito a dizer sobre os processos educativos para a efetivação de uma educação participativa, na qual ler e escrever, falar e escutar, produzir e apreender conhecimentos seja algo para além de normatizações e categorizações pensadas somente pelos adultos. Esta pesquisa indica que é fundamental auscultar nossos jovens (e crianças) se efetivamente queremos uma educação democrática e humana. Mais do que isto, é uma questão de respeito para que, nós, adultos, não continuemos a relegá-los ao lugar de objetos passivos dos processos educativos. Concluímos que temos pela frente desafios gigantescos na efetivação de um diálogo possível entre arte, escola e cultura juvenil, que nos convidam a refletirmos sobre o campo educativo, suas atribuições e suas legitimações.

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O DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DOS PROFESSORES INICIANTES EGRESSOS DO CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA: UM ESTUDO DE CASO

Autor: MÁRCIA SOCORRO DOS SANTOS FRANÇA

Resumo: Esta pesquisa aborda um tema ainda pouco explorado no cenário nacional, ou seja, os estudos sobre o desenvolvimento profissional dos professores iniciantes egressos da Pedagogia, e está inserida no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu) da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Rondonópolis (UFMT/CUR), na linha de pesquisa intitulada Formação de professores e políticas públicas educacionais, desenvolvida pelo Grupo de pesquisa InvestiAção. A formação de professores é compreendida na pesquisa como um dos fatores constituintes do desenvolvimento profissional, compreendido como um processo que se dá ao longo da carreira docente, em um continuum. Assim sendo, considera-se a iniciação à docência uma fase importante desse processo. Tal período é marcado por dúvidas, angústias e medos, fase de ajustamentos, interações e tomada de decisões em relação à carreira docente. Neste cenário, esta pesquisa teve como objetivo investigar o que apontam os professores iniciantes egressos da Pedagogia sobre seu desenvolvimento profissional, a partir da formação continuada propiciada pelo projeto OBEDUC/UFMT. A abordagem qualitativa permeou a pesquisa com a adoção do estudo de caso. Como procedimentos e instrumentos para coleta de dados foram adotadas a observação, a análise documental e de narrativas autobiográficas – especificamente memorial e entrevistas semiestruturadas. Foram formuladas questões indagadoras, quais sejam: Quais necessidades de formação são suscitadas pelos professores iniciantes egressos da Pedagogia participantes do projeto OBEDUC/UFMT? O que os professores manifestam sobre a formação continuada propiciada pelo projeto e como a associam ao seu desenvolvimento profissional? Contou com quatro professoras dos anos iniciais do ensino fundamental como colaboradoras e teve, como critério, serem egressas do curso de Pedagogia, considerando o prazo máximo de cinco anos de experiência na docência. Os dados foram levantados em quatro escolas, sendo duas municipais e duas estaduais, e também nos encontros de formação que aconteceram em diferentes espaços – UFMT/CUR e escolas. Os resultados apontaram que a formação continuada oferecida pelo projeto OBEDUC/UFMT é considerada pelos professores como ponto de reflexão sobre suas práticas e também sobre a carreira docente, contribuindo assim para o seu desenvolvimento profissional.

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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM SALAS MULTIFASES DA EDUCAÇÃO DO CAMPO, NO CONTEXTO DO PACTO NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA (PNAIC)

Autor: MARIA APARECIDA DE OLIVEIRA SIQUEIRA

Resumo: Esta pesquisa, cujo título é Alfabetização e letramento em salas multifases da Educação do Campo, no contexto do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), está vinculada ao Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso, Câmpus Universitário de Rondonópolis (PPGEdu/UFMT/CUR), na linha de pesquisa Linguagens, Cultura e Construção do Conhecimento, tendo sido acolhida pelo grupo de pesquisa Alfabetização e Letramento Escolar (ALFALE). Estabeleci como recorte desta pesquisa a seguinte questão: Como se dá o ensino da língua materna em salas multifases que atendem alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental, em escolas do campo, sob a perspectiva do alfabetizar letrando, no contexto do PNAIC? Para conseguir responder a esta questão, o objetivo geral da pesquisa é: Analisar o processo de ensino da língua materna, com enfoque na alfabetização e no letramento, desencadeado por duas professoras de salas multifases, de escolas do campo, no contexto do PNAIC. Em consonância a este objetivo geral foram definidos três objetivos específicos: a) Identificar as estratégias utilizadas pelas professoras para o processo de alfabetização e letramento, em especial, no que concerne à organização do tempo e espaço; b) Identificar como as professoras trabalham os eixos, atualmente, sugeridos para o ensino da língua materna; c) Identificar aspectos trabalhados pela formação do PNAIC, implementados na prática das professoras. Este estudo qualitativo do tipo etnográfico utilizou-se de questionário, entrevistas semiestruturadas, caderno de planejamento e de campo como instrumento para o recolhimento dos dados e de Protocolos de Observação para o registro das práticas cotidianas das professoras. Esta pesquisa se ancorou na concepção de linguagem sustentada em Bakhtin, entendida como histórica, concreta e social. A revisão bibliográfica de produções científicas (teses, dissertações e artigos em periódicos e anais de eventos), no período de 2006 a 2015, evidenciou que o binômio “alfabetização e letramento na Educação do Campo”, ainda é um tema pouco discutido nas bases de dados consultadas. Os dados foram analisados a partir dos Eixos propostos pelo PNAIC para o ensino da língua materna. Os resultados indicam que o trabalho com identificação de letras, sílabas e palavras para a compreensão do Sistema de Escrita Alfabética (SEA) e a reflexão fonológica da escrita das palavras esteve maior evidenciado na prática da docente Val, realizando-as em todos os dias observados. Por outro lado, os eixos Produção de textos escritos e Conhecimentos Linguísticos foram mais evidenciados na prática da docente Lu. O Eixo Produção de leitura foi evidenciado em 100% dos dias observados tanto na prática de Lu como de Val. A investigação revelou que tanto na prática de Lu como na de Val ainda preponderam elementos de uma concepção mais tradicional do ensino da língua materna. No entanto, ambas se esforçaram para garantir um trabalho que oportunizasse o avanço de seus alunos, tanto na leitura como na escrita, incorporando às suas práticas em sala de aula aspectos metodológicos sugeridos por meio da formação do PNAIC. Por fim, as observações realizadas informam que as Escolas Municipais 14 de Agosto e Marajá, apesar de estarem localizadas no campo, funcionam nos moldes de uma escola urbana, pois, pelo menos no período observado, as professoras deram pouca ênfase na valorização específica do contexto em que os alunos estão inseridos.

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EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE: O olhar de profissionais acerca da sua efetividade

Autor: MARIANA SILVA VIEIRA FACHIM

Resumo:  O objeto de estudo desta pesquisa é a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. Tem como objetivo analisar a efetivação prática da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde no município de Rondonópolis-MT a partir da percepção dos profissionais enfermeiros de Unidades Básicas de Saúde da Família. Como referencial teórico foi adotado, destaca-se: David Ausubel, Paulo Freire, Moacir Gadotti, Ricardo Burg Ceccim, Júlio Cézar Schweickardt. Trata-se de uma pesquisa descritiva exploratória de abordagem qualitativa. Foram selecionados 5 enfermeiros responsáveis por unidades básicas de saúde e o gestor do Departamento de Gestão de Trabalho e da Educação na Saúde, para a coleta de dados. Realizou-se entrevistas semi-estruturada com os sujeitos selecionados para a coleta de dados. A partir da análise do conteúdo das falas emergiram-se as seguintes categorias de análise: Conhecimento sobre a Política adquiridos na formação inicial dos enfermeiros; Caracterização das atividades educativas realizadas pela Secretaria Municipal de Saúde; Ressignificação da prática profissional; Dificuldades na efetivação prática da Política de Educação Permanente em Saúde no município. Os dados revelaram que as atividades educativas realizadas pela Secretaria Municipal de Saúde diferem em sua maioria daquelas que os autores conceituam ser Educação Permanente em Saúde. Todavia, apesar dessas caracterizarem prioritariamente como Educação Continuada, focalizam a transmissão de conhecimentos e atualização técnico-científica. Os enfermeiros foram congruentes em afirmar que sua prática profissional tem se transformado posteriormente a essas formações, sendo o aprendido significativo a eles. A política não se efetiva no município, mas no trabalhador, nas atividades desenvolvidas no dia a dia, na vida. Para isto destaca-se o estabelecimento do Quadrilátero de Formação que consiste na integração do ensino, serviço, gestão e participação social, e essa integração no município, a luz dos dados, se mostra deficiente. O estimulo a participação da comunidade em rodas de conversas, através da discussão de situações reais do serviço em conjunto com a equipe multiprofissional e demais unidades de saúde do município podem ser excelentes momentos para reflexão da prática e transformação do sujeito. A pesquisa não esgota a temática, mas suscita a importância de futuras pesquisas que busquem compreender a formação dos profissionais da saúde, a avaliação das transformações alcançadas nos sujeitos com o uso das metodologias ativas como modelo educacional objetivando formar profissionais que compreendem ser protagonistas na construção do seu conhecimento.

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GESTÃO DEMOCRÁTICA PARTICIPATIVA EM COMUNIDADES DE APRENDIZAGEM: A PERSPECTIVA DE PROFISSIONAIS DE UMA ESCOLA PÚBLICA DA REDE ESTADUAL DE ENSINO EM RONDONÓPOLIS – MT

Autor: MAURITA CÉSAR DE MORAIS FRANCO

Resumo: A presente pesquisa, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação, (PPGEdu/CUR/UFMT) na linha de Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais, intitulada Gestão Democrática Participativa em Comunidades de Aprendizagem: a perspectiva de profissionais de uma escola pública da rede estadual de ensino em Rondonópolis – MT, teve como principal objetivo investigar a Gestão de uma escola estadual que decidiu, de maneira coletiva, aderir à proposta de Comunidade de Aprendizagem e transformar a realidade dos estudantes por meio das Atuações Educativas de Êxito; partindo do entendimento e experiências de profissionais que atuam nesta escola, investigou-se por meio de análise intersubjetiva dos dados, como ocorre o processo de efetivação da proposta de Comunidades de Aprendizagem na dimensão da Gestão Democrática Participativa. Para o alcance deste objetivo, a escolha da abordagem da pesquisa foi a qualitativa interpretativa, com orientação na Metodologia Comunicativa, sendo que a coleta dos dados foi realizada por meio dos instrumentos: observação comunicativa, entrevistas em profundidade e relato comunicativo. As discussões foram subsidiadas pelas elaborações teóricas dos estudiosos Habermas (2002, 2004), e Freire (2011, 2012), sendo referenciadas quanto à conceitos das Teorias da Educação e da Sociologia, como a Dialogicidade e a Ação Comunicativa. Neste sentido, utilizamos o Conceito de Aprendizagem Dialógica, elaborado pelo Centro Especial em Teorias e Práticas Superadoras de Desigualdades (CREA/Universidade de Barcelona – Espanha) para analisar os dados que foram coletados nos anos de 2014, 2015 e 2016. A abordagem das Teorias Dialógicas foi imprescindível neste trabalho, pois possibilitou estruturar a análise da maneira prevista na Metodologia Comunicativa, a saber, em dimensões cujos elementos evidenciados podem ser transformadores e/ou exclusores. Assim, os elementos transformadores apontados pelas participantes, dizem respeito aos pontos favoráveis à construção da Gestão Democrática Participativa na organização e funcionamento da escola, bem como, estrutura e funcionamento do sistema educacional. Nos resultados da pesquisa, as participantes apontaram os elementos exclusores, que dificultam ou impedem a efetivação da Gestão Democrática Participativa, e revelaram de maneira geral, as limitações encontradas no trabalho diário de construção do processo democrático, os desafios e as possibilidades das Atuações Educativas de Êxito para a Gestão e a consolidação da proposta de Comunidades de Aprendizagem. Ao considerar o cenário atual em que a escola atua, o tema desta pesquisa de Mestrado não se esgota, e, desperta ainda mais inquietações para futuras investigações, pois discussões como as levantadas aqui, podem permitir o encontro e o uso de instrumentos humanizadores e democratizantes, a fim de superar a cultura da não participação, e construir espaços dialógicos e transformadores, pautados na inclusão e igualdade de direitos.

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A INSERÇÃO DO/A ASSISTENTE SOCIAL NA ESCOLA: LIMITES E POSSIBILIDADES

Autor: PAULA DE ÁVILA ASSUNÇÃO

Resumo: O presente texto dissertativo apresenta os resultados de uma investigação acerca da inserção do Serviço Social na escola, como uma política pública e educacional, objetivando compreender as possibilidades e os limites presentes nessa realidade. Considerar a comunidade escolar, a comunidade externa e as famílias como sujeitos dessa história e ouvi-los dialogicamente, como propõe Paulo Freire, foi um grande desafio. Na atual conjuntura existe o entendimento de que o Serviço Social se constitui como mediador dos processos políticos que formam a cultura humana, no encontro com as demais profissões da Educação. A presença do assistente social na escola implica um compromisso coerente com o projeto ético-político profissional hegemônico do Serviço Social brasileiro, gestado desde o final dos anos 1970, que deve estabelecer, com o Projeto Pedagógico da escola, uma relação dialógica. A pesquisa se desenvolveu na Escola Municipal “Campo Florido” (nome fictício), no município de Rondonópolis, Mato Grosso. Participaram, como sujeitos da pesquisa, duas professoras, uma auxiliar de serviços gerais, a coordenadora e o diretor (representantes da Comunidade Escolar); três mães de alunos, (representantes das Famílias) uma das moradoras mais antigas do bairro – também liderança comunitária, e o presidente de bairro (representantes da Comunidade Externa). A pesquisa desenvolve-se segundo o referencial teórico crítico-dialético e utilizou um método qualitativo crítico. Os fundamentos teórico-metodológicos radicam-se em Paulo Freire (1996; 2002; 2008) Garske (2006), Hora (2006), Iamamoto (2008), Netto (1998), Abreu (2004), Santos (2013) e Silva (2012). Os resultados revelam que, entre desafios e possibilidades da inserção do assistente social na escola, existe o desejo de todos os sujeitos envolvidos: comunidade escolar, comunidade externa e família, para que isso ocorra. Os limites para que essa presença se efetive como política pública são: indisponibilidade do profissional no quadro de servidores municipais; visão assistencialista da profissão e pouco conhecimento da Comunidade Externa e da família a respeito de Gestão Democrática. O reconhecimento da necessidade de ações educativas voltadas às questões sociais desenvolvidas por profissional com formação específica, o perfil de mediador do assistente social e o espaço que a profissão já conquistou nessa área, em outas localidades.

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“MA VIE EN ROSE: OLHARES SOBRE INFÂNCIA, EDUCAÇÃO E GÊNERO”

Autor: PEDRO APARECIDO BARRETO DE MELO

Resumo: As produções cinematográficas são entendidas como textos midiáticos que possibilitam a construção de sentidos, que estão relacionados aos modos como a sociedade concebe a infância. A presente pesquisa tem como objetivo geral compreender as concepções de professoras a partir dos discursos de infância, gênero e sexualidade presentes no filme “Ma vie en rose”, de Alain Berliner, que trata dos conflitos de uma criança na escola, na família e na vizinhança, provocados por suas experiências com o próprio corpo, que escapam de uma masculinidade normativa. Como objetivos específicos, busca-se analisar as seguintes questões: como o filme traz para o universo da infância as questões de gênero e sexualidade? Que tensões se dão entre as concepções de infância das professoras e as representações de infância trazidas pelo filme? Que significados sobre a relação entre infância, gênero e sexualidade as professoras constroem a partir do filme? Como aportes teóricos e metodológicos, tem-se: a teoria da enunciação de Mikhail Bahkhtin para a análise dos discursos das professoras em diálogo com os discursos fílmicos; os estudos sociais da infância; e os estudos de gênero. A pesquisa se desenvolveu a partir de grupos de discussão sobre o filme “Ma vie en rose”, realizados com professoras da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental, de escolas das redes públicas municipal e estadual, em Rondonópolis, Mato Grosso. Além disso, essas professoras participavam do Programa Observatório da Educação (Obeduc)/CAPES, vinculado ao Programa de Pós-graduação em Educação (PPGEdu). Na análise dos discursos das professoras, observou-se que os sentidos mais recorrentes em torno do tema infância, gênero e sexualidade foram: o estranhamento dos corpos infantis que escapam de uma identidade binária de gênero; a necessidade de vigiar, prever e categorizar esses corpos por meio da validação da ciência; e a associação da sexualidade com perigos, riscos e patologias.

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PRÁTICAS DE ALFABETIZADORAS EM FORMAÇÃO PELO PNAIC: ESTUDO DO USO DOS ACERVOS DE LEITURA

Autor: REGIANE PRADELA DA SILVA BASTOS

Resumo: Esta investigação vincula-se ao Grupo de Pesquisa Alfabetização e Letramento Escolar (ALFALE), do Programa de Pós-Graduação em Educação, do Instituto de Ciências Humanas e Sociais, da Universidade Federal de Mato Grosso – Campus Universitário de Rondonópolis, (PPGEdu/CUR/UFMT), na linha de pesquisa: Linguagens, Cultura e Construção de Conhecimento: perspectivas histórica e contemporânea. Tem como tema central as práticas pedagógicas de professoras do ciclo de alfabetização, que participaram da formação do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) na área de Linguagem, em relação à utilização dos acervos de livros do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) Obras Complementares e/ou Alfabetização na Idade Certa. Esse estudo qualitativo com abordagem sócio-histórica utilizou-se da entrevista, questionário, observação e análise documental como instrumentos de coleta de dados, com objetivo de analisar o diálogo entre as práticas pedagógicas de três professoras do ciclo de alfabetização, em três escolas estaduais de Rondonópolis, Mato Grosso, e a formação do PNAIC na área de Linguagem, com foco na utilização dos referidos acervos. À luz da teoria bakhtiniana, os conceitos de dialogismo, polifonia e alteridade são princípios fundantes e orientadores nesta pesquisa para análise da empiria. Diante disso, procurou responder: como são as práticas pedagógicas de professoras do ciclo de alfabetização, que participaram da formação do PNAIC na área de Linguagem, em relação à utilização dos acervos Obras Complementares e/ou Alfabetização na Idade Certa? A investigação revelou, por meio das entrevistas, que as alfabetizadoras apontaram mudanças em suas práticas depois da formação do PNAIC, pois se apropriaram de estratégias pedagógicas sugeridas pelo Programa. No período em que foram observadas suas aulas, elas proporcionaram a interação das crianças com os diversos gêneros textuais, tanto dos acervos do PNLD, como de outros do acervo pessoal e da escola, por meio da leitura deleite, sequência didática e como mote para produção de texto. Portanto, os textos foram utilizados com frequências variadas e com diferentes objetivos, em que foram trabalhadas a apropriação do Sistema de Escrita Alfabética (SEA), a leitura e a produção de texto.

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GÊNERO E EDUCAÇÃO NAS ESCREVIVÊNCIAS DE CONCEIÇÃO EVARISTO: UM OLHAR SOBRE PONCIÁ VICÊNCIO E BECOS DA MEMÓRIA

Autor: ROSÂNGELA APARECIDA CARDOSO DA CRUZ GÊNERO

Resumo: O presente estudo foi organizado conforme a Linha de Pesquisa Linguagens, Cultura e Construção do Conhecimento, bem como subsidiado por meio das ricas discussões acerca dos estudos de gênero, compartilhados junto aos/as colegas e professores/as integrantes do Grupo de Estudos Infância, Juventude e Cultura contemporânea (GEIJC). A pesquisa tem como objetivo tecer reflexões sobre duas obras da poetisa e romancista Conceição Evaristo (Ponciá Vicêncio (2003) e Becos da Memória (2013) a partir dos estudos de gênero, sobretudo, no que tange ao olhar pós-feminista acerca da escrita feminina contemporânea, em especial, da literatura afro-brasileira. Justifica-se a recorrência aos conceitos bakhtinianos de alteridade, dialogismo e polifonia como metodologia adotada pela possibilidade de visualizar as muitas vozes imbricadas na escrita evaristiana. Constatei, assim, que a linguagem literária da autora é um reflexo da sua própria vivência, bem como de muitas outras vozes silenciadas, de muitas outras mulheres, sobretudo, de mulheres negras, em um movimento constante de firmar-se no mundo enquanto sujeito. Partindo do princípio de uma abordagem qualitativa, optei pela pesquisa documental, com ênfase nos conceitos de alteridade, dialogismo e polifonia, do russo Mikhail Bakhtin (1981, 1993, 2011) como metodologia de análise e, a partir de pressupostos teórico-metodológicos voltados aos estudos de gênero e pós-feministas, situei a pesquisa voltada para o feminino, sobretudo, com um recorte com vistas à educação das mulheres. Objetivei, de modo geral, compreender o processo da educação e significação do feminino visualizando, literariamente, a compreensão daquilo que poderia ser a representação das vivências de muitas mulheres, em especial, de mulheres negras, tão bem retratadas a partir da obra de Conceição Evaristo. Especificamente, busquei verificar os elementos transversalizados (raça, gênero, sexualidade e classe social) sobre a construção do feminino na educação em narrativas de mulheres; refletir acerca das desigualdades relacionadas às mulheres no que diz respeito a gêneros, por meio de um olhar especialmente pós-feminista e pós-colonialista; conceituar a importância das mulheres para o exercício literário de autoria feminina; perceber de que forma o conhecimento acerca dos gêneros contribui para a efetivação do processo de escolarização das mulheres. Por fim, pretendo por meio desta pesquisa, responder às respectivas indagações: Qual mulher é retratada por Conceição Evaristo e qual o papel da Educação para a construção dessa mulher? Em suma, pressupõe-se a relevância em relação a esta pesquisa, sobretudo, por apresentar a literatura afro-brasileira por meio do olhar de uma das escritoras negras que, na atualidade, se consagra como uma das maiores expressões afro-literárias brasileiras.

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LIMITES E POSSIBILIDADES DA/NA GESTÃO DO CONSELHO DE ACOMPANHAMENTO E CONTROLE SOCIAL FUNDEF/FUNDEB EM RONDONÓPOLIS – MT

Autor: ROSIMEIRE DE JESUS CALDEIRA

Resumo: A pesquisa trata de um estudo de caso sobre o Conselho de acompanhamento e controle social (CACS) da política pública de financiamento da educação que dispõe sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério/FUNDEF e o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação/FUNDEB, no tocante ao papel desempenhado pelos Conselhos da rede municipal de educação da cidade de Rondonópolis – MT. Tem como objetivo compreender os limites e possibilidades apresentadas pelo Conselho do FUNDEF e do FUNDEB no acompanhamento e controle da aplicação das políticas de financiamento, na rede municipal de ensino de Rondonópolis – MT, no período de 1.998 a 2.014. O estudo foi norteado pela seguinte questão: Quais os limites e as possibilidades apresentados pelo Conselho do FUNDEF/FUNDEB no acompanhamento e controle da aplicação das políticas de financiamento da educação no município de Rondonópolis-MT no período de 1.998 até 2.014? O estudo focalizou a gestão do Conselho, no que tange à participação política nos processos de composição, organização, funcionamento e atuação, portanto, do acompanhamento e ao controle social do referido Conselho, conforme o expresso nas leis que normatizam o FUNDEF/FUNDEB. Em relação à metodologia de pesquisa, adotou-se a abordagem qualitativa, com o estudo de caso histórico-organizacional com Bogdan & Biklen (1994), de natureza descritiva e interpretativa desenvolvido mediante pesquisa de campo. A coleta de dados foi desenvolvida por meio de documentos oficiais e entrevistas semiestruturadas. A análise documental deu-se sob o enfoque de Cellard (2008), além do referencial teórico na área de ciências sociais, com os seguintes autores: Kosik (1976), Oliveira (2007) e Demo (1985). A unidade de análise foi dividida em três blocos: primeiro a apresentação do lócus da pesquisa, seguida da discussão do processo de criação e composição do FUNDEF/FUNDEB no município, o segundo bloco refere-se à organização e funcionamento da gestão do CACS e por último, a atuação, limites e possibilidades do CACS. Os resultados apontaram que a Secretaria Municipal de Educação (SEMED) apresenta forte concentração de poder sobre o CACS de Rondonópolis – MT, inclusive em relação à organização administrativa do Conselho. Os dados assinalaram que elementos como: as reuniões ordinárias, o envolvimento dos conselheiros, o processo eletivo, o controle e as análises de prestação de contas se constituem como limites e como possibilidades na atuação dos CACS.

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EU E TU, NÓS OS DIFERENTES: A PERCEPÇÃO DOS ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA SOBRE A INCLUSÃO NO ENSINO SUPERIOR

Autor: SIMONE FRENEDA CAMPARIM PASSOS

Resumo:  O presente trabalho é resultante de pesquisa no mestrado em educação do PPGEdu/CUR/UFMT e tem como objeto de estudo a inclusão de estudantes com deficiência no ensino superior público, a partir da percepção deles próprios sobre esse processo. Nas últimas décadas houve grande avanço em relação à inclusão educacional das pessoas com deficiência, mas no ensino superior ainda se apresenta como problemática imersa em contradições, limites e desafios, inseridos na complexidade de um contexto econômico, político, cultural e ideológico. Para transpor esses desafios, a universidade pública precisará encontrar canais de diálogo com a imensa diversidade que a compõe, principalmente os grupos historicamente excluídos da educação e da sociedade que estão conquistando cada vez mais seu espaço nesse nível de ensino. E a partir desse diálogo, construirmos juntos a inclusão no ensino superior de forma mais efetiva, ampla e profunda, unindo a todos em um esforço coletivo e constante para nos recriarmos, modificando as práticas excludentes, sejam elas culturais, físicas, organizacionais, pedagógicas e até mesmo as referentes à natureza e função social das instituições. Por conta da historicidade e dialeticidade que envolve a inclusão no ensino superior, este estudo fundamenta-se em Freire, Marx, Kosic e nos teóricos convergentes a eles que problematizam questões atuais e desafios contemporâneos da educação a partir de sua concreticidade. O objetivo geral da pesquisa foi analisar a inclusão no ensino superior público a partir da percepção dos estudantes com deficiência. Especificamente buscou-se: a) identificar os limites e desafios à inclusão no ensino superior a partir da percepção dos estudantes com deficiência em relação aos discentes, docentes e instituição; b) apresentar e debater a visão dos estudantes com deficiência sobre o processo de inclusão no ensino superior dentro do contexto econômico, político, cultural e ideológico no qual está inserido; c) compreender o processo de inclusão dos estudantes com deficiência no câmpus da UFMT em Rondonópolis. A abordagem teórico-metodológica é qualitativa sob a perspectiva dialética e os instrumentos de coleta de dados foram entrevistas semiestruturadas junto a oito estudantes com deficiência do Câmpus Universitário de Rondonópolis (UFMT), lócus desta pesquisa. O estudo realizado apontou uma série de limites e desafios à inclusão no ensino superior, dentre os quais: a invisibilidade vivida em nível interpessoal e institucional; a interferência das desigualdades sociais no acesso, permanência e desenvolvimento; a distância entre a legislação brasileira e sua materialização; a falta, inadequação ou insuficiência da acessibilidade física e pedagógica, com a necessidade premente de formação e informação aos docentes e discentes, além da implementação de uma política interna mais estruturada e eficaz. Apesar de todas as contradições, limites e desafios ainda existentes, conclui-se que a inclusão é um processo a ser construído e a construção de uma educação de qualidade para todos que isso demanda dependerá de luta real para ser conquistada e também da revisão de nossos atos e pensamentos nas IES e na sociedade, assim como o embate com as forças neoliberais que minam esse espaço público tão importante na vida das pessoas com deficiência que o consideram muito mais que um local para formação profissional, pois significa vida, encontro, dignidade, cidadania, sonhos. A inclusão das pessoas com deficiência no ensino superior será uma construção coletiva e dependerá da atuação concreta de todos aqueles que compõem a universidade para sua materialização.

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