Universidade Federal de Rondonópolis

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Turma 2011

TRAVESTILIDADES E ESCOLA NAS NARRATIVAS DE ALUNAS TRAVESTIS

Autor: ADRIANA SALES (ADRIANO BARBOSA SALES)

Resumo: O presente trabalho se realiza pela necessidade de contemplar as diversidades educacionais em seu cotidiano. Reflete sobre as novas possibilidades de construção identitária e de gênero, com olhares para as travestilidades. Nessa perspectiva, entrelaçar saberes sobre as diversidades sexuais torna-se imprescindível para problematizar o espaço escolar no seu cotidiano. Foram analisadas as narrativas de três alunas travestis matriculadas na educação básica da rede pública de ensino do Estado de Mato Grosso, com a intenção de fazer emergir elementos que possam produzir conflitos e dificuldades no acesso e permanência desses sujeitos travestis nas escolas. Essas narrativas são compreendidas como produtos de crenças e valores forjados nas relações sociais, culturais e linguísticas na escola e fora dela. Nosso objeto de análise no decorrer da pesquisa são essas narrativas, bem como a apresentação do corpo, da estética e das identidades que se tornam referências para marcas de significações das alunas travestis e suas relações com a escola. Dessa forma, dar voz a essas sujeitas, escutar essas vozes e dialogar com as mesmas sobre o processo de escolarização vivenciado por elas diante da sua identidade diversa, que foge da norma, é um princípio de nossa investigação. As intencionalidades manifestadas nas narrativas podem realçar os padrões que a escola pretende formar e constituir em suas intervenções educativas, pois a escola costuma, de maneira tímida, “contemplar” as chamadas minorias sexuais camuflando a preocupação com a compreensão do humano e o respeito. Analisar como se dá esse processo por elas mesmas vai para além da superficialidade do que é representado pelas políticas públicas já constituídas. Pesquisar as representações, crenças e valores busca contribuir para a atual discussão de gênero e sexualidade, compreendidos como resultantes da influência das mudanças sociais e teóricas, ocorridas nos contextos mato-grossenses e brasileiros. Analisar os contextos em que a sexualidade e identidades de gênero das travestis se apresentam proporcionará compreender elementos que podem produzir os processos de exclusão ou de inclusão das diversidades identitárias na comunidade escolar. Diante dessas dimensões, pressupõe-se que os relatos desses grupos discentes fornecerão uma multiplicidade de olhares sobre os processos de escolarização para o diverso, que contemple todas as possibilidades de construção social sempre preconizando, até então, uma escola transfóbica, sexista, homofóbica e que é palco de tensões que demandam olhares mais democráticos para o humano.

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REPRESENTAÇÕES, VALORES E COTIDIANO EM NARRATIVAS DE PARTICIPANTES DO PROJOVEM ADOLESCENTE

Autora: AMANDA JACINTO MENDES

Resumo: A presente pesquisa tem como finalidade investigar as representações e valores dos adolescentes a respeito do ProJovem Adolescente, confrontando as narrativas dos adolescentes que participam do programa com os discursos do orientadores sociais, considerando que o ProJovem Adolescente que tem objetivo de reduzir a situação de vulnerabilidade social do país sendo referenciado pelas unidades municipais socioassistenciais denominadas Centro de Referência da Assistência Social – CRAS. A pesquisa, de tipo etnográfica, foi realizada em dois CRAS da cidade de Rondonópolis. Para tanto foram observados o cotidiano de aplicação do Projovem Adolescente; efetuaram-se entrevistas orais com onze adolescentes sobre sua vivência no programa; entrevistas com cinco profissionais que atuam diretamente com os adolescentes; análise documental, tendo como objeto o material elaborado pelo Governo Federal para orientar o funcionamento do programa. A análise foi orientada pelos conceitos de polifonia do discurso e contexto extraverbal de Bakhtin e pelas definições de referências e transações/negociações de Bruner. Os dois autores definem a linguagem como um componente indispensável para as relações humanas e apresentam uma visão dialética das trocas através da mesma. A análise buscou destacar as narrativas dos adolescentes em diálogo com os outros materiais levantados sobre o Programa, o que permitiu delinear os mecanismos e estratégias do programa para atuar junto à emancipação e autonomia dos sujeitos atendidos, bem como as formas como os adolescentes se apropriaram do programa e de seus propósitos. As representações sobre a adolescência como tempo da vida e seu papel na construção do país, estão presentes nos diálogos que empreendemos com os diferentes instrumentos, permitindo construir afastamentos e aproximações do adolescente usuário do programa com as políticas públicas do país, com destaque o papel da família como valor e a possibilidade de ascensão social a partir da frequência no Projovem. As entrevistas com os educadores do programa contrapõem as falas dos adolescentes e confirmam que as intenções do Estado para o futuro da adolescência em situação de vulnerabilidade social no país nem sempre estão de acordo com os interesses daqueles que são atendidos pelo programa. O programa configura-se como um recurso disciplinar que não se preocupa em ouvir os adolescentes e assume uma concepção de adolescência como investimento para o futuro. Os adolescentes não são apresentados pelo programa e pelos orientadores sociais como sujeitos de direitos em si, mas como oportunidade de desenvolvimento social e econômico.

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(DES)ENCONTROS DE GERAÇÕES NO SÉCULO XXI: EXPERIÊNCIAS DE CRIANÇAS E ADULTOS COM AS MÍDIAS E AS NOVAS TECNOLOGIAS NA CULTURA CONTEMPORÂNEA

Autora: ANABELA RUTE KOHLMANN FERRARINI

Resumo: Nesta pesquisa, busco realizar um estudo acerca da infância contemporânea e das experiências de crianças e adultos com as mídias e as novas tecnologias sob uma perspectiva intergeracional. A preocupação dos adultos quanto às novas configurações que as experiências infantis assumem diante das referências simbólicas oferecidas às crianças, especialmente pelas mídias, bem como a possibilidade do fácil acesso às novas tecnologias, demanda uma necessária investigação sobre o tema. Dessa forma, espero contribuir para o debate sobre a configuração da infância e da idade adulta no mundo contemporâneo, estimulando uma reflexão que possa conduzir a uma melhor compreensão da infância, no intuito de subsidiar o adulto na tarefa de educá-la. As crianças protagonizam experiências que atestam saberes e competências nas suas relações com o mundo midiático-tecnológico, desestabilizando nossas imagens sobre a infância, imagens essas produzidas e firmadas histórica, social e culturalmente. Sendo assim, a partir de uma perspectiva intergeracional, esta pesquisa tem como objetivo analisar o que adultos e crianças dizem sobre suas experiências com as mídias e as novas tecnologias na cultura contemporânea. Investigo, ainda, os discursos sobre o ser criança e viver a infância na contemporaneidade, buscando, nesse diálogo, compreender os sentidos atribuídos a esse tempo de vida tanto por aqueles que hoje a vivem – as crianças –, quanto por aqueles que já a viveram – os adultos (mães e professora). A pesquisa de campo é de cunho qualitativo, tem um caráter de intervenção e transcorre na Escola Estadual Sagrado Coração de Jesus, situada na cidade de Rondonópolis, Mato Grosso. Seu locus é uma turma do 3º ano do Ensino Fundamental, composta por crianças com idades entre 8 e 9 anos. Como metodologia, adoto a observação participante das crianças em sua rotina escolar, e a realização de oficinas para a problematização do tema da pesquisa, tanto com as crianças quanto com os adultos. Realizo, ainda, entrevistas e questionários que, juntamente com as oficinas e a observação participante, resultam em subsídios nos quais me apoio – em diálogo com os fundamentos teóricos –, na tentativa de, após a organização dos dados, deslindar a intrincada relação entre adultos, crianças, mídias e novas tecnologias. Como forma de registro, as oficinas são filmadas, enquanto as entrevistas são gravadas em áudio. Cabe ressaltar que os discursos produzidos por crianças e adultos são analisados a partir dos conceitos de dialogismo e alteridade de Mikhail Bakhtin (1992; 1995), que compreende a produção discursiva a partir de processos de interlocução e de construção de valores e perspectivas sociais, advindos de contextos e tempos diversos, que atravessam os enunciados em seus encontros e confrontos.

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A QUESTÃO DA LEITURA NA FORMAÇÃO CONTÍNUA DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA: O QUE LEEM, O QUE DISCUTEM

Autora: DANIELLE LOANA GONÇALVES DE SOUZA

Resumo: O tema central desta dissertação está relacionado à formação contínua de professores, aqui considerada como desenvolvimento permanente e ao longo da carreira. Assim, justifica-se a escolha pela terminologia formação contínua, pois remete à ideia de processo que ocorre ao longo da vida profissional. Outro pilar da pesquisa relaciona-se às práticas de leitura de professores de Língua Portuguesa, que foram analisadas juntamente com os projetos de intervenção pedagógica desenvolvidos nos encontros de estudo, denominado Sala do Educador, que é uma política pública implementada pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso. As questões que nortearam este estudo foram: Quais foram os problemas diagnosticados pelos professores de Língua Portuguesa em relação à disciplina e o que leram no projeto Sala do Educador para auxiliar a resolvê-los? O programa Sala do Educador tem se constituído enquanto espaço profícuo para a leitura e proposição de subprojetos de intervenção relacionados aos problemas apontados pelos professores de Língua Portuguesa? Assim sendo, o objetivo central do trabalho foi verificar os problemas diagnosticados pelos professores de linguagem em relação à disciplina de modo a analisar se o que leram estava relacionado às suas práticas e aos problemas por eles levantados e apontados nos projetos de intervenção das escolas pesquisadas. Trata-se, portanto, de pesquisa de abordagem qualitativa com metodologia do tipo etnográfico, uma vez que seu foco principal são questões da prática escolar. A pesquisa foi realizada em duas escolas da rede estadual de ensino no município de Pedra Preta – MT, onde se fez a observação das reuniões de estudo, além de realizar entrevistas semiestruturadas e uso de questionário com dez professores de língua portuguesa. Fez-se, ainda, análise documental de textos oficiais relacionados à formação contínua em âmbito municipal, estadual e federal. Em linhas gerais, a pesquisa possibilitou constatar que os problemas diagnosticados pelos sujeitos junto aos alunos foram: pouca proficiência em leitura, problemas de interpretação, ortografia, desinteresse e baixa autoestima. Para a maioria dos sujeitos, embora ainda existam muitos percalços na formação contínua como falta de tempo e espaço adequados, ela ainda tem sido momento que possibilita o trabalho coletivo, bem como as trocas de experiências entre os pares. De forma geral, os dados apontaram que os desafios a serem enfrentados relacionam-se ao reduzido salário e desvalorização profissional. Com relação às práticas de leitura dos professores, a pesquisa demonstrou que eles leem e, para alguns, as leituras têm sido proveitosas no sentido de auxiliá-los na reflexão sobre a própria prática, além de propiciar interação professor-professor, professor-aluno. Para outros, as leituras têm ocorrido de forma aligeiradas e propiciado pouca reflexão e relação com suas práticas docentes cotidianas, não correspondendo às necessidades apontadas por eles nos diagnósticos levantados. Portanto, o professor, ao se apropriar da formação contínua não como política imposta pelos governantes, mas como instrumento próprio de valorização profissional, passa a fazer uso de um direito seu garantido por lei, cuja finalidade é discutir as mazelas vivenciadas na educação brasileira.

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CONCEPÇÕES DE ENSINO DE PROFESSORES QUE LECIONAM MATEMÁTICA NAS FASES INICIAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA

Autora: HELENA SOARES DA SILVA

Resumo: A presente pesquisa, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação, do Campus Universitário de Rondonópolis, Universidade Federal de Mato Grosso (PPGEdu/CUR/UFMT), na linha de Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais teve como objetivo investigar o domínio de elementos da teoria de Piaget e sua manifestação na prática de ensino de professores que lecionam Matemática na terceira fase do primeiro ciclo da Educação Básica. O enfoque teórico centrou-se nas discussões acerca das concepções epistemológicas: empirismo; racionalismo e o construtivismo Piagetiano. O estudo caracterizou-se como qualitativo de cunho investigativo, sendo que a pesquisa bibliográfica e de campo constituíram os instrumentos metodológicos utilizados, incluindo o questionário e a observação como ferramentas de coleta de dados. A pesquisa de campo foi realizada em uma escola da Rede Municipal de Ensino de Rondonópolis – MT e ocorreu durante os meses de março e abril de 2012, com a observação das aulas de três sujeitos de pesquisa, professoras da terceira fase do primeiro ciclo da Educação Básica, pois nesta fase de escolaridade ainda há necessidade de se trabalhar com material concreto. O questionário de pesquisa foi desenhado e aplicado com o propósito de captar as concepções que permeiam o ensino da Matemática destas docentes, cujos dados coletados se completam com as observações de aulas. A análise em relação à Educação Matemática teve como base a concepção de Jean Piaget, o qual defende que o conhecimento evolui por meio da construção e reconstrução, organizando ações através do contato com o meio. O ensino da Matemática, no pensar desse epistemólogo, implica em estudar e aplicar as estruturas operatórias da inteligência encontrando um método adequado, com o fim de ultrapassar os métodos estruturais naturais não reflexivos. A busca pelo entendimento da melhor forma de construir o conhecimento depende de muitos fatores sociais, os quais envolvem ações administrativas e políticas no ambiente escolar e outras instâncias superiores relacionados a elas. Assim, o centro das discussões desta investigação voltou-se para as considerações teóricas e científicas deste autor. Os resultados evidenciaram que há um distanciamento das práticas pedagógicas das professoras pesquisadas em relação ao caráter próprio da epistemologia genética piagetiana, bem como de sua teoria de construção do pensamento matemático. As concepções de ensino da Matemática, observadas nas respostas e na prática das professoras, denotam maior importância ao processo de instrução. O estudo revelou certa fragilidade na formação do professor em relação à construção do conhecimento da Matemática nas fases iniciais do primeiro ciclo da Educação Básica e tal constatação possibilita dizer que as teorias desenvolvidas por Piaget são relevantes para a formação do professor, pois auxiliam na compreensão do processo da aprendizagem da Matemática, utilizando-se de objetos concretos focados nas experiências acumuladas do educador e do educando.

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LEITURAS NA FORMAÇÃO CONTÍNUA DE PROFESSORES: QUAL É O ESPAÇO NA ESCOLA?

Autora: JANE IRIS ARAÚJO CABRERA PENASSO

Resumo:O presente trabalho é resultado de uma pesquisa de Mestrado desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Rondonópolis (PPGEdu/UFMT/CUR), na linha de Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais. O principal objetivo foi investigar as práticas de leitura efetuadas nos grupos de estudo de duas escolas públicas do Ensino Fundamental do município de Rondonópolis, Mato Grosso, uma da Rede Estadual e outra da Rede Municipal, para analisar suas contribuições na formação dos profissionais participantes. Para tanto, a investigação amparou-se em pressupostos teóricos da abordagem qualitativa e na metodologia de pesquisa de tipo etnográfico, desenvolvida por meio de observações realizadas durante as horas de trabalho pedagógico dos docentes reservadas ao estudo coletivo nas escolas campo, coleta dos materiais utilizados nos encontros de estudo deles, bem como entrevistas com seis coordenadores pedagógicos responsáveis pela formação no âmbito escolar. Os dados foram analisados e interpretados a partir de conceitos relativos à formação de professores, saberes docentes e formação contínua. Aspectos específicos sobre leitura, práticas de leitura e leitura de professores foram apresentados no texto para subsidiar a análise dos dados coletados. Os resultados obtidos apontam descontinuidade dos temas abordados nos encontros de formação, sendo possível caracterizá-la como pontual e fragmentada, bem como a ausência da partilha de experiências pedagógicas bem sucedidas, e de materiais sejam eles didáticos ou de aprofundamento teórico. As práticas de leitura reveladas pela pesquisa apontaram para o fato de que o estudo de temas e a leitura de textos, cujo potencial pudesse promover o redimensionamento da prática docente, ocupou um espaço secundário nas discussões propostas. Foi possível inferir muitas similaridades nos dois loci de formação pesquisados, nos quais se identificou pouco uso da leitura de estudo como instrumento possibilitador do aprofundamento teórico dos membros participantes dos grupos de estudo e de reflexões da e sobre a prática pedagógica, gerando contribuições pouco significativas à atuação profissional.

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ARQUIVO, EDUCAÇÃO E MEMÓRIA: O FUNDO DOCUMENTAL DA ESCOLA SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

Autor: JOEL MARTINS LUZ

Resumo:  A presente dissertação busca discutir e compreender as potencialidades do arquivo da Escola Sagrado Coração de Jesus – na perspectiva da história da educação – como um lugar de memória dos alunos, alunas, professores e de toda a cidade em geral. Seu referencial teórico está embasado nos conceitos e discussões entre memória (os efeitos da globalização, a identidade cultural, o sentimento de memória e as relações com o campo histórico), história (das instituições escolares) e arquivos (conceitos, definições, uso e acesso). Tem-se utilizado de Stuart Hall (2006), Le Goff (1996), Maurice de Halbwachs (1990), Pierre Nora (1993), dentre outros, para as questões conceituais do tema memória, e uma extensa revisão bibliográfica e situacional sobre as pesquisas que têm abordado questões semelhantes a esta pesquisa, sobre os arquivos escolares. Os procedimentos metodológicos foram os que usualmente se aplicam às pesquisas históricas, de modo que recorreu-se à localização, reunião, organização, seleção e análise de fontes documentais. Como terreno de memória, tem-se como cenário o arquivo da Escola Estadual Sagrado Coração de Jesus, tradicional no ensino confessional da cidade de Rondonópolis, Mato Grosso, fundada no ano de 1949 pela Congregação das Irmãs Catequistas Fransciscanas. Por meio de um diagnóstico das suas condições físicas e de conservação dos documentos em posse do arquivo da escola, foi possível inventariar e analisar a documentação da década de 1950 até os anos 2000 e com isto, eleger, uma parte significativa da memória dessa instituição. O conhecimento dos registros documentais escolares, suas riquezas e potencialidades, convencem-nos da necessidade de propor um desafio com relação ao trabalho da escola, visando à sensibilização do seu corpo funcional e acadêmico quanto a importância de edificar e preservar a sua memória, diante dos constantes desafios e transformações em que as escolas de um modo geral, estão inseridas.

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PRÁTICA PEDAGÓGICA NO COTIDIANO DA ESCOLA: REFLEXÃO SOBRE O CICLO DE FORMAÇÃO HUMANA NO SISTEMA PÚBLICO MUNICIPAL DE ENSINO DE RONDONÓPOLIS – MT

Autora: LINDINALVA ALVES DA SILVA ODI

Resumo:  A implantação da escolaridade em Ciclos de Formação Humana na rede pública municipal de ensino de Rondonópolis – MT teve início no ano 2001, precedida pelo Ciclo Básico de Alfabetização. A questão da pesquisa é saber: quais as mudanças instaladas na escola organizada em ciclos de formação humana na rede pública municipal de ensino de Rondonópolis – MT? O objetivo geral é investigar quais os elementos presentes nas práticas pedagógicas que contribuíram e contribuem para o desejado salto qualitativo da escola organizada em Ciclos de Formação Humana. Para construir o percurso de investigação do objeto deste estudo, se fez opção pela metodologia qualitativa interpretativa, posto que subsidia a apreensão do fenômeno dentro da sua realidade histórica, pela especificidade e identidade ligadas aos interesses da pesquisa em pauta. A coleta de dados – observação, entrevistas e análise documental – foi desenvolvida de março a novembro de 2012 em duas unidades escolares, totalizando dezesseis professores. O aporte teórico para reflexão sobre a escola organizada em ciclos foi baseado em Mainardes, Freitas, Barretto e Sousa, entre outros, e teve como principais interlocutores da análise dos dados, Freire e Arroyo. A análise dos dados indica a ocorrência de avanços no ensino organizado por Ciclos de Formação Humana em Rondonópolis – MT. Estes avanços se fazem notar tanto no que tange à compreensão dos pressupostos teóricos da proposta, como na prática pedagógica observada no cotidiano das escolas investigadas. Os elementos presentes nas práticas pedagógicas que contribuem para a qualidade do ensino estão ligados ao entendimento da educação enquanto direito social do aluno; à prática pedagógica pautada no diálogo; ao oferecimento do apoio pedagógico aos alunos com dificuldades de aprendizagem; à formação contínua oferecida pelas unidades escolares aos professores; e ao planejamento coletivo. Há, na perspectiva dos sujeitos, o desejo de aprimoramentos e mudanças visando garantir a aprendizagem efetiva e de qualidade social dos alunos. Para tanto, apontam a necessidade de investimentos na infraestrutura das unidades para qualificar as atividades do apoio pedagógico, diminuição no número de alunos por sala, composição de turmas de superação para os alunos com defasagem idade/ciclo, mais tempo para formação contínua do professor, e dedicação exclusiva do professor a uma única escola.

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DIÁRIOS DE CLASSE: SUA HISTÓRIA E CONTRIBUIÇÃO AOS ESTUDOS DA ALFABETIZAÇÃO EM MATO GROSSO (1930-1970)

Autora: LUIZA GONÇALVES FAGUNDES

Resumo:Esta pesquisa apresenta por objetivo central analisar aspectos da história dos “Registros Gerais do Estabelecimento Escolar” que, em Mato Grosso, passaram a ter a nomenclatura “Diários de Classe”, entendendo-os como fonte que contribui para os estudos relacionados à história da alfabetização. Devido à complexidade do tema optou-se pela organização temporal que evitasse a dispersão, pois dessa maneira facilitaria a localização, recuperação, organização, seleção e análise das fontes. A estratégia metodológica que pareceu adequada foi a determinação do período entre 1930 e 1970 para, respectivamente, o início e o fim do olhar investigativo. Esse período foi selecionado devido 1930 ter sido o momento em que se consolidaram, no país, via tabulação única, as Estatísticas Educacionais Nacionais, cujo objetivo era padronizar os métodos de coletas tabulares; e, 1970 por ser o último ano de funcionamento dos grupos escolares extintos pela LDB 5.692/71. Já a escolha pelos Diários de Classe do período das séries iniciais da alfabetização foi proposta, por ser o campo da alfabetização o tema de interesse tanto do grupo de pesquisa ALFALE (Alfabetização e Letramento Escolar), ao qual me inseri para a realização desta pesquisa, quanto desta pesquisadora. Contou-se, para efetuar este estudo, com um arquivo documental importante, reunido pelo Grupo de Pesquisa ALFALE/CNPq/UFMT, cujos primeiros exemplares datam da década de 1930. Muitas pesquisas relacionadas à História da Educação se encontram hoje preocupadas em organizar e salvaguardar os documentos escolares contidos em espaços administrativos da escola. Essa valorização aconteceu devido à reestruturação no olhar do pesquisador que observa esses materiais (documentos escolares) como fonte que poderá ser revisto, descoberto e constatado a partir dele, isto é, esse instrumento de registro representa as culturas escolares estabelecidas, portanto, responde as formas de conteúdos, frequência e organização nas instituições escolares. Desse modo, esta pesquisa buscou contribuir com uma reflexão a respeito de alguns aspectos da história dos diários de classe, trazendo uma leitura e construção das narrativas das culturas escolares entrelaçadas com as contribuições dos estudos voltados a história da alfabetização em Mato Grosso. Como resultados aponta-se que os diários de classe são considerados documentos de caráter formal que apresentam um discurso culto devido o seu viés comprobatório, sendo que na sua estrutura aparecem dados fixos (nome do aluno, data, conteúdo e nota) e dados variáveis (o preenchimento dos conteúdos relacionados a cada contexto da sala de aula). Além do que, essa escrituração, foi criada para comprovar/provar as práticas educativas docentes e o desempenho dos discentes dentro da instituição escolar. Esse documento era normatizado e seus conteúdos tinham que ser preenchidos pelo docente responsável. O professor, por sua vez, possuía o dever de representar uma forma textual de sua prática docente e, por meio desse escrito deixar claro, nos complexos espaços propostos, a realidade vivida no contexto escolar. Assim, os diários de classe deixaram pistas sobre as práticas docentes e a evolução na forma de registrar esses conteúdos.

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ALFABETIZAÇÃO E GÊNEROS TEXTUAIS: UMA ANÁLISE DAS PRÁTICAS DOCENTES NO ÂMBITO DO PRÓ-LETRAMENTO DE MATO GROSSO

Autora: MÁRCIA ORMONDE PORTELA DOS SANTOS

Resumo:  Esta pesquisa partiu da preocupação com a relação entre a formação continuada de professores e o acréscimo de novas metodologias no trabalho em sala de aula, mais especificamente na alfabetização. Teve como principal objetivo investigar se o programa de formação continuada de professores dos anos iniciais, Pró-Letramento, implantado pelo MEC em 2005, com adesão da rede municipal de ensino da cidade de Rondonópolis/MT, no ano de 2010, tem contribuído de forma efetiva para o acréscimo de novas metodologias nas práticas docentes, notadamente para o trabalho com os gêneros textuais na alfabetização. O quadro teórico dessa investigação envolve os conceitos de alfabetização e letramento na perspectiva de Soares (2000; 2004; 2006), Kleiman (2008), Cardoso (2000; 2003; 2008) Mortatti (2004), entre outros, bem como nas concepções de linguagem, na perspectiva da teoria dos gêneros de Bakhtin (1997; 2010), e nas releituras didáticas do tema, por teóricos como Dolz e Schneuwly (2004), Marcuschi ([2002]; 2005; 2008;). A pesquisa apresenta como procedimentos metodológicos, a análise qualitativa dos dados, com base na pesquisa de tipo etnográfica. Nesta vertente, de acordo com André (1995), o pesquisador deve aproximar-se das pessoas, do local, das situações por um determinado tempo a fim de manter contato direto com o objeto de estudo. Além disso, a descrição do ambiente, dos depoimentos, dos diálogos é uma característica deste tipo de pesquisa, sendo que os dados coletados devem ser reconstruídos em forma de palavras ou transcrições literais dos depoimentos, dos diálogos e das entrevistas. Nesse intuito, a pesquisa de campo se estendeu durante o segundo semestre de 2011, com a observação das aulas de três sujeitos de pesquisa, professoras alfabetizadoras, que participaram do curso de formação continuada Pró-Letramento no ano de 2010, oferecido pela Secretaria Municipal de Educação, sendo uma da primeira, outra da segunda e outra da terceira fase do primeiro ciclo, respectivamente. Além das observações de aulas, foram feitas entrevistas semiestruturadas, inicial e final, e análise documental, a fim de captar a dinâmica da prática pedagógica e estabelecer relações entre as orientações do programa Pró-Letramento e o trabalho com a escrita, desenvolvido pelos sujeitos da pesquisa, no tocante à temática dos gêneros textuais. A análise das entrevistas realizadas possibilita afirmar que as professoras consideram o Programa Pró-Letramento, e outros direcionados aos professores alfabetizadores, de fundamental importância para a melhoria de qualidade na educação. Além disso, as professoras deixam transparecer, em suas práticas, procedimentos didáticos que estão intimamente relacionados às orientações contidas no material do Programa Pró-Letramento, as quais sugerem ao alfabetizador um trabalho mais significativo com o uso da língua em situações reais, características do letramento, materializadas por meio de atividades com os gêneros textuais. Outro aspecto a ser ressaltado é que existe uma variedade de gêneros textuais que circulam nas salas de alfabetização observadas, com uma progressão crescente em termos de quantidade, da primeira para a terceira fase, porém, a forma como este processo é conduzido depende de fatores internos da escola (projetos inseridos no Projeto Político Pedagógico de cada unidade), aliados aos saberes docentes individuais.

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O PROCESSO DE ENSINO NAS AULAS DE INFORMÁTICA: UM ESTUDO DAS ABORDAGENS TEÓRICAS PRESENTES NA PRÁTICA PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES LICENCIADOS EM COMPUTAÇÃO

Autora: NATHIELE DOS SANTOS JACOVAIS

Resumo: Esta pesquisa objetiva compreender as abordagens teóricas presentes na prática pedagógica dos professores licenciados em computação. Para tanto, apresenta como questão de pesquisa: como as abordagens teóricas estão presentes nas práticas dos professores Licenciados em Computação? Os sujeitos escolhidos foram três docentes de uma Escola Estadual do município de Colider estado de Mato Grosso, atuantes na modalidade de Ensino Médio Integrado a Educação Profissionalizante – Técnico em Informática. O estudo fundamenta-se nas abordagens do empirismo e racionalismo, além do método defendido por Jean Piaget – construtivista –, apontando como a aprendizagem se faz presente nas práticas docentes. Para fundamentação da prática em que são utilizados recursos tecnológicos, apresenta-se a teoria/abordagem construcionista de Seymour Papert. A pesquisa, de abordagem qualitativa exploratória e descritiva, teve como instrumentos de coleta dos dados, a observação não participativa, entrevista semiestruturada e análise dos Planejamentos Anuais elaborados pelos sujeitos da pesquisa: três professores Licenciados em Computação. Nas observações da atuação dos docentes, buscou-se compreender de que forma a aprendizagem está presente nas intervenções dos professores pesquisados. Nas entrevistas, realizadas após a conclusão das observações, procurou-se identificar, além da compreensão das concepções de ensino, a percepção perante abordagens teóricas e seu olhar em relação a aprendizagem dos alunos. As análises dos Planejamentos Anuais contribuíram para a fundamentação dos dados coletados e das metodologias utilizadas pelos professores. Os resultados obtidos dessas diversas técnicas foram comparados para conferir a coerência entre a prática em sala de aula e o que os professores expressaram sobre ela. Há indícios de uma prática diversificada e apontamentos de que para os professores sujeitos da pesquisa não há clareza sobre a diferença entre as teorias tradicionalistas e a contrutivista/construcionista.

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AS REPRESENTAÇÕES DA INFÂNCIA NA MÍDIA IMPRESSA EM MATO GROSSO NOS ANOS DE 1930 A 1945: O TRIPÉ FAMÍLIA, EDUCAÇÃO E SAÚDE

Autor: OZÉAS DE OLIVEIRA

Resumo:  A infância brasileira é campo privilegiado de intervenção social na primeira metade do século XX, momento em que se constituem políticas públicas voltadas para o seu atendimento. Esta pesquisa tem como foco as representações da infância em jornais e revista, que circularam em Mato Grosso, nos anos de 1930 a 1945, com o objetivo de compreender como determinadas concepções de infância passam a ser norteadoras de políticas públicas voltadas à criança e ao seu atendimento. Trata-se de, no contexto do Estado de Mato Grosso, analisar como a infância é tomada pelas ações políticas, como campo de intervenções sociais, de modo que fenômenos relativos à população infantil passam a ser categorizados, mensurados e prescritos ao fazer desse tempo de vida alvo de tecnologias de poder. Como fundamentação teórica, temos as contribuições de Michel Foucault, Philippe Ariès, Roger Chartier e Norbert Elias, cujas ferramentas analíticas mais importantes para esta pesquisa são, respectivamente: o conceito de sociedade disciplinar e biopoder; a infância como construção histórica e cultural; o conceito de representação e o de processo civilizador. Trata-se, portanto, de uma pesquisa histórica, fundamentada na história cultural, que tem como fontes os jornais que circularam entre os anos de 1930 e 1945, como “O Estado de Mato Grosso”, “A Cruz”, e a revista cuiabana de variedades “A Violeta”, periódico este que teve significativa circulação em Mato Grosso e foi produzido pelo Grêmio Literário Feminino “Júlia Lopes de Almeida”, instituição de grande importância na vida literária e intelectual da capital e do Estado. Temos observado como as representações de infância são atravessadas por uma forte preocupação com o futuro da nação e seu desenvolvimento, que, por sua vez, se materializa nas políticas de assistência e de educação das crianças, atreladas a uma política nacional mais ampla em consonância com os ideais e aspirações do Governo Vargas, como a construção do “novo homem brasileiro”, o desenvolvimento da nação e o fortalecimento do Estado.

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APRENDIZ DE PROFESSORA: AS NARRATIVAS SOBRE O PROCESSO DE CONSTITUIÇÃO DA IDENTIDADE DOCENTE DOS LICENCIANDOS DE MATEMÁTICA

Autora: ROSANA MARIA MARTINS

Resumo: A presente pesquisa está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da UFMT, Campus de Rondonópolis. Constituiu-se em um estudo centrado nas investigações sobre as escritas de si – com memoriais de formação –, como prática de formação de professor. Inserida na abordagem qualitativa, trabalha com as narrativas autobiográficas. Para o seu desenvolvimento, partiu-se de leituras de produções que versam sobre memoriais na constituição da docência, com o propósito de contribuir para e com as reflexões que vêm sendo desenvolvidas no Brasil, nos últimos anos, em especial no campo da Educação Matemática. Como mais uma investigação nesta área, esta pesquisa foca a constituição da identidade docente em construção dos alunos do Curso de Licenciatura em Matemática, turma de 2009, da UFMT, Campus de Rondonópolis (CUR) e integra um projeto maior aprovado no Observatório da Educação, entre a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e a UFMT. A identidade docente é compreendida, nesta pesquisa, como movimento de tensão permanente da interação entre o sujeito e suas experiências individuais e profissionais, mas dentro de um continuum, já que a construção da identidade profissional é movimento, é atemporal e constante. Vale informar, que este estudo se destaca por investigar sujeitos sem experiências na docência e que expressam, nos memoriais, as percepções de sua trajetória de formação docente. O objetivo investigação consiste em analisar os indícios de constituição da identidade docente de licenciandos em formação no Curso de Matemática da UFMT/CUR. Adotou-se como questões de investigação: Há indícios de constituição da identidade docente nas narrativas (auto)biográficas dos licenciandos em Matemática? De que forma apresentam-se a trajetória pessoal e de escolaridade desses futuros professores? O que os licenciandos apontam como aspectos fundantes para a sua formação docente, a partir das experiências de formação proporcionadas pelo Curso de Matemática do CUR/UFMT? Quais experiências e práticas são mobilizadoras de maiores reflexões acerca da futura profissão? Os dados, coletados no período de 2009 a 2012, evidenciaram que os sujeitos se descrevem formando uma identidade profissional docente em espaços formais e não formais, e que são influenciados pelos modelos que marcaram sua escolaridade. Explicam, ainda, que querem ser professores, ressaltando a importância de participarem de projetos orientados, valorizam as disciplinas que envolvem a racionalidade prática, pois creem que as mesmas permitem a ressignificação da prática pedagógica. A pesquisa revela, também, ao analisar o memorial de uma licencianda, ao longo dos quatro anos de formação, que o processo de tornar-se professora de Matemática se dá em movimentos alternados, por modelos de antigos professores e por outras formas de identificação, incluindo familiares e amigos, por reflexões sobre as práticas vivenciadas no PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) e principalmente no Estágio.

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A POLÍTICA PÚBLICA DO ESTADO DE MATO GROSSO PARA A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E O TRABALHO DOS PROFESSORES FORMADORES DA EJA

Autor: SÁVIO ANTUNES DOS SANTOS

Resumo: O presente trabalho é resultado da pesquisa de mestrado em educação no PPGEDU/UFMT/Rondonópolis-MT, na linha de pesquisa Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais. O estudo se situa na formação continuada de professores dialogando a partir do pressuposto Freireano da inconclusão, na busca constante do ser mais, no seu tempo histórico, porque se histórico não está acabado, logo a educação é possível ao sujeito homem ou mulher, jovem ou adulto. Assim sendo parto para refletir a formação do sujeito professor formador da Educação de Jovens e Adultos, um ser inacabado que lida com o inacabamento dos professores que atuam nas escolas da EJA. Elejo o seguinte problema de pesquisa: como os professores formadores reelaboram a política pública do Estado de Mato Grosso para a EJA na dinamização da formação com os professores das escolas? Para tal faço análise de documentos, mais especificamente do Documento de Política Pública para EJA, e disponho também de entrevistas de quatro sujeitos/professores formadores da EJA de quatro diferentes Cefapros. Na análise recorro à dialética, pois acredito ser a dialética uma ferramenta importante e cara para a discussão dos dados, entendendo que a educação não se explica por ela mesma, necessitando assim da visão e da compreensão de outros contextos que direta ou indiretamente influenciam ou definem a educação. Tomo como base o referencial teórico para sustentar as discussões conceituais, de fundamentos e da compreensão interpretativa dos dados coletados para a pesquisa, Freire (2005, 2008a/b/, 2009a/b/, 2011); Arendt (2010; 2011); Nóvoa (2009); Arroyo (2006;2007); Imbernón (2009; 2010); Soares(2007; 2011). Esta opção por dialogar com Freire inicia-se posteriormente ao processo de pesquisa desta dissertação e o caminho percorrido durante a construção do referencial teórico fez com que ampliasse a minha compreensão acerca de seus ensinamentos e a confiança nele, no sentido de pensar a educação em favor da transformação da realidade e da liberdade de homens e mulheres de modo que o ideário de Freire orienta e substancia minhas reflexões e ponderações ao longo de todo o trabalho. A Educação de Jovens e Adultos é marcada pela sua negação por séculos e pela sua recente inclusão no cenário oficial da educação brasileira. Ela se configura tanto no campo da educação popular quanto nos sistemas educativos, logo a EJA está localizada num ponto de tensão. Neste cenário a formação continuada se mostra como um caminho profícuo e necessário no desafio do entendimento das especificidades apresentadas nesta modalidade. Logo os professores formadores da EJA são atores fundamentais na mediação da política pública da EJA, haja vista que as objetividades das políticas se diluem na subjetividade das relações, sendo assim, na dinamização da formação com os professores das escolas os professores formadores podem fazer escolhas em relação ao mundo e para o mundo, não se isentando da responsabilidade com estes educadores e educadoras que também são jovens e adultos inacabados.

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“TEMPLO DO SABER” – A BIBLIOTECA PÚBLICA DO ESTADO DE MATO GROSSO : MODERNIDADE, CONHECIMENTO E PRÁTICAS DE LEITURAS (1912-1950)

Autora: SHEILA CRISTINA FERREIRA GABRIEL

Resumo:  A presente dissertação tem por objetivo investigar como ocorreu a constituição da Biblioteca Pública do Estado de Mato Grosso (BPEMT) e identificar aspectos de práticas de leitura em seu interior, no período de 1912 a 1950. Para o alcance de tal objetivo direcionei-me por meio dos seguintes questionamentos: Com que propósito a biblioteca foi criada? Quais sujeitos estiveram envolvidos na criação dessa biblioteca? De que forma a estrutura física influenciou na utilização do espaço? Como o acervo foi constituído e como foi sua circulação? Quais obras eram mais consultadas, por conseguinte, o que, potencialmente, liam os frequentadores da biblioteca? Quem eram os frequentadores, portanto possíveis leitores, dessa instituição? A investigação insere-se na metodologia da pesquisa histórica, na perspectiva da história cultural, tendo como método orientador das análises a hermenêutica compreensiva de Dilthey. A pesquisa histórica envolve, dentre outras ações, a determinação do marco temporal, no caso, optei pelo período de 1912 a 1950 que representa o primeiro período de sua existência; a localização, seleção, organização e análise de fontes históricas, sendo que minhas fontes foram as documentais localizadas e selecionadas no Arquivo Público de Mato Grosso (APMT). O referencial teórico contempla estudos na perspectiva da história cultural, história da leitura e das bibliotecas, sendo que utilizo como autores principais para o direcionamento das análises Le Goff (1993), Chartier (1990; 1998; 1999a 1999b), Darnton (2010), Burke (1997; 2008), Abreu (1999), Silva (1999), Deaecto (2010), Siqueira (1999), Peres (2002) e Elias (2006, 2011). Com as análises, foi possível perceber, dentre outras coisas que: a) a biblioteca foi criada para atuar como complemento à instrução, seu principal público até a década de 30 eram os estudantes do ensino secundário e superior; b) as crianças não frequentaram seu espaço; c) o espaço físico em vários momentos prejudicou o acesso ao acervo da biblioteca; d) havia predileção pelas consultas aos jornais, revistas, obras históricas e literárias. Acredito que, com a pesquisa, poderei contribuir para a construção da história cultural de Mato Grosso, uma vez que com estudos sobre a história da biblioteca e da leitura será possível reconstruir parte do caminhar da população mato-grossense nos trilhos das letras (leitura e escrita).

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ESCOLA CICLADA EM MATO GROSSO: DESAFIOS E POSSIBILIDADES PARA O ENFRENTAMENTO DO FRACASSO ESCOLAR (RONDONÓPOLIS/MT 1998 – 2011)

Autora: SÍLVIA MARIA CAVALCANTE SILVA BEZERRA

Resumo:  O presente trabalho se situa na reflexão e discussão dos desafios e possiblidades para o enfrentamento do fracasso escolar em Mato Grosso, proposto como uma iniciativa por parte do governo do estado, através da Secretaria de Estado de Educação, como tentativa de amenizar os altos índices do fracasso escolar com a implantação do Ciclo Básico de Aprendizagem – CBA. O estudo teve como objetivo compreender a trajetória da implantação do Ciclo Básico da Aprendizagem (CBA) na rede estadual de Educação, especificamente em Rondonópolis-MT. Busquei compreender três questões: a) as mudanças que aconteceram nas práticas educativas das alfabetizadoras, a partir das narrativas dos sujeitos, em função da implantação da Escola Ciclada em Mato Grosso e, b) os avanços que a Escola Ciclada trouxe para a alfabetização das crianças de Rondonópolis/Mato Grosso e c) de que forma o material oferecido com suporte teórico influiu na concepção das professoras alfabetizadoras. Trata-se de uma produção desenvolvida no Mestrado em Educação do Campus de Rondonópolis/UFMT. Os instrumentos adotados na pesquisa foram os depoimentos e memoriais, de nove sujeitos do sexo feminino de cinco escolas da rede estadual em Rondonópolis/MT. Procurei analisar o impacto do CBA nas práticas educativas de alfabetização e na avaliação devido à implantação da modalidade Ciclo Básico de Alfabetização. A análise de fundo histórico baseou-se, a princípio, no estudo da análise de documentos oficiais que constituem a Proposta Curricular para o Ciclo Básico de Aprendizagem, constituída de nove cadernos, publicados em 1998, bem como da Proposta denominada Escola Ciclada de Mato Grosso: Novos tempos e espaços para ensinar – aprender a sentir, a ser e a fazer, publicada em 2000. Entre os procedimentos utilizados destacam-se: a pesquisa bibliográfica e de campo, com análise documental e questionários semiestruturados a diversos sujeitos da educação, com a finalidade de conhecer e coletar dados, ancorados nas memórias e concepções das professoras entrevistadas, sobre a experiência do ciclo na rede estadual de ensino em Rondonópolis/MT. Ancoro-me nos estudos dos autores como: Mortatti, Patto, Ferraro & Machado, Freire, Marchesi e Perez, Arroyo, Amâncio, Resende, Maciel, Rovira, Lima, Freitas, Soares, Barreto & Mitrulis, Cabrera, Araújo, Menegão, Araújo e Ribeiro, entre outros. Na análise pude evidenciar que o discurso das professoras apontam pontos positivos e negativos quanto à implantação do CBA, mas evidenciam também que as discussões e estudos realizados na Sala do Educador e a capacitações ocorridas durante todos estes anos, tem sido instrumentos importantes no enfrentamento do fracasso escolar.

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A EDUCAÇÃO MUSICAL NAS NARRATIVAS DE LICENCIANDAS DE PEDAGOGIA: VIVENCIAS E AUSÊNCIAS

Autora: SOLANGE DOURADO DA SILVA SOUZA

Resumo:  No decorrer da História, a Educação Musical tem sido conduzida conforme os interesses sociais, filosóficos e políticos de cada época, sendo influenciada pelos vários movimentos, inclusive, os educacionais e estéticos, passando por momentos de “encantamentos e desencantamentos”. No entanto, é preciso reconhecer que a situação se modificou consideravelmente ao longo do tempo e, na atualidade, a partir da Lei nº 11.769/2008, a música tornou-se um conteúdo obrigatório e deve estar presente no currículo da Educação Básica. A proposta desta pesquisa se originou de um projeto aprovado no Observatório da Educação, numa parceria interinstitucional entre a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) sobre a constituição da profissionalidade docente com licenciandos de Pedagogia e de Matemática. Esta pesquisa foi desenvolvida com quarenta e seis licenciandas de Pedagogia da UFMT/Campus Universitário de Rondonópolis (CUR). Destas, foram selecionadas quatro para a coleta dos dados com base nos seguintes critérios: disponibilidade em participar da pesquisa; escrita pontual de todos os memoriais; afinidade com vivências musicais, além da não experiência da docência na Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental. Sendo a música compreendida como um componente essencial ao desenvolvimento humano, a grande questão foi buscar, nas escritas e nas vozes das licenciandas, como esta se manifestou em suas vidas, de que forma percebem sua formação para a docência em Educação Musical sem a oferta da música e como analisam as ações propostas em sua formação, bem como os reflexos nas práticas com as crianças. Os instrumentos adotados na pesquisa foram a entrevista narrativa e os memoriais de formação, sendo, estes últimos, desenvolvidos semestralmente. Os objetivos da pesquisa consistiram em analisar, nos memoriais de formação, como as futuras professoras reconstroem suas memórias e vivências musicais na sua trajetória de vida; coletar as percepções das licenciandas sobre como estão sendo formados os docentes para atuarem na Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental; situar, nas narrativas, se percebem ser a música um elemento importante e indispensável ferramenta para ensinar e aprender nas atividades da docência. O suporte metodológico à pesquisa qualitativa ancorou-se no método (auto)biográfico por meio da entrevista narrativa e de memoriais de formação das licenciandas. Para melhor compreender a proposta do curso de formação Licenciatura em Pedagogia da UFMT/CUR, decidiu-se por ouvir dois coordenadores do referido Curso, sendo um deles participante da elaboração da proposta do Projeto Pedagógico do Curso (PPC) e o outro, atualmente, acompanha a proposta em seu caminho final. Os resultados evidenciaram que a história musical dos sujeitos pesquisados, em suas relações interpessoais, aconteceu em épocas, lugares e formas distintas. A música sempre esteve presente na vida das licenciandas que a valorizam como componente curricular e a consideram imprescindível para sua formação. Isso porque, para elas, os efeitos da música sensibilizam, encantam, produzem movimentos, ampliam sensações, além de preparar para o estágio, mesmo sem ser ofertada no currículo da Educação Infantil e anos iniciais. Para as licenciandas, esta é uma lacuna a ser preenchida urgentemente.

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A ESCOLA ORGANIZADA POR CICLOS DE FORMAÇÃO HUMANA E A FORMAÇÃO NO PROJETO SALA DE EDUCADOR

Autora: THIÉLIDE VERONICA DA SILVA PAVANELLI TROIAN

Resumo:  O presente trabalho é resultado de uma pesquisa de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Educação do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Rondonópolis que teve como foco de estudo compreender o pensamento dos profissionais da educação que frequentam a formação continuada, através do Projeto Sala de Educador na escola sobre a Escola Organizada por Ciclos de Formação humana no Estado de Mato Grosso. A investigação norteou-se a partir dos seguintes objetivos específicos: Inventariar e entender a compreensão dos Ciclos de Formação Humana construída pelos educadores a partir da participação no Projeto Sala de Educador; Investigar se as temáticas trabalhadas na Formação Continuada possibilitam a construção de um referencial teórico-prático que esteja em consonância com as premissas da Escola Organizada em Ciclos de Formação Humana. Analisar que avaliação os educadores fazem da formação vivenciada no Projeto Sala de Educador no lócus escolar; Para alcançar os objetivos propostos foram entrevistados dez educadores da Escola Estadual Professora Edeli Mantovani de Sinop, norte de Mato Grosso, constitui-se também como fonte investigativa do universo pesquisado, o Projeto Sala de Educador da escola, institucionalizado através do Centro de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação (Cefapro), documento este que expressa os objetivos da formação oferecida na escola e o rol de temáticas estudadas ao longo do período considerado: 2008 a 2011. Assim o aporte teórico que referencia a formação continuada, enfatizando o viés da formação permanente do professor e considerando a escola como lócus privilegiado de formação, fundamenta-se nos escritos de Nóvoa (1997), Canário (2006), Marcelo (2009),entre outros e para a compreensão da organização curricular por ciclos de formação humana optou-se pelos estudos de Krug (2001), Azevedo (2000); Arroyo (2000) entre outros. Metodologicamente a pesquisa alicerçou-se nos pressupostos teóricos da pesquisa qualitativa, apoiando-se no pensamento de Minayo (2010), Lüdke e André (2007), Ghedin e Franco (2008) dentre outros, na análise dos dados coletados tomou-se como principal referencial o pensamento de Paulo Freire (1980, 1987,1996, 2001,2001). Os passos da pesquisa constituem-se na apropriação da base teórica, investigação em lócus através da análise dos textos estudados e do Projeto Sala de Educador, entrevistas e questionário com os participantes. A pesquisa desenvolveu-se, principalmente, através do estabelecimento de uma relação dialógica e dialética com os entrevistados, resultando no entendimento de que a partir da participação no Projeto Sala de Educador há mudanças no modo de ver, entender e considerar os alunos, a escola como um todo e a educação de maneira geral, a qual já está sendo vivenciada pelos colaboradores da pesquisa evidenciada nas percepções sobre a Escola Organizada por Ciclos de Formação Humana e expressada em seus depoimentos, a partir da „desconstruçãoâ?? de conceitos cristalizados no imaginário pedagógico dos mesmos.

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O ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO DE LICENCIANDAS DE PEDAGOGIA: OS MOVIMENTOS DA CONSTITUIÇÃO DA IDENTIDADE DOCENTE EM NARRATIVAS DE SI

Autora: VILMA DE SOUZA RAMPAZO

Resumo: As rápidas transformações na sociedade contemporânea marcadas pelo avanço científico e tecnológico exigem cada vez mais, da escola e dos professores, indagação teórica, saberes, experiências, posturas éticas e políticas, criatividade, conhecimento científico e pedagógico além de tantas outras exigências. Assim, a compreensão da complexidade da formação docente leva educadores a investigar, entre outras áreas, o Estágio Curricular Supervisionado na formação inicial, objeto da presente pesquisa considerado neste estudo como um espaço de formação, integração, investigação, interpretação e análise, cuja essência consiste em aproximar o licenciando da dimensão social da profissão. A pesquisa centrou-se no Curso de Pedagogia da Universidade Federal de Mato Grosso/Campus Universitário de Rondonópolis- (UFMT/CUR); teve sua origem no Projeto Observatório da Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) em parceria com a UFMT/CUR. Ancorou-se na abordagem metodológica da investigação qualitativa do tipo estudo de caso e incluiu como instrumentos a análise documental, as entrevistas semiestruturadas, os memoriais – narrativas autobiográficas e a pesquisa bibliográfica. Objetivou-se nesta pesquisa, investigar o Estágio Curricular Supervisionado do Curso de Pedagogia da UFMT/CUR, enquanto possibilidade de propiciar a constituição identitária dos licenciandos, salientando aqueles em formação, sem experiência na docência, com foco na turma com entrada no ano de 2009, a partir da proposta do PPC – Estágio com pesquisa. Tal investigação ocorreu a partir dos múltiplos olhares: do coordenador do Curso de Pedagogia, quando da reestruturação da proposta; de duas professoras orientadoras de estágio; da escola, a partir de três gestoras e duas professoras experientes, egressas do Curso de Pedagogia da UFMT/CUR e de quatro licenciandas em formação. Estas constituíram o foco central da pesquisa cujos memoriais de formação foram analisados. Buscou-se responder as seguintes questões: Quais as possíveis contribuições do Estágio Curricular Supervisionado do Curso de Pedagogia da UFMT/CUR proposto na matriz curricular de 2009 com a pesquisa norteando o curso? O que é elencado pelos que pensaram o Curso e por aqueles que estão dentro do processo de formar-se? O que aponta a escola, como aquela que vivencia o processo de formação dos licenciandos, sobre suas experiências em acolher os estágios, evidenciando a importância que atribui à disciplina para a aprendizagem da profissão docente? O que narram as licenciandas sobre a proposta de estágio então vivenciada com observação, pesquisas e vivências nos diferentes espaços em que se desenvolve a profissão e quais as possíveis contribuições apontadas para sua constituição identitária docente? Os resultados analisados permitiram compreender que a disciplina de Estágio Curricular Supervisionado constitui-se em um espaço de construção pedagógica na dimensão social, política e educativa/investigativa no processo de formação, uma vez que promove o envolvimento do licenciando com as questões da escola e da categoria docente, vivenciando as crises sociais e políticas que envolvem o cotidiano da profissão.

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