Universidade Federal de Rondonópolis

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Turma 2010

CARTILHA DO ARAGUAIA “… ESTOU LENDO!!!”: SEU CIRCUITO DE COMUNICAÇÃO (1978 -1989)

Autor: ALESSANDRA PEREIRA CARNEIRO RODRIGUES

Resumo: Esta pesquisa, realizada no Programa de Pós-Graduação em Educação da UFMT/Rondonópolis, grupo de Pesquisa ALFALE, se insere no campo da história da leitura e dos livros escolares e pauta-se no “circuito das comunicações”, modelo proposto por Robert Darnton (1990), para a análise de livros. A investigação objetiva: 1) analisar o ciclo de vida da cartilha “… Estou Lendo!!!”, por meio do modelo proposto por Darnton (1990) e; 2) resgatar e analisar os elementos que compõem o conjunto da cartilha regional “ … Estou Lendo!!! ”. Estudos anteriores ressaltam que o estado de Mato Grosso se caracteriza mais como consumidor do que como produtor de cartilhas escolares. Portanto, ao ter em mãos uma cartilha regional, organizada por autoras mato-grossenses, ressalta-se a validade da fonte que merecia ser investigada. Do ponto de vista metodológico, a investigação se vale dos procedimentos comuns às pesquisas de cunho histórico, consistindo na localização, reunião, organização e análise das fontes documentais e orais, que podem ajudar a compreender aspectos do objeto investigado. Trata-se de uma pesquisa de fundo histórico, que busca subsídios no campo da História Cultural e da História do Livro. A investigação está alicerçada nos seguintes teóricos: ligados à história cultural (BURKE, 2005; LE GOFF, 2001 e CHARTIER, 1990); à cultura escolar (JULIA, 2001); a história da Educação (LOPES; GALVÃO, 2001), à história dos livros (DARNTON, 1990; CHOPPIN, 2004 e BITTENCOURT, 2008) e no campo do letramento (TFOUNI, 2010; KLEIMAN, 1995 e SOARES, 2010). Como se trata de uma cartilha regional utilizou-se como base pesquisas concluídas por estudiosos da historiografia regional mato-grossense (AMÂNCIO, 2008, CARDOSO; AMÂNCIO, 2005 e CARDOSO, 2009). A demarcação temporal desta pesquisa centra-se nos anos de 1978 a 1989. Em 1978 foi realizado na região o curso “Capacitação dos Recursos Humanos de Magistério para o exercício de 1º grau” – um curso de férias, destinado a professores leigos, fato considerado como o nascedouro da cartilha “… Estou Lendo!!!”. O ano de 1989 marca o fim da periodização, com base em dados obtidos por meio de fontes escritas. Análises evidenciam um contexto nacional no qual se sobressai o fracasso escolar, especialmente na passagem da 1ª para a 2ª série do 1º Grau, a quem se tenta enfrentar por políticas públicas emanadas do Ministério de Educação e das secretarias de educação estadual e municipais. No contexto regional do município de São Félix do Araguaia-MT, ressalta-se a atuação da Prelazia, capitaneada pelo bispo D. Pedro Casaldáliga Pla, em um momento histórico de muitos conflitos pela posse da terra. Do ponto de vista educacional, a igreja se une ao estado na proposta de um curso de capacitação de professores em exercício, adotando a perspectiva de Paulo Freire de alfabetização emancipatória. É nesse contexto que nasce a cartilha analisada. Há nos dados indícios de que os alfabetizadores da região do Araguaia, inseridos em um contexto de luta política, podem ser considerados pioneiros, ainda nos idos de 1984, em desenvolver práticas escolares que envolvem o ato de alfabetizar e letrar, materializadas na obra didática Cartilha/livro de Alfabetização “… Estou Lendo!!!”

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A ESCOLA COMO ESPAÇO DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA PERMANENTE DO PROFESSOR

Autor: AURENY GOMES COELHO FIGUEIREDO

Resumo: O presente trabalho é resultado de uma pesquisa de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Educação do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Rondonópolis. A questão que orientou o estudo foi: A formação contínua desenvolvida na escola tem contribuído na melhoria da prática pedagógica do professor? Investigar se a política da Secretaria favoreceu a escola a ordenar no seu Projeto Político Pedagógico um projeto de formação. Além disso, examinar qual análise os professores fazem dessa formação desenvolvida no interior da escola foi o objetivo central da investigação. Para o desenvolvimento da pesquisa, os instrumentos de coleta de dados compreenderam questionários e entrevistas semiestruturadas com professores, coordenação pedagógica e direção; análise documental e observação da formação continuada desenvolvida na escola. A investigação constituiu-se em duas fases, e participaram, enquanto sujeitos da pesquisa, 63 professores de 21 escolas municipais, num primeiro momento; no segundo momento, selecionou-se uma escola como lócus da pesquisa e sete professoras foram sujeitos da investigação, sendo quatro atuantes em sala de aula, duas na coordenação pedagógica e uma na direção. A investigação alicerçou-se nos pressupostos teóricos da pesquisa qualitativa, fundamentada no pensamento de Minayo (2010), Lüdke e André (2007), André (2005 e 2009), Ghedin e Franco (2008), entre outros. Foram tomados como base teórica, para o corpo das discussões e reflexões conceituais e a análise compreensiva dos dados coletados na pesquisa, estudos de Freire (2004 e 1991), Carvalho (2005, 2006 e 2010), Franco (2008), Freitas (2004) Canário (2006), Imbérnon (2009), Nóvoa (1999 e 2009) e outros. Os resultados da pesquisa revelaram que a formação é considerada pelos professores como eixo fundante na melhoria da sua prática, no entanto, ficou evidente também que a formação desenvolvida na escola necessita de um repensar do que está expresso, enquanto política, e o que realmente a escola tem conseguido realizar quanto à formação permanente para os professores.

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LINGUAGEM E INFÂNCIA Relações com o Letramento

Autor: CARLA MELISSA KLOCK SCALZITTI

Resumo:  Esta dissertação foi desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso, campus de Rondonópolis, no interior do Grupo de Pesquisa de Alfabetização e Letramento Escolar – ALFALE. O objetivo geral foi o de analisar os â??eventos de letramentoâ?? (HEAT, 1982) e as â??práticas de letramentoâ?? (STREET, 1982) presentes nas atividades desenvolvidas em uma turma da Educação Infantil, de crianças de 5 anos. O estudo leva em consideração o fato de que ensino fundamental de nove anos, aprovado em 6 de fevereiro de 2006, pela Lei n. 11.274, trouxe para o debate o tema alfabetização/letramento de crianças na Educação Infantil, fato que gera inúmeras dúvidas entre os professores. No intuito de fornecer algumas respostas, a presente investigação procura estabelecer ligações entre a linguagem oral, a infância e o despertar para a cultura escrita. O universo da pesquisa abrange o estudo das relações entre linguagem oral infantil e cultura escrita. Nota-se que as crianças, a partir da vivência do diálogo da conversa cotidiana, fazem surgir um gênero de discurso mais elaborado, ainda que oral, fato que as faz transitar entre os â??gêneros primáriosâ?? e â??gêneros secundáriosâ?? do discurso, conforme perspectiva bakhtiniana. Sendo assim, tentei fazer a relação entre a infância, a oralidade e as atividades de letramento propostas em uma classe de Educação Infantil, observada em dois locis, ambos em Rondonópolis: a) uma instituição pública de ensino, especificamente, uma Escola Municipal na Unidade de Educação Infantil â??Mateus Vinícius Bráz‘, com uma professora do II Ciclo da Educação Infantil; b) a Brinquedoteca Soraiha Miranda de Lima. Participam da pesquisa, por parte da escola, 23 crianças, a professora da turma e a idealizadora da creche e, por parte da brinquedoteca, a coordenadora, as extensionistas dos cursos de psicologia e pedagogia e a assessora pedagógica. Foram registradas atividades, observadas nos dois locis, a fim de se verificar se e como os eventos e as práticas de letramento contribuem para que crianças de 5 anos melhor conheçam e possam, assim, demonstrar o que sabem sobre a cultura escrita da sociedade grafocêntrica da qual participam. A pesquisa norteia-se pelos estudos de Vygotski (1993; 1995; 1996) e de Bakhtin (1992; 2003), como principais pilares, e em estudos e pesquisas acerca da linguagem, cultura escrita e o brincar na Educação Infantil, dos quais destacamos Chartier (1996), Smolka (2002, 2003), Soares (2003), Brito (2007), Corsino (2002, 2003), Jobim e Souza (2000, 2009), Kishimoto (1998, 1999, 2002), Salgado (2005), Cardoso (2000, 2003, 2006), Amâncio (2007), e Albuquerque (2010). O trabalho privilegia a abordagem da Pesquisa Qualitativa com caráter participante. Os resultados evidenciam a importância do papel mediador do adulto/professor em interações que fazem com que o uso da linguagem escrita e oral aconteça de forma reflexiva e autoral. É possível concluir que a escola é mais um, e não o mais importante ou único, ambiente em que a criança encontra a cultura escrita, mas o único que deve ter como objetivo principal proporcionar situações em que a cultura escrita seja refletida e, assim, ajudar a criança a tornar-se um ser ativo da sua e para a sua cultura histórico-social.

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EDUCAR EM VALORES: REPRESENTAÇÕES DE PAIS E PROFESSORES

Autor: EMERSON DE ARRUDA

Resumo: A presente pesquisa envereda-se pelo campo da moralidade humana, compreendendo que a família e a escola são espaços sociais importantes na construção de valores morais e éticos. Entretanto, nem sempre essas instituições têm coerência na educação que é dada no espaço socioeducacional, geralmente estabelecendo relações divergentes e em tensões que cindem uma proposta coerente de educação moral e em valores. Este trabalho parte do pressuposto de que a educação moral e não moralizante ocupa um papel importante e definidor na formação de sujeitos que sejam capazes de analisar, julgar e respeitar os novos modelos sociais, seus paradigmas e valores. Seu objetivo foi o de identificar as representações de pais e professores sobre a educação em valores e as relações entre escola e família neste tipo de educação. Como caminho investigativo elegeu-se a abordagem qualitativa interpretativa. A técnica utilizada na coleta dos dados foi a entrevista semiestruturada, pois essa ferramenta metodológica é marcada por enredo temático, que viabiliza a possibilidade do surgimento de outras questões no processo investigativo. Foram entrevistados cinco professores e quatro pais de uma escola pública da rede estadual de ensino, que funciona com o ensino fundamental no Município de Jaciara, Estado do Mato Grosso, atendendo cerca de 300 (trezentos) alunos advindos de vários espaços sociais. Os dados analisados revelam a imprecisão que pais e professores possuem quanto ao ato de definir o conceito e o papel da educação moral e em valores, tornando apenas a família o espaço socioeducacional responsável pela formação moral. Contempla-se também a presença da moral heterônomica na formação dos valores, aspectos da educação moral como socialização se reforçam nas falas dos entrevistados. No que tange à relação família-escola tanto a escola quanto a família reconhecem a presença de tensões, e de que a instituição familiar caminha distante do cenário escolar. Entretanto, apesar de todos os entraves e limites na significação que tanto a família quanto a escola evidenciam quanto à formação moral, ambas acreditam que educar em valores é a via para a construção da reflexibilidade ética comunitária, e que é necessário revisitar os seus conceitos, a fim de que cada ser humano seja tratado com dignidade, e numa ação dialógica a sociedade construa um código moral que leve em conta toda diversidade sociocultural.

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ASPECTOS DA PRODUÇÃO ESCRITA NO CENTRO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (CEJA)

Autor: MÁRCIO CÂNDIDO DE OLIVEIRA

Resumo: Este trabalho aborda aspectos das práticas de escrita dos alunos da 1ª fase do Ensino Médio da Educação de Jovens e Adultos (EJA), passando por uma conceituação das normas culta e coloquial e as perspectivas de letramento. Esta pesquisa qualitativa se vale de procedimentos da pesquisa-ação, ancorando-se em estudos de autores que abordam a temática da linguagem e suas especificidades. Para seu desenvolvimento, recorreu-se ao trabalho de campo, à aplicação de entrevistas a professores e alunos do Centro de Educação de Jovens e Adultos – CEJA, visando atingir os objetivos propostos, tais como: conhecer estudos já efetuados sobre as relações entre as duas práticas da língua: a leitura e a escrita, estabelecendo as distinções entre elas; identificar e caracterizar as especificidades do emprego da língua escrita no material coletado junto aos sujeitos da pesquisa, bem como a adequação do gênero; conhecer a proposta de ensino da área de “Linguagem, Códigos e Suas Tecnologias”, direcionadas à língua materna no CEJA. Através de uma perspectiva sócio-educacional, levando-se em consideração o fator idade, relacionam-se leitura, escrita e educação de jovens e adultos como justificativa para a realização de uma pesquisa tangente a esses temas. A linguagem, nesta investigação, é entendida como um conjunto no qual nada significa por si, mas tudo significa em função dos outros elementos. Há necessidade de integrar nossos alunos, sobretudo os jovens e adultos aqui estudados, com uma linguagem mais ampla e expressiva, levando-se em consideração todo o conjunto lexical e semântico já apreendido na vida pregressa à escola. Tendo em vista que a formação de alunos leitores e escritores é um trabalho integral, a oralidade apresenta a mesma dimensão interacional que foi pretendida para a escrita e para a leitura. Assim, pretende-se com esse trabalho não mostrar soluções pontuais para as questões postas em sala de aula e sim problematizar, levar à reflexão – tanto os possíveis leitores desse trabalho quanto os próprios sujeitos de pesquisa – sobre as marcas que podem ser percebidas nos textos escritos e sua relação com a oralidade, sempre tomando como ponto de partida as concepções teóricas acerca do tema em questão. Nesse contexto, é pesaroso vermos que a escola, em suas novas modalidades que inovam apenas na nomenclatura, caminha com os mesmos passos da sua origem. Assim, este trabalho nos indaga a repensar que escola queremos: a mesma que queriam nossos antepassados ou somos outros, com outros anseios e outras necessidades?

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INFÂNCIA E CIDADANIA: O QUE DIZEM AS CRIANÇAS?

Autor: NÁGILA DE MOURA BRANDÃO SEGANFREDO

Resumo: Esta dissertação de mestrado tem como temática principal o entrecruzamento dos fenômenos “infância” e “cidadania”, no sentido de analisar suas aproximações e afastamentos por meio da história do Brasil, de documentos, legislações e estudos sobre o tema. Para tanto, busca-se compreender o que as crianças têm a dizer sobre suas experiências de cidadania e os significados que atribuem a este conceito. Como referências teóricas, tem-se estudos da sociologia da infância sobre o protagonismo infantil no cenário social e também o conceito de reprodução interpretativa, cunhado por William Corsaro. A pesquisa de campo, com oito meses de duração, realizou-se na cidade de Rondonópolis, Mato Grosso, Brasil, em um bairro de classe média baixa, e contou com a participação de seis crianças, entre 5 e 11 anos, sendo quatro meninas e dois meninos. Para a condução desta pesquisa, optou-se por realizar entrevistas coletivas, no próprio bairro onde vivem as crianças, gravadas com câmera digital para a análise de comportamentos, gestos, olhares, compreendidos também como elementos importantes na produção discursiva. Os temas que nortearam os encontros com as crianças foram: família, cidade, consumo, mídia, justiça, segurança, direitos e deveres. Os discursos produzidos nas interações estabelecidas entre a pesquisadora e as crianças são analisados a partir dos conceitos de dialogismo e alteridade, cunhados por Mikhail Bakhtin. Os resultados apontam para distinções quanto ao gênero, no que tange aos modos de valorar a participação na vida pública, em destaque quando os meninos depreciam algum mérito ou direito das mulheres, sobretudo quando estas ocupam posições sociais de status e poder, bem como de circulação na cidade. O resultado da pesquisa demonstrou que as crianças conhecem seus direitos e deveres e sabem a importância da educação/civilização, o que pode ser observado nos momentos em que as crianças, no tocante ao gênero, se uniram para defender seus direitos; quando significam a cidade como espaço impregnado de violência e, por isso, não deve ser frequentada por crianças; e ao entenderem que a violência, assistida no próprio bairro e através da televisão, impõe um cenário de desesperança e pessimismo em relação ao futuro.

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LICENCIANDOS EM FORMAÇÃO: OS MEMORIAIS COMO REGISTRO DO MOVIMENTO DE CONSTITUIÇÃO DA IDENTIDADE PROFISSIONAL

Autor: NOELI MILITZ

Resumo: A presente pesquisa teve como objetivo investigar os memoriais de formação adotados com licenciandos e suas possíveis contribuições para estimular, potencializar e mobilizar reflexões sobre a trajetória formativa e processos de constituição da identidade profissional docente, a partir das narrativas dos sujeitos – aqueles que passam pelo processo de formar-se. Os memoriais de formação foram adotados ao longo do Curso de Pedagogia da UFMT, Campus de Rondonópolis, desde o primeiro semestre letivo de 2009, sendo escritos auxiliados por um roteiro que instigava os futuros professores a escreverem sobre suas vivências, experiências e aprendizagens, a cada fase da formação, levando-se em consideração a história de vida e a proposta curricular do Curso. A pesquisa apontou como objetivos específicos levantar, estudar e compreender as “escritas de si”, dos sujeitos em formação, buscando analisar as possibilidades de os memoriais de formação constituírem-se em instrumentos reveladores desse processo; analisar a possibilidade de os memoriais propiciarem às licenciandas compreenderem e perceberem os sentimentos, as sensações e as aprendizagens vivenciadas na trajetória de tornarem-se professoras, como interligadas e constitutivas do processo de construção da identidade docente. A proposta desta pesquisa tem sua origem no projeto aprovado no Observatório da Educação, em parceria interinstitucional entre UFMT e PUC-SP que traz como destaque a adoção de memoriais, daí serem instigadoras as questões que mobilizam a investigação, quais sejam: Que reflexões os memoriais de formação provocam nas licenciandas quando instigam à escrita sobre si? O que registram as alunas nos memoriais de formação sobre as contribuições do Curso de Pedagogia para a sua formação de professora? Os memoriais de formação adotados semestralmente na pesquisa constituíram-se em instrumentos propulsores de reflexões das licenciandas em sua formação no Curso de Pedagogia, bem como às percepções sobre o processo vivenciado de constituição da identidade docente? Para responder as questões, buscou-se respaldo na abordagem qualitativa, o método autobiográfico e a história de vida, os quais guiaram os procedimentos metodológicos exigindo uma triagem inicial, dentre 46 alunos da turma, quatro licenciandas e seus memoriais de formação, coletados durante dois anos e meio da formação inicial. A recolha dos dados deu-se semestralmente nos anos de 2009, 2010 e um de 2011, totalizando cinco narrativas de cada sujeito, em um estudo longitudinal, somando-se, então, um volume de 20 memoriais de formação em análise. O critério para a seleção das quatro licenciandas deu-se pela pontualidade, interesse e disponibilidade em participar da pesquisa permitindo, assim, partilhar suas trajetórias, avanços e recuos com a pesquisadora e, também, pela viabilidade de tornar possível a análise dos dados presentes nos memoriais. Os dados evidenciaram que as licenciandas somente efetivaram o processo de rememorar, trazer à tona, refletir e escrever sobre avanços e retrocessos, dificuldades, aspirações, interesses e investimentos para “tornarem-se professoras” a partir dos memoriais de formação, que as provocavam e as instigavam à “escrita sobre si”, histórias de vida e a proposta curricular do curso. Tal procedimento tornou possível perceberem o movimento e o processo de constituição de sua identidade docente. 

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QUEM FORMA O PROFESSOR PARA A ESCOLA DO CAMPO? AS TRAJETÓRIAS DA FORMAÇÃO E CONSTITUIÇÃO DA IDENTIDADE DOCENTE DE LICENCIANDAS EM MEMORIAIS DE FORMAÇÃO

Autor: ROSEMEIRE APARECIDA CARDOSO CORREIA

Resumo: A presente pesquisa está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso – Campus de Rondonópolis- PPGEDU/UFMT/CUR, e apresentou como objetivo, investigar, nas narrativas expressas em memoriais de formação, de licenciandas oriundas do campo, se o conhecimento proporcionado pelo Curso de Pedagogia lhes possibilitou a constituição da identidade docente de professor para atuar em escola localizada no campo. O desenvolvimento da formação do professor é constantemente questionado, devido às novas exigências demandadas pela sociedade atual, ao estabelecer, desse modo, às instituições de Ensino Superior, o incremento de projetos de formação que possibilitem aos futuros educandos adquirir sólidos conhecimentos teóricos para capacitá-los a exercer, com competência, sua profissão docente neste novo cenário que se projeta. Para tanto, a pesquisa apontou questões mobilizadoras, sendo elas: O que revelam as licenciandas sobre sua trajetória de vida e escolaridade em seus memoriais de formação? Como essas vivências se manifestam na formação de professor? Que percepções e expectativas acerca da docência essas licenciandas descrevem nos memoriais? O que narram a respeito da constituição de sua identidade profissional docente no decorrer do Curso de Pedagogia? Como percebem a possibilidade de formação voltada para a escola do campo, num Curso desprovido de currículo específico para tal propósito? As respostas, para tais questões, busquei em referenciais que tratam sobre a Educação do Campo e também a respeito da constituição da identidade docente em curso de licenciatura, especificamente, o de Pedagogia. O locus investigativo constituiu-se em uma sala de aula do Curso de Pedagogia da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Rondonópolis-MT. Os sujeitos são quatro licenciandas, cuja seleção teve como critério morar no campo e/ ou ter estudado em escola do campo em algum momento de sua vida escolar. A pesquisa foi desenvolvida numa abordagem qualitativa, sendo que o método adotado foi o (auto) biográfico, e os memoriais de formação foram os principais instrumentos de coleta e análise dos dados. Os resultados da pesquisa apontam para a relevância dos movimentos sociais na formação dessas licenciandas, somados às experiências que tiveram no ambiente do campo, os quais, associados à formação na licenciatura, estão possibilitando constituírem-se educadoras para atuar nesse espaço. Descrevem, ainda, que o Curso de Pedagogia possibilita construir uma identidade docente, mas não para atuar em escola do campo, diante da ausência de disciplinas a abordarem o assunto, pois, para elas, o campo possui cultura, movimento, apresenta característica peculiar, é um ambiente de vida e formação política, fatores estes não abordados na referida licenciatura. Destacam desse modo, que o professor atuante em escola do campo precisa enfrentar diversos desafios no desenvolvimento de sua função e, por conseguinte, esta deveria lhe possibilitar base teórica sólida a fim de lhe permitir trabalhar com essa realidade bem distinta da zona urbana, exigindo, assim, outra formação para atuar nesse cenário.

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FORMAÇÃO DO PROFESSOR-GESTOR PARA O EXERCÍCIO DA GESTÃO ESCOLAR

Autor: TÂNIA MARIA STOFFEL

Resumo: Na presente pesquisa, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação, do Campus Universitário de Rondonópolis, Universidade Federal de Mato Grosso (PPGEdu/CUR/UFMT), na linha de Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais, discutiu-se o processo formativo do docente que assume a gestão escolar no ensino básico da rede pública estadual de Mato Grosso. A proposta foi compreender como ocorreu a formação desse profissional durante o exercício de sua função para contribuir com a reflexão acerca de como tal processo o tem subsidiado para o desenvolvimento das atividades inerentes ao cargo. Para tanto, buscou-se identificar as principais demandas e desafios da gestão escolar, bem como os meios utilizados pelo professor-gestor no seu enfrentamento; examinar as ações formativas ofertadas pelas agências públicas responsáveis e investigar as contribuições da formação inicial e contínua para a realização das atividades intrínsecas a função. A metodologia utilizada foi de cunho qualitativo aliado ao método de abordagem do materialismo dialético histórico e o uso do método de Análise de Conteúdo, preconizada por L. Bardin. Utilizou-se como procedimentos de pesquisa a entrevista, o questionário e a análise documental. Os dois primeiros foram aplicados a dez educadores que se encontravam no primeiro mandato (biênio 2010/2011) em unidades escolares da rede estadual de ensino da cidade de Rondonópolis-MT que ofereciam, simultaneamente, Ensino Fundamental e Médio. O terceiro procedimento (análise documental) foi realizado no material emitido pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (SEDUC-MT) utilizado nas ações formativas dos educadores envolvidos com a administração de instituições da educação básica neste Estado. Constituíram as categorias de análise, o processo formativo realizado para exercer a gestão escolar pelos atores sociais da educação, notadamente, os professores-gestores e os executores das agências públicas de formação do Estado – SEDUC-MT, Assessorias Pedagógicas nos Municípios (ASPM) e os Centros de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica (CEFAPRO). Os resultados indicaram que os principais desafios percebidos pelos entrevistados foram o extenso número de atividades burocráticas, relações conflituosas com os docentes e pessoal do apoio escolar, indisciplina dos estudantes, problemas com o sistema de processamento de dados, evasão e entorpecentes, que contribuíram na definição da extensa jornada de trabalho a que estavam submetidos. Por meio da pesquisa identificou-se que são poucos os materiais entregues nas ações formativas realizadas pelas agências analisadas e, geralmente, referem-se à legislação educacional. Verificou-se que a formação contínua do professor-gestor é oferecida de forma pontual e emergencial para atender as expectativas legais, ao invés de seguir uma política voltada para o desenvolvimento profissional desse educador. Nesse cenário, concluiu-se ser necessário as agências públicas proporcionarem formação efetiva aos professores-gestores, que articule teoria e prática por meio do uso de metodologias diversificadas incluindo pesquisa do/no contexto escolar envolvendo os diferentes sujeitos que nele atuam, observação de experiências exitosas por meio de visitas técnicas às escolas, oficinas, simulação de casos, vídeos, entre outros.

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CONSTITUIÇÃO DE IDENTIDADE DOCENTE EM MEMORIAIS DE LICENCIANDOS DO CURSO DE CIÊNCIAS NATURAIS E MATEMÁTICA A DISTÂNCIA DA UAB – MT

Autor: VERONDINA FERREIRA SANTANA CONSTITUIÇÃO

Resumo:  Este texto resulta da pesquisa desenvolvida no Curso de mestrado em Educação do Campus Universitário de Rondonópolis â?? UFMT e tem como objetivo investigar em registros reflexivos, os memoriais de formação de licenciandos em um curso a distância, o que narram os sujeitos sobre suas percepções de como se dá o movimento de construção de sua identidade docente ao longo do processo de tornar-se professor. Para tal proposta, a pesquisa tomou como sujeitos três licenciandas do curso de Ciências Naturais e Matemática na modalidade Educação a Distância, da Universidade Aberta do Brasil, em seu polo situado no município de Pedra Preta – MT. Os memoriais se inserem no campo da autobiografia e consistem em importantes instrumentos para analisar trajetórias de formação e processos reflexivos sobre a constituição da identidade profissional do futuro docente, uma vez que traz as “narrativas de si” dos sujeitos que os constroem. As questões da pesquisa situam-se em: Os alunos da licenciatura de Ciências Naturais e Matemática em EaD percebem como se dá a construção de sua identidade docente ao longo da formação? Como descrevem esse processo e quais são os conteúdos que consideram significativos para a sua formação? O que narram acerca do processo de constituição da identidade docente em cursos de EaD nos memoriais de formação? O presente estudo pretende contribuir para as investigações sobre construção da identidade docente, em cursos de EaD, com o foco na UAB trazendo dados sobre licenciandos em percurso formativo. Os memoriais analisados, ainda que consistindo em uma narrativa de licenciandos em um ano e meio de curso permitiram observar as construções e re-construções dos alunos em seu processo formativo, suas expectativas e projeções para a futura profissão e também verificar quais as percepções e registros que apresentam sobre a constituição de sua identidade docente em cursos na modalidade a distância.

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