Universidade Federal de Rondonópolis

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Turma 2013

POLÍTICA DE INTEGRAÇÃO PPP/PDE NO ESTADO DE MATO GROSSO: ARTICULAÇÕES E INTERPRETAÇÕES

Autor: ALINE FERNANDA DE SOUZA

Resumo:  A presente dissertação de mestrado se insere no campo das políticas educacionais e tem como foco uma política educacional de gestão implementada pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (SEDUC/MT). Esta pesquisa é denominada de Política de Integração PPP/PDE, e sua proposta se baseia na integração entre o Projeto Político Pedagógico (PPP) e o Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE – Escola). Tal política possui o intuito de superar uma possível sobreposição do PDE – Escola em detrimento do PPP, através da proposta de potencializar os benefícios de ambos os documentos e evitar a fragmentação das ações no cotidiano das unidades escolares da rede estadual de educação de Mato Grosso. O foco central desse trabalho é analisar as compreensões expressas pelos sujeitos que atuam no contexto da produção do texto e no contexto da prática acerca da referida política, a partir dos discursos apresentados por eles. Para isso valho-me de uma pesquisa de abordagem qualitativa interpretativa, utilizando-me da análise de políticas públicas com base no Ciclo de Políticas proposto por Stephen Ball e Richard Bowe, da análise documental realizada no Guia Orientativo produzido pela Secretaria de Estado de Educação e da análise do discurso a partir do conceito de discurso apresentado por Michael Foucault tendo como base entrevistas realizadas com nove sujeitos atuantes na Secretaria de Estado de Educação, Centro de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica de Mato Grosso (CEFAPRO) – polo de Rondonópolis e duas escolas estaduais de Rondonópolis-MT. Essa política foi analisada tendo como base sua implantação no ano de 2011, no Estado de Mato Grosso por meio da estratégia de formação adotada pela Secretaria de Estado de Educação onde o processo formativo acerca da orientação para sua implementação foi estruturado da seguinte forma: SEDUC – CEFAPRO – Escolas. Nesse contexto, a Secretaria realizou o processo formativo com os CEFAPROS e os CEFAPROS com as escolas. Desse modo, a implementação dessa política tem ocorrido no interior das escolas de forma que os sujeitos ativos nesse processo, compreendem, interpretam e ou recriam a política a partir de uma leitura baseada em suas experiências, valores e histórias. Vale ressaltar ainda que esta pesquisa contou com apoio financeiro da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES e da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Mato Grosso – FAPEMAT.

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CADERNOS DE PLANEJAMENTO DOCENTE: UM OLHAR PARA AS PRÁTICAS ALFABETIZADORAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL (2000-2013)

Autor: ANDRÉA CRISTINA NASSAR DE AQUINO

Resumo:  Esta pesquisa, realizada no interior do Grupo de Pesquisa Alfabetização e Letramento Escolar (ALFALE), tem como objetivo principal analisar catorze cadernos de planejamento de uma professora alfabetizadora, utilizados entre 2000 e 2013, com vistas a identificar permanências e mudanças nas práticas pedagógicas iniciais de alfabetização. A investigação se situa numa perspectiva da História Cultural uma vez que, para essa perspectiva, objetos comuns também guardam consigo características ou registros de uma época que se transformam em ricas fontes históricas, e que o estudo do passado, através dessas fontes, nos possibilita refletir sobre a nossa própria realidade e sobre a realidade do mundo que nos cerca. Na história da educação, a busca por estes arquivos está sendo cada vez mais frequente nas últimas décadas. Essa abordagem de interrogar e analisar o “como fazer”, consolidou um território profícuo para pesquisar como a cultura e os saberes se constroem no interior das escolas, e também como as pessoas absorvem e produzem essa cultura. Para fundamentar este trabalho, foram utilizados autores como Le Goff (1996), Chartier (2000), Mignot (2008), Gvirtz (1999), entre outros. Os cadernos escolares são fontes documentais que geram informações sobre o cotidiano escolar e sobre o processo de ensino-aprendizagem. Embora haja diferentes modelos e formas de uso, os cadernos são importantes documentos que se entrecruzam com a história da educação, podem trazer a riqueza de uma história arquivada entre as páginas que revelam as práticas pedagógicas da professora ao longo do tempo. Conduzimos a investigação para a reconstrução desse processo com uma análise acerca das próprias fontes e com a realização de depoimentos orais pela professora. Houve, também, um olhar sobre cadernos e folhas avulsas de seus alunos, na intenção de proporcionar maior enriquecimento dos dados das fontes. A análise se pautou nas seguintes categorias: a) Elementos paratextuais; b) Estrutura organizacional dos planejamentos; c) Contação de história e/ ou leitura de histórias; d) Interdisciplinaridade como opção metodológica; e) Atividades de leitura e escrita; f) O trabalho com diferentes gêneros textuais. Os resultados evidenciam, por um lado, a importância das fontes pesquisadas, os cadernos de planejamento, mostrando como, nestes registros, pode-se ler vários aspectos da cultura escolar e, assim, oferecendo-nos a oportunidade de conhecer um pouco da prática pedagógica dos autores desses manuscritos. Por outro lado, comprovaram que ocorreram mudanças na forma de trabalhar a língua materna, sendo que a professora investigada atribuiu, a cada ano, uma importância maior ao processo de alfabetização, entendido por ela como apropriação do sistema de escrita alfabética, por meio da intensificação na quantidade de tarefas e trabalho de forma interdisciplinar, promovendo, assim, o letramento. Segundo a professora, esses resultados foram obtidos com a formação contínua de professores no decorrer da sua carreira. Foram observadas algumas permanências, mas as mudanças foram em maior quantidade, considerando as categorias que elegemos para analisar.

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MEMÓRIAS DE INFÂNCIA, RELAÇÕES DE GÊNERO E SEXUALIDADE NOS SIGNIFICADOS E NARRATIVAS DE PROFESSORES/AS

Autor: CRISTIANE ROJAS CESPEDES

Resumo:  A escola possui um papel estratégico na construção de sentidos que garantam a equidade e o direito a uma educação mais humana e justa, inclusive no que se refere às discussões das questões de gênero desde a Educação Infantil. Esse tema tem gerado desconfortos e inseguranças por parte dos profissionais da educação, pois falar sobre sexualidade ainda não é prioridade nas escolas e creches e, por isso, esse assunto não tem permeado os projetos políticos pedagógicos. Há a negação da sexualidade das crianças e a coibição de manifestações que possam ocorrer nesse contexto. O conceito da heteronormatividade e a repressão sexual se fazem presentes nos discursos não só de crianças, mas também dos/das educadores/as, que podem perpetuar concepções que não permitem diferentes maneiras de ser menino e de ser menina e das pessoas viverem suas sexualidades. Dessa maneira, faz-se necessário compreender, discutir, refletir e criar metodologias que atendam eficazmente às atuais exigências perante as questões relacionadas à sexualidade nas experiências das crianças. A presente pesquisa objetiva compreender os significados que os/as professores/as atribuem às relações de gênero e à sexualidade a partir das experiências construídas no espaço escolar em suas histórias de vida e das interações estabelecidas com as crianças no cotidiano de suas atividades pedagógicas, manifestados em suas narrativas. Em suas práticas, os/as educadores/as trazem diferentes concepções sobre educação sexual e muitos ainda se sentem despreparados, incapazes de falar abertamente sobre o tema, mesmo tendo ciência de que, para a formação psicológica, social e cultural das crianças, é necessário considerar as experiências, os conhecimentos e os modos de se relacionar com o próprio corpo e o corpo do outro, manifestados por elas. Os sujeitos da pesquisa são 2 professores e 2 professoras que atuam na Educação Infantil e no segundo ciclo do Ensino Fundamental em escolas das redes públicas de ensino estadual e municipal, em Rondonópolis, Mato Grosso. Os diferentes momentos de escolarização da infância em que atuam e o fato de ter como participantes da pesquisa homens e mulheres são critérios de seleção desses sujeitos no contexto desta investigação. Esta pesquisa tem como viés metodológico a história oral, com foco na narrativa (auto)biográfica. As narrativas são marcadas por um processo de reflexão que leva cada participante a ressignificar sua vida, memórias e histórias ancoradas em um tema específico: as experiências com a sexualidade e as relações de gênero vividas na escola. As narrativas das histórias vividas na infância dos professores e professoras são ressignificadas a partir de situações do cotidiano escolar que trazem as experiências das crianças – seus/suas alunos/as – voltadas para as relações de gênero e sexualidade. Com base nas análises, evidencia-se a importância de a educação trabalhar e debater as questões de sexualidade e relações de gênero com as crianças, os adolescentes e jovens, rompendo com perspectivas disciplinadoras, normativas, binárias, pautadas na inocência como essência da infância e no corpo tratado exclusivamente como dádiva da natureza.

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“AQUI NÃO É LUGAR DE ENTRAR NO FACEBOOK, AQUI É A ESCOLA!”: CRIANÇAS, SEUS ESPAÇOS VIVENCIAIS E USOS DAS MÍDIAS E NOVAS TECNOLOGIAS NO CONTEXTO EDUCATIVO

Autor: FABIANA RODRIGUES OLIVEIRA QUEIROZ

Resumo:  A pesquisa traz à discussão as vivências espaciais de crianças face às relações que estabelecem com as mídias e novas tecnologias e o que esses aparatos culturais têm engendrado em suas vidas, principalmente nos espaços destinados à escolarização. Nesse sentido, tem como objetivo principal compreender os sentidos que as crianças atribuem aos espaços e tempos presentes no contexto escolar e os usos que deles fazem nas interações com os pares e com os adultos, permeadas por experiências com as mídias e as novas tecnologias. A temática se justifica a partir da concepção de que, no contexto midiático e tecnológico da era contemporânea, as crianças têm vivenciado experiências próprias, de uma forma muito diferente daquelas de alguns anos atrás. Ao voltar nossa atenção para as vivências têmporo-espaciais do cotidiano escolar das crianças, o que nos chama a atenção é a possibilidade de existir uma dissonância entre a criança da contemporaneidade e a escola moderna, que ainda se sustenta no modelo de ensino processual e cumulativo, utilizando-se da transmissão de conhecimento como garantia de promover a aprendizagem. Além disso, há tensões nesse campo a serem discutidas, que estão relacionadas, dentre outros aspectos, às fronteiras que separam as crianças que possuem e as que não possuem o acesso à rede transmídia, bem como as repercussões engendradas por esta em seus modos de ser, agir e de se relacionar com o outro. A pesquisa ancora-se nas ferramentas conceituais e metodológicas dos estudos da infância, em especial, da Geografia da Infância, área de conhecimento emergente, que nos permite compreender as relações das crianças com o espaço enquanto parte integrante de suas vidas. Consistem, também, em aportes teórico-metodológicos os conceitos de dialogismo, alteridade e cronotopo, de Mikhail Bakhtin, e perspectivas teóricas que abordam, de forma crítica, os aspectos relacionados aos usos que as crianças fazem das mídias e artefatos tecnológicos da atualidade, bem como suas implicações. A pesquisa de campo é de caráter qualitativo, do tipo etnográfica, e teve como locus uma escola pública da rede estadual, situada na região central de Rondonópolis, Mato Grosso. Contou com a participação de 27 crianças, na faixa etária entre 10 e 11 anos de idade, pertencentes à turma “B”, da 2ª fase do 2º ciclo (5ºano), vespertino. Adotamos como procedimentos metodológicos a observação participante, a aplicação de questionários, entrevistas e a realização de trabalho com mapas vivenciais. Os dados colhidos a partir desses instrumentos serviram de subsídios para nos dar maior compreensão em relação aos sentidos que as crianças atribuem ao espaço escolar no qual estão inseridas, bem como aos usos que dele fazem a partir de suas experiências com as mídias e as novas tecnologias. Como forma de realizar os registros durante esse período, apoiamo-nos nas notas em diário de campo, na filmagem durante a confecção dos mapas vivenciais feitos pelas crianças e na gravação de áudio durante as entrevistas. As análises evidenciam que as crianças demonstram domínio e autonomia em suas relações com as tecnologias, assim como revelam uma ressignificação dos enunciados oriundos do universo midiático. Além disso, elas criam e recriam sentidos do espaço escolar, atribuindo-lhe novas configurações.

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EDUCAÇÃO INFANTIL E RELAÇÕES DE GÊNERO: O QUE SE INSCREVE NOS CORPOS INFANTIS?

Autor: GISLENE CABRAL DE SOUZA

Resumo: Esta pesquisa é parte integrante do Grupo de Pesquisa “Infância, Juventude e Cultura Contemporânea”, da Linha de Pesquisa “Linguagens, Cultura e Construção do Conhecimento: perspectivas histórica e contemporânea”. Seu objetivo principal é compreender as relações de gênero nos modos como as crianças interagem no contexto da Educação Infantil, tendo como base as seguintes questões: que artefatos, objetos, imagens são significativos para as crianças e circulam entre elas nos diferentes espaços e tempos da escola? Que tempos e espaços são usados e criados pelas crianças para compartilhar práticas que remetem às relações de gênero? Que relações as crianças estabelecem com o próprio corpo e o corpo do outro, que são marcadas por questões de gênero? Como as relações de amizade são atravessadas por essas questões? Temos a escola como um espaço social de fortes tensões, que, se, por um lado, reproduz modelos, por outro, constitui-se como um terreno privilegiado de discussões e rompimento de tabus, trazendo às crianças a oportunidade de problematizar os padrões dominantes de relacionar-se afetiva e socialmente. A pesquisa foi desenvolvida em uma Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) de Rondonópolis, Mato Grosso, em uma turma do 2º Agrupamento do 2º Ciclo, tendo como sujeitos uma educadora efetiva da rede pública municipal, graduada em Pedagogia, e 20 crianças com idades entre 5 e 6 anos. Os aportes teóricos utilizados foram: Ariès (1981), Felipe (1999; 2000; 2007), Foucault (1992; 1993), Guizzo (2005; 2007; 2014), Louro (1997; 1999), Sarmento (1997) e Xavier Filha (2011; 2012). Ancorada nos Estudos Culturais, tem-se como estratégia metodológica a observação participante do cotidiano das crianças na escola, com vistas à análise das relações de gênero nos modos como elas se relacionam no contexto da Educação Infantil com seu corpo e o corpo do outro durante as brincadeiras, os diálogos e nas escolhas dos artefatos escolares. Utilizando procedimentos metodológicos da pesquisa qualitativa etnográfica, esta investigação tem, também, se deparado com feminilidades e masculinidades que são produzidas na escola. Nesse sentido, observa-se que, em suas relações de gênero, as crianças aprendem comportamentos padronizados socialmente, que repercutem em seus modos de ser menino e menina. Constata-se que os discursos presentes em sala de aula são pautados em relações binárias, que demarcam os tempos, os espaços e os objetos que pertencem a meninos e meninas. Ainda assim, apesar de todas as estratégias para adequar as crianças a padrões normativos de comportamento, foi observado que existem situações em que as crianças manifestam resistências ao que lhes é imposto, seja por meio de disputas, confrontos ou escapes, demonstrando que há sempre possibilidades para construir outros modos de ser e de agir com relação aos gêneros.

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FORMAÇÃO DE PROFESSORES: UM DIÁLOGO COM A PSICOLOGIA EDUCACIONAL

Autor: HELEN SANTANA MANGUEIRA DE SOUZA

Resumo:  O modelo de formação inicial de professores por meio das licenciaturas é constante objeto de reflexão e questionamento.Dentre as disciplinas pedagógicas que constituem os cursos de licenciatura encontra-se a Psicologia Educacional.Como psicóloga, compreendo que a Psicologia pode ser uma das bases para a atuação docente.Observando o modelo de formação de professores no Brasil, que sempre priorizou as disciplinas específicas em detrimento da formação pedagógica, e verificando que as pesquisas sobre a Psicologia na formação de professores ainda são tímidas no Brasil, surgiu o problema desta pesquisa: Como os licenciados da UFMT/CUR analisam a influência da Psicologia na sua formação?Deste modo, o objetivoda presente pesquisa foianalisar que compreensão os licenciados da UFMT/CUR dos cursos de Letras, Geografia, História, Ciências Biológicas e Matemática têm da PsicologiaEducacional em sua formação. Utilizando a concepção metodológica baseada nos princípios do materialismo histórico-dialético, participaram da pesquisa cinco licenciadas da UFMT/CUR, graduadas no período de 2010 a 2013, sendo uma egressa de cada curso de licenciatura(Letras, Geografia, Ciências Biológicas, História e Matemática) e que estavam atuando como professoras. Como instrumentos para levantar dados sobre o problema de pesquisa, foram analisados os Planos da Disciplina de Psicologia Educacional e os Projetos Pedagógicos dos Cursos e também foram feitasentrevistas semiestruturadas, realizadas a partir de uma perspectiva dialógica. O que foi possível perceber é que a formação de professores por meio das licenciaturas na UFMT/CUR tem priorizado a formação do bacharel em detrimento da formação do licenciado, repetindo o modelo de formação de professores 3+1 estabelecido no século XIX, onde eram oferecidos 3 anos de formação com nível de bacharelado, acrescido de 1 ano para a formação do licenciado. Permanece no ideário dos professores um modelo clínico de atuação do psicólogo, herança da formação destes profissionais ao longo da história. Observou-se que as aulas eram extremamente teóricas, pouco relacionadas à prática, e, ainda, que não houve uma apropriação teórica por parte das licenciadas. Constatou-se, também, que a presença da Psicologia Educacional na formação de professores influenciou as licenciadas na direção da escuta e da necessidade de respeito e entendimento do aluno, porém,em um foco individualizante e descontextualizado. Assim, novos estudos devem ser realizados para uma melhor compreensão da temática proposta, em direção a uma atuação que permita a humanização e a emancipação humana.

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POLÍTICA CURRICULAR PARA O ENSINO DE HISTÓRIA EM MATO GROSSO: UM ESTUDO SOBRE O CONTEXTO DA PRODUÇÃO DO TEXTO E O CONTEXTO DA PRÁTICA

Autor: LEIDIANE GOMES DE SOUZA

Resumo: A política de Orientações Curriculares do Estado de Mato Grosso – área de Ciências Humanas no discurso de professoras da disciplina de História acerca dessa política, é o objeto de estudo desta dissertação de mestrado. Seu objetivo foi de analisar as possibilidades e dificuldades de implementação da política curricular proposta pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (2012), por meio da análise do texto oficial e do discurso de professoras da disciplina de História, do ensino fundamental e ensino médio, de escolas públicas estaduais localizadas no município de Rondonópolis. Do ponto de vista teórico/metodológico foi utilizado o Ciclo de Política de Stephen J. Ball e Richard Bowe, bem como os escritos de Jefferson Mainardes, Alice Casimiro Lopes e Elizabeth Macedo, além de Eni Orlandi. O corpus da pesquisa foi constituído pela transcrição de entrevistas gravadas em áudio e analisadas sob a interpretação do objetivo. O que se observou é que embora tal política se constitua como instrumento orientativo para o planejamento das ações docentes e se apresente como resultado das discussões com professores da rede básica, as entrevistas demonstram sob a ótica da pesquisadora, estranheza, distanciamento e dificuldades em relação à implementação de tal política por parte das professoras entrevistadas.

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OS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE EM ARTIGOS ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO

Autor: LÍVIA FERREIRA DIAS

Resumo: Esta pesquisa se insere no âmbito do Grupo de Pesquisa Infância, Juventude e Cultura Contemporânea (GEIJC), na linha de pesquisa Infância, Juventude: Direitos e Políticas, vinculado ao Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso, campus Rondonópolis. Apoiados nos aportes teóricos dos estudos sociais da infância, que norteiam nosso olhar para a compreensão das maneiras como a infância e as relações adulto-criança são estruturadas nas sociedades ocidentais contemporâneas, e nos debates sobre os três principais marcos legais sobre os direitos da criança e do adolescente, no Brasil (Constituição Federal de 1988, Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança de 1989 e o Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990), nosso objetivo foi analisar o tratamento dado pelo campo da Educação ao tema dos Direitos da Criança e do Adolescente, utilizando como corpus de análise artigos acadêmicos da área. Para tanto, adotamos como metodologia de investigação o referencial de John B. Thompson (2011) sobre a hermenêutica de profundidade (HP) e a técnica da análise de conteúdo (ROSEMBERG, 1981; BARDIN, 1988). Nosso corpus de análise é composto por 38 artigos acadêmicos publicados entre os anos de 1986 e 2013 e que, conforme critérios pré-estabelecidos, foram considerados produções do campo da Educação. As análises dos artigos do corpus demonstram que houve um quase silenciamento nos artigos acadêmicos de educação sobre o tema dos Direitos da Criança e do Adolescente nas duas primeiras décadas após a promulgação dos três principais marcos legais da infância. As temáticas associadas aos Direitos da Criança e do Adolescente abordadas com maior frequência nessa produção, foram aquelas relacionadas à violência, ao desvio e à situação de risco/vulnerabilidade. A escola é apresentada predominantemente como emancipadora e redentora dos problemas sociais. Apreendemos dos resultados obtidos com nossa pesquisa que o campo da Educação ainda está distante de promover um debate crítico sobre os Direitos da Criança e do Adolescente. No corpus analisado identificamos um discurso pouco profundo que reproduz enquadramentos oferecidos pela mídia e que pode levar a reprodução dos mesmos por pais, professores e demais adultos incumbidos do processo educativo de crianças e adolescentes.

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LEITURA DE LIVROS ACADÊMICOS POR DOCENTES DE LÍNGUA PORTUGUESA: ESCOLHA, RELEVÂNCIA E APLICAÇÃO

Autor: LUCI GOMES DA MATA

Resumo: Na presente pesquisa, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso (PPGEdu/CUR/UFMT), investigou-se as leituras dos professores efetivos de Língua Portuguesa da rede estadual do município de Rondonópolis, Mato Grosso. Para tanto, utilizou-se o método de análise de conteúdo, numa abordagem quanti-qualitativa, a partir de questionários estruturados. Nesse sentido, a pesquisa propôs, como objetivo geral, analisar quais são os livros acadêmicos lidos pelos professores de Língua Portuguesa, apontados como obras mais relevantes, tanto para a sua formação, quanto para a sua atuação no ensino da língua materna. Nesse contexto, para essa pesquisa, as leituras relevantes foram as de cunho acadêmico, realizadas pelos docentes de Língua Portuguesa como subsídios para a sua formação e prática pedagógica. Sendo assim, os objetivos específicos são os seguintes: Identificar quais são os livros acadêmicos mais lidos pelos professores de Língua Portuguesa da rede estadual do município de Rondonópolis, Mato Grosso; Averiguar os gêneros dos livros acadêmicos mais lidos pelos professores de Língua Portuguesa durante o ano de 2013 a abril de 2014; Investigar, na perspectiva dos professores, qual é a relevância das leituras acadêmicas na sua formação e atuação pedagógica. Os dados indicam números interessantes sobre a leitura dos docentes de Língua Portuguesa, pois, de 20 escolas estaduais, coletou-se dados de 30 sujeitos, que resultaram nas informações que serão apresentadas. Do acervo analisado, 43% foram leituras específicas para a formação e prática pedagógica do profissional de Língua Portuguesa e 57% se referiram à leitura de outros gêneros. Respondendo ao primeiro objetivo específico da pesquisa, os livros acadêmicos referenciados pelos sujeitos como mais lidos foram do gênero Linguística, que retrata 47% do universo específico da área de Língua Portuguesa e 34% do gênero Pedagogia, entretanto, voltada ao estudo e ao ensino da disciplina de Português. No conjunto dos conteúdos acadêmicos das obras citadas como lidas observa-se que elas se dividiram em leituras de formação de professores e leituras para o ensino da disciplina de Língua Portuguesa, subdivididas em temas que abordam técnicas e dicas direcionadas ao professor. Na área da temática leitura evidenciou-se o maior número, num total de 13 livros. Acerca da relevância das leituras atribuídas pelos professores de Língua Portuguesa, que responde ao terceiro objetivo específico, a maioria dos docentes relatou que todas as leituras citadas como realizadas por eles são importantes para a atuação e formação docente.

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O DIREITO DA CRIANÇA AO RESPEITO, À PARTICIPAÇÃO E À LIBERDADE EM DISCURSOS DE PROFESSORES/AS

Autor: MÁRCIA REGINA M. DOS G. BRITO

Resumo: Esta dissertação integra um projeto coletivo de pesquisas do Grupo de Pesquisa “Infância e Juventude Contemporânea” (GEIJC), da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus de Rondonópolis, que vem investigando, entre outros temas, os discursos sobre os direitos da criança e adolescente. Nosso objetivo é descrever e interpretar discursos de professores(as) da rede pública do Ensino Fundamental, da cidade de Rondonópolis, Mato Grosso, sobre como entendem e inserem no seu fazer pedagógico o direito da criança e do adolescente ao respeito, à liberdade e à participação. Utilizamos, na condução desta pesquisa, o método da Hermenêutica de Profundidade (HP) proposto por Thompson (2007), que é composto por três fases: a) análise do contexto sócio-histórico; b) análise formal ou discursiva e c) interpretação/reinterpretação. Para tanto, seguimos o percurso da contextualização da legislação sobre os Direitos da Criança, desde os debates em âmbito internacional e nacional, com a Declaração de Genebra (1924), a Declaração dos Direitos da Criança (1959), a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança (1989), a Constituição Federal (Brasil, 1988) e o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (1990). Um dos referenciais teóricos, inspirador desse trabalho, é o autor Jannuz Korczak (1872-1942) que deixou expresso, em suas obras, como entendia o respeito que deveria ser conferido às crianças, bem como sua contestação ao baixo status moral atribuído, até então, às crianças, num mundo concebido e construído pelos adultos. Além de Korczak, adotamos os aportes teóricos dos estudos sociais da infância, tais como Qvortrup (2010), Pinto e Sarmento (1997), Corsaro (2011), Soares (1997) entre outros. Foram entrevistadas três professoras da rede pública de ensino e os dados obtidos indicam que as professoras relacionam o direito ao respeito, participação e liberdade ao direito que a criança tem ao aprendizado e que, embora haja um reconhecimento da importância do direito das crianças em serem respeitadas, a visualização e materialização desse direito no contexto escolar ainda é incipiente.

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COLEÇÃO GIRASSOL: LIVRO DIDÁTICO DE ALFABETIZAÇÃO EM CONTEXTO INDÍGENA – (DES)ENCONTROS ENTRE O PROPOSTO E O REALIZADO

Autor: MARTA CECÍLIA ROCHA DA SILVA

Resumo: Este trabalho se propõe analisar o Livro Didático de Alfabetização (LDA), da Coleção Girassol – Saberes e Fazeres do Campo, na perspectiva intercultural, no processo de ensino aprendizagem em um contexto em que o português é a segunda língua. Para tanto, o trabalho será realizado com professores da primeira etapa do Ensino Fundamental em três unidades escolares, na Terra Indígena Bakairi, no município de Paranatinga, Mato Grosso. O objetivo geral é analisar os três primeiros volumes de letramento e alfabetização. A Coleção é distribuída e aprovada pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) Campo 2013 e sua adequação a um contexto de diversidade pluricultural e linguística como as escolas indígenas no processo de alfabetismo na etnia Bakairi. Busca-se apontar adequação ou inadequação do LDA, em relação aos objetivos para o qual foi elaborado, sua implicação no contexto da escola do campo indígena e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Indígena (DCNEI) e, neste cenário, contextualizar o ambiente onde o LDA é utilizado, em termos de diversidade cultural e linguística. Pretende-se ainda analisar os aspectos observados gerando contribuição baseada nos apontamentos dos professores sobre a pesquisa. A metodologia para a coleta de dados consiste em analisar, na perspectiva da educação intercultural, o Livro Didático de Alfabetização (LDA), distribuído pelo PNLD Campo, as DCNEI e, complementarmente, o uso de entrevistas com quatro professores. A análise das entrevistas permitiu identificar que os professores entrevistados utilizam o LDA como material de apoio no cotidiano escolar e possibilitam aos alunos e a si mesmos, como sujeitos do fazer pedagógico, uma experiência de proximidade com o impresso que possibilita uma maior apropriação dos textos apresentados. O desafio da interculturalidade se faz presente no incentivo à produção cultural, no compartilhamento do LDA no contexto escolar e familiar. Percebe-se também que as experiências vividas nos anos iniciais de escolarização pelos professores lhes permitem participar na “construção” do saber de seus alunos hoje. Nos volumes analisados, a princípio, observa-se que, mesmo tendo sido apresentados como aprovados para a educação do campo, os aspectos para uma educação intercultural precisam ter maior destaque. Percebe-se uma atitude bastante sucinta quanto à diversidade linguística e temática indígena, um dos grupos que compõem a população do campo. Nota-se ainda que este importante recurso de apoio pedagógico, exerce função múltipla no processo de alfabetismo bilíngue.

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COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA NA ESCOLA: UMA FUNÇÃO PARA PEDAGOGOS?

Autor: MATILDES APARECIDA TRETTEL DE OLIVEIRA

Resumo: A pesquisa “Coordenação pedagógica na escola: uma função para pedagogos?” é resultado inicial de uma inquietação pessoal sobre o sentido e sobre a importância do profissional pedagogo no exercício das funções pedagógicas escolares, em especial na coordenação pedagógica, pois, em Mato Grosso, a Secretaria de Estado de Educação – SEDUC – MT por meio de suas normativas não tem priorizado o licenciado em Pedagogia para assumir a função de coordenador pedagógico nas escolas públicas estaduais. Desta forma, o objetivo é “Investigar como os coordenadores pedagógicos não graduados em Pedagogia se apropriam dos conhecimentos pedagógicos no exercício de sua função”, com a proposta de responder ao seguinte problema: “Como os coordenadores pedagógicos não graduados em Pedagogia se apropriam dos conhecimentos da Pedagogia para o exercício da sua função”? Essa pesquisa é uma investigação qualitativa e dialética de um aspecto significativo da educação escolar – a coordenação pedagógica – e tem como procedimento metodológico a realização de pesquisa exploratória, descritiva, bibliográfica e documental. Em relação ao instrumento de pesquisa utilizei a realização de entrevistas. O desenvolvimento da pesquisa se deu em seis escolas públicas estaduais urbanas de Tangará da Serra – MT, tendo como sujeitos sete professores que exercem a função de coordenadores pedagógicos, cuja seleção obedeceu aos seguintes critérios: não ser graduado em Pedagogia e exercer por mais de três anos a função de coordenador pedagógico. Dentre os estudos que dão suporte para esta pesquisa utilizamos André (2014), Cambi (1999), Carvalho (2005, 2006, 2008), Franco (2003, 2005, 2008, 2012), Freire (1980, 1983, 1991, 1992, 1993, 2008) Garrido (2009), Libâneo (2002, 2004, 2010), Nóvoa (1992, 1998, 2007), Pinto (2006), Placco (2010), Saviani (2007), Tardif (2004), Vasconcellos (2011), Veiga (1998) dentre outros, que constituíram suportes teóricos fundamentais para a análise. A pesquisa evidencia a importância de um profissional habilitado em Pedagogia para o exercício da função de coordenador pedagógico. Esta evidência é percebida pela afirmação de vários coordenadores pedagógicos, assim como, pelas indicações que apontam os teóricos que estudam a Pedagogia e as Ciências da Educação.

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CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO DOS DOCENTES GESTORES DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO – IFMT – CAMPUS RONDONÓPOLIS

Autor: OSMAR ANTÔNIO MAGNABOSCO

Resumo: Educação de qualidade é um tema constante no dia a dia dos brasileiros, por sua carência proclamada por mídia, analistas, governos, profissionais de múltiplas áreas e pessoas comuns. É solução recomendada para grande parte dos problemas do país. A dificuldade que se impõe é saber de que educação se está falando, tendo em vista a diversidade de entendimentos a respeito do assunto. Esta questão afeta diretamente as instituições educacionais. Da concepção que tenham os componentes de sua comunidade: gestores, docentes, técnicos e outros, depende sua identidade e as propostas educacionais que possam oferecer para a sociedade. Aprofundar-se no entendimento dessa dinâmica numa instituição com poucos anos de funcionamento, cujos membros apresentam origem, idade, experiência de vida, formação humana e acadêmica e expectativa profissional diversas, é a razão do presente trabalho. Para isso, pretende-se identificar as concepções a respeito de educação dos docentes gestores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso – IFMT – Campus de Rondonópolis. A origem dessa proposta se encontra nas observações do pesquisador quanto a conflitos relativos a objetivos e métodos de educação e ensino e quanto à disparidade de abordagens, por parte dos docentes, em relação a temas como dificuldades de aprendizagem, indisciplina e desmotivação, por parte dos estudantes. A partir da compreensão de que era necessário buscar a origem última para as discrepâncias observadas, tornou-se necessário entender o pensamento gerador e justificador de todas as ações. Para atingir tal intento, realizou-se investigação com abordagem qualitativa, utilizando-se, inicialmente, de pesquisa bibliográfica, para entendimento do pensamento de autores como Freire, Dewey e Severino, além da proposta educacional da Instituição, manifesta em seu Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI. Em seguida, procedeu-se a análise e interpretação de narrativas dos itinerários pessoais e profissionais dos sujeitos e também das respostas que deram a questionário com perguntas abertas. Os sujeitos pesquisados desempenham a dupla função de docentes e gestores da Instituição. Os resultados evidenciaram diferenças significativas de concepção a respeito de educação e seus temas correlatos, como ensino, aprendizagem, função da escola e conhecimento, resultantes da formação acadêmica dos sujeitos, uns pertencentes a áreas técnicas e outros a áreas humanas. Os primeiros aproximam-se mais do conceito de educação bancária, de Freire, com a predominância da ideia de transmissão de conhecimentos. Atribuem à família a função de educar e à escola a de ensinar. Têm visão positiva a respeito dos caminhos trilhados pela Instituição. O segundo grupo defende uma educação transformadora, tanto do indivíduo quanto da sociedade. Para eles, formar cidadãos críticos, produtores de conhecimentos, é função da educação. Têm uma percepção crítica a respeito dos caminhos seguidos pela Instituição. Em termos de engajamento, de compromisso com os educandos, embora por caminhos diferentes, os grupos se igualam. As diferenças percebidas neste trabalho evidenciam a necessidade de debates e diálogos constantes, de promoção de atividades de caráter integrador, que privilegiem o espírito de equipe. E, sobretudo, programas de formação continuada de docentes permitirão aproximar as visões, diminuindo as disparidades existentes. É uma oportunidade educativa para uma instituição educadora. A presente pesquisa está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGEDU, do Instituto de Ciências Humanas e Sociais – ICHS, do Campus Universitário de Rondonópolis, da Universidade Federal de Mato Grosso, na linha de Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais.

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PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA: UMA ANÁLISE DAS CONCEPÇÕES DE FORMAÇÃO CONTÍNUA QUE NORTEIAM OS PROCESSOS DE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL NA ESCOLA

Autor: RENATA RIBEIRO MONTEIRO

Resumo:  O presente trabalho é resultado de uma pesquisa de Mestrado desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Rondonópolis (PPGEdu/UFMT/CUR), na linha de Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais. Tomando como premissa que a forma de como o sujeito concebe o que seja formação contínua implica tanto no processo de elaboração de projetos e programas formativos quanto na própria forma de atuação do sujeito dentro desse processo, consideramos relevante pesquisar as concepções de formação contínua de professores de Língua Portuguesa da rede púbica estadual de Mato Grosso, envolvendo os diferentes segmentos que estão imbricados nessa teia formativa, sejam eles: professores de Língua Portuguesa; coordenador pedagógico; professor formador, representante do Centro de Formação e Atualização dos Profissionais de Educação Básica (CEFAPRO); assessor pedagógico e superintendente de formação dos profissionais da Educação Básica- SEDUC. Pautando-se numa abordagem qualitativa, o processo de investigação seguiu os passos da Análise de Conteúdo preconizada por Laurence Bardin. Como instrumentos de coleta foram utilizados questionários (caracterização dos sujeitos), entrevistas e análise documental. Os sujeitos colaboradores são professores efetivos de Língua Portuguesa, da rede estadual, totalizando dez (10) docentes envolvendo os diferentes segmentos citados. Desse modo, apoiando-nos no referencial teórico que fundamenta a presente pesquisa, a análise de conteúdo, enquanto método de pesquisa, fundamentou-se no confronto dos dados obtidos a partir das entrevistas, realizadas individualmente, com os documentos legais que normatizam a formação contínua no estado de Mato Grosso. Percorrendo tais etapas, este estudo buscou responder aos seguintes questionamentos: Será que as políticas públicas de formação contínua estão em consonância com as necessidades formativas almejadas pelos profissionais docentes? A estrutura e organização do Projeto Sala de Educador enquanto política de formação contínua têm oportunizado a participação efetiva dos professores? Quais concepções sobre a formação contínua têm os professores de Língua portuguesa a respeito dos programas formativos dos quais participam? A pesquisa traz dados que retratam a importância da formação contínua, como forma de crescimento pessoal e profissional, de maneira que os educadores apontaram que, para o exercício de sua função, precisam estar continuamente em formação, visando aprimorar seus conhecimentos, habilidades e técnicas metodológicas que possam auxiliá-los nos desafios da prática docente. Entretanto, constatamos que ainda predomina uma visão pragmatista da formação à medida que esta é caracterizada como processos de atualização, aperfeiçoamento e capacitação docente. A pesquisa revelou, também, que, na visão dos segmentos coordenação pedagógica e professores, os processos formativos implementados nas escolas apresentam caráter prescritivo, afetando a autonomia e a qualidade da formação docente. De modo geral, os professores afirmaram que a formação pouco tem contribuído para as suas práticas docentes. Em justificativa a esse fato, os sujeitos apontaram: discussões voltadas para temas mais gerais; descontinuidade nas temáticas abordadas; ausência de formação na área específica de atuação e, também, sobrecarga de trabalho, dificultando a participação nos encontros de estudos. Em síntese, esta pesquisa revelou que ainda não há consonância entre as concepções dos profissionais de Língua Portuguesa e o que a Política de Formação do Estado de Mato Grosso preceitua enquanto propostas formativas para esse segmento.

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PROFESSORES INICIANTES E PROFESSORES EXPERIENTES: ARTICULAÇÕES POSSÍVEIS PARA A FORMAÇÃO E INSERÇÃO NA DOCÊNCIA

Autor: ROZILENE DE MORAIS SOUSA

Resumo:  A presente pesquisa está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da UFMT, Campus de Rondonópolis, sendo um produto de projeto aprovado no Observatório da Educação/2013 intitulado “Egressos da Licenciatura em Pedagogia e os Desafios da Prática em Narrativas: a Universidade e a Escola em um processo interdisciplinar de inserção do professor iniciante na carreira docente”. O objetivo dessa pesquisa consistiu em analisar a inserção do professor iniciante na escola, acompanhado por um professor experiente investigando como esse egresso vai constituindo sua identidade profissional docente nos anos iniciais da profissão. Insere-se na abordagem qualitativa, ancorando-se no método (auto) biográfico, com a adoção de memoriais da trajetória de formação profissional e entrevistas narrativas produzidos por cinco professoras iniciantes, três egressas do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Mato Grosso e duas de outras Instituições de Ensino Superior, as quais atuam em escolas públicas na cidade de Rondonópolis – MT. Ainda como sujeitos dessa pesquisa acrescentou-se duas professoras experientes, as quais produziram os memoriais de formação, com foco no processo de acompanhamento dessas iniciantes nas mesmas instituições de ensino. Para tanto, elencou-se como questões de investigação: Que dilemas e desafios as narrativas dos professores iniciantes descreveram acerca do início da carreira docente? O que narraram sobre a possibilidade de apoio de um professor experiente que os auxiliassem nos dilemas e embates vivenciados nos primeiros anos de docência? Como descreveram sua participação nos processos de formação propiciados pelo projeto OBEDUC/2013? De que forma este os auxiliou no processo de constituição da identidade docente? Os resultados das análises dos dados evidenciaram os principais dilemas e desafios desses egressos no processo de inserção no ambiente escolar. Também destacou-se a relevância e as contribuições do acompanhamento de um professor experiente como forma de apoio nas escolas onde trabalhavam. Além disso, ressaltou-se a importância da atuação do grupo de pesquisa do OBEDUC na realização da formação desses iniciantes, minimizando suas dificuldades por meio de um acompanhamento sistematizado e reflexivo do processo de ensino e aprendizagem desenvolvidos no ambiente escolar, contribuindo assim, para a constituição da identidade docente desses egressos.

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A PRÁXIS PEDAGÓGICA E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA ESCOLA PÚBLICA

Autor: SOILA CANAM

Resumo: A presente pesquisa, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação, (PPGEdu/CUR/UFMT) na linha de Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais, discutiu-se a formação continuada, na perspectiva teórico-metodológica para entender a práxis pedagógica do professor no PSE. Dessa forma, o professor precisa reconhecer a crítica como um dos elementos que compõe o entendimento sobre a práxis. A questão do estudo foi compreender: Como o Projeto Sala de Educador tem garantido uma formação teórico-metodológica que possibilite ao professor pensar e refletir sua práxis pedagógica em sala de aula? Especificamente buscou-se compreender a concepção do professor acerca da educação, de ser humano, da escola, das práticas pedagógicas e da formação continuada na escola; analisar a concepção do professor sobre a relação teoria e prática; analisar como o PSE tem ajudado a constituir a identidade cultural docente; entender como é desenvolvida a metodologia na formação PSE; examinar quais conteúdos são trabalhados no PSE; refletir como o professor desenvolve a práxis pedagógica; Dividida em quatro capítulos, a dissertação apresenta as análises dos dados em sete grandes categorias: concepção de educação; de ser humano; práxis pedagógica; observações da práxis pedagógica em sala de aula; concepção de formação continuada; ressignificação da práxis pedagógica na formação; observação do PSE nos encontros formativos. O método dialético permitiu em seu movimento a apreensão do objeto de estudo. O trabalho foi desenvolvido em uma escola da rede estadual do município de Rondonópolis, tendo como sujeitos seis professores do II Ciclo. Os instrumentos de coleta de dados foram: o questionário de identificação do professor, entrevistas semiestruturadas, análise documental (Orientativos PSE (2011-2014), proposta PSE (2013 e 2014) e PPP da escola investigada) e observação. A base teórica desse estudo fundamenta-se na pedagogia crítica substanciada ao pensamento freiriano. Ao longo do estudo tentei refletir sobre a relação teoria e prática. Os resultados evidenciaram que as ações pedagógicas mantêm uma relação intrínseca com as experiências socioculturais dos professores. Ao final do trabalho, conclui-se que o professor tem clareza sobre o sentido da educação na perspectiva cidadã, e de sua importância na formação do estudante crítico e autônomo. Porém, em sala de aula, alguns não conseguem realizar o movimento entre o pensar e o agir. A formação do PSE, no campo utópico representa um espaço de reflexão, entretanto, os dados revelam que a escola não consolidou uma proposta de formação que possibilite aos professores pensar e refletir sobre sua práxis pedagógica. A incoerência entre discurso e ação é um desafio a ser superado pelos professores. É preciso (re) construir a estrutura teórica metodológica do PSE, para que haja sentido nos estudos realizados, de modo que, os professores se conscientizem sobre a necessidade de transformar suas atividades pedagógicas em práxis pedagógica.

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O ENSINO MÉDIO INTEGRADO À EDUCAÇÃO PROFISSIONAL EM MATO GROSSO

Autor: SOLANGE FLÔRES DE SOUZA

Resumo: O presente trabalho intitulado “Ensino Médio Integrado à Educação Profissional em Mato Grosso” é fruto da pesquisa de mestrado em educação no PPGEdu/UFMT/ Rondonópolis-MT, na linha de pesquisa Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais, cujo objeto de estudo é o Ensino Médio Integrado à Educação Profissional (EMIEP) da escola Estadual de Ensino Médio Major Otávio Pitaluga, localizada no município de Rondonópolis, Mato Grosso. O Ensino Médio Integrado à Educação Profissional se estabeleceu como política pública educacional nacional criada durante o governo Luís Inácio Lula da Silva (2003-2006), através do Decreto Presidencial nº 5.154/2004, que substituiu e revogou o Decreto Presidencial em vigor de nº 2.208/97. No Estado de Mato Grosso, o Ensino Médio à Educação Profissional foi implementado em 2007, em cinco escolas pilotos da rede estadual. Atualmente o Estado possui cerca de 89 escolas em 52 municípios ofertando o EMIEP. Os fundamentos que norteiam o EMIEP estão alicerçados na concepção de educação integrada, rompendo a visão meramente tecnicista. Assim, para fundamentar os aportes teóricos, foi realizada a análise da proposta de Ensino Médio Integrado à Educação Profissional que consta no Documento Base do MEC (2007). Sendo assim, o objetivo geral desta pesquisa consiste em analisar a concepção que os sujeitos participantes da escola investigada têm a respeito do EMIEP. Para tanto, foram desmembrados os seguintes objetivos específicos: compreender as finalidades do Ensino Médio Integrado à Educação Profissional (EMIEP) na visão dos sujeitos envolvidos nesta pesquisa; verificar os limites e dificuldades na implementação do EMIEP na escola investigada. A pesquisa teve como proposito responder à seguinte questão: Qual a concepção que os sujeitos participantes da escola investigada têm a respeito do EMIEP? A natureza da pesquisa é qualitativa e, a abordagem metodológica que norteia a investigação é a Comunicativa Crítica cuja base teórica está alicerçada na Teoria da Ação Comunicação Crítica de Habermas (1987). Em relação às técnicas de pesquisa, recorri ao Relato Comunicativo Crítico realizado com três professores que atuam no EMIEP, com o diretor e o coordenador pedagógico e o Grupo de Discussão Comunicativo Crítico, realizados com quinze estudantes do terceiro ano Técnico em Vendas e quinze estudantes do Técnico em Logística. A pesquisa aponta os seguintes resultados: os professores participantes não se apropriaram efetivamente da concepção acerca do EMIEP. Outro destaque apontado é a rotatividade dos professores técnicos e, a falta de planejamento em conjunto com as demais áreas do conhecimento, fato este, que contribuiu impossibilitando sua efetivação. Em relação aos alunos participantes, a opção pela escola ocorreu devido ao status, que os mesmos acreditam que a escola proporciona e, em relação ao curso ocorreu mediante a falta de vagas no ensino médio regular. Nesse sentido, a investigação constitui-se como um caminho interessante para as discussões relacionadas à concepção, à compreensão e à prática da formação dos professores que atuam no EMIEP.

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AS MUDANÇAS OCORRIDAS NO LIVRO DIDÁTICO DE MATEMÁTICA E A SUA INFLUÊNCIA NA PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR

Autor: SOLANGE RAMOS TEIXEIRA TURÍBIO

Resumo: Esta pesquisa busca compreender as práticas dos professores permeadas pelo uso do livro didático, uma vez que este se trata de um importante instrumento de apoio para o trabalho docente. As investigações produzidas no âmbito dessa perspectiva permitiram verificar a existência de um considerável referencial teórico referentes às temáticas – Ensino de Matemática e Geometria – porém no que se refere ao papel do Livro Didático na prática do professor a bibliografia é restrita. O objetivo desta pesquisa foi investigar o grau da influência da organização do conteúdo do livro didático de Matemática na prática pedagógica dos professores que ensinam Matemática nos últimos anos do Ensino Fundamental. O presente estudo teve como propósito responder às seguintes questões: a) como a Matemática é ensinada na escola? b) os professores utilizam o livro didático para ensinar? c) como utilizam? d) se utilizam, como é feita a seleção do livro didático de Matemática? e) a organização do conteúdo expressa no livro exerce influência na prática pedagógica do professor? Para tanto, norteia-se, inicialmente, nas reflexões sobre a importância do livro didático no contexto escolar apresentadas por Soares (1996), Lajolo (1996), Choppin (2004), Bittencourt (2004) e Carvalho e Lima (2010). Quanto às ponderações sobre a Matemática e seu ensino os estudos se pautaram nos pressupostos de D’Ambrósio (1993), Gadotti (1995), Fiorentini (1995, 2002), Polya (1997), Gáscon (1998), Dante (1998), Pais (2002), Onuchic (2004), D’Ambrósio (1990, 2012), Silva (2009), Cavalcanti (2010) e Freire (2013). As considerações sobre o ensino de geometria ancoraram-se em Dana (1994), Grande (1994), Usiskin (1994), Vitti (1994) e Nacarato (2002). Utiliza-se dos fundamentos teóricos da pesquisa qualitativa, tendo como instrumentos de coleta de dados, a observação, entrevista e análise documental. Para verificar as mudanças ocorridas na forma de organização dos conteúdos nos livros didáticos escolhidos para a pesquisa, foi utilizado a análise de conteúdo, e para a análise dos apontamentos referentes às práticas dos professores em sala de aula empregou-se o método interpretativo. A análise dos livros demonstrou mudanças significativas em relação à forma de apresentação dos conteúdos, principalmente da geometria. Contudo, é possível admitir que, apesar da geometria se fazer presente em diversos conteúdos trabalhados, o seu estudo propriamente dito ainda é deixado para segundo plano, pois a mesma continua sendo apresentada nos capítulos finais do livro didático. Durante as observações foi possível perceber que, apesar do professor ter domínio de conteúdo e também autonomia para selecionar os temas que julga necessários ao conhecimento de seus alunos, há momentos em que é preciso recorrer ao livro didático. A investigação ora proposta não se apresenta com a pretensão de propor novas metodologias ou soluções para os problemas referentes ao mau uso do livro didático em sala de aula, mas como um canal para levantar questões que levem à reflexão sobre a importância desse instrumento em sala de aula. 

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