LEITURA NA FORMAÇÃO DOCENTE: UM ESTUDO DAS PRÁTICAS DOS PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA DURANTE A HORA- ATIVIDADE
Autor: APARECIDO DERNEY
Resumo: Este estudo tem como principal objetivo investigar se a hora-atividade do professor de língua portuguesa da rede municipal de Sinop-MT tem se constituído em espaço de aperfeiçoamento profissional tendo a leitura como instrumento de formação e aprimoramento do trabalho pedagógico. Objetiva-se também, a verificar os espaços físicos e os materiais disponíveis à prática de leitura no ambiente escolar, bem como identificar os materiais lidos pelos professores de língua portuguesa durante a hora-atividade e a frequência com que essas leituras aconteceram. Segundo Chartier (1995), Foucambert (1994), Smith (1999) e Silva (2011) a leitura é uma ferramenta que contribui para a ampliação dos conhecimentos profissionais e desenvolvimento das práticas pedagógicas. A hora-atividade pode oferecer aos professores, em meio aos demais fazeres pedagógicos, períodos de leitura, possibilitando a reflexão e avaliação do trabalho pedagógico e a formação docente, conforme determina a Lei Federal 11.738/08 e Lei Municipal Complementar 062/2011 assegurou aos professores municipais o direito a 1/3 (um terço) da carga horária de trabalho reservada a estudos, planejamento e avaliação. A pesquisa é qualitativa como enfoque dominante, mas também, buscou obter dados numéricos, a fim de demonstrar e especificar a frequência de leitura e os materiais lidos pelos professores durante a hora-atividade. A metodologia é qualitativa do tipo estudo de caso, fundamentada, principalmente, em Yin (2005). Para alcançar os objetivos propostos os dados foram coletados por meio de documentos, como leis federias e municipais, normativas e documentos administrativos; um questionário das ações pedagógicas realizadas por oito professores efetivos da rede municipal de Sinop que lecionavam língua portuguesa em 2013; dez relatórios quinzenais com o registro dos materiais lidos por esses professores durante a hora-atividade; observação dos artefatos físicos necessário para a leitura dos professores de língua portuguesa no espaço escolar; e uma entrevista com quatro professores, sendo, dois que destinaram maior tempo à leitura durante a hora-atividade e dois que destinaram menor tempo a esta prática. A análise dos dados demonstrou que apesar das garantias legais, o período da hora-atividade foi insatisfatório na rede municipal de Sinop, onde leis federais foram postergadas, retalhadas e remodeladas por meio de leis municipais que restringiram o tempo de estudo, avaliação e planejamento do professor. Com as restrições encontradas no ambiente escolar, os professores priorizaram, durante a hora-atividade, o planejamento pedagógico, e leram basicamente para atender as necessidades escolares, adotando o livro didático como principal suporte de leitura. Porém, suas práticas de leitura não ficaram restritas a ele, uma vez que todos os sujeitos pesquisados também leram, mesmo que de forma ocasional, livros literários, hipertextos, jornais e revistas, que contribuíram para diversificação das práticas pedagógicas e abriram possibilidades para o professor completar ou mesmo ultrapassar as atividades trazidas pelos livros didáticos, além de oferecer a eles, por meio da leitura, momentos de terapia, relaxamento, informação e entretenimento durante a jornada de trabalho. Porém, ainda é necessário que o período reservado a estudo, planejamento e avaliação durante a jornada de trabalho seja efetivamente delimitado e respeitado, oferecendo espaço para ações que organizem e normatizem esse período, de forma que ele se efetive num espaço de leitura, que além de instrumentalizar o professor para o fazer pedagógico, possa também, oferecer a esses profissionais a oportunidade de pensar e transformar sua prática profissional.
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SINDICALISMO, DOCÊNCIA E FORMAÇÃO POLÍTICA DO PROFESSOR DA EDUCAÇÃO BÁSICA PÚBLICA
Autor: EDER CARLOS CARDOSO DINIZ
Resumo: Cada vez mais as pesquisas na área da educação e formação do professor têm se preocupado em investigar, sob diversas perspectivas, a formação sindical e política do professor. A pesquisa tem como objetivo averiguar qual o papel do sindicato na formação política do sindicalista professor, que atua na escola pública e como esse professor percebe seu envolvimento e compromisso junto às questões políticas que envolvem a formação. Ancorada na abordagem qualitativa, a análise adota, como instrumentos de coleta de dados, o levantamento bibliográfico, as observações participantes, cadernos de formação, documentos quantitativos do sindicato, entrevistas narrativas junto aos principais líderes sindicais e aos professores sindicalizados que atuam em sala de aula. Por meio de registros de observação participante e da análise documental, a investigação apoiou-se na leitura dos registros, nos dados na legislação e na história do SINTEP/MT. As questões que fomentaram a pesquisa foram: Como a formação político-sindical tem contribuído para a constituição da identidade docente do professor sindicalista na escola pública? Quais as suas influências nas práticas dos sindicalistas professores junto ao coletivo da escola? A formação político-sindical tem contribuído para a constituição da identidade docente do professor sindicalista na escola pública em Mato Grosso? Ficou evidente na presente pesquisa que, desde sua fundação, o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso – SINTEP/MT – preocupou-se com a formação política e sindical de seus filiados. Essa preocupação consubstanciou-se numa política de formação modelo no país, devido ao programa adotado e ao material produzido, sendo este, atualmente, de uso nacional, constituindo-se nos cadernos de formação da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE. Nesse cenário de programa e produção de material, percebeu-se, no interior do SINTEP/MT, que a participação dos sindicalistas faz a diferença quando integrados ao ambiente da escola, pois é perceptível a atuação dos sindicalizados na luta por melhores condições de educação e intervenção em defesa da melhoria da educação pública em Mato Grosso.
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INFÂNCIA E CULTURA CONTEMPORÂNEA: OS DIÁLOGOS DAS CRIANÇAS COM A MÍDIA EM CONTEXTOS EDUCATIVOS
Autor: EVANDRO SALVADOR ALVES DE OLIVEIRA
Resumo: Esta pesquisa propõe uma reflexão sobre a temática da infância buscando uma discussão que entrelaça as noções da cultura lúdica, identidades, valores, significados e mídia. Na contemporaneidade, temos observado que as crianças têm assumido papéis sociais a cada dia mais próximos do que poderíamos denominar de universo adulto, tomando como referência personagens que se destacam na mídia. Assumindo como pano de fundo tal problematização, este trabalho tem com foco compreender os significados que as crianças constroem sobre os discursos da mídia e como estes se expressam em seus modos de ser, agir e se relacionar com o outro em contextos educativos. Isto posto, buscamos investigar as apropriações que as crianças fazem dos discursos midiáticos em suas brincadeiras e como estas emergem nos diálogos que elas estabelecem entre si e nas interações que estabelecem com os adultos (pesquisador e professora). Mais especificamente, pretendemos analisar as seguintes questões: os significados que as crianças atribuem aos elementos que compõem as identidades de personagens midiáticos; como esses significados aparecem nos diálogos que elas estabelecem entre si em suas culturas de pares e nas culturas lúdicas que produzem; analisar informações e textos de mídia que as crianças trazem à tona em seus discursos, presentes nas interações que ocorrem em contextos educativos, como a escola e a Brinquedoteca. A fundamentação teórica sustenta-se em quatro aportes: a teoria da enunciação de Bakhtin (1992; 1995; 1998); a sociologia da infância; o conceito de cultura lúdica em Brougère (2002; 2010); as relações entre infância, mídia e constituição identitária. Trata-se de uma pesquisa qualitativa desenvolvida com crianças de 5 a 6 anos, em dois espaços distintos: o Laboratório de Ludicidade (Brinquedoteca) do Campus de Rondonópolis, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), e uma escola municipal de Educação Infantil, da rede pública de Rondonópolis, Mato Grosso. A proposta metodológica, com caráter de intervenção, tem como principais recursos oficinas desenvolvidas com as crianças, entrevistas e registros por meio de diário de campo. Os discursos produzidos pelas crianças são analisados sob a ótica da teoria bakhtianiana, tendo como base os conceitos de dialogismo e alteridade. Como conclusões, destacamos, nos grupos de crianças, a emergência de significados relativos à beleza associada ao corpo magro e esbelto, ao poder aquisitivo, ao consumo, à fama, ao status e à visibilidade como atributos importantes na composição de identidades idealizadas e valoradas pelas crianças e, portanto, compreendidas por elas como litígios fundamentais para compor modos de ser. Pretende-se, com esta investigação, contribuir para as pesquisas no campo das ciências humanas e sociais, no sentido de compreender as transformações que ocorrem nas experiências lúdicas infantis, os valores e os significados que as crianças constroem em meio às referências simbólicas que circulam na cultura midiática.
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UM ESTUDO SOBRE A ESCRITA INICIAL DE CRIANÇAS SURDAS EM FASE DE ALFABETIZAÇÃO
Autor: EZER WELLINGTON GOMES LIMA
Resumo: Esta investigação foi desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus de Rondonópolis e no interior do Grupo de Pesquisa ALFALE. Em virtude da grande complexidade que cerca o ensino da Língua Portuguesa para surdos, a pesquisa teve como objetivo analisar o processo de apropriação da escrita percorrido pela criança surda, inserida na escola regular, em fase inicial de escolarização. Nesse contexto, foi necessário apurar o olhar para as ações praticadas em sala de aula/escola que permitem ao aluno surdo se apropriar da língua escrita, bem como as condições em que suas necessidades linguísticas são atendidas no contexto social e escolar. Percebe-se que são raras e pouco divulgadas as propostas metodológicas e/ou literaturas que estejam direcionadas ao movimento de ensino e aprendizagem de surdos. Esses alunos se encontram em classes/escolas especiais que atuam em uma perspectiva oralista, a qual pretende, em última análise, que os alunos surdos se comportem como ouvintes, decodificando nos lábios aquilo que não podem escutar, falando, lendo e escrevendo a Língua Portuguesa, ou se encontram, ainda, em escolas regulares, inseridos em classes de ouvintes nas quais, novamente, espera-se que se comportem como ouvintes, sem que qualquer condição especial seja propiciada para que tal aprendizagem aconteça. Os sujeitos investigados foram duas crianças matriculadas no primeiro ciclo do ensino fundamental, em escola da rede estadual de ensino, no município de Rondonópolis-MT. Para alcançar os objetivos propostos, foram utilizados os seguintes procedimentos: observação de aulas, registro de atividades realizadas pelos alunos, entrevistas com professores, pais e alunos, visando compreender o trajeto pertinente às fases de alfabetização e apropriação inicial da escrita dessas crianças. Para a fundamentação da pesquisa, além de VYGOTSKY e BAKTHIN como fundamentais interlocutores no âmbito da linguagem, estão situados outros autores que contribuíram diretamente nos desdobramentos teórico-metodológicos que abrangem a alfabetização e o letramento de crianças surdas no sistema educacional inclusivo: BROCHADO (2003); GÓES (1994, 2002, 2004); LODI (2004); FERNANDES (1999); QUADROS (1997; 1999; 2004; 2006; 2008); GESUELI (2013), entre outros. Por meio da pesquisa, foi possível constatar as dificuldades vivenciadas em sala de aula por crianças surdas, sobretudo pela falta de suporte teórico-metodológico que priorize a escolarização destes alunos em processo de alfabetização incluídos na escola regular. Mesmo diante da tentativa dos professores em ensiná-los, ainda existem barreiras que dificultam o apropriar-se da língua escrita, uma vez que todas as crianças, sem exceção das surdas, necessitam de conhecimento de mundo para que possam (re)contextualizar o escrito e, daí, derivar o sentido.
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GESTÃO DEMOCRÁTICA NA EDUCAÇÃO DO CAMPO: O SIGNIFICADO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO NA CONSTRUÇÃO DE AÇÕES E RELAÇÕES PARTICIPATIVAS
Autor: IORIM RODRIGUES DA SILVA
Resumo: A presente pesquisa, vinculada ao Programa de Pós Graduação em educação, (PPGEdu/CUR/UFMT) na linha de Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais, tem como objeto de estudo a gestão escolar na educação do campo: o significado do projeto político pedagógico na construção da Gestão Democrática da Escola. O objetivo geral foi analisar a compreensão que os professores apresentam sobre o significado do processo de construção do projeto político pedagógico como condição de construção de ações e relações participativas no interior da escola. Para o alcance do objetivo, adotou-se a abordagem qualitativa interpretativa, sendo que a coleta dos dados foi feita por meio de análise documental e aplicação de questionário. O lócus que possibilitou este estudo compreende uma escola do campo da rede municipal de Rondonópolis-MT, tendo como sujeitos seis educadores. Para subsidiar as discussões numa perspectiva crítica da educação tomamos como autores basilares: Severino (1998 e 2006); Haddad (2012); Hora ( 2007); Lück (1996 e 1998) e Oliveira (2005, 2007). As concepções de gestão democrática, seus elementos democratizantes e organização da Educação do Campo foram norteados pela leitura de autores como Freire (1988, 1997, 2006); Arroyo (2005, 2006); Caldart (2004); Carvalho (2005, 2006); Garske (1998, 2000, 2006); Gohn (2003); Paro (1993, 1996, 2002 e 2004); Sander (1995, 2005 e 2007. Constatou-se, no presente estudo, que os professores percebem a importância do PPP para a democratização da gestão, mas há ausência da consolidação de práticas de participação efetiva dos atores da comunidade escolar de maneira que contribua significativamente para a autonomia e para a consolidação da gestão mais democrática. Acredita-se que este estudo contribua para a avaliação das políticas públicas para a educação do campo, de modo que o papel da escola seja repensado e que o PPP constitua-se, na prática, como instrumento que fortalece a democracia com a participação de todos.
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CONCEPÇÕES E PRÁTICAS DE PROFESSORES SOBRE O LÚDICO NAS ESCOLAS ORGANIZADAS POR CICLOS DE FORMAÇÃO HUMANA
Autor: JOÃO CARLOS MARTINS BRESSAN
Resumo: Esta pesquisa busca compreender como as concepções de professores acerca do lúdico interferem/afetam suas práticas educativas. As investigações produzidas no âmbito dessa perspectiva denotam considerável referencial teórico acerca das temáticas: jogo, brincadeira, brinquedo. No entanto, ao se direcionar análises a respeito das produções teóricas que explanam sobre o lúdico, verifica-se a quantidade limitada de produções. Entre outros fatores destaca-se o caráter polissêmico da terminologia, o que a faz ser pouco desvelada por professores que se propõem a experiênciá-la no ambiente escolar. Outro ponto de relevância é a teorização sobre as concepções e práticas educativas das professoras investigadas. O intuito foi subsidiar a apresentação desses conceitos para possibilitar análises que contemplem os dados coletados que, por sua vez, visam atender ao objetivo desta pesquisa que se sustenta em: evidenciar a compreensão sobre as concepções de lúdico de professores que atuam nos primeiros ciclos da educação básica nas escolas da rede estadual do município de Rondonópolis/MT. Desmembrando-se nos seguintes objetivos específicos: Investigar as concepções dos professores sobre o lúdico na escola; Analisar/compreender como essas concepções interferem na prática educativa dos docentes; Refletir sobre o papel das atividades lúdicas no contexto da sala de aula. Para tanto, norteia-se, inicialmente, no conceito de concepções apresentado Ponte (1992), Silva (2009) e Garnica (2008). Em relação às explanações acerca do conceito de lúdico ancorou-se em Huizinga (2000), Almeida (2003), Marcellino (2003) e Kishimoto (2011a), e aos desdobramentos do termo em atividades lúdicas e ludicidade alicerçou-se em Luckesi (2002) D’Ávila (2006). Em relação à importância do lúdico na prática educativa foram referenciados os seguintes autores: Kishimoto (2011b, 2011c); Brougère (2011); D’Ávila (2006). O presente estudo utilizou-se das abordagens da pesquisa qualitativa e do método interpretativo. O referencial escolhido fundamentou-se em Bogdan e Biklen (1994), Flick (1999), Vianna (2003) Richardson (1999). Analisou-se o conteúdo dos dados coletados de três professoras dos anos iniciais do Ensino Fundamental, acerca do lúdico e sua importância no processo de ensino-aprendizagem por meio dos instrumentos de coleta de dados que se constituem de observação e entrevistas. O processo de análise dos dados coletados e considerações evidenciam a concepção das professoras sobre o lúdico, por meio de suas práticas educativas. Desvelam que de forma ampla as professoras acreditam na importância de uma prática educativa diferenciada, que considere o lúdico nas relações de ensinar e aprender, no entanto, expõem fragilidades acerca da compreensão teórica sobre a temática, o que demonstra alguns conflitos que tem relação com sua prática pedagógica, mas também com a percepção que gestão e colegas de trabalho possuem em relação a sua atuação profissional. A presente pesquisa permite reconhecermos como o lúdico é evidenciado em um momento de transição da educação infantil para o ensino fundamental, desse modo constitui-se de importantes subsídios para a reflexão sobre a prática educativa e a formação de professores para esse período.
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A APROPRIAÇÃO DA ESCRITA POR ALUNOS DA 3ª FASE DO I CICLO: UM ESTUDO COM SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
Autor: JOSELITA MARIA SILVA E SILVA
Resumo: Esta investigação foi desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em educação da Universidade Federal de Mato Grosso, campus de Rondonópolis e no interior do Grupo de Pesquisa ALFALE. Apresenta uma abordagem no ensino do gênero textual fábula por meio de sequências didáticas. Deparar com crianças com problemas de produção textual, durante a docência, motivou a investigação do fenômeno. Da mesma forma, questões como um baixo desempenho em escrita e o motivo de a escola nem sempre dar conta de produzir escritores competentes, futuros cidadãos conscientes e críticos inseridos na sociedade. A dúvida de que se intensificássemos o trabalho com produção textual resultaria num melhor aprendizado surgiu, bem como a de qual procedimento efetivaria essa apropriação. O objetivo geral do estudo é analisar a contribuição das sequências didáticas para a aprendizagem dos gêneros textuais por alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental e os específicos são compreender como as sequências didáticas, enquanto instrumento pedagógico, interferem na apropriação dos gêneros textuais pelos alunos; investigar as relações entre as estratégias didáticas por meio das sequências didáticas e os resultados sobre as capacidades de produção textual dos alunos; avaliar os avanços obtidos durante o processo de ensino por meio das sequências didáticas nas produções textuais dos alunos. Bakhtin e outros teóricos que abordam gêneros textuais fundamentam o estudo. As sequências didáticas, nas perspectivas de Dolz, Noverraz e Schneuwly, contribuíram para a apropriação da escrita de textos dos alunos. A metodologia de investigação teve cunho de intervenção, valendo-se de entrevistas com os professores, observação de aulas e planejamento conjunto de sequências didáticas, tendo como foco duas turmas da 3ª fase do I ciclo de uma escola pública totalizando 47 alunos. Destes, foram selecionados 12, conforme critério de avaliação do Sistema de Avaliação do Ensino Municipal (SAEM), dos quais foram analisados os textos. A análise dos dados foi realizada partindo da categoria geral “Adequação ao gênero”, como meio de verificar se os textos se organizavam de forma não adequada, parcial ou completamente adequada à proposta de escrita. Secundariamente, foram estabelecidas as subcategorias: a)intertextualidade na escrita; b)apropriação/consolidação da escrita; c)sinais de pontuação e d)marcas da oralidade na escrita. Os resultados evidenciaram que nas produções iniciais, 2 alunos adequaram suas escritas ao gênero de forma parcial, 7 de forma não adequada e 3 completamente. Foram trabalhadas atividades, em sequências didáticas, que auxiliaram os alunos a melhor compreender os gêneros abordados e, assim, nas produções finais, 2 alunos adequaram seus textos de forma parcial, 4 de forma não adequada e 6 completamente ao gênero fábula. Tais resultados permitem concluir que, se esse ensino for ministrado por intermédio das sequências didáticas, as possibilidades de êxito na apropriação da escrita pelos alunos serão maiores.
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XÍXÌHRA IKÓLÓÉHJ: A CRIANÇA NA PERSPECTIVA DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES INDÍGENAS GAVIÃO
Autor: LAUDINÉA DE SOUZA RODRIGUES
Resumo: Na presente pesquisa, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação, do Campus Universitário de Rondonópolis, Universidade Federal de Mato Grosso (PPGEdu/CUR/UFMT), na linha de Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais, discutiu-se a criança e a infância na perspectiva da formação indígena para a docência a partir da Licenciatura em Educação Básica Intercultural, ofertada pela Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR), e do Magistério Indígena Projeto Açaí II, oferecido pela Secretaria de Estado da Educação de Rondônia. A proposta foi analisar se os cursos de formação para a docência – Magistério Indígena Projeto Açaí II e Licenciatura em Educação Básica Intercultural – traziam em suas propostas curriculares discussões relacionadas à criança e infância indígena. E, ainda, verificar quais estudos teóricos foram utilizados para fundamentar a concepção sobre criança e infância apresentada na proposta curricular dos cursos de formação para a docência em que os professores participavam; averiguar se, na elaboração de suas propostas curriculares, os cursos consideraram a diversidade étnica, tendo em vista as especificidades culturais do povo em questão. Outro propósito da pesquisa foi conhecer a perspectiva dos professores indígenas em relação à criança e infância indígena. Este trabalho parte da apropriação das possibilidades investigativas da pesquisa qualitativa do tipo etnográfico, respaldando-se principalmente em Bogdan e Biklen (1994). Tem como locus a Aldeia Igarapé Lourdes, localizada na Terra Indígena que possui o mesmo nome, localizada no Município de Ji-Paraná, região leste do Estado de Rondônia. Os dados foram coletados a partir de observações de campo, entrevistas semiestruturadas com os professores indígenas da escola e análise das propostas curriculares dos cursos. As categorias de análise foram: cuidados e produção do corpo da criança indígena; a criança indígena e o sobrenatural; suas relações com o outro: possibilidades de aprendizado; brincadeira e trabalho: o que fazem as meninas e os meninos no cotidiano da Aldeia; escola na Aldeia: a criança indígena torna-se aluna. As análises referentes à criança e infância foram respaldadas na Antropologia da Criança, com estudos de Tassinari (2001, 2007, 2009), Cohn (2000, 2002, 2009), entre outros, e também na Sociologia da Infância, com pesquisadores como Sarmento (2005, 2008), Brougère (2010), Corsaro (2011) e outros. Os resultados indicaram que, mesmo não tendo explicitada uma concepção de infância, os professores demonstraram clareza do que é ser criança entre os Ikólóéhj. Já as propostas curriculares dos cursos apresentaram fragilidade em relação à discussões acerca da infância e criança indígena, visto que poucas disciplinas possuíam em suas ementas títulos que tratassem da temática. Para discutir a formação docente indígena, o trabalho se apoiou em Grupioni (2008), Maher (2006), Silva (2012), além de outros autores. Portanto pretende-se contribuir com os professores indígenas no aprofundamento da reflexão sobre a infância e seu sujeito. Em relação aos cursos de formação docente, este trabalho oferece subsídios para as instituições formadoras no processo de elaboração de suas propostas curriculares ao considerar a criança e a infância indígena em sua singularidade e complexidade.
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A COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA E A PRÁXIS EDUCATIVA NA ESCOLA
Autor: MARILDA DA SILVA RUDNICK
Resumo: Esta investigação está vinculada ao Programa de Pós Graduação em Educação, (PPGEdu/CUR/UFMT) na linha de Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais e tem por objetivo analisar como os profissionais da educação percebem o trabalho pedagógico desenvolvido pela Coordenação Pedagógica em uma escola estadual de ensino médio, por meio dos depoimentos de professores, coordenadores pedagógicos, diretor, equipe de apoio administrativo e de apoio técnico, acerca das funções pertinentes ao papel da Coordenação Pedagógica na escola. Com base no objetivo central, a condução da pesquisa pauta-se nos seguintes objetivos específicos: a) Investigar como os entendimentos intrínsecos, sobre Educação, presente nos discursos dos profissionais de educação permeiam a percepção acerca do papel da coordenação pedagógica; b) Compreender como estão estruturadas e articuladas as funções da Coordenação Pedagógica na escola, o que há de normatização e o que os profissionais entrevistados esperam; c) Analisar as estruturas e articulações do Coordenador Pedagógico para a contribuição na formação continuada dos profissionais da educação e como isso é apreendido pelos profissionais da educação. Partindo das reflexões realizadas, as indagações incidem, exatamente, nas repercussões no cotidiano escolar, das ações que o Coordenador Pedagógico desempenha (de acordo com suas funções) é efetivo. Sendo assim, a questão de investigação: Como os profissionais da educação apreendem o trabalho da Coordenação Pedagógica no cotidiano da escola? A metodologia utilizada na investigação é a abordagem qualitativa de caráter dialético. Para a coleta dos dados utilizei as observações no Projeto Sala de Educador e nas Reuniões Pedagógicas, entrevistas semiestruturadas que foram confrontadas com o que está posto no Projeto Político Pedagógico da escola e no Regimento Escolar. Isso foi desenvolvido para compreender como são as condições de trabalho e as ações realizadas para o desempenho das funções da Coordenação Pedagógica na escola e quais as contribuições do coordenador pedagógico para a melhoria da qualidade da educação. A opção por este lócus é devido à escola ter destaque na sociedade com projetos e conquistas, no que tange a práxis educativa e devido à organização do trabalho pedagógico. Como referencial teórico básico que serviu de suporte para dialogar sobre a práxis pedagógica da coordenação, destaco os seguintes autores: Arendt (2010), Carvalho (2005, 2008), Ferreira (2002, 2007, 2011), Franco (2006, 2009, 2011), Freire (1980,1983, 1996), Gadotti (2000, 2002, 2007), Silva Jr. (2007), Rangel (2011) Vasconcellos (2008) e Veiga (2006). Inicio o estudo discutindo a educação como fenômeno humano, compromisso com o mundo e que a mesma só adquire sentido se for pautada no debate, na consciência de direitos e deveres. Nesta perspectiva, compreendo que a coordenação pedagógica tem uma função importante no processo promover a formação, bem como de coordenar no espaço da escola as diferenças para a realização de uma educação mais significativa e justa. E ao mesmo tempo organizar o fazer pedagógico na escola e socializa os conhecimentos para realização da práxis educativa na escola. E por meio da formação continuada, um processo em curso, é que ocorrem as mudanças e transformações da própria prática, dialogicamente, com a teoria. A investigação apontou como resultado a necessidade da definição de espaço de atuação para a coordenação pedagógica para concretização de um projeto educativo, por meio da formação continuada dos profissionais da educação e quais as ações da função necessitam ter mais objetividade.
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PRÁTICAS FORMATIVAS EM MATO GROSSO SOB O OLHAR DE PROFESSORES INICIANTES
Autor: MENDES SOLANGE LEMES DA SILVA
Resumo: A presente pesquisa está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da UFMT (PPGEdu), Campus de Rondonópolis-MT. Volta-se para a investigação das práticas formativas educacionais desenvolvidas por meio da Formação Continuada, com foco na formação do professor iniciante e consiste em uma investigação a partir de projeto aprovado no Observatório da Educação (OBEDUC) pela UFMT/CUR. A investigação desenvolveu-se em uma abordagem qualitativa, adotando como instrumentos a análise documental, questionário e entrevistas. A pesquisa contou com colaboradores, sendo gestores, coordenadores e articuladores da formação das escolas públicas e particulares e, especificamente com seis egressos como professores iniciantes. O estudo objetivou investigar, e compreender as práticas formativas educacionais desenvolvidas por meio da Formação Continuada da SEDUC-MT, SEMED/Roo e de escolas particulares do município de Rondonópolis-MT, em seu trabalho de acolhimento e de assessoramento ao professor egresso da pedagogia e de como estas lhe têm auxiliado para os embates e desafios enfrentados nas experiências iniciais da docência. Para atingir ao objetivo proposto foram adotadas as seguintes questões: que formação tem sido proporcionada aos professores iniciantes em exercício no município de Rondonópolis? Que práticas formativas são contempladas nas propostas de formação aos iniciantes? O que dizem os relatos dos iniciantes a respeito destas práticas formativas? De que forma estas práticas formativas atendem aos iniciantes em suas dificuldades? Os dados coletados durante a pesquisa junto aos colaboradores e sujeitos evidenciaram que as práticas formativas de Formação Continuada das redes estadual e municipal de ensino são oferecidas a todos os profissionais da escola, e não há ainda uma formação com foco no professor iniciante, e, quanto à Formação Continuada das escolas particulares investigadas, de acordo com os depoimentos dos sujeitos, a formação encontra-se adormecida consistindo em apenas encontros para orientação e tira dúvidas. A pesquisa revela, ainda, que, em duas escolas da rede municipal, ocorre um acompanhamento diferenciado, voltado, em específico, para o professor iniciante e isso acontece devido a um projeto de pesquisa do OBEDUC que se desenvolve na escola e que será relatado na pesquisa.
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REPRESENTAÇÕES DE ESTUDANTES SOBRE SEUS PARES COM DEFICIÊNCIA FÍSICA NA ESCOLA COMUM: UM ESTUDO A PARTIR DA TEORIA DOS MODELOS ORGANIZADORES DO PENSAMENTO
Autor: MOLISE DE BEM MAGNABOSCO
Resumo: O paradigma da educação inclusiva, estabelecido como política pública no Brasil desde a década de 90, busca superar práticas discriminatórias a partir da proposta de uma educação que reconheça e valorize a diversidade presente na sociedade. Com a sua implementação, a escola tem recebido estudantes que, até então, permaneciam alheios ao sistema educacional, como as pessoas com deficiências. A inclusão destes estudantes no ensino comum tem sido relacionada a diversos benefícios, tanto para estes sujeitos quanto para aqueles que não têm deficiência. Há, assim, um grande número de estudos que enfocam a inclusão escolar, mas poucos se propõem a conhecer o que as crianças pensam sobre ela. A partir disso, delineamos o objetivo da presente pesquisa: identificar as representações que os estudantes sem deficiência elaboram sobre a criança com deficiência física diante do estabelecimento de relações interpessoais no cotidiano escolar. Tais representações foram analisadas a partir da Teoria dos Modelos Organizadores do Pensamento, bem como foram feitas considerações sobre as suas relações com o preconceito. Participaram deste estudo 60 crianças, com idades entre 6 e 8 anos, que estudavam no 1° ciclo do Ensino Fundamental de escolas da Rede Municipal de Ensino de Rondonópolis. Estas crianças foram entrevistadas individualmente, por meio da aplicação de um instrumento que ilustrava uma situação de conflito entre duas crianças, sendo que uma delas tinha deficiência. Diante dessa circunstância, os estudantes foram solicitados a relatar os pensamentos e sentimentos das personagens representadas, bem como a indicar uma delas como sua escolha para situações de relacionamento interpessoal (fazer amizade, brincar e compartilhar atividades escolares). Os resultados encontrados revelaram a prevalência do modelo médico na representação da deficiência, bem como a ação do preconceito e do estigma. Assim, as representações foram centralizadas nas limitações do sujeito decorrentes da deficiência e na atribuição, a ele, de sentimentos negativos. O altruísmo e a necessidade da superação da deficiência para a conquista da felicidade foram outros elementos que se destacaram e que também reforçam a compreensão da deficiência pelo viés da patologia. A partir destes resultados, verifica-se a necessidade de se desenvolver ações que promovam a compreensão da inclusão fundamentada em uma perspectiva social.
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BULLYING E HOMOFOBIA: UM ESTUDO COM ADOLESCENTES DE UMA ESCOLA PÚBLICA
Autor: PATRÍCIA BERNARDI ROCKENBACH
Resumo: Esta pesquisa objetivou investigar, a partir da Teoria dos Modelos Organizadores do Pensamento, quais as representações de adolescentes, isto é, como pensam, sentem e agem estudantes diante de situações de bullying homofóbico, bem como quais aspectos morais estão relacionados. Considerando teorias sobre a moralidade e estudos sobre bullying e adolescência, foram aplicados questionários em uma escola pública da cidade de Rondonópolis/MT. Participaram da pesquisa 43 adolescentes com idades entre 13 e 17 anos que responderam a um questionário contendo perguntas sobre o que ele admira nas pessoas e em si mesmo, se já agrediu outra pessoa e se já foi agredido e outras quatro perguntas para uma história, produzida pela pesquisadora, que descreve uma cena de bullying na escola. Em todas as respostas foram analisados elementos morais, bem como os sentimentos e pensamentos acerca do fenômeno bullying, principalmente com relação à vitimação. Os resultados indicaram que os adolescentes participantes apontam e conhecem valores morais e éticos como relevantes para a vida. Com relação à própria experiência em situações de bullying, a maioria deles já foi ou ainda é vítima de bullying (58,14%) e a minoria é ou foi autor de bullying (18,61%). Os modelos organizadores do pensamento encontrados nas respostas referentes à história fictícia de bullying homofóbico demonstram grande variedade de pensamentos, sentimentos, significados e implicações desses adolescentes, o que caracteriza a importância dos conteúdos na construção do raciocínio na resolução de conflitos e na interpretação da realidade. É possível dizer que há indícios de que na perspectiva da vítima, nas respostas dadas, o bullying homofóbico deve ser negado ou minimizado, sob a justificativa de intensificar a recorrência. Tal situação também aponta que se veem poucas respostas positivadas, no sentido de fomentar críticas e garantia de direitos pelo próprio grupo de estudantes. Pode-se dizer que no grupo estudado, a partir destes dados, o bullying está sendo naturalizado dentro da escola, pois as ações contra as agressões, demonstradas pelos participantes, são ínfimas. Estas respostas reforçam a importância da mudança de paradigmas educativos, valorizando discussões e reflexão crítica da realidade escolar.
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O MOVIMENTO TRADICIONALISTA GAÚCHO NA PERSPECTIVA DE CRIANÇAS E ADULTOS: O QUE ENSINAM E APRENDEM EM CENTROS DE TRADIÇÕES GAÚCHAS DE MATO GROSSO
Autor: RAMON LUIZ ARENHARDT
Resumo: Este trabalho se propõe a investigar a tradição gaúcha sob as perspectivas de crianças (filhos) e adultos (pais), no sentido de analisar como sujeitos de diferentes gerações a concebem e experimentam. Para alcançá-lo, temos como objetivos específicos: analisar como as crianças participam da tradição gaúcha ao se apropriarem de seus valores e práticas sociais e, nesse processo, a ressignificam; compreender como e por que os adultos (pais das crianças) inserem seus filhos na tradição gaúcha; analisar, nos discursos de pais e filhos, as diferentes concepções sobre a tradição gaúcha; identificar aspectos da cultura globalizada, compartilhada por pais e filhos, na tradição gaúcha; analisar o que as crianças e adultos aprendem e ensinam nos Centros de Tradições Gaúchas (CTGs). Através de entrevistas com pais e filhos, pretendeu-se compreender, também, as relações que se estabelecem no ambiente dos CTGs, das intencionalidades implícitas, e à luz das abordagens teóricas de autores, como: Bakhtin (1997), Benjamin (1987), Corsaro (2011), Mannheim (1975), Qvortrup (2010), Sarmento (2005), entre outros. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, pautada nos princípios do dialogismo e da alteridade, definidos e conceituados por Bakhtin (1992, 1997), como estratégias para as análises dos discursos. Para isso, alguns eixos de análise são definidos, quais sejam: o tradicionalismo que os adultos carregam; os discursos dos adultos que permeiam os discursos das crianças; os modos como as crianças reproduzem, indagam, problematizam e contestam a tradição, a partir da relação com os familiares adultos, e modificam o que aprendem nos CTGs. Para registro das entrevistas, utilizamos o gravador digital de voz. O local principal de investigação consistiu no Centro de Tradições Gaúchas de Primavera do Leste, município do interior do Estado de Mato Grosso. Quanto às relações estabelecidas entre crianças e adultos no âmbito da tradição gaúcha, compreendemos que há uma transferência de valores, ideias e concepções exercidas verticalmente pelos adultos, contrapondo-se à perspectiva assumida pela sociologia da infância, um dos importantes referenciais teóricos deste trabalho. Mesmo que os adultos (pais ou responsáveis) entendam que as crianças aprendam o que estes ensinam como práticas sociais no âmbito do CTG, as crianças têm se apresentado como sujeitos que problematizam o que é estabelecido como regras e costumes.
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A CONSTRUÇÃO DO SABER PEDAGÓGICO DO PROFESSOR BACHAREL: PERCEPÇÕES DE PROFESSORES DO IFMT/RONDONÓPOLIS
Autor: SÍLVIA MARIA DE MOURA BONJOUR COSTA
Resumo: O presente trabalho é resultado de uma pesquisa de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Educação do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Rondonópolis e teve como objetivos: compreender o processo de construção do saber pedagógico do professor bacharel para o exercício do magistério; analisar que significado o professor atribui à profissão docente; compreender a percepção do professor bacharel quanto a sua prática pedagógica no processo de construção do saber pedagógico e investigar como o professor bacharel se apropria dos saberes da docência. A questão que orientou a investigação foi: como o professor bacharel constrói o saber pedagógico para o exercício da docência? A metodologia adotada no processo de investigação foi a pesquisa qualitativa interpretativa e teve como instrumentos de coleta de dados: memoriais e entrevistas semiestruturadas com 05 professores bacharéis. Como interlocutores teóricos que serviram de suporte para dialogar sobre formação de professores e aprendizagem da docência, bem como para construir um posicionamento teórico no campo dos Saberes Pedagógicos, destaco os seguintes autores: Carvalho (2005), Libâneo (1994, 2011), Pimenta (2000), Franco (2008), Tardif (2010), Freire (2011), Mizukami (2002), Cunha (2006), Gauthier (2006), Imbernón (2006), Rios (2001) e Veiga (2009). Os resultados da pesquisa revelaram que as práticas dos professores bacharéis são fundamentadas nas suas crenças e essas vão sendo construídas paulatinamente desde as primeiras experiências de vida e com o passar do tempo essas crenças vão se solidificando e dando direcionamento para as suas ações, o que auxilia na construção dos saberes necessários para o exercício da docência com a prática. Igualmente, revelou que ser professor na educação tecnológica implica, para os professores, a constante busca pela atualização, a fim de acompanhar o dinâmico e complexo contexto tecnológico. Porém, ficou evidente nos relatos, um sentimento de isolamento na busca por essa atualização, sendo necessário que a instituição proporcione um programa de formação continuada para os professores que atuam na educação profissional de nível tecnológico, voltado para a construção de um fazer pedagógico coletivo.
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POLÍTICAS DE FORMAÇÃO E TRABALHO DOCENTE: NARRATIVAS DE PROFESSORES DA ESCOLA DO CAMPO
Autor: SUELY MARIA PIRES
Resumo: A presente pesquisa está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso – Campus de Rondonópolis e foi realizada com o apoio do Programa Observatório da Educação (OBEDUC). Nas últimas décadas, têm crescido as discussões sobre educação do campo no que tange às reivindicações de melhores condições de vida, de educação, de sobrevivência e de acesso aos bens culturais da população brasileira campesina. Esta pesquisa objetivou investigar as políticas que tivessem como centralidade a formação de professores do e para o campo, bem como sua atuação nesse ambiente de vida e de trabalho. Junto à formação, situam-se as práticas das professoras do campo que se evidenciam como produtivas, nos processos de ensinar e aprender nesse ambiente de vida e de trabalho docente. Incluem-se, na pesquisa, professoras experientes e docentes egressos do curso de Pedagogia, professores iniciantes que atuam na escola do campo, no sentido de melhor observar como são atendidas em seu trabalho e formação pelas políticas para a educação do campo. A questão que mobilizou esta pesquisa foi: como os professores iniciantes que atuam ou atuaram nas escolas do campo analisam as políticas de formação e carreira docente e seus impactos em sua prática cotidiana. Para desenvolver a investigação, apropriou-se da abordagem qualitativa com o método (auto) biográfico, adotando as narrativas como instrumentos de coleta de dados. A investigação se desenvolveu em duas escolas públicas do Estado de Mato Grosso com três sujeitos. Os resultados evidenciaram que as políticas existentes após a LDB 9394/96 têm se voltado para o campo, embora não se traduzam, ainda, em políticas afirmativas na análise dos sujeitos, professores que atuam nesse espaço.
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GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLA PÚBLICA: O OLHAR DOS EDUCADORES DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE RONDONÓPOLIS
Autor: TEREZINHA DE FARIA ÁVILA SANTOS
Resumo: A presente pesquisa, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em educação, (PPGEdu/CUR/UFMT) na linha de Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais, tem como objeto de estudo a Gestão Democrática da Escola Pública, com ênfase à Rede Municipal de Ensino. O objetivo geral é investigar a compreensão dos educadores sobre a gestão democrática da escola pública. De forma específica, buscou-se: identificar as concepções de educação presentes nas falas dos educadores; apresentar e debater a visão dos educadores sobre o papel do diretor escolar na dimensão de uma gestão participativa; verificar, a partir do olhar dos educadores, se o processo de construção do PPP ocorreu de maneira democrática; detectar se os projetos de formação foram elaborados em conjunto com o coletivo de professores de modo a contemplar os dois princípios básicos de uma gestão democrática: a autonomia e a participação. Para o alcance dos objetivos, adotou-se a abordagem qualitativa interpretativa, sendo que a coleta dos dados foi feita por meio de análise documental, aplicação de questionários e entrevistas semiestruturadas. O lócus que possibilitou este estudo compreende três escolas da rede municipal, tendo como sujeitos dez educadores, os quais foram escolhidos a partir dos seguintes critérios: situação funcional; maior tempo na educação pública municipal; interesse e disponibilidade em participar desta investigação. A análise dos dados, com o intuito de desvelar o problema de pesquisa, qual seja, como os educadores compreendem a Gestão Democrática da escola pública, foi realizada no decorrer dos capítulos que compõem essa dissertação. Desta forma, num processo simultâneo, foi feita a discussão teórica acrescida das análises dos dados, de maneira que a teoria e a empiria estão contempladas no decorrer da dissertação. O ponto de partida deste estudo envolve, inicialmente, a temática da Educação de qualidade social, numa evolução que contempla a Gestão Democrática e a Formação docente na visão freireana. O conceito de Educação perpassado remete à ideia de instrumento que possibilita a transformação social. Por sua vez, a Gestão Democrática da escola pública é retratada como uma conquista processual que, embora assegurada na forma da lei, só se materializa por meio dos mecanismos de participação. Neste cenário, a formação docente também é vista como um processo permanente que se concretiza na relação dialógica entre a teoria e a prática. O estudo realizado aponta para a necessidade de as escolas refletirem permanentemente sobre alguns conceitos, entre eles o de educação, uma vez que as concepções de educação não se encerram em si mesmas. Necessário se faz, o entendimento acerca das diferentes formas como a educação é concebida enquanto prática social. Aponta, ainda, para a necessidade da consolidação dos mecanismos de participação os quais, muitas vezes, encontram-se apenas no nível do discurso. Por fim, constatou-se a ausência de uma política de formação permanente que contribua significativamente para a autonomia e trabalho pedagógico dos educadores. Acredita-se que este estudo contribua para a avaliação das políticas públicas de modo que a ordenação da escola seja repensada e que a Gestão Democrática constitua-se, na prática, instrumento que fortalece a democracia com a participação de todos.
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SOU PROFESSORA E FUI AGREDIDA: A FORMAÇÃO DO PROFESSOR PARA ENFRENTAR A VIOLÊNCIA DA ESCOLA
Autor: VANDERLEI BONOTO CANTE
Resumo: A pesquisa busca aprofundar a discussão a respeito do processo de formação do professor para o enfrentamento da violência na escola e objetiva compreender as várias formas de violência simbólica, em especial a violência da escola, que vitimiza, também, os professores. Procurando entender as situações provocadoras das infrações e, principalmente, como auxiliar o professor em sua formação para o enfrentamento da violência escolar, questiona-se: Qual a natureza das agressões sofridas pelo professor no espaço escolar? Com que frequência e intensidade tais atos atingem o professor no Estado de Mato Grosso? O que apontam o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Código Penal sobre esse tipo de violência? A violência simbólica passa por discussões no campo da ética, fraternidade, moral e dignidade humana? Qual a formação do professor para atuar, nos casos de violência? A pesquisa alicerçou-se na abordagem qualitativa do tipo estudo de caso e foi desenvolvida contando com os dados das escolas públicas estaduais de Rondonópolis/Mato Grosso. Para atingir tal objetivo, investigaram-se as propostas pedagógicas curriculares (PPCs) dos cursos de licenciatura em Letras-português, Matemática e Pedagogia da Universidade Federal de Mato Grosso/UFMT, Campus Rondonópolis e os programas de formação continuada vigentes nas escolas onde se deram as agressões. E, por último, procedeu-se às entrevistas com as professoras agredidas – os sujeitos da pesquisa. Os resultados apontaram que os PPCs analisados não contemplam tal componente na formação inicial e os programas de formação continuada também não abordam, em suas propostas, tal tema. Observou-se, ainda, a falta de conhecimento dos professores em relação aos seus direitos e, decorrente disso, a inércia quanto à tomada de iniciativa para o ato infracional, ocasionando–lhes doenças e elevadas situações de estresse, fatores estes evidenciados pela maioria dos profissionais agredidos, sendo com as mulheres os casos de maior incidência. O estudo revelou, ainda, a necessidade de se investir mais na formação voltada para os princípios da ética, fraternidade, moral e dignidade humana.
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FORMAÇÃO ÉTICA NA REDE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL, CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA
Autor: VINÍCIUS BOZZANO NUNES
Resumo: A crise no paradigma ético é tema debatido por diversos pensadores e preocupação perceptível no discurso cotidiano. Em sintonia com o desafio da educação na contemporaneidade, a Lei 9.394/96 propõe a formação ética como uma das finalidades do Ensino Médio, o que se estende ao Ensino Médio Integrado, modalidade de ensino ofertada pela Educação Profissional, Científica e Tecnológica (EPCT). No intuito de contribuir para a compreensão do processo de formação na EPCT, este estudo destaca como problema mobilizador a questão: “como ocorre a formação ética na EPCT?”. Para responder essa questão, foi estabelecido como objetivo investigar os métodos para a formação ética nas unidades da EPCT. Foram utilizados como subsídios teóricos pressupostos da ética filosófica e de teorias situadas no campo da psicologia da moralidade. Para coleta de dados, foram distribuídos questionários a todas unidades efetivamente implantadas da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (REPCT), para que fossem respondidos por seus respectivos gestores pedagógicos. Participaram 69 instituições, distribuídas por todos os estados do país. Os dados foram analisados quantitativa e qualitativamente, complementados por uma análise documental e postos em diálogo com a literatura disponível. Os resultados mostram que a formação ética na EPCT é compreendida positivamente em todas as unidades participantes, entretanto, não é levada a cabo em toda a Rede. Nas unidades que realizam algum tipo de experiência, elas são idealizadas a partir de iniciativas particulares e isoladas. Isso resulta em uma grande heterogeneidade entre as experiências identificadas pelo país. No âmbito das políticas públicas nacionais para a EPCT, não há discussão ou projeto sólidos sobre o tema. Diante do atual momento de expansão da Rede no Brasil, em que estão abertos os diálogos sobre a nova condição dessa modalidade educativa, convém inserir a formação ética no rol de temas relevantes, quer no âmbito acadêmico quer no político.
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