TRABALHO DOCENTE COM LEITURA DE IMAGEM EM AULAS DE ARTE NO CONTEXTO DE PANDEMIA
Autora: ANGÉLICA ANDERSEN CHAVES
Resumo: Esta dissertação está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação, do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Rondonópolis (PPGEdu//ICHS/UFR), na linha de pesquisa “Linguagem, Educação e Cultura”, e ao grupo ALFALE – Alfabetização e Letramento. A pesquisa desenvolvida buscou responder as seguintes questões: Como os professores de Arte trabalhavam com leitura de imagem com estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio? Qual foi o impacto da pandemia de Covid-19 e do ensino remoto emergencial? Para responder a elas, estabeleceu-se como objetivo geral: compreender o trabalho dos professores de Arte com leitura de imagem, particularmente nos anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio, e o impacto da pandemia de Covid-19 e do ensino remoto emergencial. Este propósito se estendeu para os seguintes objetivos específicos: identificar a formação dos professores de Arte efetivados na rede pública estadual em Rondonópolis – MT; analisar as concepções que os professores participantes da pesquisa têm de leitura e leitura de imagem; verificar quais atividades e estratégias esses professores propuseram para os estudantes antes e durante a pandemia relacionadas à temática dessa pesquisa; analisar o impacto da pandemia de Covid-19 e do ensino remoto emergencial no percurso do trabalho. A pesquisa, de cunho qualitativo, consiste em um estudo de caso (LÜDKE; ANDRÉ, 1986) que contou com a participação de quatro professores da rede pública estadual de Mato Grosso, atuantes no município de Rondonópolis. Para análise dos dados, utilizou-se o método Análise de Conteúdo (BARDIN, 2009). Os procedimentos metodológicos adotados foram: aplicação de questionários via Google Forms, desenvolvimento de entrevistas semiestruturadas pelo Zoom e suas transcrições pelo Google Docs, com os devidos ajustes e eventuais reescutas das gravações. Para a discussão sobre leitura e leitura de imagem, o aporte teórico ancorou-se em Barbosa (1991), Buoro (2002), Colomer (2007), Dondis (2003), Martins (2006), Santaella (2012), Silvino (2012) e outros. Os resultados da pesquisa revelaram que os participantes desenvolviam o trabalho com leitura de imagem antes do período pandêmico, não havendo interrupção com o ensino remoto emergencial. Durante a pandemia, o desafio principal foi, segundo os entrevistados, o acesso às aulas on-line, pois muitos estudantes não conseguiam acessar a plataforma de ensino por problemas de navegação (velocidade e capacidade de provedores), a falta de conexão da internet, falta ou adequação de aparelho (celular, computador…), dentre outros motivos. Já no presencial, a dificuldade era com a quantidade de projetores nas escolas, o agendamento desses aparelhos e o tempo para ligá-los. Portanto, com a análise desses e de outros desafios, concluiu-se que as principais dificuldades para os docentes em Arte são desvalorização da disciplina, fragilidade na formação teórica e vivências práticas e condições precárias de trabalho.
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PRÁTICAS DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA NO TRABALHO COM LEITURA EM CONTEXTO DE PANDEMIA
Autora: ANGELITA SILVA DE SOUSA
Resumo: Esta dissertação vincula-se ao Programa de Pós-Graduação em Educação, do Instituto de Ciências Humanas e Sociais – Universidade Federal de Mato Grosso/Universidade Federal de Rondonópolis, na linha de pesquisa: Linguagem, Educação e Cultura; também integra o grupo de pesquisa ALFALE – Alfabetização e Letramento. A prática docente ancora-se na relação entre quem ensina e quem aprende. Com a pandemia, questões de diversas ordens se interpuseram, visto que recursos nos quais as aulas eram pautadas não puderam ser utilizados ou sofreram adaptações mediadas pelo uso de plataformas digitais, atividades impressas (para alunos sem acesso à tecnologia digital e/ou conexão de internet), WhatsApp, e-mails, dentre outros caminhos possíveis e disponíveis para docentes e discentes. Essa situação pandêmica, iniciada no Brasil em março de 2020, em razão da presença do novo Coronavírus (SARS-CoV-2) e à doença causada por ele (Covid-19), impôs a necessidade de isolamento social como medida preventiva para conter a disseminação do vírus. Nesse contexto, os impactos nos processos educacionais, durante a pandemia e a urgência de um ensino remoto emergencial, foram inevitáveis, e exigiram mudanças nas práticas docentes, especialmente no que se refere às atividades de leitura, pois professores estavam fisicamente distantes dos estudantes e precisavam encontrar formas de estimular a leitura e seguir com o ensino de Língua Portuguesa. Frente a isso, questiona-se: Que práticas de professores de Língua Portuguesa, atuantes nos anos finais do Ensino Fundamental e Médio, foram viabilizadas no trabalho com leitura em contexto de pandemia, de acordo com relatos dos colaboradores da pesquisa? Este trabalho envolve o diálogo com docentes sobre suas práticas de fomento à leitura durante a pandemia, visto ter o professor grande importância no processo educacional. Nesse sentido, a presente pesquisa tem por objetivo analisar práticas docentes de Língua Portuguesa, viabilizadas no trabalho com leitura em contexto de pandemia, de acordo com relatos de professores atuantes nos anos finais do Ensino Fundamental e Médio. Os caminhos metodológicos para a realização da pesquisa relacionam-se à abordagem qualitativa discutida por Bogdan e Biklen (1994) e ao método Análise de Conteúdo, proposto por Laurence Bardin (2016). Os instrumentos de coleta de dados foram questionário e entrevista aplicados a professores de Língua Portuguesa da rede estadual de ensino do município de Rondonópolis – MT. Esta pesquisa embasa-se em revisão de textos teóricos que tratam da temática em pauta, tais como: Solé (1998), Silva (2005), Martins (1982), Kleiman (2004), Koch e Elias (2018), dentre outros. O presente estudo mostrase relevante e necessário por ouvir docentes sobre os desafios e caminhos encontrados por esses profissionais ante um momento tão traumático e impactante quanto a pandemia, cujos reflexos serão sentidos pela humanidade durante anos. Com base nos relatos dos entrevistados, concluiuse que houve práticas de trabalho com leitura exitosas, mas também, não exitosas, em contexto de pandemia. Os professores relataram esforços na continuidade das aulas diante de uma realidade para a qual não se sentiam preparados e a qual não imaginavam vivenciar, demonstrando que o ensino híbrido se tornou ainda mais desafiador do que o remoto emergencial, panorama que, muitas vezes, se revelou desgastante, em razão das condições desfavoráveis em que se deram. Todavia, os docentes, conscientes da importância da leitura na formação do sujeito, mesmo perante um quadro limitador em que as desigualdades sociais e de acesso às tecnologias se impuseram, empenharam-se na busca de alternativas para trabalhar com leitura, embora nem sempre fossem as ideais.
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EU, PROFESSORA? MEMÓRIAS DE UMA INICIANTE
Autora: CAROLINI RODRIGUES GROTO SOUZA
Resumo: Esta pesquisa, intitulada “Eu, professora? Memórias de uma iniciante” constitui-se de memoriais da trajetória de formação enquanto professora iniciante, registradas desde a graduação em Pedagogia até a conclusão do mestrado em Educação. Está associada à linha de pesquisa “Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais”, do Programa de Pós-Graduação em Educação do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Rondonópolis (PPGEdu/ICHS/UFR). A escolha deste tema partiu das reflexões da autora enquanto participante do projeto OBEDUC/CAPES/INEP/SECADI, que teve continuidade como FormEduc. Neste projeto ocorreram diálogos, interações e estudos com mestrandos e doutores, assim como o envolvimento com professores iniciantes e experientes na formação continuada com as redes públicas estadual e municipal. A partir de então, questionase: De que forma as memórias mobilizam as narrativas de si organizadas em memoriais reflexivos de formação docente e podem favorecer o desenvolvimento profissional de professores iniciantes? O objetivo geral tem como proposta investigar memórias, organizadas em narrativas de si nos memoriais de formação, no sentido de compreender como uma iniciante foi se constituindo professora, ao longo da trajetória de formação, na licenciatura, como bolsista, participante do Grupo de Pesquisa InvestigAção e, ultimamente, como mestranda e professora iniciante na rede pública.Essa pesquisa, em que os memoriais de formação são referenciais processos de autoformação em diálogos com o Eu, adotou-se o método autobiográfico. Os resultados contribuíram para historicizar o percurso da autora, desde o início da profissão docente, sinalizando situações de incerteza, aflição e inseguranças, ressignificadas e redimensionadas a partir das discussões junto ao grupo de pesquisa InvestigAção e potencialmente reflexivas nas análises dos próprios memoriais de formação.
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SENTIDOS DE ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA NA BNCC E DRC/MT: UMA ABORDAGEM SOBRE OS DISCURSOS NOVOS E MULTILETRAMENTOS
Autora: CRISTIANE FERREIRA PORTUGUÊS ALMEIDA
Resumo: Na pesquisa, abordamos o processo de hegemonização dos discursos novos e multiletramentos no ensino de Língua Portuguesa na Base Nacional Comum Curricular e no Documento de Referência Curricular de Mato Grosso, do Ensino Fundamental – Anos Finais e Ensino Médio. A questão problema é: quais sentidos de LP estão sendo articulados a partir da hegemonização dos novos e multiletramentos na definição da política de currículo para a EB BNCC e DRC/MT e a que se antagonizam na política atual praticada? O Objetivo Geral do estudo é compreender processos envolvidos na hegemonização do discurso de ensino de LP por novos e multiletramentos na BNCC e no DRC/MT, do Ensino Fundamental – Anos Finais e Ensino Médio. Como objetivos específicos, temos: discutir a atuação do povo disciplinar de LP na produção das políticas de currículo em que se constituem a BNCC do Ensino Fundamental – Anos Finais e Ensino Médio, considerando os discursos novos e multiletramentos; problematizar aproximações e afastamentos entre a BNCC e DRC/MT, considerando processos de formulação das políticas para o ensino de LP na EB e focalizar processos de tradução articulados na hegemonização dos discursos dos novos e multiletramentos. Para alcançar tais objetivos, nos apoiamos na Teoria do Discurso, de Laclau e Mouffe, e nas incorporações de tais estudos desenvolvidas, especialmente, por Lopes e Macedo para a pesquisa no campo de políticas de currículo. Dessa forma, marcamos que a nossa discussão tem orientação pósfundacional de cunho pós-estrutural e se volta à concepção da linguagem como meio opaco, em que são produzidos discursos por processos de tradução. Em nosso trabalho, a abordagem discursiva é subsidiada pela pesquisa bibliográfica e documental de abordagem qualitativa. Utilizamos as noções de hegemonia e tradução na construção de um entendimento possível dos discursos curriculares propostos para a pesquisa. Pensamos uma leitura, sempre contingencial e provisória, de como os novos e multiletramentos sinalizam a disputa pela hegemonização de sentidos para o ensino de LP na política. Com o registro pós-estrutural, chamamos a atenção para que a tentativa de prescrição curricular, ordenamento político para as escolas brasileiras, está sempre exposta à tradução, ou seja, por processos de suplementação/adulteração que sempre geram outra coisa, geram diferenças, escapes. Como resultados consideramos, pela abordagem que empreendemos, a hegemonização dos novos e multiletramentos para o componente curricular LP na BNCC e no DRC/MT se constituiu pela articulação de elementos, dentre eles culturas digitais, protagonismo juvenil e culturas juvenis. Tal construção provisória se antagoniza a uma suposta educação que não é de qualidade, oferecida com excesso de disciplinas, que não leva em consideração a contemporaneidade cultural vivida pelo jovem e desconsidera as tecnologias digitais. Convidamos a pensar currículo como abertura para sentidos e ações contextuais, assim como intentamos com essa dissertação – um convite para a não fixação de sentidos.
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MOVIMENTO GRADATIVO DE SUPRESSÃO DA GESTÃO DEMOCRÁTICA: UM ESTUDO ACERCA DA EFETIVAÇÃO DA GESTÃO GERENCIAL NAS ESCOLAS PÚBLICAS ESTADUAIS DE MATO GROSSO
Autora: DANIELA VIEIRA DA SILVA NODARI
Resumo: A pesquisa intitulada “Movimento gradativo de supressão da gestão democrática: Um estudo acerca da efetivação da gestão gerencial nas escolas públicas estaduais de Mato Grosso” é vinculada ao Programa de Pós – Graduação em Educação – PPGEdu, da Universidade Federal de Rondonópolis – UFR; área de concentração: Educação, cultura e processos formativos; linha de pesquisa: Formação de professores e políticas públicas educacionais. Norteada pela seguinte questão problema: O gerencialismo tem se constituído como modelo de gestão no estabelecimento dos princípios e diretrizes que dão sustentação aos procedimentos implantados pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso nas escolas estaduais? Essa pesquisa possui o objetivo geral de analisar o modelo de gestão que tem estabelecido novos princípios e diretrizes no processo de organização e funcionamento das escolas estaduais, localizadas no município de Rondonópolis – MT. Para tal, a metodologia de pesquisa é de abordagem qualitativa e está ancorada no ciclo de políticas dos autores ingleses Stephen Ball e Richard Bowe, para tanto, foi necessária a análise documental, em torno das políticas implementadas nas escolas estaduais de Mato Grosso, através da Seduc-MT, no decorrer do ano de 2021, após a análise documental, foi necessário conhecer o contexto da prática dessas políticas, com esse propósito, a etapa da pesquisa empírica foi realizada em duas escolas estaduais de Rondonópolis-MT, aplicando a entrevista como instrumento de coleta, junto ao diretor, coordenador pedagógico e secretário escolar nas escolas participantes. A partir dos estudos, pesquisas e análises empreendidas, foi possível concluir que o modelo de gestão pública gerencial orientou as políticas implantadas no decorrer do ano de 2021 nas escolas estaduais de Mato Grosso, dentre as ações, podemos citar o aumento do controle sobre as escolas e profissionais da educação, terceirização de cargos, alta rotatividade de profissionais nas escolas, meritocracia na escolha dos dirigentes escolares. Podemos perceber que o modelo de gestão democrática nas escolas públicas de Mato Grosso, vem sendo substituído pelo modelo da gestão pública gerencial.
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MEMÓRIAS DE HOMENS GAYS NA REDEMOCRATIZAÇÃO DO BRASIL: NARRATIVAS SOBRE GÊNERO, SEXUALIDADE, INFÂNCIA E EDUCAÇÃO
Autor: ERLI DOS SANTOS
Resumo: Esta pesquisa, desenvolvida junto ao Programa de Pós-graduação em Educação, da Universidade Federal de Rondonópolis, e à linha de pesquisa “Infância, Juventude e Cultura Contemporânea: direitos, políticas e diversidade”, objetiva analisar as memórias de infância de professores que viveram suas infâncias durante o período da redemocratização, se autodeclaram LGBTQIA+ e hoje atuam na área da Educação Básica, na rede pública de ensino do Estado de Mato Grosso. São também aspectos importantes de análise os dispositivos de gênero e sexualidade presentes nas memórias de infância na escola e na família. Além disso, objetiva-se analisar as implicações dessas rememorações nas práticas docentes atuais dos/as professores/as participantes da pesquisa. O arcabouço teórico desta pesquisa conta com os/as seguintes autores/as: Michel Foucault, Walter Benjamin, Kimberlé Crenshaw. Por fim, a metodologia é de abordagem qualitativa, com foco em narrativas escritas a fim de analisar as memórias de professores/as. Para tanto, solicitou-se que os/as participantes produzissem narrativas sobre experiências de infância durante o período que compreendeu a redemocratização do país, de modo que essas memórias foram abordadas não como retrato daquilo que realmente aconteceu, mas como uma produção de sentidos sobre o passado a partir das interrogações do presente. A estratégia metodológica adotada em questão deu-se por meio da produção de narrativas escritas sobre as memórias de infância atravessadas por gênero e sexualidade durante a redemocratização. Ademais, considerando o cenário de pandemia causada pela Covid-19 e na esteira das alterações que isso trouxe à vida em sociedade, o contato com os/as participantes deu-se única e exclusivamente por meio de redes sociais, de modo que estes/as enviaram as suas narrativas via formulário Google. Salienta-se, portanto, que a visibilidade das pessoas homossexuais nos meios de comunicação social, na política e na cultura, é crucial para desafiar os estereótipos e promover o respeito à vida dessas pessoas. Além disso, histórias e memórias de pessoas gays podem ser trabalhadas para educar a partir das experiências de vida dessas pessoas, promovendo o pensamento crítico.
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DISPUTAS POLÍTICAS POR SIGNIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA EM MATO GROSSO
Autor: GUIBISON DA SILVA CRUZ
Resumo: O presente estudo, vinculado ao Programa de Pós-graduação em Educação, da Universidade Federal de Mato Grosso, campus universitário de Rondonópolis (PPGEdu/UFMT/CUR), focaliza as disputas políticas e os discursos que são produzidos pela política da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e também pelo Documento de Referência Curricular de Mato Grosso (DRC-MT) no que diz respeito ao currículo do componente curricular Educação Física (EF). Esta pesquisa desenvolve parte significante das investigações acerca de quais sentidos de conhecimentos são representados, em detrimentos de outros, e de que cidadãos se pretende formar/construir. Tendo como arcabolço teórico-estratégico a Teoria do Discurso de Ernesto Laclau e Chantal Mouffe e os estudos pós-estrururalistas de currículo é que proponho discussões sobre os conhecimentos evidenciados no contexto do ensino da EF, no Estado de Mato Grosso. Sendo assim, o texto apresenta a seguinte problemática: o que é considerado como conhecimento, na EF, nas atuais políticas de currículo, para o Ensino Fundamental do Estado de Mato Grosso? Ainda, questiono: quais perspectivas da EF são defendidas na BNCC? Como resultado, temos que as defesas identificadas tendem a fazer uma representação geral, uma universalização do que a EF deve ser/fazer e, dessa forma, uma identidade é fixada. As demandas do povo disciplinar da EF, que noto ganharem mais força no campo, solicitam um determinado padrão curricular que consiga formar estudantes de forma integral e crítica, em que os alunos tenham garantia de acesso às práticas corporais diversas, via normatização do currículo. Nesse cenário, a ordem hegemônica do esporte passa a enfrentar confrontos, em que outras articulações discursivas tentam tomar o lugar ocupado na representação universal do que se deve ser ensinado em EF. Assim, pontuo que no processo de ressignificação da EF no DRC-MT existe uma tensão que pode ser interpretada como uma busca por mais espaço e prestígio no currículo oficial, por meio: 1. da defesa de que a EF não é só prática esportiva, devendo ser caracterizada pela ministração de aulas teóricas, com conteúdos e avaliações formais (aplicação de provas e testes teóricos); 2. da reiteração de sua importância, por meio da prática esportiva, como meio de desenvolvimento de sujeitos cidadãos hábeis para determinado mundo prometido. Argumento, nesse sentido, que a hegemonia de uma significação de EF na BNCC e DRC-MT, pelo que temos pensado com Laclau e Mouffe, é uma dinâmica atravessada por muitos fluxos de significação, muitas disputas contextuais, que produzem uma ampla política curricular incessante, marcada por sentidos diferenciais que tornam outra a EF que acontece nos distintos contextos em que é pensada na relação com o outro. Aponto, nesse sentido, que há sempre a possibilidade de um processo continuo de significação do que é a EF e de tudo o que a este nome pode se relacionar, contextualmente, na política. Assim, reitero que as contínuas articulações de diversas demandas, ainda que não evidenciadas no jogo de negociação, reverberam inevitavelmente no continuo processo do fazer curricular.
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LEITURA LITERÁRIA EM AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: GÊNEROS, ESPAÇOS E TRATAMENTOS
Autora: JACKELINE CÂMARA
Resumo: Assim que o ser humano se dá conta de sua existência, percebe-se em um mundo dominado por diversas manifestações discursivas, e urge que a consciência seja, então, alimentada por todas as possibilidades de participação nesse mundo. A linguagem é o meio que promove esse movimento, visto que por ela o ser humano se expressa, interage, assimila, interpreta a sua vida e o contexto que o cerca. A literatura acompanha a trajetória desse novo ser, já que carrega em si todo o peso dos conhecimentos da humanidade. Assim, aprender a ler é habilidade sine qua non para acesso ao conhecimento, à cidadania, à arte, à cultura, à história, e reconhecê-la como essencial, bem como possibilitar autonomia leitora, disponibilizando uma variedade de gêneros e servindo como suporte de mediação aos estudantes, é compromisso primeiro da escola. Entretanto, apesar da realidade atual apontar para um crescente aumento de leitores, ainda assim, é possível verificar nas salas de aula, um distanciamento entre os estudantes e a leitura, principalmente de gêneros literários. Muitas vezes, as obras clássicas de literatura somente são apresentadas aos estudantes no Ensino Médio, e estes por não terem tido uma formação leitora de base no Ensino Fundamental, encontram dificuldades nessa interação. Partindo de tal premissa, esta pesquisa se desafiou a responder a seguinte questão-problema: Que espaço e tratamento são dados à leitura literária e seus gêneros correspondentes, nas aulas de Língua Portuguesa, nos anos finais do Ensino Fundamental? Dessa forma, o objetivo geral foi investigar a ocorrência de atividades voltadas à leitura literária e seus gêneros correspondentes nas aulas de Língua Portuguesa nos anos finais do Ensino Fundamental, tendo como documento de pesquisa e análise diários de classe, para compreender que espaço e tratamento são dados ao gênero literário. Essa investigação se caracteriza como qualitativa, respaldando-se nas perspectivas, metodologias e técnicas de recolha de dados da pesquisa documental. Os dados advindos dos documentos selecionados para essa investigação (diários de classe) foram analisados segundo as concepções de Bardin (2016) da análise de conteúdo. Os documentos correspondem aos registros realizados em diários de classe no ano letivo de 2021 e pertencem aos professores de Língua Portuguesa que ocuparam, alternadamente, a regência de doze turmas, de três escolas estaduais do município de Rondonópolis, Mato Grosso. A análise dos dados coletados possibilitou atender aos objetivos específicos que visavam: analisar, nos diários de classe reunidos, registros de trabalho com a leitura literária em sala de aula, apontando dados quanto a: obras estudadas, periodicidade de trabalho com a leitura literária em sala de aula e função desse trabalho; identificar quais gêneros literários foram desenvolvidos ao longo do período pretendido e as proposições de atividades dadas nesse trabalho, e, dessa maneira, buscar responder à pergunta de pesquisa. As concepções teóricas, suporte desta investigação, baseiam-se em Bakhtin (2006, 2016), Volóchinov (2018), Kleiman (2000), Cosson (2007; 2021; 2022; 2023), Marcuschi (2008), Lajolo (1984; 1994), Geraldi (2011) entre outros. Este estudo vincula-se ao Programa de Pós-Graduação em Educação, do Instituto de Ciências Humanas e Sociais, da Universidade Federal de Rondonópolis, na linha de pesquisa: Linguagens, Educação e Cultura, e ao Grupo de Pesquisa Alfabetização e Letramento – ALFALE.
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JUVENTUDE, EDUCAÇÃO E PARTICIPAÇÃO POLÍTICA: CONCEPÇÕES POLÍTICAS DE JOVENS UNIVERSITÁRIOS
Autor: JOADILA ALBINO DE SOUZA ARAUJO
Resumo: No período recente, a partir de 2016, o Brasil vivenciou um desmonte do setor público em favor do privado. Na educação, não foi diferente, pois em nome do contingenciamento orçamentário, foram realizados cortes consideráveis que afetaram significativamente o funcionamento das universidades públicas em todo o país. Isso resultou em uma onda de protestos, principalmente por parte dos discentes das universidades federais, contra as ações arbitrárias do governo. Partindo desta problemática, este estudo apresenta uma análise sobre a percepção política dos jovens estudantes da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR). Traçamos uma análise a partir do discurso neoliberal de precarização de instituições públicas e desmonte da educação, como têm se desenvolvido a materialização das ameaças à universidade e seus reflexos nas políticas estudantis destinadas a garantir qualidade e permanência dos diferentes estudantes neste espaço. A discussão perpassa pela construção e acessibilidade da universidade, juventude e sua participação política, e influência neoliberal sobre a política e a educação. A pesquisa é de abordagem qualitativa, e recorremos à bibliografia disponível acerca dos conceitos de Política, Educação, Neoliberalismo e Juventude, embasando-nos principalmente em Mota (2018), Gentili (1996), Marrach (1996), Mbembe (2018), Andrade (2018), Groppo (2015), Pais (1990), Mayorga (2013) e Gohn (2018). Referente aos procedimentos metodológicos, utilizamos o modelo de formulário construído pelo Googleforms. O formulário contou com 20 perguntas e foi disponibilizado aos estudantes, sendo que as análises das respostas foram feitas mediante o aceite do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Contamos com a participação de 11 estudantes da Universidade Federal de Rondonópolis, os quais responderam de forma voluntária ao formulário. Além disso, realizamos uma entrevista com a líder estudantil Luana Kawamura na qual nos concedeu informações relevantes a respeito do movimento estudantil na UFMT/Rondonópolis/UFR. Os critérios considerados na composição da pesquisa abrangeram jovens, homens e mulheres de diferentes identidades de gênero, etnias, orientações sexuais e alinhamento político. Quanto aos resultados, podemos apresentar, de maneira geral, diferente do discurso de apatia política dos jovens, esses estudantes são sujeitos que se posicionam politicamente à sua maneira, possuem consciência política e participam, principalmente das ações mediadas pelo Movimento Estudantil, seja em protestos nas ruas, ocupação do campus quando necessário.
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TRAJETÓRIA DE VIDA-FORMAÇÃO DE PROFESSORAS NEGRAS DO ENSINO FUNDAMENTAL I EM MATO GROSSO: DA FORMAÇÃO À PRÁTICA DOCENTE
Autora: JÚLIA RODRIGUES NUNES CAFÉ
Resumo: Esta pesquisa teve como o objetivo principal investigar as trajetórias de professoras negras que atuam no Ensino Fundamental I nas escolas públicas da cidade de Primavera do LesteMT, dando atenção especial às formas pelas quais o racismo e o sexismo afetaram suas experiências de vida-formação, especialmente, o processo formativo na educação formal e suas experiências ligadas à atuação docente. O estudo se pautou nas experiências narradas por cinco professoras negras, desde o processo de formação na Educação Inicial e Superior até a atuação docente, levando em consideração que elas vivem em uma sociedade marcada por contradições raciais e de gênero que, de forma interseccional, atravessam a existência das mulheres negras. Inspirada no conceito de “escrevivência” desenvolvido por Conceição Evaristo (2017), construí um caminho próprio para a escrita desta dissertação, que denomino de ateliê ou costura “escrevivente”. A construção desse ateliê de vivências ou dessa costura “escrevivente” implica em tecer minha história com as trajetórias e as experiências significativas relatadas pelas professoras protagonistas desta pesquisa. Desta forma, trago uma escrevivência plural e coletiva, uma costura “escrevivente” desenvolvida a partir do entrelaçamento de nossas histórias. Em um primeiro momento, investigou-se o processo formativo das professoras, buscando identificar e entender as particularidades, dificuldades e desafios encontrados por elas em suas jornadas formativas. Em um segundo momento, analisou-se a experiência docente dessas mulheres negras, identificando os desafios encontrados no cotidiano escolar, especialmente seus diálogos com a Lei 10.639/03 e em suas tentativas de implementação de uma educação antirracista, plural, diversa e inclusiva. A concepção teórica e metodológica desta pesquisa se orientou por uma diversidade de epistemologias e pedagogias descoloniais, destacando-se a pedagogia histórico-crítica freiriana, a decolonialidade, o pensamento afro-diaspórico e, especialmente, o feminismo negro. Procederam-se à aplicação e à análise qualitativa de questionários, assim como à realização e à análise qualitativa de entrevistas desenvolvidas com todas as cinco participantes. Concluiu-se que a formação e a atuação docente das professoras foram e são atravessadas por desigualdades e por violências raciais e de gênero. Propusera-se que, para além de letramento racial e formação inicial e continuada para o desenvolvimento daeducação para as relações raciais, étnico-raciais e de gênero, serão necessários esforçoscoletivos da comunidade escolar, assim como o desenvolvimento de políticas públicas paraque elas tenham as condições necessárias para efetivar a deseducação e poder construir a educação antirracista, antissexista e antimachista que se espera.
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GÊNEROS AUTOBIOGRÁFICOS EM UMA COLEÇÃO DE LIVROS DIDÁTICOS DOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: DIÁLOGOS E CONSTRUÇÕES
Autora: KEILIANE LOPES CORREA
Resumo: Este trabalho está associado à linha de pesquisa “Linguagens, Educação e Cultura”, pertencente ao Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu), do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS), da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), do estado de Mato Grosso, e vinculado ao grupo ALFALE- Alfabetização e Letramento. O presente estudo parte da análise de uma coleção de livros didáticos, tendo seu enfoque direcionado aos textos: “diário, memórias e autobiografia”. A escolha do tema de investigação “Gêneros autobiográficos em uma coleção de livros didáticos dos anos finais do ensino fundamental: diálogos e construções” se deu pelo fato de que os gêneros autobiográficos têm ganhado espaço e notoriedade em decorrência da busca incessante de autoconhecimento pela expressão da palavra escrita ou verbalizada. Todavia, essa literatura nem sempre é prestigiada na escola, ocorrendo, muitas vezes, o achatamento do gênero, em virtude de atender àqueles que já são consolidados como: poema, romance e outros, e quando nos deparamos com livros didáticos, os gêneros autobiográficos são encontrados na categoria Ensino Fundamental II e Ensino Médio em 1 ou 2 livros de sua respectiva coleção, além de não aparecer no ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio). Diante disso, surge as seguintes questões problemas: “Quais são os encaminhamentos metodológicos dados ao ensino dos gêneros autobiográficos, em uma coleção de LDs de LP dos anos finais do E.F, considerando a perspectiva discursiva para o ensino da língua?”, “E, quais os elementos do gênero autobiográfico, tais como conteúdo temático, estilo, construção composição e dimensão extraverbal são trabalhados?”. Para buscar responder a essa problemática, este trabalho tem como objetivo geral compreender os encaminhamentos metodológicos assumidos para o ensino dos gêneros autobiográficos, na coleção Geração Alpha Língua Portuguesa do Ensino Fundamental II do ano de 2018, considerando questões atinentes ao gênero e sua importância nos processos discursivos do ensino da língua. Para atender a esse propósito, partimos da fundamentação teórica de Bakhtin (2016), Marcuschi (2008), Colomer (2007), Brait (2010, 2012), Cosson (2007), Fiorin (2018), Sibilia (2007), Ludmer (2007), Maciel (2009), Geraldi (2012) e outros. No que tange à metodologia, aplicamos as abordagens teóricoconceituais da pesquisa qualitativa e documental, propondo uma análise também qualitativa dos dados, numa perspectiva descritiva, discursiva e dialógica. Assumimos, nessa perspectiva metodológica, uma concepção de livro didático enquanto suporte de diversos gêneros textuais. Os resultados da pesquisa denotam que, na coletânea de livros didáticos analisados, os gêneros autobiográficos não estão presentes em toda a coleção e os textos se apresentam mais como pretexto para trabalhar a gramática, do que com foco na leitura e na produção textual. Quanto aos exercícios, eles não deixam claro os gêneros memórias e autobiografia, sendo a autobiografia utilizada apenas como atividade dentro do gênero diário íntimo, o que confirma nossas evidências de achatamento desses gêneros. Refletimos, nesse contexto, que não há espaço privilegiado para os gêneros autobiográficos nos materiais didáticos, assim como, quando aparecem nos LDs, estão secundarizados, sendo pouco explorados, mesmo que tenham potencial para promover a escrita criativa e fluida. Essa realidade, na nossa análise, pode estarvinculada à questão não resolvida da mistura entre fato e ficção e imprecisões de ordem teórica. Ademais, refletimos que trabalhar com um gênero que envolve questões emocionais, memórias sentimentais e o “olhar para si” demanda do professor um cuidado maior no trabalho com o gênero e na seleção de textos que estimulem essa produção.
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SENTIDOS DE EDUCAÇÃO INTEGRAL ARTICULADOS NA POLÍTICA CURRICULAR DE ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL DE MATO GROSSO
Autora: LEIDIANE FRANCISCA DE OLIVEIRA
Resumo: A pesquisa intitulada Sentidos de educação integral articulados na política curricular de Ensino Médio em Tempo Integral de Mato Grosso foi elaborada no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu), da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), vinculada ao grupo de pesquisa Políticas de Currículo e Alteridade. O foco de investigação foi a política curricular de Ensino Médio em Tempo Integral (EMTI) de Mato Grosso, a princípio nomeada Projeto Escola Plena. Essa política foi assinada pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc/MT) em 2017, desencadeada pelo Programa de Fomento à Implementação de Escolas de EMTI, promulgado pelo Ministério da Educação (MEC) e inserido no bojo da Reforma do Ensino Médio. Tal política promove a ampliação da jornada escolar para oito horas diárias, justificando o propósito de propiciar a formação integral dos estudantes em prol do desenvolvimento de seus projetos de vida. Esta pesquisa, então, propôs-se a interpretar a disputa de sentidos de educação integral na política curricular de EMTI de Mato Grosso, considerando a promessa de plenitude (impossível) da educação como uma articulação que, por meio de lógicas fantasmáticas, a sustenta como necessária. Foram objetivos específicos problematizar sentidos de educação integral que circulam nos discursos do campo das políticas curriculares; investigar como são constituídos os discursos de plenitude (impossível) da educação nos documentos nacionais balizadores da política curricular de Ensino Médio e EMTI, bem como em documentos assinados pela Seduc/MT; discutir sentidos hegemonizados sobre a política e o modo como subjetivam professores/as de Língua Portuguesa atribuídos/as no Ensino Médio em Escolas de Tempo Integral de Rondonópolis-MT. Para tanto, os estudos bibliográfico e documental desenvolvidos utilizaram como principais fontes os documentos balizadores do EMTI, informações e notícias compartilhadas nas redes sociais de acesso público e irrestrito do MEC e da Seduc/MT, também foram realizadas entrevistas com quatro professores/as de Língua Portuguesa atribuídos/as no Ensino Médio em Escolas de Tempo Integral de Rondonópolis-MT. De tal modo, discursos acerca da política curricular nacional de EMTI e, igualmente, os sobre a política de Mato Grosso constituem a empiria desta pesquisa. Foi adotada a discussão teórico-estratégica discursiva de registro pós-estrutural e pós-fundacional para o estudo das políticas curriculares, considerando as contribuições de Alice Casimiro Lopes e Elizabeth Fernandes Macedo, ressaltando-se noções centrais da teoria do discurso de Ernesto Laclau e Chantal Mouffe, da abordagem das lógicas social, política e fantasmática de Jason Glynos e David Howarth, ainda, fazendo menção a algumas noções da teoria psicanalítica apropriadas por esses autores. A discussão buscou reconstituir a contingência do contexto no qual o Projeto Escola Plena foi articulado discursivamente em resposta a uma reiterada crise do sistema educacional mato-grossense; identificou sentidos de educação integral como tempo integral para ampliar as oportunidades de aprendizagem, formação humana integral, formação integral em múltiplas dimensões, desenvolvimento humano global e a proeminência do sentido de integralidade da ação educativa, vinculado à centralidade do jovem e de seu projeto de vida; abordou algumas das fantasias educacionais operando para sustentar essa hegemonia. Assim, a política curricular de EMTI de Mato Grosso, como uma textualidade contingente, precária e provisória, configura-se em uma tentativa de controlar a significação de educação integral que, ao prometer uma formação para a plenitude humana (impossível), busca fantasiosa e erraticamente apagar disjunções e contradições, afetando os modos de subjetivação dos sujeitos envolvidos em seu processo contextual e relacional de tradução.
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O ESTADO DO CONHECIMENTO: A INSERÇÃO E INDUÇÃO DOCENTE DE PROFESSORES INICIANTES NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL I (2012-2022)
Autora: MAGNA APARECIDA DA SILVA MATOS
Resumo: A pesquisa desenvolveu-se no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso, Câmpus Rondonópolis. A investigação aborda o professor iniciante, compreendido neste estudo, o profissional com até cinco (05) anos de docência e que exerce sua função profissional na Educação Básica, especificamente nos anos iniciais do Ensino Fundamental I (1º ao 5º). A justificativa para a realização desta pesquisa, deu-se pela importância em obter uma visão geral das produções científicas acerca dos professores iniciantes na última década, visto que esse período de inserção profissional é marcado por angústias, tensões e aprendizagens. Diante desse cenário, pergunta-se: o que versam as produções acadêmicas sobre o professor iniciante dos anos iniciais do EFI, quanto à inserção e indução à docência? O objetivo geral de estudo é realizar o Estado do Conhecimento sobre a inserção e indução docente dos professores iniciantes dos anos iniciais no Ensino Fundamental I, entre os anos de 2012 a 2022. Os objetivos específicos delineados sobre os professores dos anos iniciais EFI nos bancos de dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), base do Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e PPGEs foram: investigar e apresentar as pesquisas que abordam o início de carreira, especificamente a inserção e a indução à docência em nível nacional; identificar e analisar as iniciativas voltadas para o acolhimento e o acompanhamento do professor em início da carreira e, por fim, apontar e discorrer o que os participantes das pesquisas analisadas consideram importante ao(à) professor(a) iniciante para sua inserção na docência. A metodologia adotada foi a pesquisa na perspectiva do Estado do Conhecimento, a fim de subsidiar o levantamento de dados produzidos acerca do tema, por meio de mapeamento das produções científicas já publicadas. Para isso, as abordagens quantitativa e qualitativa subsidiaram a análise dos dados coletados, ao serem consideradas como complementares na busca de descortinar as múltiplas facetas do fenômeno investigado. Os instrumentos de coleta de dados partiram de descritores previamente definidos, a partir do objeto de estudo apresentado. Os dados evidenciaram vinte e três estudos científicos, distribuídos entre teses, dissertações e artigos, centralizados nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, com destaque para os programas de pósgraduação das seguintes universidades: UFMT, UnB, UNESP, UFSCar, UFRJ e PUCSP. Onde, foram evidenciadas uma diversidade de ações, programas e projetos de inserção e indução exitosas efetivadas por sistemas de ensino a partir da formação continuada. Para análise desse quantitativo, os estudos foram organizados em subcategorias, a saber: Projetos Colaborativos; Comunidades de Prática; Mentoria; Extensão Universitária; Residência Docente, Comunidades de Aprendizagem e Políticas de Formação Continuada. A partir dos trabalhos analisados foram construídas proposições no âmbito das políticas públicas que podem contribuir com IES, secretarias de educação e escolas, quanto ao delineamento de ações/projetos e políticas direcionadas aos professores iniciantes. Os resultados apontam a necessidade de criação de políticas públicas educacionais que favoreçam a inserção e indução à docência, enunciando assim, a forma omissa do poder público quanto a esta etapa do desenvolvimento profissional docente.
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AUTORIDADE DOCENTE: RESSIGNIFICANDO CONCEITOS NA PERSPECTIVA DE PAULO FREIRE
Autora: MAIZI APARECIDA DOS SANTOS
Resumo: Esta pesquisa de mestrado objetiva examinar o conceito de autoridade do professor e é intitulada: “Autoridade Docente: ressignificando conceitos na perspectiva de Paulo Freire”. Esta investigação foi desenvolvida na Linha de pesquisa: “Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais”, apoiada nas bases de leitura e discussão sobre aprendizagem dialógica, estudos coordenados pela professora doutora Eglen Sílvia Pípi Rodrigues, que atualmente intitula-se Kuara – Grupo de Estudos e Pesquisas em Educ(ações) e Re-existências, cadastrado no diretório CNPQ, vinculado ao Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de Rondonópolis, Mato Grosso. A referida pesquisa tem como caminho teórico-metodológico uma análise aprofundada a respeito do conceito de Autoridade docente à luz do pensamento do autor Paulo Freire. Para o processo de análise foram utilizadas cinco obras organizadas da seguinte maneira: Pedagogia do Oprimido (1968/2011); Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática docente (1996/ 2020); Pedagogia da Esperança (1992/2011); Medo e Ousadia (1986-2013), e À Sombra desta Mangueira (1995/2015). A metodologia da pesquisa foi dividida em dois momentos: primeiro a investigação focou nos passos da pesquisa bibliográfica caracterizada por Salvador (1978), Lima e Mioto (2007), e no segundo momento foram utilizadas na pesquisa, para o tratamento dos dados, as técnicas da análise de conteúdo descrita por Laurence Bardin (1977). Dessa forma, o conceito de Autoridade Docente foi pensado como unidade de significação visando direcionar as análises. A questão da pesquisa centrou-se no seguinte questionamento: Como se apresenta a contradição entre autoridade e autoritarismo docente na perspectiva de Paulo Freire? A partir disso, entende-se que é primordial a compreensão do conceito de autoridade e sua representação para o exercício da prática educativa. Destarte, elegeu-se como objetivo geral: Investigar o conceito de autoridade docente, segundo a teoria da ação dialógica de Freire. Por fim, almeja-se que esta dissertação contribua para a construção de uma postura docente com autoridade dialógica e que seja facilitadora de caminhos para uma sociedade mais justa e igualitária.
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PSEUDOFORMAÇÃO E NEOLIBERALISMO NA BNCC: UMA ANÁLISE TEÓRICO-CRÍTICA
Autora: MARA CRISTINA PEREIRA
Resumo: Esta dissertação, vinculada à Linha de Pesquisa Linguagem, educação e cultura, foi desenvolvida no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGEdu, do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR). O tema diz respeito ao fato de que o atual sistema econômico tem sofrido múltiplas transformações, mas não tem deixado de se constituir como uma forma de exploração da classe trabalhadora para a perpetuação da riqueza e dos privilégios da classe dominante, postergando as possibilidades de emancipação dos indivíduos desta sociedade. O objetivo geral da pesquisa é identificar e problematizar alguns dos acontecimentos históricos, socioculturais e político-econômicos intensificados pós-ascensão da ordem social capitalista que contribuíram para o uso da razão de maneira tecnificada, para a propagação ideológica pautada em pressupostos mercantilistas e para a crise na formação cultural. De modo específico, considerou-se importante identificar e conceituar, inicialmente, alguns dos fatores que contribuíram para a crise na formação cultural do século XX, a qual perdura até hoje. Buscou-se também realizar um estudo sobre o conceito de ideologia, que vem acompanhando e se adaptando às transformações históricas, socioculturais e político-econômicas em prol da manutenção dos privilégios da ordem social capitalista. Por fim, propôs-se realizar uma análise crítica — tendo como corpus alguns pontos da Base Nacional Comum Curricular (2018) —, de como as políticas educacionais brasileiras, nas últimas décadas, vêm acompanhando as imposições capitalistas, cujas manifestações mais impactantes para a formação humana têm íntima relação com a racionalidade instrumental, a pseudoformação e o avanço do projeto neoliberal na política educacional, sobretudo nos últimos dois séculos. Os pressupostos teórico-metodológicos da pesquisa, de natureza crítico-analítica e de caráter bibliográfico-documental, são encontrados principalmente na filosofia dos pensadores Karl Marx, Immanuel Kant, Max Horkheimer e Theodor Adorno, os quais apresentam conceitos fundamentais para este estudo, como pseudoformação, indústria cultural e racionalidade instrumental, cujos desdobramentos foram identificados como fatores de grande relevância na crise da formação cultural acentuada após a transição do regime socioeconômico feudal para o sistema capitalista. Para a compreensão acerca do neoliberalismo e suas influências na educação foram importantes autores como Christian Laval, Marilena Chauí, Dermeval Saviani, entre outros. Como resultado da pesquisa ficou evidente como a crise na formação cultural observada no século XX não só perdura na atual conjuntura como também encontra na ideologia neoliberal uma maneira de se manter ativa, por meio da influência de sua ideologia, entre outros âmbitos, nas políticas públicas de educação, como a Base Nacional Comum Curricular, cujos efeitos consistem em manter distante a emancipação humana.
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“PORQUE NO BANHEIRO DOS MENINOS NÃO TEM PAPEL HIGIÊNICO?” ASSEMBLEIAS DE CLASSE E OS DESAFIOS DA PARTICIPAÇÃO E EXPRESSÃO DAS CRIANÇAS EM CONTEXTOS ESCOLARES
Autora: NÁDIA PATRÍCIA SILVA BORGES
Resumo: Embora as crianças tenham sido alçadas à condição de sujeitos de direitos, seus direitos de participação, respeito e expressão trazem tensões com os direitos de proteção e são pouco debatidos na sociedade brasileira. A participação e expressão das crianças em contextos escolares constitui um desafio na consideração das suas cidadanias. Com o aporte teórico dos Estudos Sociais da Infância, que considera as crianças como atores sociais e sujeitos participantes da sociedade, com direitos de participação, cujas vozes precisam ser escutadas nos contextos em que elas participam. Esta pesquisa busca contribuir para a consolidação de metodologias participavas com crianças e está vinculada ao Grupo de Estudos Infância, Juventude e Cultura Contemporânea (GEIJC). Seu objetivo geral foi investigar as potencialidades e limites da metodologia das Assembleias de Classe para oportunizar a participação e expressão de crianças em contexto educativo. Para tanto, foi realizada uma pesquisa-intervenção com crianças em uma Escola Municipal de Ensino Básico de Cuiabá/MT, na qual a pesquisadora atua como professora desde o ano de 2014, em uma turma do 1º ano do 1º Ciclo, contando com 17 estudantes. Utilizou-se como procedimento de campo as Assembleias de Classe que fazem parte da metodologia de Assembleias Escolares, com o intuito de promover canais de escuta, participação e voz das crianças. A abordagem metodológica utilizada traz a possibilidade de que investigador e investigado estabeleçam uma prática repleta de significados, permitindo a construção cambiante e mutável de experiências e saberes oriundos dos sujeitos envolvidos, pois tanto a pesquisadora quanto a criança colaboraram no processo de pesquisa. Os resultados mostraram que trabalhar com a metodologia da pesquisaintervenção a partir das Assembleias de Classe oportunizou um diálogo coorganizado pelos/as estudantes, docentes, gestores/as e demais funcionários/as da escola, em meio a ideias oriundas do exercício de falar, escutar, debater, votar e deliberar sobre assuntos que lhe forem pertinentes, relacionados à educação e à convivência escolar. As crianças trouxeram questões que as incomodavam na sala ou na escola, que foram debatidas e encaminhadas, tais como, situação de bullying, participação das meninas no futebol durante o recreio, presença da família na escola e a ausência de papel higiênico no banheiro dos meninos, demanda apresentada pelos meninos, que acabou evidenciando que não eram percebidos pelos professores e gestores os constrangimentos dos meninos ao terem que pedir para a professora o papel higiênico quando precisavam fazer necessidades fisiológicas. Esta questão teve desdobramentos que levaram à construção pela escola de um projeto sobre o desperdício e utilização do papel higiênico, substituindo, portanto, uma ação punitiva por uma pedagógica. Assim, a escuta das crianças foi umas principais potencialidades observadas, assim como mostrou-se um exercício bastante desafiador. Alguns limites das Assembleias de Classe foram identificados tais como assuntos que podem ser complexos demais para serem discutidos e encaminhados em uma ou duas Assembleias, pois demandariam aprofundamento em estudos e ações a longo prazo. Outro limite, é o risco das interpretações apressadas sobre o que as crianças estão querendo expressar, pois há situações que precisam de reflexão e amadurecimento para ter um encaminhamento adequado.
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MEMÓRIA DA EDUCAÇÃO DE RONDONÓPOLIS-MT: LIVROS TERMO DE COMPROMISSO E POSSE DE SERVIDORES ESTADUAIS E DEPOIMENTOS ORAIS DE PROFESSORES (1956-1977)
Autora: NATALÍCIA JÚLIA MARQUES
Resumo: Esta pesquisa, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Rondonópolis – PPGEdu/UFR, é vinculada ao grupo de pesquisa Alfabetização e Letramento – ALFALE. Trata-se de investigação de fundo histórico, com base em análise bibliográfica e documental, articulada a uma dimensão instrumental, que tem como lócus o Centro de Documentação (CD) do Núcleo de Pesquisa em Educação – NUPED/ALFALE/UFR. A questão central da pesquisa é: para quais memórias da educação de Rondonópolis-MT nos remetem Livros Termo de Compromisso e Posse e depoimentos orais de professores, referentes ao período de 1956 a 1977? O trabalho tem como objetivo principal analisar Livros Termo de Compromisso e Posse de Servidores Estaduais e depoimentos orais de professoras como fontes de memória da Educação de Rondonópolis-MT. Os objetivos específicos são: apresentar um panorama educacional e quadro de servidores no período de 1956 a 1977, a partir de fontes históricas do CD/NUPED/ALFALE/UFR: Livros Termo de Compromisso e Posse e Depoimento Orais de professores; identificar aspectos da expansão da educação em Rondonópolis, contidos nas fontes históricas do CD/ALFALE/ NUPED/UFR: Livros Termo de Compromisso e Posse e Depoimento
orais de professores; refletir sobre o papel da memória como instrumento do conhecimento histórico; contribuir com a organização do Centro de Documentação, classificando e catalogando algumas fontes. O referencial teórico se apoia, preponderantemente, na História Cultural, com base nos autores Le Goff, Peter Burke, Marc Bloch, Pierre Nora, José D’Assunção Barros, Maria do Rosário Mortatti, entre outros. Nas análises dos dados apresentamos uma configuração escolar do município de Rondonópolis e região circunvizinha que compunha o quadro dos servidores do Estado de Mato Grosso, especificamente, a Delegacia Regional de Educação e Cultura (DREC 02), no período estudado. Paralelamente, trazemos depoimentos de professoras pioneiras no município de Rondonópolis e alusões a Decretos, Regimentos e Leis Educacionais, reconstruindo, assim, parte da História da Educação de Mato Grosso. Como resultados da investigação, apontamos: a ingerência política na nomeação dos docentes; a predominância de professores leigos, em especial, no início do período analisado; a presença do êxodo rural no cenário estudado; a complexificação da organização escolar e a ampliação do atendimento à população; a feminização do magistério. Notamos que, ao longo de toda história da educação e emancipação de Rondonópolis, foram enormes os desafios e dificuldades enfrentados, como a falta de recursos, a escassez de professores diplomados e a desigualdade de acesso à educação. Porém, a persistência e o compromisso de educadores e da comunidade em geral foram fundamentais para a construção de uma rede de ensino sólida, comprometida com a formação de cidadãos críticos e conscientes de seu papel na sociedade.
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NARRATIVAS AUTOBIOGRÁFICAS DE COORDENADORES PEDAGÓGICOS: CORPOS QUE TRABALHAM EM EDUCAÇÃO
Autora: PAOLA SIMONE ALVES DA SILVEIRA
Resumo: Esta pesquisa de mestrado foi desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Rondonópolis (PPGEdu/UFMT/CUR) na Linha de Pesquisa Infância, Juventude e Cultura Contemporânea: direitos, políticas e diversidade. Teve como objetivo compreender como o coordenador pedagógico constrói sua noção de corpo e como essa construção permeia o trabalho com o corpo docente. O tema foi o corpo, elemento disparador de reflexões sobre as relações pedagógicas e educação. Metodologicamente, optou-se pela pesquisa autobiográfica, de cunho qualitativo. Teoricamente, buscou-se o suporte da Antropologia, da Filosofia, às vezes da Sociologia e Psicologia, áreas de fundamentos da educação, com a intenção de olhar as peculiaridades relatadas pelos participantes e suas narrativas, que são familiares à pesquisadora, cujas percepções, memórias e conhecimentos acumulados também entraram na pesquisa, sob a forma de interpretação dessas histórias. Conclui-se que a utilização das narrativas autobiográficas tem dado voz aos profissionais da educação, no caso desta pesquisa as coordenadoras pedagógicas, que contam suas trajetórias de vida, de formação, de trabalho, de pesquisa. A partir disso, muitas vozes têm sido ouvidas e narradas, contribuindo sobremaneira para a formação humana, sendo, portanto, um movimento educativo..
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AS CRIANÇAS E AS RELAÇÕES COM A NATUREZA NOS ESPAÇOS DE EDUCAÇÃO INFANTIL
Autora: RENATA DA PENHA COELHO MATA
Resumo: O tema de investigação nessa pesquisa de mestrado se dá a partir de como as crianças constroem conhecimento por meios das Ciências Naturais. O objetivo principal e seus desdobramentos buscam compreender a relação entre criança e natureza nos espaços nas unidades de Educação Infantil. Para tanto, foram coletados relatos de professoras da Rede Municipal que trabalham com crianças dos 4o e 5o agrupamentos da Educação Infantil. A pesquisa situa-se na abordagem qualitativa, apoiada no método autobiográfico, pois adota como instrumento as narrativas de si, por meio das quais serão evidenciados: (i) o que narram as professoras da Educação Infantil sobre os espaços oferecidos nas unidades que trabalham; (ii) como percebem os sentimentos e desenvolvimento das crianças quando estão em contato direto com a natureza; (iii) com qual frequência esta relação entre natureza e criança ocorre; (iv) e como as crianças se comportam quando têm a oportunidade de vivenciarem essas experiências quando estão em contato com a natureza. A coleta dos dados foi realizada com professoras que atuam na Educação Infantil da Rede Municipal de Rondonópolis-MT e trabalham com os agrupamentos citados. Para responderem tais questionamentos foi utilizado um formulário na plataforma do Google Forms, disponibilizado pelo aplicativo WhatsApp. Os estudos teóricos desenvolvidos inicialmente apoiam-se em alguns autores sobre os quais tenho me debruçado com a intenção de compreender as relações entre a área de Ciências Naturais e a atuação de professores na Educação Infantil, tais como: Tiriba (2005, 2010 e 2018); Piorski (2016); Krasilchik (1988 e 2004); Louv (2010), entre outros, e nos documentos legais que orientam as práticas pedagógicas voltadas para a área de Ciências Naturais na Educação Infantil. As análises dos dados apontaram para o fato de que os saberes docentes são fundamentais na construção de um currículo voltado à valorização do contato direto entre criança e natureza dentro das unidades e centros de Educação Infantil. E As crianças apontam seu interesse pela aprendizagem desemparedada, para o que é livre, espontâneo, e para o que realmente faz sentido em suas vivências.
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A READAPTAÇÃO NAS NARRATIVAS AUTOBIOGRÁFICAS DE PROFESSORES EM MATO GROSSO: FALÁCIAS, REFLEXÕES E PERCEPÇÕES SOBRE SI
Autora: RONILDA NUNES DA SILVA
Resumo: A presente pesquisa está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu) do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Rondonópolis-MT (ICHD/UFR) e ancorada à linha de pesquisa Formação de professores e Políticas Públicas Educacionais, e tem como objeto de estudo a readaptação de professores da rede pública estadual de ensino no município de Rondonópolis-MT. A questão principal de estudo centra-se em: Como os professores readaptados se percebem e se expressam em suas narrativas acerca de sua condição atual e das perspectivas de retorno ao trabalho docente? A readaptação profissional é o afastamento do servidor da função exercida, que pode ser temporário ou definitivo, realocando-o em outro cargo, observando suas limitações físicas ou mentais e como possiblidade de reinserção do servidor, em seu meio de trabalho, exercendo atividades que contribuam para a restauração de sua saúde. Diante do exposto, objetiva-se investigar que percepções os professores manifestam em suas narrativas autobiográficas sobre sua condição de readaptado e de que forma as emoções sentidas nesta fase influenciam em sua recuperação e no seu desenvolvimento profissional. Esta investigação fundamenta-se na abordagem qualitativa, ao coadunar que o pesquisador precisa ter uma relação próxima com os participantes, valorizando o contato franco e prolongado quanto à coleta de dados. Nesse viés, optou-se pela pesquisa autobiográfica, com a proposta de pesquisador e participante se envolverem no processo investigativo em relação recíproca. Como instrumentos de pesquisa, foram utilizados a análise documental, questionário, entrevistas e as narrativas autobiográficas de quatro professores efetivos da rede estadual de ensino que se encontram na situação de readaptados há pelo menos três anos. Pode-se constatar que a condição de ser professor readaptado é um processo complexo para os participantes da investigação e que tem trazido comprometimentos a sua identidade profissional, além dos problemas de aceitação por gestores e pares, contribuindo para se sentirem inúteis na escola. Os resultados têm evidenciado a vulnerabilidade dos professores readaptados e revelam os sentimentos de impotência, de abandono, de invisibilidade, discriminação e de descaso com a situação vivenciada.
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GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLA: FORMAÇÃO NECESSÁRIA À EMANCIPAÇÃO HUMANA
Autora: SIRLEIDE MARIA DE SOUZA CUSTÓDIO BARBOSA
Resumo: A pesquisa denominada Gestão democrática na escola: formação necessária à emancipação humana, tem embasamento na necessidade de buscar respostas, apontamentos com novas abordagens aos desafios contemporâneos da gestão democrática na escola e a formação necessária a este fim. Analisar desde as práticas de gestão escolar e suas representações sobre a figura do diretor e do coordenador pedagógico, as expectativas da comunidade escolar e quais responsabilidades cabem à cada um. Reconheço o conhecimento como instrumento para superação dos desafios de uma Gestão, de forma que a presente pesquisa busca analisar e refletir sobre a formação do Gestor Escolar, observando se tal formação é refletida em tão importante função, especialmente no que tange ao processo de gestão democrática, além de: Conhecer e apresentar o perfil dos gestores escolares quanto à formação para gestão escolar nas Unidades Educacionais pesquisadas, investigar se há política de formação para gestores na Rede municipal de Ensino de Primavera do Leste, compreender como a formação dos gestores reflete na organização e funcionamento das Unidades Educacionais pesquisadas, analisar como se dá a relação da Secretaria de Educação com a Gestão Escolar, discutir se a gestão em Primavera do Leste propicia a formação para emancipação humana. A pesquisa se desenvolve em torno de pesquisa qualitativa, com abordagem empírica e com fundamentação na dialética freiriana, sua relação dialógica e contínuo movimento de tomada de consciência. Tem como base autores como Freire, Carvalho e Paro, entre outros. A coleta de dados foi feita por meio de entrevista semiestruturada, realizada com 12 gestores que atuam ou atuaram na gestão entre o período de 2017 e 2021. Os resultados apontam para gestores que reconhecem a necessidade de formação específica para gestores, acreditam na gestão democrática e confiam que seu trabalho contribui para a emancipação humana. Os gestores afirmam manter uma boa relação com a secretaria de educação, o que também é aparente na fala da coordenadora de formação, ambos acreditam que a política de formação do município precisa ser fortalecida e a formação dos gestores carece de aprimoramento e fortalecimento.
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MODOS DE ENDEREÇAMENTO DOCENTE NAS DISPUTAS PELA SIGNIFICAÇÃO DA FORMAÇÃO CONTINUADA NA POLÍTICA CURRICULAR DO ESTADO DE MATO GROSSO NO CONTEXTO DE UMA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (2016-2023)
Autor: TIAGO DE CASTRO RODRIGUES
Resumo: A pesquisa intitulada Modos de Endereçamento Docente nas Disputas pela Significação de Formação Continuada na Política Curricular do Estado de Mato Grosso no Contexto de uma
Base Nacional Comum Curricular foi elaborada no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu), da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), vinculada ao grupo de pesquisa Políticas de Currículo e Alteridade. Com foco na política curricular mato-grossense, problematiza a centralidade conferida à formação continuada de professores no Documento de Referência Curricular para Mato Grosso (DRC-MT) como mobilizadora de reivindicações que apostam na possibilidade de construção de identidades fixas para a docência. Objetivou explicitar e problematizar a disputa de sentidos para formação continuada de professores nas reiteradas projeções de identidades docentes da política curricular mato-grossense entre os anos de 2016 e 2023. Foram objetivos específicos identificar a flutuação de sentidos do significante formação continuada de professores na política curricular mato-grossense, discutir a repetição do significante formação continuada como tentativa de endereçamento de identidade para a docência e problematizar as tentativas de fixação da identidade, defendendo a impossibilidade de fixação de sentidos. Foi escolhido a aporte teórico-estratégico de registro pós-estrutural e pós-fundacional para o estudo das políticas curriculares, considerando as discussões de Alice Casimiro Lopes e Elizabeth Fernandes Macedo sobre currículo como prática discursiva. Também, noções centrais da teoria do discurso de Ernesto Laclau e Chantal Mouffe, como articulação e significante flutuante, assim como modos de endereçamento de Elizabeth Ellsworth constituíram a discussão. Foram destacadas, na medida em que o DRC-MT deseja a implementação de um currículo único: a contingência em que uma infinidade de propostas formativas, voltadas à instrumentalização das práticas pedagógicas, tornam-se propensas à ideia de implantação de uma proposta curricular modernizante; a fragmentação com que as formações vão aparecendo de 2016 a 2023 no estado, construídas nas articulações entre demandas para a formação, para a avaliação e para a centralização curricular, reificando reivindicações variadas à docência como ponto de reafirmação de uma irrealizável plenitude (de conhecimentos, de projetos de vidas e de competências aos estudantes) e incontrolável identificação docente para a consecução de uma prática pedagógica constrangedora do outro e de si. Considerada como impossibilidade a fixação e a estabilização, inexiste à plenitude como racionalidade pré-existente ou final, de maneira que o significante formação continuada tem que ser reinventado a cada nova repetição, reivindicação, em possibilidades indeterminadas.
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PRÁTICAS PEDAGÓGICAS ANTIRRACISTAS: O QUE DIZEM AS PRODUÇÕES CIENTÍFICAS E QUAIS AS APROXIMAÇÕES COM O PRINCÍPIO DE IGUALDADE DE DIFERENÇAS?
Autora: VALDETE FERREIRA DA SILVA
Resumo: Esta dissertação intitulada, Práticas pedagógicas antirracistas: o que dizem as produções científicas e quais as aproximações com o princípio de igualdade de diferenças?, está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso (PPGEdu-UFMT) e integra a linha de pesquisa Formação de Professores e Políticas Públicas Educacionais. Nesta investigação, buscamos responder a seguinte questão: Quais as aproximações entre o princípio de igualdade de diferenças e as produções científicas que discutem sobre as práticas pedagógicas antirracistas (2019-2023)? No que diz respeito aos objetivos, são apresentados: Objetivo geral – Analisar o princípio de igualdade de diferenças e suas aproximações com as produções científicas que discutam práticas pedagógicas antirracistas; Nos objetivos específicos pretende-se: 1-Descrever e analisar o que as produções científicas encontradas no portal de periódicos da capes têm produzido em relação às práticas pedagógicas antirracistas no Brasil e de que maneira o princípio de igualdade de diferenças pode contribuir para uma educação antirracista. 2-Verificar se as pesquisas encontradas no período de (2019-2023), referentes às práticas pedagógicas antirracistas respondem ao que foi proposto pela Lei 10.639/2003 após vinte anos de implementação dessa política pública afirmativa. O objeto de pesquisa deste trabalho são as práticas pedagógicas antirracista na perspectiva teórica de igualdade de diferenças. A pesquisa é bibliográfica com abordagem qualitativa, apoiando-se na técnica de “Análise de Conteúdo” de Bardin (1977). Por fim, concluiu-se com esta investigação que o princípio igualdade de diferenças da aprendizagem dialógica tem aproximações com as práticas pedagógicas antirracistas que foram apontadas nas produções científicas analisadas. De acordo com as problematizações elencadas nos trabalhos, as ações que são consideradas práticas educativas que produzem transformações no contexto escolar, melhorando o convívio entre as pessoas que nele atuam, são importantes na produção de um pensamento antirracista, e assim são denominadas práticas pedagógicas antirracistas.
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EPISTEMICÍDIO E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS: A URGÊNCIA DA CONSTRUÇÃO DE UMA EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA
Autora: VÂNIA MARIA DOS SANTOS
Resumo: A presente investigação social está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso/Universidade Federal de Rondonópolis, sob orientação da Profa. Dra. Merilin Baldan. Nesta pesquisa, dedico-me a investigar as tensões epistemológicas e políticas do racismo e do epistemicídio nos espaços de produção de conhecimento, em especial, nas escolas de educação básica. Ancorada em Carneiro (2005), considero o epistemicídio, um processo persistente de anulação, desqualificação e produção da indigência cultural e cognoscente contra todas/os aquelas/es não pertencentes aos padrões impostos pela lógica ocidental. Em consequência de seus impactos, problematizo, no cenário educacional, o histórico epistemicídio que segue suprimindo os saberes da História e culturas africana e afro-brasileira. Nessa esteira de discussão, a questão problema da pesquisa é: de que modo as/os professoras(es) da educação básica percebem e refletem as questões relacionadas ao epistemicídio na sua formação e em sua atuação profissional? O objetivo geral proposto é compreender os impactos acerca do epistemicídio na formação e na atuação de professoras(es). Como objetivos específicos, pretendeu-se: investigar de que maneira professoras(es) compreendem a dimensão do epistemicídio em sua formação; discutir as implicações do epistemicídio na atuação, isto é, na prática pedagógica das/os professoras(es); e refletir as potencialidades de uma epistemologia alternativa que promova uma formação e uma atuação democrática e antirracista. Em face desses objetivos, esta pesquisa conta com a participação de três professoras(es) pedagogas e um professor historiador, atuantes nos quartos e quintos anos do Ensino Fundamental. As/os participantes são vinculadas/os à rede pública estadual e privada de ensino do município de Rondonópolis, Estado de Mato Grosso. Por sua vez, no que tange à parte empírica, a pesquisa foi desenvolvida por meio da história oral temática. A partir da história oral e da entrevista temática organizada em eixos, surgiram diálogos que versam acerca do racismo estrutural, epistemicídio, práticas pedagógicas e educação antirracista. Os resultados da pesquisa apontam para os obstáculos que permanecem, mesmo após, respectivamente, 20 e 15 anos da promulgação das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, para a implementação da educação das relações étnico-raciais nas instituições de ensino de educação básica. Esses são desafios que atravessam a formação e atuação de professoras(es), sobretudo no que diz respeito às experiências com ações, projetos e formações que refletem a educação das relações étnico-raciais em práticas pedagógicas. A pesquisa também aponta para os tensionamentos das agendas neoliberais/conservadoras, que estão incorporadas nas políticas curriculares atuais (BNCC/BNC-Formação) e nos materiais de ensino estruturados/apostilados ofertados por empresas privadas, pois as narrativas de professoras(es) sinalizam que tais projetos educacionais têm corroborado para uma construção de conhecimento hegemônico, guiada pela lógica euro-americanocêntrica. Em contrapartida, professoras(es) narraram, a partir dos fios de suas memórias, vivências em salas de aulas, que trouxeram as potencialidades das alternativas epistemológicas contra-hegemônicas para a discussão proposta nesta investigação.
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