O Prêmio Nobel de Economia deste ano foi concedido a Daron Acemoglu, Simon Johnson e James A. Robinson por suas análises inovadoras sobre as disparidades econômicas entre as nações e como as instituições moldam o desenvolvimento econômico ao longo da história. Seus trabalhos lançaram luz sobre como as instituições políticas, econômicas e sociais influenciam o desenvolvimento econômico, destacando a importância de estruturas inclusivas para promover o crescimento sustentável e a prosperidade a longo prazo.
Daron Acemoglu e Simon Johnson, ambos do Massachusetts Institute of Technology (MIT), e James A. Robinson, da Universidade de Chicago, são conhecidos por suas análises profundas sobre como as instituições políticas e econômicas determinam o sucesso ou o fracasso das nações. Seu trabalho é amplamente reconhecido por desafiar explicações tradicionais baseadas em fatores culturais, geográficos ou de ignorância, ao apontar que as diferenças institucionais são a principal causa da disparidade no desenvolvimento entre países.
Trabalhos Pioneiros sobre Instituições e Democracia
Acemoglu e Robinson ganharam destaque em 2006, com o lançamento de Economic Origins of Dictatorship and Democracy, uma análise inovadora sobre como as instituições moldam as trajetórias políticas e econômicas dos países. O sucesso foi reforçado com as publicações subsequentes de Why Nations Fail (2012) e The Narrow Corridor: States, Societies, and the Fate of Liberty (2019), livros que se tornaram referência em debates sobre desenvolvimento econômico.
Simon Johnson, que também colaborou com Acemoglu no livro Power and Progress: Our Thousand-Year Struggle over Technology and Prosperity, publicado em 2023, compartilha a visão de que o progresso tecnológico e a prosperidade dependem de como as instituições políticas moldam a adoção e o impacto dessas inovações.
Instituições Inclusivas versus Extrativistas
Segundo os laureados, o desenvolvimento sustentável e a prosperidade de longo prazo só são alcançados em países que adotam instituições inclusivas — que promovem a participação política e a igualdade de oportunidades econômicas. Já as instituições extrativistas, que concentram o poder e a riqueza nas mãos de uma elite, criam uma armadilha de baixo crescimento econômico e desigualdade.
“Sociedades com um Estado de Direito frágil e instituições que exploram a população não geram crescimento ou mudanças positivas”, afirmou a Academia Sueca em seu comunicado oficial. “A introdução de instituições inclusivas traz benefícios de longo prazo para todos, enquanto as extrativistas oferecem ganhos temporários apenas aos que estão no poder.”
Desafios para a Democracia
Os premiados também discutem como as democracias se consolidam quando as elites não têm incentivos para derrubá-las. No entanto, em muitos países, as elites mantêm o controle do poder e limitam reformas, o que gera uma crise de confiança e impede o progresso econômico. Acemoglu, Johnson e Robinson argumentam que, em alguns casos, a democratização pode ocorrer como resposta a ameaças de revolução ou instabilidade social. Para evitar uma ruptura completa, as elites podem ser forçadas a ceder poder e permitir a criação de instituições mais inclusivas.