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Claudia Goldin recebe o Prêmio Nobel de Economia de 2023 por contribuições cruciais para a igualdade de gênero no Mercado de Trabalho

publicado: 24/10/2023 14h30,
última modificação: 26/10/2023 16h17

No dia 9 de outubro de 2023 a Real Academia Sueca de Ciências anunciou Claudia Goldin como a laureada com o Prêmio Nobel de Economia de 2023 por seu trabalho inovador na desvenda das complexidades das disparidades de gênero no mercado de trabalho. A extensa pesquisa de Goldin, abrangendo mais de 200 anos de dados históricos dos Estados Unidos, lançou luz sobre a evolução das lacunas salariais e tendências de emprego com base no gênero.

Ela destacou como as mudanças nas normas sociais e econômicas moldaram a participação das mulheres na força de trabalho, bem como o impacto da educação e do uso de contraceptivos na igualdade de gênero. Goldin também ressaltou que a maior parte da diferença salarial atual ocorre entre homens e mulheres na mesma ocupação, principalmente após o nascimento do primeiro filho. Seu trabalho é fundamental para compreender e abordar as barreiras à igualdade de gênero no trabalho.

O mercado de trabalho global há muito tempo enfrenta uma acentuada sub-representação das mulheres, juntamente com desigualdades persistentes de renda entre os gêneros. A análise meticulosa de Goldin transformou nossa compreensão dessas questões, demonstrando não apenas como elas evoluíram, mas também por que persistem.

Uma de suas descobertas seminais é a revelação de que a participação das mulheres na força de trabalho não segue uma trajetória simples de crescimento ao longo do tempo, mas se assemelha a uma curva em forma de U. Claudia Goldin explica esse fenômeno como consequência de normas sociais mutáveis e estruturas econômicas. Enquanto a transição de sociedades agrárias para industriais no século XIX levou a uma diminuição na participação das mulheres casadas na força de trabalho, o crescimento do setor de serviços no início do século XX reverteu essa tendência. Goldin atribui essa mudança ao papel mutante das mulheres na sociedade e às responsabilidades familiares em evolução.

No século XX, o nível de escolaridade das mulheres disparou, superando o dos homens em muitos países de alta renda. A pesquisa de Goldin destaca o papel da pílula anticoncepcional na abertura de novas possibilidades de carreira para as mulheres, impulsionando-as para áreas antes dominadas pelos homens.

Apesar desses avanços, a disparidade salarial entre os gêneros persistiu por grande parte do século XX. A análise de Claudia Goldin revela que grande parte dessa disparidade agora ocorre dentro da mesma ocupação, especialmente após o nascimento do primeiro filho. Essa percepção destaca a importância de abordar as barreiras que impedem a progressão na carreira das mulheres.

Jakob Svensson, presidente do Comitê do Prêmio em Ciências Econômicas, enfatizou a importância do trabalho de Goldin, afirmando: “Compreender o papel das mulheres no mercado de trabalho é crucial para a sociedade. Graças à pesquisa inovadora de Claudia Goldin, agora temos um entendimento mais profundo dos fatores subjacentes e das barreiras que podem precisar ser enfrentadas no futuro.”

A dedicação incansável de Claudia Goldin em desvendar as complexidades da desigualdade de gênero no mercado de trabalho não apenas lhe rendeu o Prêmio Nobel de Economia, mas também abriu caminho para locais de trabalho mais inclusivos e equitativos para as mulheres em todo o mundo. Seu trabalho continua a inspirar pesquisadores e policy makers, oferecendo esperança de um futuro em que as disparidades de gênero no mercado de trabalho sejam coisa do passado.

Texto: Insigth Soluções (Empresa Jr. Ciências Econômicas)