Projeto internacional, com parceria da UFR, ganha prêmio na Europa

Por Celso Moisés do Nascimento Publicado em: 02/08/2022 17:08 | Última atualização: 03/08/2022 08:08

O projeto ERASSE, uma proposta espanhola integrada pelas empresas Dronecoria e SafOS para reflorestar ambientes degradados por incêndios florestais usando drones que liberam sementes em locais ideais, ganhou o prêmio Accelerathon FIREPOCTEP 2022. O prêmio, destinado a promover projetos de cooperação transfronteiriça entre Espanha e Portugal com o apoio da União Europeia, proporcionará ao projeto acesso a fundos europeus como Life, Horizon Europe, Next Generation ou ERDF para desenvolver a ideia.

O fundador da Dronecoria, Lot Amorós, garantiu à Efe que o uso de drones no plantio aéreo permite reduzir o “custo muito alto” no método convencional de reflorestamento, que equivale a “mais de 3.000 euros por hectare e, desta forma, pode ser reduzido para menos de 1.000”. Amorós acredita que esse tipo de replantio pode gerar emprego em áreas rurais porque “podemos fabricar drones, mas não sementes: o uso de drones requer milhares ou milhões deles e apenas populações rurais que conhecem seu meio ambiente sabem como coletar essas sementes” para abastecer o projeto. Uma das vantagens dessa iniciativa é o uso de software livre, uma vez que, ao trabalhar em código aberto, o modelo de drone utilizado já foi replicado em outros países como Brasil, Turquia ou México com os mesmos objetivos.

No caso do Brasil, a Universidade Federal de Rondonópolis, no Estado de Mato Grosso, está desenvolvendo um projeto próprio, coordenado pelo Prof. Dr. Normandes Matos da Silva, de plantio baseado nesse dispositivo e com o apoio financeiro do Ministério Público do Estado, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPq, e da empresa XFly Tecnologias. Um de seus professores, que participa como pesquisador deste projeto, é o Prof. Dr. Domingos Sávio Barbosa, que explicou à Agência Efe a dificuldade desse tipo de ações de restauração ambiental “devido à complicada orografia do terreno” de modo que o modelo Amorós foi “uma grande inovação” e “a possibilidade de desenvolver uma primeira equipe para liberar as sementes pelo ar”.