Aquele em que todo mundo tá incluído!

Essa semana é muito importante na história da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), da cidade de Rondonópolis, do estado de Mato Grosso! Teve início a Licenciatura em Educação Especial Inclusiva, neste primeiro momento como uma Segunda Licenciatura. E isso é muito importante! Sabe por quê? 

No estado de Mato Grosso, segundo o levantamento do IBGE 2010, cerca de 669.010 pessoas possuem alguma deficiência. Destes, 9.555 são estudantes com deficiência matriculados na rede pública de ensino, de acordo com a SEDUC (2021). Ainda, conforme dados da SEMED – Secretaria Municipal de Educação e da SEDUC – Secretaria Estadual de Educação, cerca de 1.727 estudantes com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades e superdotação, estão matriculados na rede pública de ensino da região sul do estado.

É importante mencionar que a educação especial na perspectiva da educação inclusiva é dever do Estado, conforme o Estatuto da pessoa com deficiência, Lei nº 13.146 de 6 de julho de 2015, capítulo II, artigo 8º, e direito das pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades e superdotação, capítulo IV, artigo 27º (Brasil, 2015). Entretanto, a inclusão de fato ainda não é uma realidade, a escola ainda não é hospitaleira. Não basta a garantia de acesso à educação, há muito mais envolvido nesse processo! É preciso acolhimento, acompanhamento e garantia de condições de permanência, que serão diferentes para diferentes pessoas.

Isso passa pela mudança no sistema, mudança da cultura institucional das redes de ensino e escolas, mudança de atitude de toda e cada pessoa envolvida com a educação, promoção de políticas para atendimento às especificidades, promoção de acessibilidade, entra tantas outras coisas.

Uma pesquisa de interesse realizada na II Conferência Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência de Rondonópolis-MT pela Diretoria Regional de Educação (DRE), aponta os professores demonstraram interesse em realizar formação na área de educação especial. Há uma lacuna na oferta de cursos que promovam os conhecimentos, competências e habilidades necessárias a uma educação que se propõe a incluir.

E no estado de Mato Grosso somos o primeiro curso superior em Educação Especial Inclusiva! Entendem a importância disso?

Nesse contexto, a oferta de cursos de graduação que contemplem a temática da educação especial é de extrema importância para o estabelecimento e fortalecimento de um sistema educacional inclusivo e da garantia de Direitos Humanos. E, diante da complexidade das demandas por inclusão, nosso curso de Educação Especial Inclusiva se alinha aos novos paradigmas da educação especial, pela construção de uma educação plural, transgressora e democrática, alinhada aos Direitos Humanos, repensando o sistema escolar excludente, normativo e elitista.

O lançamento do Edital PARFOR Equidade em 2023, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), foi a brecha que faltava para provocar uma formação para a qual a cidade ainda não havia despertado. A oportunidade necessária para que o projeto se materializasse. Reconhecendo a necessidade urgente de ações nacionais voltadas para a formação de professores em áreas antes negligenciadas, o objetivo foi, entre outras coisas, proporcionar a oportunidade de acesso à educação superior para professores que trabalham com a educação especial inclusiva e a educação de surdos e, assim como para professores indígenas, quilombolas e rurais,  nas redes públicas de ensino básico. 

Para a elaboração do projeto de curso, diversos encontros foram realizados entre professores da nossa universidade e profissionais da cidade e de fora. O objetivo foi pensar e propor um curso que garantisse formar profissionais interculturalmente competentes, capazes de lidar de forma crítica com a educação, de modo integrado, dentro de uma concepção de trabalho docente que não dissocie o saber e o fazer, que são habilidades indispensáveis para uma ação pedagógica crítica e dialógica.

Uma responsabilidade e tanto, não é? Mas o processo de inclusão nas escolas é contínuo e se fortalece quando discutimos nas formações os princípios de igualdade de oportunidades, da não discriminação, acessibilidade, participação e inclusão, respeito à diferença, diversidade humana, tendo em vista o pleno exercício dos direitos, a autonomia e o respeito à dignidade inerente às pessoas com deficiência.

Avancemos na luta!

E se você quer acompanhar as atividades deste curso, não deixe de seguir o Instagram do PARFOR/UFR @parfor.ufr e acessar o site www.ufr.edu.br/especialinclusiva. Afinal, a gente vai colorir ainda mais esta universidade e tá todo mundo incluído nessa missão social!